quinta-feira, abril 26, 2007

A senhora da Côngrua

No final da Eucaristia veio desenfreada buscar a certidão de baptismo do filho. Tinha-a pedido faz duas semanas, no mesmo despacho. Vai casar-se, padre. Ainda sorri, como se ela tivesse feito ponto de interrogação no fim da frase. Pediram isso. Explicou e compreendi. Imaginei despacho para tudo. A certidão estava passada faz duas semanas menos um dia. Igualmente me despacho, para não esquecer nada de importante. Há muito uso bloco onde aponto tudo o que há a fazer. Só assim não esqueço. Ou melhor, o bloco lembra. Porque eu esqueço. No final perguntou se não era preciso mais nada. Eu respondi que não. Se pagava a côngrua, era gratuito. Explico melhor. Para facilitar a organização da paróquia, quem paga a côngrua tem tudo gratuito, sacramentos, papeladas. Contribuem com o que podem. Mas contribuam. Quem não paga, seja por esquecimento, por pertencer a outra paróquia ou por falta de generosidade, paga emolumentos. É assim que se chamam. Paga-se à paróquia. Não é ao padre. Trabalha-se com a justiça dos homens, reconheço. A de Deus é gratuita em todos os casos.
Estavam presentes mais dois elementos do Conselho Económico, e ela respondeu como habitualmente. Com despacho. Eu pago, pois claro. Tão claro como um dos presentes que exclamou. Não me parece. Deixa ver. Eles têm fichas organizadas. Desde 2000 que não há registo de qualquer contribuição tua. Ah, disse ela, corando e gesticulando desenfreada. Eu pensava que sim. Acreditem que ela vai sempre à missa e que ouve todos os avisos, porque só sai depois de ouvir o que, porventura, se avisa, não vá ser alguma coisa interessante. Pediu desculpas, prometeu e virou costas, despachadamente e envergonhada. Eu fiz de conta que nem assisti. E o do Conselho Económico acrescentou. Já da outra vez fez o mesmo, padre. Não lembra? Eu não lembrava. Não tinha apontado no bloco. Não aponto coisas menos importantes. Aproveitei para distrair da situação com umas graçolas.
Incomoda-me mais saber das coisas das pessoas que saber que essas coisas existem. Só lembram Santa Bárbara quando os trovões batem á porta. De resto, que trovejem para outros lados, que o meu lado não é esse.

25 comentários:

PDivulg disse...

Tão pouco de JEsus nesse (e noutros) conselhos económicos...

Elfo disse...

Bem haja, Confessionário por ter respondido ao meu comment no post anterior. Dos meus conhecimentos dos Evangelhos, Saulo de Tarso é quem, nas suas famosas cartas, diz que "o casamentos é bom, mas melhor fora que vos não casásseis", onde é que Sua Santidade O Cristo disse isto? Que eu saiba, em lado algum. Saulo, ou Paulo, não era um dos apóstolos que conviveram com Jesus, com Ele comiam e bebiam, com Ele iam e participavam em festas de casamentos, como nas bodas de Canan, que teria sido, talvez, a própria boda de Jesus, e eventualmente noutras festas organizadas por essas santas almas.- Não seria Paulo, como hoje se diz, mais papista que o Papa? - Que eu saiba nada está escrito nos Evangelhos algo contra o casamento. Se Maria de Magdala foi Sua confidente ou não... não ponho isso em causa, mas se O próprio Cristo tinha discípulos e discipulas, não seria normal que se casassem entre si? O fulgor da Fé seria abalado pelo amor entre os filhos de Deus? Diminuaria esse amor perante o Amor a Deus? Não acho! Se assim fosse a humanidade já teria desaparecido há muito. Houve mesmo uma facção da Igreja que nos anos 900, em que homens e mulheres, praticavam a castidade absoluta e... extinguiram-se por causa disso mesmo. Não é também verdade que só os Rabis podiam ensinar as crianças por estarem casados? E não era Sua Santidade O Cristo, Rabi?
Ó meu caro Confessionário, o Padre Fanhais, largou tudo para se dedicar à promulgação de uma vida melhor para os seus concidadãos, foi um exemplo vivo do que é uma educação redentora do povo de Deus, sem descurar a espiritualidade. Não foi o que fez também Cristo, ao dar a própria Vida pela elevação do homem como criatura de Deus? Francisco Fanhais ainda hoje é carinhosamente conhecido como "o Padre" Fanhais, e,no entanto, tem a sua vida organizada com uma família que não desrespeita a Deus! Desculpe lá, Confessionário, mas há coisas das quais teremos sempre de duvidar se são realmente "verdades" absolutas.
Emmanuel Kant dizia: " Se não tivermos a certeza absoluta acerca de algo, então tenhamos a coragem suficiente para duvidar desse "algo"".
Bom fim de semana querido amigo!

