sexta-feira, outubro 24, 2008

sondagem_ “Como classificas os católicos hoje em Portugal?”

Passado que vai mais de meio ano da última sondagem e 549 votos, chegou a hora (parecia que nunca mais chegava!!!) de avaliar a sondagem que estava no lado esquerdo, no sidebar. A questão era:
“Como classificas os católicos hoje em Portugal?””

E os resultados são:
1. sem formação _27%
2. indiferentes _19%
3. tradicionalistas _16%
4. não praticantes _10%
5. gente de fé _ 9%
6. simpatizantes _8%
7. supersticiosos _5%
8. anti-clericais _4%
9. praticantes _1%
10. responsáveis _1%
_________________________________
pequenas considerações:

Não podemos esquecer que o fazer uma classificação, por si, é sempre um acto que depende da perspectiva de vida de quem vota. Por este motivo, esta sondagem pode ser apenas um mero barómetro para auscultar aquilo que pensa um grupo de pessoas. De facto não podemos nunca classificar ninguém nem medir de forma exacta a sua fé. No entanto, podemos aproveitar estes resultados para pensar.

Não vou fazer muitas considerações. Vou deixá-las para cada um as realizar. Mas não posso deixar de realçar:

  1. que 72 % das respostas evidenciam um total afastamento, uma inadequada formação ou a total ausência dela;
  2. que a anterior conclusão traz consigo uma grave constatação: que aqueles que habitualmente chamamos de católicos portugueses não são verdadeiros católicos;
  3. que “gente de fé”, “responsáveis” e “praticantes” apenas contabilizam 11 %;
  4. que não parece haver um grande espírito anti-clerical;
  5. que o mais votado se prende com a falta de formação, o que indicia uma fé por “arrasto” e a urgência de contrariar esta situação;
  6. que a vida dos padres ou agentes de pastoral fica complicada, dado que o seu trabalho vai ser nos próximos tempos algo próximo da “manutenção”, porque é o que as pessoas vão pedir; próximo da “tradição” porque é o que as pessoas querem; votado à formação, o que exige tempo e dedicação, coisa que menos abunda;

    Que considerações farias tu?

Hoje surge nova sondagem, enquadrada nas novidades (seria novidade?!) ou preocupações que têm surgido do Sínodo dos Bispos sobre a “Palavra de Deus na vida e missão da Igreja”. Também podes explicar os motivos da tua opção. A pergunta é:

Como classificas de uma forma geral as homilias que tens ouvido?

16 comentários:

Alma peregrina disse...

Caros amigos:

Eu votei "sem formação" mas também gostaria de ter votado "indiferentes".
Na verdade, são apenas os dois braços do mesmo ciclo vicioso.
"Sem formação" leva a "indiferença" e "indiferença" leva a "sem formação".

Isto não é propriamente reconfortante, como se eu dissesse "Bem, eles são indiferentes, mas pelo menos não são anticlericais".
Não... isso não é consolo nenhum.

O Mal é inferior ao Bem...
Mas o Bem tem dificuldades em lutar contra um Mal encavalitado aos ombros da Indiferença.

Como dizia Edmundo Burke: "Tudo o que é preciso para o triunfo do Mal, é que os homens de Bem nada façam".

Não é prova disso o negro 11 de Fevereiro de 2007, que se fez à custa de uma minoria radical e de uma maioria silenciosa?

