sexta-feira, março 13, 2009

A medida do padre

Há pessoas que pensam que os padres se ordenaram para serem párocos. O nosso pároco. É nosso. É meu. Mas eles ordenaram-se para serem padres. E o padre não é apenas aquele que tem uma paróquia. É aquele que vive à maneira de Jesus prolongando os Seus braços de forma ministerial. Faz-se instrumento de Deus na Celebração, na Palavra, na Vida. Gosto muito da vida paroquial. Não sei se aguentaria não ser pároco. Mas não consigo entender como as pessoas podem ser egoístas ao ponto de demonstrarem que o seu pároco não pode fazer mais coisas que estar na paróquia. Já uma vez disse que não há pior que o “egoísmo de deus”, querermos Deus só para nós e como nós O queremos. Também não há maior egoísmo paroquial que querer a paróquia e o pároco à sua medida, no seu tempo e na sua forma. Como se as coisas de Deus fossem finitas ou tivessem medida.

21 comentários:

Anónimo disse...

Continue padre. Parabéns!

Canela disse...

Pois é, pois é...

é por essas e por outras, que "disputam" a atenção do Sr. Padre, ciumite é o que é!

Tem razão, sim senhora... já pude vêr acessos de "ciumite agudo", por causa da Atenção do padre (é feio, mesmo muito... irra!).

Tenha paciência... ai, sei lá o que lhe diga... pegue num Terço, e, confie-lhe determinada intenção pela Paróquia, peça-lhes que rezem... (2 em 1, tá a ver?).

Que Deus N. Senhor o abençoe!

disse...

Pois é... o Amor autêntico não é possessivo... Mas, é exigente. Muito. E, por isso, não raramente nos agarramos a uma versão diminuída. Um amor, mais pequenino, que queremos a todo o custo preservar porque dá segurança num mundo cheio de contradições e incertezas. Entra, aqui, a nossa humanidade. A minha humanidade. Tenho a minha família, os meus amigos, os meus alunos, o meu médico, o meu padre...
O sentido de pertença deveria ter, para nós cristãos, um significado especial. Deus, entregou o Seu Filho Único e este, através da Ressurreição, venceu a morte. Venceu a separação maior. Porém, mensagem raramente é apreendida por inteiro e de imediato. Crescemos devagarinho e contamos a vossa ajuda...
Sempre que se sinta "preso" lembre-se que é "amado". Talvez ajude...

Um abraço amigo

Anónimo disse...

amor eterno!

eu mesma sinto ciume terrivel do paroco da nossa paróquia! é muito ruim, machuca!

Anónimo disse...

Padre admiro muito o q escreve. Parabéns.
Quero deixar um breve comentário.
De facto os padres ordenaram-se para viverem à maneira de Jesus! Onde é q isso acontece?Claro q existem excepções! mas à padres q deixam muito a desejar.Na minha paróquia o padre segue uma lina politica,deveria ser mais humilde pq tem comportamentos e atitudes se fazz favor? Se todos eles juram fidelidade ao Evangelho! Então como é?
Quantas vezes é dificil de mastigar as palavras q se houvem na homilia!Primeiro temos q dar o exemplo e dar testemunho de vida.

Obrigado padre

Abraço em Cristo

Anónimo disse...

«E o padre não é apenas aquele que tem uma paróquia. É aquele que vive à maneira de Jesus…»

Concordará comigo se disser que grande parte dos padres não vive à maneira de Jesus.
Quando aqui há trás escrevi que o padre de Vila Flor (nordeste transmontano) não vivia à maneira de Jesus ao exibir-se na televisão com o seu carrão (jeep BMW, último modelo) numa zona do país tão carenciada, não houve uma única alma que comigo concordasse, pelo contrário, “saltaram-me em cima”.
Não basta apregoá-lo, é preciso praticá-lo. Lamento mas insisto, contam-se pelos dedos os padres que vivem à maneira de Jesus.

Paulo.

Teodora disse...

Relativamente ao título do texto do senhor padre, só me resta dizer que o meu padre continua com umas medidas muita boas.

Brevemente terei oportunidade de constatar de modo...como direi...mais concreto, mais ao vivo e a cores das formas e proporções daquele filho de Deus.

Já percebi que está a trabalhar para reencarnar o papel do Criador, aparece-me em cuecas e depois vem dizer que gostava de ver as pessoas na Via Sacra com uma atitude de reflexão, de oração e etc!