Carla Santos Alves disse...

POr mais necessário que seja...acho que é tão ridiculo!!!

Sabes no Baptizado da mimi o padre nao cobrou nada (obvio)mas o sacristão disse que era o que quisessemos dar...dei 20 €...mas achei que as coisas são feitas por devoção...é que o sacristão tem um restaurante e falta de dinheiro nao deve ter....

Carla

Confessionário disse...

Elfo, não conheço o Padre Fanhais.
Em relação à tua conclusão final parece-me que até estamos de acordo.
Mas há pormenores do teu comentário que não são tal e qual como eu conheço as coisas. Assim, por exemplo, Jesus quando convidou os seus apóstolos fê-lo claramente com um "deixai tudo e segui-me", e diz os textos que eles deixcaram família e seguiram. Há mais textos que falam idêntico.
Jesus também deixou claro como era importante o matrimónio. Basta lembrar o seu primeiro milagre...

e termino com : POIS...

Confessionário disse...

Pdivulg e Carla, amigos, como fariam neste caso? reparem que a Côngrua é a contribuição generosa para com o sustento do pároco e resulta da boa vontade das pessoas para quem o padre trabalha. Pagam`ao Cons Económico, porque, por uma questão de organização, o padre não mecvhe em dinheiros e eles no final do mês entregam-lhe um montante para culmatar as suas necessidades. Existem pessoas que nunca contribuem, mas tambem exogem serviços ao pároco. Que fazer então? Qual será a melhor atitude? Se a gente vai ao médico porque precisa dele, não lhe paga?

Eu sei que este tema é complicado0. Eu tb o acho e não tenho respostas tão claras quanto isso. Mas reconheço que há uma questão de generosidade que devia estar latente.

Mais, informo que o Cons Económico apenas cumpriu o seu dever.

mais, informo que a maior parte dos paroquianos, com a sua côngrua, não repartem 20€. Repartem geralmente muito menos. Mas repartem. Eu conheço casos de colegas que no final dos serviços que realizam dizem: é quanto quiser dar. Feitas as contas finais, acabam por receber muito mais (é uma questão de esperteza) do que aquilo que lhes seria devido. Eu já fiz uma experiência parecida. Era preferível deixar bem claro que não era mesmo nada e não aceitasse dinheiro nenhum. Mas não me interessa fazer contas dessas. Interessa-me ter uma paróquia organizada, não mecher em dinheiros, e apelar à generosidade (que devia ser uma realidade em todos os paroquianos... mas claro que se deixa a liberdade) para não acontecer, como eu conheço tb, que hajam padres que, porque outros não prepararam as pesoas neste sentido, se viram com dificuldades económicas grandes...

O dinheiro não é tudo. É quase nada. Mas organizar uma estrutura, paróquia, Igreja, que tem gastos, tem tb de ser considerado.
Gostava de ouvir mais opiniões (não simplistas, mas construtivas).

Hadassah disse...

Amigo Confessionário, deixo esta passagem para reflexão, ainda no âmbito do anterior "post":

"

I Timóteo 4:2 pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência,

I Timóteo 4:3 que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade;

I Timóteo 4:4 pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável,

I Timóteo 4:5 porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado.

I Timóteo 4:6 Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido.

I Timóteo 4:7 Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te, pessoalmente, na piedade. "


Um abraço
Hadassah

Anónimo disse...