Por isso, venho pôr à consideração dos leitores deste blog:

1) Petição on-line para reconhecimento do "Direito à Vida" e do "Direito a cada criança a ser educado pelos seus pais" (que vem em reacção aos lobbys pro-choice em reconhecer o "Direito ao Aborto" como um direito humano, bem como o direito de o Estado e as ideologias subjacentes indoutrinarem os nossos filhos).

http://www.c-fam.org/publications/id.95/default.asp

2) Petição on-line para revisão da Lei do Aborto em Portugal

http://www.gopetition.com/petitions/revisaoleiaborto

3) Já agora (e sem querer entrar em proselitismos, mas penso que as pessoas têm o direito a ser informadas, coisa que os media não fazem) ponho à consideração a criação do Movimento Cívico Portugal Pró-Vida, baseado nos ensinamentos da Doutrina Social da Igreja.

http://portugalprovida.blogspot.com/


Peço desculpa, Confessionário, se abusei do seu blog. Mas penso que não podemos simplesmente olhar para a sondagem e lamentarmo-nos. É altura de deixarmos de ser católicos por tradição e passarmos a sê-lo por convicção, como disse o nosso Cardeal Patriarca D. José Policarpo.




Quanto à nova sondagem... eu votei, mas acho que ela está enviesada à partida, porque está a pôr em consideração homílias diferentes de padres diferentes em contextos diferentes.

Abraços em Cristo

Confessionário disse...

Huxley, tens uma certa razão... pois as opções dependem tudo ou quase tudo das paróquias ou párocos ou locais onde cada um vai à Eucaristia.
Mas eu pedia que considerassem de uma forma GERAL. Esta será a palavra chave. Ninguém precisa defender ou atacar as homilias do seu pároco. Eu diria mais: tb fica sempre em causa a perspectiva de quem ouve, porque nem sempre poderá ser a perspectiva correcta.
A palavra chave será "GERAL"

Anónimo disse...

Caro amigo

Corajosa sondagem a sua. Mas que bate certo com a minha visão do problema.
Qual a solução?

Para mim há duas alternativas: ou se acaba com o povo portugês ou se acaba com a Igreja Católica. Uma dessas realidades vai muito mal...

Quanto às homilias, há muitos, muitos anos e bons que não sei o que isso é!

Um abração.

Possato Jr. disse...

Pois é...

De uma forma geral, então, é fácil colocarmos a culpa no desinteresse dos "fiéis"! Mas o que causa esse desinteresse?

Um discurso desligado da realidade, talvez? Uma série de imposições daquela que é considerada a porta-voz da Boa Nova de Libertação e salvação para todos?

Nós, que estamos dentro do vulcão, adoramos pôr a culpa nos que estão fora! Mas o que será que eles estão vendo que os mantêm afastados? Ou será justamente porque não vêem nada demais?

Confesso que este tema tem tudo a ver com o que postei ontem, em meu blog! Se quiseres dar uma chegadinha lá...

Paz & Bem!!!

Anónimo disse...

Há cerca de dois meses atrás, eu saía da missa enriquecida espiritualmente, gostava de ir à missa, preenchia-me. Havia sempre algo na homília do meu pároco que me tocava e me fazia refletir. Por vezes, pensava até que entrava nos meus pensamentos. Habitualmente, era tema de conversa à nossa mesa em família a homília do sábado ou domingo, consoante o dia em que fomos à missa. Os meus filhos comentavam sempre com agrado o conteúdo da homília. Também eles gostavam do que ouviam.
Hoje, penso que só vou à missa para que os meus filhos não deixem de ir, mas somos unânimes, saímos tão vazios como entrámos.
Ainda hoje, eu perguntava ao almoço: Do que falou o Sr. Padre na missa? Olharam uns para os outros e a resposta foi: Não me lembro!
É preciso saber passar a mensagem. Transmitir sentimentos. Saber explicar por palavras simples o que já por si é difícil de entender. Saber captar a atenção dos jovens para a palavra de Deus. Nem todos os padres o conseguem, depois, há o afastamento das pessoas e as igrejas estão cada vez mais vazias. Aqui, os padres tem a sua responsabilidade, para não falar das decisões sem rigor, que às vezes os representantes da igreja tomam.

Fátima

Canela disse...

Faz este mês 2 anos, que após um afastamento de mais de 10 anos, voltei a entrar numa igreja... havia um pretexto, válido e premente.