Só espero que não se lembre de fazer dieta para ficar com as costelas à vista e muito menos de ressuscitar de paraquedas!

CrisR disse...

Tem razão padre...queremos ajustar Deus a nós e da mesma forma os Seus servos!!
Mas somos nós que nos temos de ajustar a Deus, e os Seus servos, são exactamente servos do Deus Vivo e não desta ou daquela pessoa.

Paulo disse...

Ainda há muita gente de que "o nosso padre" em detrimento dos outros.

rui disse...

Diria que não só há pessoas que pensam que os padres se ordenaram para serem párocos, como estou convicto que este grupo de pessoas é formado pela larga maioria de católicos das nossas comunidades. Penso mesmo que esta ideia ultrapassa as fronteiras da igreja católica e é partilhada por grande parte da sociedade.
A meu ver esta ideia e o que está por detrás dela, é responsável pelos maiores problemas que as comunidades católicas vivem hoje em dia.
Um padre que seja destacado como pároco numa determinada comunidade mais de 10 anos permite que surja nessa comunidade a ideia de posse desse mesmo padre. Não sei se há comunidades que são excepção a esta constatação, mas há muitas comunidades em que esta situação se verifica, eu diria e tendo como base as comunidades que conheço, 10 anos é metade ou menos de metade do tempo que um determinado padre passa numa determinada comunidade. É demasiado tempo e tem várias implicações:

1.Sentimento de posse do padre, por parte da comunidade, aparentemente até que a morte ou alguma doença mais grave o afaste, a comunidade acaba por se sentir “dona” do pároco e portanto este terá que estar disponível sempre que esta necessite.
2.Sentimento de posse da comunidade, por parte do padre, acabando por surgir imposições de ideias e acções do padre á comunidade e/ou fortes entraves a novas ideias com origem na própria comunidade ou no seu exterior.
3.Uma relação padre-comunidade demasiado extensa, origina a adopção de padrões de comportamento de ambas as partes, por vezes muito fortes, estes acabam por limitar o crescimento da comunidade porque a entrada de novos membros para esta choca com as relações aparentemente fortes entre pároco e membros existentes (não há espaço para novas relações ou se há, as existentes são tão fortes que dificultam a integração de novos membros). Este facto pode ser percebido se numa comunidade não se verifica o aparecimento de “caras novas”, ou se as pessoas que mais participam activamente nela são habitualmente as mesmas, verifica-se, pelo menos para quem observa no exterior, a possessão de uma dada função.
4.Qualquer processo de “substituição” do pároco é bastante complexa, a rotura entre o padre cessante e a comunidade é muito mais difícil. A integração do novo pároco, de novas ideias é muito mais complexa, principalmente quando choca com ideias anteriores.
5.A comunidade deixa de avaliar os seus comportamentos, ideias e acções, criam-se hábitos que não se questionam, surgiram como resposta num determinado momento e mantêm-se por tradição perdendo muitas vezes o “sumo”.
6.A comunidade não se vê como motor da vivência da mensagem de Jesus mas vê o pároco e os seus sermões como princípio e fim dessa vivência. O pároco não é orientador, guia, para a comunidade, permitindo que esta caminhe por si segundo as orientações de Jesus, mas passa ele mesmo a carregar toda a comunidade. Quando esta se torna pesada e o cansaço insuportável, pára-se, entra-se num hábito, numa rotina, reforçam-se as relações com quem pertence já há comunidade e mais uma vez dificulta-se a entrada de novos membros, ideias, acções (novas ideias implica readaptações e estas despendem sempre mais energia).
7.Relações pároco-comunidade demasiado longas acabam também por criar outro fenómeno (triste fenómeno). Quando uma região é constituída por várias comunidades cujo relações pároco-comunidade são muito longas e não há grandes interacções entre elas dá-se o fenómeno de “bairrismo” em que cada comunidade da região tenta ser mais que a outra, fecham-se em si mesmo.


Vivo numa região em que as cidades maiores não ultrapassam os 15000 habitantes dos quais talvez 40% sejam católicos praticantes ou potenciais praticantes, na minha cidade há aproximadamente meia dezena de comunidades, a maioria com o mesmo pároco há mais de 10 anos. Para quê?

