Pelo menos em Portugal, que eu saiba, o dia 1 de Abril é um dia em que se pode mentir. É um dia em que não se levam a mal determinadas mentiras. É um dia em que uma verdade pode ser interpretada como mentira. E apetece-me dizer que é apenas mais um dia. Se calhar mais um dia de mentiras e verdades misturadas num saco a que chamamos azul, de luvas brancas, de batom nos lábios e manicura escondida. É um dia como tantos outros, em que a humanidade vive o seu mundo centrada sobre o seu ego, sobre os seus interesses, sobre o seu desejo de dominar. Uma humanidade alicerçada num antropocentrismo deísta, numa individualidade excluente, numa sociedade pluralista que tudo aceita mas que nada tolera. Uma certa forma globalizada de viver sem Deus.
Claro que tudo isto é mentira e eu estou a brincar ao dia 1 de Abril. Claro que não me identifico com esta sociedade ou humanidade. Nem a Igreja se identifica. Nada se identifica aqui e agora desta forma. Claro que só precisamos viver um dia de cada vez e que todos sejam dia 1 de Abril. E isto é tão claro como ser dia 1 de Abril.
2 comentários:
THE DAY AFTER – Ontem foi Dia da Peta. Não há efeméride com que mais rejubile e me identifique. Tenho, inclusive, uma peta estampada na fronha. Mas ontem, eu que trazia em mão o décuplo das petas habituais, ao passar por aqui, vivenciei um momento catártico e dei uma choupada em todas as petas para ver se conseguia experimentar a verdade. Claro que ainda guardo algumas petas debaixo da língua para qualquer imprevisto, senão nem seria eu. Mas como também sou tenaz e não quero fazer das petas dia-a-dia já aviei um saco de estomáticos para as embatucar. Suo as estopinhas, estorcego-me, luto com fereza, há sempre alguma a querer desabrolhar, mas até agora ainda não preguei nenhuma peta. Claro que esta abstinência está-me a ser difícil. Como disse, não sou fuinha com as petas e continuo a apreciar mais a peta do que a verdade. Isto até porque acho feio esgravatar na verdade, sobretudo quando há verdades incómodas e verdades que nada mais deveriam ser do que grandes petas. Tão feio e desagradável como submeter uma boa peta à barrela e esperar que a verdade venha à tona, como sempre vem. Por isso é que, ontem, dia de brincar às petas, ao embarcar noutro jogo de grupo da treta optei “consequência”. O drama foi que a “consequência” consistia precisamente em enfrentar a verdade. Como não sou de fulheiras fi-lo e com a fronha que tinha. Olhei-a nos olhos e disse-lhe num tom ainda mais claro e certo que o próprio dia - “Read my lips: No new... lies”.
Fique tranquilo padre a coisa só tem a piorar a cada dia, hora e segundo. Eu sou uma louca desvairada que vive aqui neste sistema e que da risada dele. Oras nem humana...Eu me considero...Estamos preocupados em ganhar dinheiro. E no final de tudo vou sentar no colo do Diabo e beija-lhe os labios e perguntar se fui uma boa dama para ele. É a sociedade. Eu não tenho pena dela...Por mim eu piso, esmago e cuspo. Não gaste sua mente com teorias e ideias. A coisa é um caos e eu sou rainha dele. Bjs
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