São Paulo foi aqui citado duas vezes (Hadassah e Elfo) para se chegar a conclusões diferentes. Talvez isso não acontecesse se o lessem com mais atenção. Elfo: S. Paulo tem sempre a preocupação de distinguir o que é conselho dele e o que é a palavra que recebeu daqueles que O conheceram pessoalmente e não proíbe o casamento! Hadassah: a citação é explêndida, mas S. Paulo, e de uma maneira geral, toda a Igreja desde os tempos mais antigos, vêm na castidade uma virtude (nesta mesma carta a Timóteo,4-12:"Ninguém escarneça da tua juventude; antes sê modelo dos fieis, na palavra, na conduta, no amor,na fé, na castidade").
Sou historiadora, e conheço bem como a infinita variedade de interpretações do texto de um autor podem desfigurar aquilo que o autor pretende realmente dizer. É por isso que me conforta imensamente a promessa do Senhor de assistir a Sua Igreja através da acção do Espírito Santo - Deus não nos iria abandonar ao acaso das interpretações erradas! A entrega a Deus em espírito de pobreza, obediência e castidade é a oferta de si mesmo mais generosa que conheço ... e é entre os que fazem essa escolha de vida que a Igreja entende que deve escolher os seus sacerdotes.
Um abraço em Cristo
Joana

Anónimo disse...

Venho agora da missa e reparei que a primeira leitura ilustra bem o comentário que fiz (a conversão de Saulo nos Actos dos Apóstolos):
"Mas o Senhor disse-lhe:'Vai, pois esse homem é instrumento da minha escolha, para levar o meu nome perante os pagãos, os reis e os filhos de Israel'" (Actos, 9-15).
Jesus Cristo acompanha, de facto, a Sua Igreja!

Hadassah disse...

Joana,

Exactamente por existirem diversas interpretações, devemos pôr a hipótese de estarmos nós próprios errados.

No fundo, a bíblia considera as duas situações plausíveis. A questão é que não encontro qualquer mandamento ou obrigação para se não casar. Muitas vezes o homem quer ser melhor juíz do que Deus. O que encontro são conselhos/opiniões de Paulo:

I Coríntios 7:1 Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque em mulher;

I Coríntios 7:2 mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido.


I Coríntios 7:6 E isto vos digo como concessão e não por mandamento.

I Coríntios 7:7 Quero que todos os homens sejam tais como também eu sou; no entanto, cada um tem de Deus o seu próprio dom; um, na verdade, de um modo; outro, de outro.

I Coríntios 7:8 E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo.

I Coríntios 7:9 Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado.

I Coríntios 7:28 Mas, se te casares, com isto não pecas...

I Timóteo 3:12 O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa.



Parece-me extremamente duro e injusto que se imponha a castidade como lei, a quem queira entregar a sua vida ao serviço de Deus. Deveria ser uma opção pessoal, na minha opinião. Quantas vocações se terão perdido?

Dulce disse...

Eu concordo com a Hadassah. E senti o formigueiro da raiva a invadir-me a alma ao ler esse sábios conselhos de Paulo. Desculpa-me, Confessionário, é que não atino com este Paulo para quem as mulheres eram fonte de pecado e impureza.
"É bom que o homem não toque em mulher, mas se não se contiver, se o pecado o tentar, pelo menos lave bem as mãos depois de lhe tocar." Adaptação minha, claro!
grrr!

Anónimo disse...

Olá Confessionário,

O modelo da igreja alemã? Não seria uma boa ideia ainda que ajustado à realidade económica portuguesa?

Outra coisa, quando ia para comentar no post anterior já tinhas postado este, de maneira que a pergunta vai neste...

E lá fora? Qual é a sensibilidade da Igreja na França, na Alemanha, na Itália, por esse mundo fora para a questão do celibato? É uma coisa que se discute a um nível global? Qual é a tendência? É padres mais liberais ou mais conservadores? Tens alguma ideia?

Um fim de semana abençoado,
Maria

Confessionário disse...

Maria, o modelo alemão acaba por ter ainda menos de generosidade que o nosso! E tudo dependeria do estado.