Sentei-me nos ultimos bancos... o Pe. do altar falava de mim e para mim! Cada palavra, cada frase...- Meus Deus - era para mim! As minhas dores, a minha vida, o meu sofrimento daquele momento "ecoava" por toda a igreja, e, para toda a assembleia!

As lágrimas corriam... como que se fosse um enxurrada... eu não queria chorar!

A partir dessa altura, sempre que posso, tenho preferência pelas Homilias deste Pe.!

Não é necessário, ter um grande vozeirão, nem sequer ser muito extenso nas palavras! Prova disso, é este Pe. que tem uma voz de "Misericórdia"!

O mundo está farto de gritos. Se o Pe. grita... então o povo não ouve!

Como fazem os bons professores para se fazerem ouvir?
Baixam o tom de voz! Só em casos muito raros, é que não resulta.

A boa Homilia, é toda aquela que mexe com a assembleia, ou porque faz chorar, ou até mesmo, porque faz rir (é a reacção). Havendo reacção, é sinal que ouviram!

Anónimo disse...

Salvé

Mais importante que as Homolias, que são importantes e para mim, a causa da afluencia ou não dos fieis à Missa com este ou aquele padre, são as actitudes e exemplos de vida que os padres dão aos seus paroquianos. Já lá vai o tempo do faz o que eu digo e não o que eu faço

Que Deus vos abençoe

Madeleine K disse...

Pax Christi! Penso que as Homilias divergem de Padre para Padre, de lugar para lugar, e isso é normal...mas um ponto, apenas um ponto em comum sempre me vem ao coração...Toda a divergência, toda a diferença está na formação espiritual da alma, que antes, em tempos atrás, era sobremaneira privilegiada...Se não há uma vida interior, um caminho interior com e para Deus, as palavras saem vazias...Mas pelo contrário, se há, parece-me que o canal entre a alma e o céu fica desobstruído, livre de empecilhos e o Santo Espírito, segundo uma expressão do mundo, "toma a palavra"...O mundo atual nos leva a abstrairmo-nos do todo essencial que é a espiritualidade, o caminho interior da alma para o seu Deus, que é Amor, o verdadeiro caminho do Discipulado...Só falamos bem de coisas que conhecemos...Se não se conhece a Deus em profundidade por um caminho, por vezes estreito,é certo, mas sem sombra de dúvida, um caminho de verdade para a Verdade, como falar de Deus e Seu Amor pela humanidade, principalmente para o homem atual que vive com a alma mergulhada em dores e angústias, sem vislumbrar chances de cura e bem-estar, sem vislumbrar Deus e Seu Amor nesse mundo e na sua alma que sofre sem entendimento? João Paulo II falava muito do sofrimento interior do homem moderno. Acredito que ele, um santo no mundo, conhecia melhor do que ninguém o problema. E como aliviar a todos que esperam cura, alívio, que esperam no fundo amar e conhecer o amor de Deus? Somente numa vida interior com Deus e, através dela, no conhecimento do Seu Amor pela humanidade.Perdoe se falei muito, Padre...Mas segui um forte impulso do meu
coração...Gostei imensamente do seu espaço sagrado. Deus Amor e a Doce Mãe do Amor lhe abençoem e guardem sempre e ao seu caminho sacerdotal!Sua bênção!

Anónimo disse...

Relativamente à sondagem concluida, falta dizer que os católicos hoje em Portugal são:
- cada vez menos;
- cada vez mais velhos;
- cada vez mais mulheres.

JS

Anónimo disse...

As igrejas estão vazias por culpa dos padres e só deles. Aliás os males do mundo existem por culpa dos padres e dos professores. Gente perguiçosa, endinheirada e inconsequente!

Ora pensem lá, todos nós somos muito responsáveis quanto ao papel que desempenhamos - a família nunca viveu dias airosos como actualmente (por variadas razões, claro!); diria mesmo que os pais todos, e sem excepção, nunca foram tão bons quanto às suas responsabilidades. Todos os pais e mães são hoje modelos para os seus filhotes.

crónicasvitor disse...