Parece-me que uma região, uma cidade, deste tamanho e com estas características deve ela sim ser uma só comunidade, com vários guias (párocos) que fossem percorrendo as várias zonas nunca ficando mais de 5 anos num único local, estas zonas têm cada vez mais de deixar de ser zonas geográficas de proximidade (proximidade entre templo e as casas dos paroquianos) pois é cada vez mais fácil deslocarmo-nos ao templo onde nos sentimos melhor e passarem a ser zonas de características sociais específicas (zonas onde se identificam determinadas necessidades ou mais valias, podendo desenvolver um determinado trabalho). Surgiriam ideias novas, interacções entre as várias zonas, as próprias comunidades sustentar-se-iam seriam sólidas, experimentariam a mensagem e amor de Jesus na sua própria organização e na relação com os outros e deixariam os padres fazer aquilo que mais gostam e para o qual se sentem vocacionados, em vez de carregarem e esgotarem as suas forças e muitas vezes as suas próprias esperanças num único local.

Por algum motivo comunidades orientadas por congregações ou ordens religiosas em que se verifique frequentes entradas e saídas de membros dessas ordens, nas comunidades, são normalmente mais dinâmicas, mais abertas e os frutos mais “saborosos e vistosos” para a sociedade.

A mensagem é longa mas foi o que surgiu ;) (não necessita de a publicar pois talvez tenha exagerado um pouco no espaço que ocupo).
Este tema interessante parece ser a parte visível de um grande iceberg de desafios e oportunidades para a nossa igreja.

Um abraço ;)

Anónimo disse...

"A meu ver esta ideia [posse]e o que está por detrás dela, é responsável pelos maiores problemas que as comunidades católicas vivem hoje em dia" diz o Rui.

Gostava que ele me dissesse se os casamentos e as famílias estáveis tb estão na origem dos problemas da sociedade. Gostava de saber. Se calhar estão. Tudo se quer breve, descartável, descomprometido. Mudar, mudar, experimentar, experimentar. Agora o que está a dar são os frutos verdes porque os amadurecidos estão fora de moda.
Não o conheço mas acho que este Sr Padre sabe desempenhar as suas funções. Deus o ajude e ajude os seus paroquianos a merece-lo. Eu não sei se pertence à diocese de Castelo Branco mas se pudesse trazia-o para cá.
Paula Peres

rui disse...

Paula:

A sua intervenção é interessante, mas não vejo a mudança de pároco em periodos mais reduzidos como algo descartável e superficial, mas sim como uma oportunidade para que as comunidades possam aprendem a partir da experiência de vários guias espirituais (padres).

É verdade que não sou muito a favor da estabilidade durante grandes periodos. Defendo periodos de estabilidade como forma de nos adaptarmos a novas ideias e situações que depois de bem enraizadas nas comunidades devem ser desenvolvidas e melhoradas. Concordo com a Paula, estas alterações implicam várias vezes mudanças e estas devem ser bem orientadas.

Utlizando o exemplo do casamento: os primeiros tempos de um casamento são tempos de descoberta do casal (encontrar uma vida estável a dois), mas passado algum tempo surge como fruto da relação, habitualmente, a vontade do casal em ter filhos, a chegada dos filhos vai criar uma nova situação, vai desestabilizar o dia a dia do casal obrigando-o a procurar uma nova estabilidade, desta vez a três ou quatro.

É este ritmo de estabilidade, novo objectivo, nova estabilidade, novo objectivo... Que nos permite crescer e enriquecer como seres humanos e comunidade.

Não se trata de subir e descer, subir e descer ou começar, acabar, começar, acabar. Trata-se sim de ir subindo e parar um pouco mais acima, subir um pouco mais e parar mais acima ainda...

Anónimo disse...

Confessionário:
Julgo que quando se referem a si por "nosso pároco", será mais por carinho e amizade.
Não creio que seja por uma questão de egoísmo, penso eu.

Luísa

Anónimo disse...

Um texto bem escrito mas com algumas e intencionais situações geradoras de equívocos.

Vejamos:

(Dois aspectos basilares clarificadores destes equívocos que passo a clarificar;
-(...) estão lá fora a Tua Mãe com os teus Irmãos. A minha Mãe e os meus Irmãos são aqueles que ouvem a minha palavra e a põem em prática;
- (...) sêde perfeitos como o vosso Pai do Céu é perfeito;

Entre outros e vários exemplos para clarificar um aspecto estrutural do texto gerador, quanto a mim, de alguma confusão.