Quanto à tua última pergunta, passa-se nos utros países o que se passa no nosso. Existem alas mais conservadores e outras mais progressistas (embora não se saiba bem o limite destas expressões). Penso que existe uma grande "insatisfação".
Por outrolado, hoje começam a proliferar uns sacerdotes de batina que assumem (digo eu, embora desconfie!) a postura do celibato obrigatório (repito que desconfio!).

O valor do celibato é intocável! O celibato podia não ser.

Hadassah disse...

Não sei se as opiniões devem ser só da comunidade...

Desculpe-me o atrevimento, mas caio sempre na tentação de me referir aos exemplos que encontro dentro da minha igreja, que é evangélica.



Neste caso existe a sugestão
do dízimo, um parâmetro de valor, que corresponde à décima parte, conforme sugere a bíblia. Mas que não é obrigatório, cada um decide perante Deus que contribuição quer ou pode dar, mediante a sua fé:

"Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida.” Ml 3.10, 11 e 12


Na Bíblia vemos que o primeiro a dar o dízimo foi Abraão
"E de tudo lhe deu Abrão o dízimo." Gn 14.20

Jacó movido a dar o dízimo:
"...de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo." Gn 28.22

Mas isto não é obrigação:

"Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra, como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre." 2Co 9.6-9).

No Novo Testamento não havia uma definição de quantidade (10%), as ofertas eram segundo as posses da cada um. Este é o mesmo entendimento para o dízimo hoje, uma doação à igreja de ofertas agradáveis.

Anónimo disse...

Hadassah:
Peço desculpa se me expliquei mal. O que eu quiz dizer foi, precisamente, que não confio na minha interpretação, mas sim na da Igreja porque Cristo Lhe prometeu que a assistiria!
Mateus, 28,19: "Ide, pois, ensinai todas as gentes, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os igualmente a observar tudo aquilo que eu vos mandei.
Eu estarei sempre convosco até à consumação do mundo".

João, 16,12:"Muitas outras coisas tenho ainda a dizer-vos, contudo, vós não as podeis compreender agora. Quando vier, porém,o Espírito de verdade ele vos guiará até à verdade integral, pois não falará de si mesmo, mas daquilo que ouvir. Ele comunicar-vos-à todas as coisas futuras".

Mateus, 16, 15-20:"...'E vós, quem dizeis que eu sou?'. Pedro, tomando a palavra, disse:' Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo?. Respondendo-lhe, Jesus disse: 'Bem aventurado és tu, Simão Bar-Jona, porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o meu Pai que está nos céus. E eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do Inferno não hão-de prevalecer contra ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus. Tudo quanto atares na terra será também atado nos céus, e tudo quanto desatares na terra será desatado também nos céus'" (ver também em Mateus, 18-18).

São estas passagens, querida Hadassah, que me fazem agradecer a Deus o dom do Espírito que, actuando na Igreja, nos leva pela mão. Às vezes é duríssimo, mas Ele nunca o escondeu, e no que se refere, precisamente, às vocações sacerdotais, esta passagem de S. Lucas mostra-o bem:
Lucas, 9, 57-62: "Seguindo o seu caminho, foi ter com Ele um que Lhe disse:'Seguir-te-ei para onde quer que vás. Jesus respondeu-lhe:'As raposas têm covas; as aves do céu ninhos; porém o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça: A outro disse-lhe: 'Segue-me'. Ele respondeu: Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai. Ele respondeu-lhe: 'Deixa que os mortos sepultem os seus mortos; tu, porém, vai e anuncia o reino de Deus'. Um outro disse-Lhe:'Seguir-Te-ei, Senhor, mas antes deixa que me despeça dos da minha casa. Jesus, porém, disse-lhe: 'Todo aquele que depois de ter posta a mão ao arado, olha para trás, não é apto para o reino de Deus".

Repare, Hadassah, nas vocações que se perderam sob o olhar de Jesus Cristo...
Um abraço

Joana

Anónimo disse...

Relativamente à côngrua que dê quem quer. Quem não quer dar que não dê.