Esta votação vale aquilo que quisermos que valha, mas queria no entanto realçar a percentagem atribuída há falta de formação, julgo que se referem à formação em matéria religiosa, parece-me que deveria ser analisada com mais profundidade. Em comparação com outras religiões, nós católicos apostamos pouco na formação, particularmente sobre o Novo Testamento. Este défice de conhecimento de grande parte dos católicos, deixa de alguma forma frágil as suas convicções, tornando-os vulneráveis perante o chamamento de outros, que muitas vezes se valem apenas da força psicológica que tentam transmitir.

Anónimo disse...

correção da anónima: preguiçosa; Família

rui disse...

Como fui um dos votantes gostava também de deixar o meu comentário a alguns dos pontos concluídos e "espicaçar" :) um pouco algumas das conclusões.

Tive algumas dúvidas acerca do ponto 2. O que quer dizer com a expressão "verdadeiros católicos"?

Embora esta interrogação não tenha uma resposta concreta no post, sabemos o que não são "verdadeiros católicos"; estes não são mal formados ou utilizando uma expressão menos danosa desinformados.

Não são indiferentes a algo, mas a quê? Talvez não sejam indiferentes a formações ou a determinados conhecimentos relacionados com o catolicismo.

No entanto uma percentagem razoável dá um forte ênfase à tradição, isto é ao testemunho que é transmitido pelos seus antepassados.

Ainda temos os não praticantes, crentes em standbye. Estes ou já foram "verdadeiros católicos" ou pelo menos católicos e algo os fez deixar de praticar (seja lá o quer dizer esta expressão); ou por outro lado esperam algo que não encontram no catolicismo nos dias de hoje.

Temos ainda os simpatizantes. Qual a diferença para não praticantes?? Quais as fronteira entre católicos bem formados-praticantes-responsáveis, simpatizantes e não praticantes?

Quanto aos anti-cléricais será uma boa forma de dizer que se simpatiza com a mensagem de Cristo, quem sabe com algumas fíguras relevantes da igreja católica mas não estão propriamente de acordo com as principais ou pelo menos as mais conhecidas e mediáticas linhas das regras da organizaçao da igreja. Direi que podem ser talvez simpatizantes mas "contra o regime" organizacional instalado. Serão talvez não-praticantes que sabem, têm consciência, do que os leva a não praticar, talvez sejam gente de esperança, esperança de um futuro distinto, uma corrente diferente!

restam a gente de fé. Esta foi a minha escolha :)

Todos eles definam-se, ou sejam definidos por outros como forem, não deixam de reconhecer a importância de Cristo nas suas vidas, por isso todos eles são gente de fé.

um dia um padre numa conferência deveras interessante depois de um fim de semana completo a falar sobre a santidade da igreja, aproximou-se e inesperadamente afirmou que a igreja de Cristo não deveria ser uma igreja de santos mas sim uma igreja de pecadores (foi um chque para os presentes) só assim se pode de facto reconhecer o que temos de menos bom na nossa vida e melhora-lá.

talvez este seja um bom ponto de partida. Sejamos uma igreja que vai ao encontro das dificuldades de cada um, aproveitando o pouco ou muito da fé que cada um tem como ponto de aprtida.

Ok, foi o que me passou pela cabeça nestes minutos.

;) Se for demasiado ofensivo a sua publicação não é obrigatória :)

Um abraço

gralha disse...

Eu gostava de participar nesta nova sondagem mas onde é que ela está?

As homilias a que assisto são muito, muito boas :)

Confessionário disse...

Gralha, às vezes acontece... tens de fazer "refresh" e ela aparece do lado esquerdo, depois da indicação do email.

gralha disse...

Muito obrigada :) Já vi e já votei.