Assim, entre vários aspectos, o Padre - Pároco - (ou não) é batizado como todos nós, logo a sua natural vocação é ser antes de mais SANTO e não padre ou pároco, como o próprio Cristo nos disse mais acima.

Eis o dever de todos nós batizados que devemos viver à maneira de Jesus e não apenas o Pároco. Os nossos braços são os de Cristo, boca, olhos enfim Ele está em nós e nós Nele...

Um homem como cada um de nós que sente, naturalmente, atração por outra vida mais fácil, com várias apetências do bem, escolheu a mais difícil que é "aturar-nos, a nós paroquianos, com uma fé infantil."

Ser Pároco é fabuloso se formos todos a colaborar com o Padre na construção da Paróquia e não chamá-lo a toda a hora como se de crianças nos tratármos na disputa um "brinquedo" ...( É MEU É TEU...).

Ele é, ACIMA DE TUDO, um médico de almas que socorre quando as mesmas estão doentes e partilha connosco coisas maravilhosas que Jesus Cristo lhe incumbiu: A última Ceia de onde "irradiam" todos os Sacramentos de que nos alimentamos e nos dão vida...

O Padre é um Maravilhoso Jardineiro escolhido por Deus e cada Alma uma Flor radiosa do Milagre de Amor que a Santíssima Trindade concebeu para cada um de nós...

Confessionário disse...

ó Luisa, eu tb sei que assim é. Mas o problema está na dificuldade em aceitarem que o padre não é só deles. isso acontece tb entre paróquias diferentes...

Anónimo disse...

Todos deveriamos estar onde nos sentissemos bem. As saídas são "DOLOROSAS" quando as pessoas nos são queridas e um "ALÍVIO" quando isso não acontece.

O Rui deve ser ainda muito novo pois parece-me que ainda se deixa ir atrás da conversa da mudança. Estou FARTA de mudanças que não vão dar a lado nenhum. Comentando o que ele diz penso que as comunidades é que deviam ir "rodando" porque não sabem acolher e pensam que a igreja é toda delas. Os lugares estão reservados, a colaboração oferecida também desde que não dê muito trabalho. É uma questão de educação e não apenas de fé. Arejar os paroquianos faz bem mais falta do que mudar de padre. Deixem o nosso onde está que não nos queixamos.
Não entendo é porque é que há tanta falta de sacerdotes e em Fátima há resmas deles. Esses podiam ser mais bem distribuidos.
Filomena

Teodora disse...

Filomena

Fátima deve ser mais ou menos como as direcções gerais e ministérios deste país.

E relativamente ao que disse, disse muito bem e aplica-se a muitas áreas do nosso país.

Canela disse...

Pe. C. amigo;

É o nosso egoismo, natural. É a nossa parte humana... quando alguém entra no nosso coração, queremos que seja "nosso" - salvo seja, entenda-se que desejamos é a sua atenção, desejamos partilhar com essa pessoa os nossos momentos... mas se não for na dose certa... é doentio!

A Paz de Cristo

Anónimo disse...

Concordo com o que o Paulo disse:
São mesmo uma minoria os que vivem como Jesus Cristo viveu. Mas não é muito simpático criticar o padre; não se deve nem se pode.
Somos considerados pessoas "más","mal formadas", etc. as verdades na Igreja não se podem/devem dizer, eles (padres)são o exemplo da dedicação à causa trabalham imenso, sempre cansados, deprimidos, indisponiveis,alguns apenas atendem com hora marcada; que Horror as pessoas são muito exigentes e criticas com o padre!!! Preciso de me manter em silêncio, para não dizer algo que não devo e não posso. Ah, se estiverem interessados/as troca-se o padre desta paroquia da Beira Baixa, por um dessa minoria que siga e seja exemplo vivo da vida Jesus Cristo.
SOS - URGENTEMENTE - M.J.A.

Anónimo disse...

Olá
Não sei porque gostam tanto de julgar os padres?
Não serão homens como os outros, não podem divertir-se, ir ao café, sair.
Não condordo nada disso dos padres santinhos, se calhar são os piores.Assim como nós, os piores são os que mordem pela calada.
SOS-URGENTE - paroquianos novos, ou com as mentes lavadas.

Anónimo disse...

bem pior que isso é quererem que os católicos sofram assim duma paragem no pensamento. Será que vamos começar neste seculo xxi a invasão santa pelas terras de africa? A quem serve tanta riqueza no Vaticano?