terça-feira, outubro 21, 2014

Sou Pão [poema 27]

Sou Pão que se oferece
Para que tu vivas.

Sou Pão que se despedaça
Para que tu construas.

Sou Pão que se parte
Para que tu unas.

Sou Pão, e posso
porém, deixar de sê-lo,
Porque não quero
Senão que tu sejas

20 comentários:

Anónimo disse...

... e onde fica a fome?...

Confessionário disse...

anónimo de 21 Outubro, 2014 14:58

Essa pergunta parece trazer alguma malícia, digo eu. Mas faz pensar. Alguém é capaz de responder a este amigo(a)?!

PR disse...

Boa tarde,

Se se trata de uma pergunta com malícia ou não, não saberemos a não ser que o autor o queira revelar.

Onde fica a fome?

O Pão será a resposta à fome, tal como Deus será a resposta à ânsia humana de infinito...
Penso que Deus existe para nós enquanto habitantes deste mundo tridimensional, pois quando nos reunirmos na dimensão do Espírito deixará de haver Ele e eu acho que seremos NOS.
Se não houver inquietação não há procura, tal como se não houver fome deixará de fazer sentido a existência do pão.
PR

Anónimo disse...


Se comeres um bom manjar a fome não fica no teu estômago
Se estives de plena consciência, a fome não fica na tua mente
Se vives a vida, a fome não ficará do tempo que perdeste
Se tiveres fé a fome não ficará no teu espírito
Se tens fome e sede de justiça, és bem-aventurado porque serás saciado
Se tens consciência que todos os nossos dias estão contados, és feliz porque Jesus é esse Pão que te dá a vida eterna

Logo a fome fica aqui, e mora aqui na terra, é o lugar dela.

Anónimo disse...

Quando é que Ele e pode deixar de sê-lo? Onde é que foste buscar essa ideia?

Anónimo disse...

"Sou Pão, e posso
porém, deixar de sê-lo,
Porque não quero
Senão que tu sejas"

este último "verso" é que me parece que não termina, falta aqui alguma coisa!!! uma palavra, não sei... (mas também não me parece que seja a fome)

Confessionário disse...

anónimo de 21 Outubro, 2014 16:31

Achas que Ele deixará de ser quando der lugar a quem o recebe?!

Caros amigos, estou a gostar muito da reflexão que está a surgir em vós. Eu sei o que escrevi, mas na verdade o emissor sente e pensa de maneira diferente do receptor. Sei que não cometo aqui nenhum erro teológico sequer, mas nem tudo é claro (pois que a poesia é muito se símbolo)!

Confessionário disse...

anónimo de 21 Outubro, 2014 17:37
se calhar gostavas de ver antes:

"senão que Eu seja em ti"

Diz lá, diz!

Mas... digo eu... deixa ver que dizes

Anónimo disse...



"Porque não quero
Senão que tu sejas"

"der lugar" a quem o recebe?!

Mas Ele dá lugar, ou fica em comunhão com quem O recebe?! Ai padre, padre, cada vez percebo menos disto...

Confessionário disse...

Não te esqueças que se trata de um poema e, como tal, carregado de simbolismo. Não te aflijas!

Tudo varia dependendo do conceito que fazes do "ser", porque em termos de fé o "ser" pode manifestar à partida o "ser com Cristo", certo?

Febe disse...

"Ele em mim e eu Nele" ...fusão sem confusão...

Anónimo disse...

Ah penso que já entendi.
Mesmo sendo a pessoa:"não quero
Senão que tu sejas" Ele pode deixar de ser, sendo-o à mesma, continuando a sê-lo, não tinha chegado lá.

Anónimo disse...

21 Outubro, 2014 19:17 "Mas Ele dá lugar, ou fica em comunhão com quem O recebe?! Ai padre, padre, cada vez percebo menos disto..." Acho que se trata de Deus dar lugar a nós sermos, e não Ele ser em nós, mas por outro lado, ao ceder-nos esse lugar Ele continua em nós, portanto não deixa de Ser... um pouco confuso, mas é o que me ocorre..

Anónimo disse...

anónimo de 21 Outubro, 2014 17:37

Já vi que não soube explicar o meu pensamento..., realmente uma coisa é certa, a poesia é mais "símbolo", não tem própriamente uma interpretação especifica.
Quanto áquele sugestão para terminar, acredite que não pensei nisso, porque ao fazer a observação, foi mais como disse antes, parecer que faltava alguma coisa (palavra) não sei. Mas sabe que também estou a gostar deste "debate" de ideias.
Continue, porque faz bem ás vezes depararmo-nos com estas "dúvidas".
Bjs.

PR disse...

Bom dia!

Não gosto muito deste poema, reconheço no entanto que tem uma mensagem profunda complexa e pouco animadora, de difícil compreensão.

Tenho receio de "chocar" alguém com a minha opinião, além de me ser muito difícil encontrar palavras, construir frases para o fazer.

"Sou Pão, e posso
porém, deixar de sê-lo,
Porque não quero
Senão que tu sejas"

Faz-me lembrar as palavras de João Baptista que se reduziu ao nada para que a obra D'ELE se manifestasse em plenitude.

Ele pode, se quiser, deixar de ser o Pão que alimenta para que a fome nos conduza, para que a real essência de cada um se manifeste.
Nessas condições é que cada um será, às vezes temos que ficar completamente abandonados entregues a nós próprios para comprovar a força que realmente temos.

Anónimo disse...


22/10/2014 00:28

Ele não deixa de Ser... mas pode deixar se Ser.. Pão Vivo?

"Já não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim"?!

Ai, Jausus...

Anónimo disse...

ó Anónimo de 22 Outubro, 2014 12:41 agora é que me deixaste um pouco às aranhas... explica lá isso. Sim, Pão não pode deixar de ser certamente, eu estava a ver noutro sentido. Nesse caso se se trata da possibilidade de deixar de ser Pão, não entendi este poema, é a conclusão que tiro.

Anónimo disse...

Confessionário não obtiveste a resposta? Enganaste-te na pessoa... pois é

Confessionário disse...

25 Outubro, 2014 03:34
não entendi

Anónimo disse...

Olha de novo debaixo da pedra

Olha de novo debaixo da pedra
Cerrada nas folhas dos dias imóveis
Em que rios correm
No dorso de leitos desfeitos
Espraiando os dedos famintos
Diante da súbita distância
Da terra firme e do pão de véspera
Gravados de novo nas palmas das mãos.