Agora, não façam como na minha terra, onde não havia o hábito de contribuir, mas o padre colocado há 3 ou 4 anos viu a paróquia sem dinheiro e decidiu escrever às famílias explicando com clareza o que pedia. Houve pessoal (gente muito "aficionada" à missa e a tudo que seja rezar o terço) que foi para o café dizer, que o padre queria saber quanto é que cada um ganhava e que obrigava que cada um lhe desse o salário de um dia.

Eu recebi a carta e o padre não perguntava quanto é que ganho nem me obrigava a nada. Dei o que em minha casa se decidiu dar.

Claro, que as orelhitas do padre de vez em quando devem arder. Ora o padre quer acabar com as procissões (não sei se é verdade, mas acho muito estranho), o padre tem um carro muito bom (não é o caso e o carro tem o dobro dos anos da permanência aqui na terra), o padre vai para a discoteca (dúvido, só se for à semana. Ele chega a maioria das vezes a casa à mesma hora que eu. Entre a meia-noite e a uma. Que eu saiba as discotecas funcionam muito mais tarde).

Não estou a dizer que o padre não tenha defeitos ou opiniões contrárias aos paroquianos, agora não inventem.

Claro que relativamente às idas do padre à discoteca, a minha mãe que tem 74 anos, disse às senhoras que fizeram o comentário, que se ele vai à discoteca faz muito bem e até devia casar. "Está ali um homem fechado entre quatro paredes. Tem algum jeito!"

Eu acho que o padre não dá tempo de antena às cuscas e elas vingam-se! Ou será que sonham em ir para a discoteca com o padre, mas não vêem como?!. Evangelizar, está claro!

Teodora

Anónimo disse...

Confesso que quando li o título pensei que também havia uma santa da côngrua? ahahah

Teodora

Ver para crer disse...

"O valor do celibato é intocável! O celibato podia não ser."

Bem dito!
Ninguém vai pôr em causa o valor do celibato na Bíblia: “Há eunucos que se fizeram a si mesmos eunucos pelo reino dos céus. Quem pode compreender, compreenda” (Mt. 19, 12).
Porém na própria Igreja Católica sempre houve - sobretudo no Rito Oriental - mas também entre nós, padres casados com a bênção da Hierarquia.
Se era bom que houvesse mais padres a viver em matrimónio também na Igreja católica de Rito Romano, sou de opinião que sim.
Embora me pareça que isso não resolveria grande coisa.

Anónimo disse...

Isto parace que quando toca a dinheiro.´..a coisa fica complicada, mas não tem nada a ver, claro que tem que haver quem organize as finanças da paróquia, claro que tem que haver contribuição dos paroquianos, claro que o padre tem que receber um salário, ou estão a pensar que ele vive de quê?
Oa padres fazem votos de pobreza (acho eu...) mas essa pobreza é sempre relativa, eu não conheço nenhum padre que viva na pobreza, não digo que dêm muita importãncia aos bens materiais, mas a verdade é que ninguém gosta de passar mal e claro que os padres também não, isso é normal, porque não se pode viver sem bem materiais, o que importa é que estes não assumam destaque em relação aos bens espitituais.


Pois...a senhora anda-se a esquivar á cõngrua, e ela nunca a vai pagar...

Luisa Oliveira

Confessionário disse...

Ver para crer... tal e qual como eu penso. Tb nao sei se resolvia tudo!

Anónimo disse...

Acho mesquinho que as pessoas ao contribuirem para a manutenção da "sua" igreja comecem a fazer comentários dessa natureza!!! É óbvio, e todos nós sentimos na pele,que sem dinheiro nada fazemos... nas outras "religiões" todos contribuem e nada comentam... e nós, os cristãos estamos sempre a nos esquivar de contribuir... como se por encanto as coisas caissem do céu !!!! Acho que, na sua grande maioria, os sacerdotes são extremamente generosos, e o pouco que ajudamos é sempre recebido com um grande sorriso e um muito obrigado, quando nós é que deveríamos agradecer-lhes por terem deixado tudo e estar sempre disponíveis para nós!
Obrigado Padre, e não tenha problemas desses, ainda bem que você disse "sim"
Shalon!

Anónimo disse...

"Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".

No entanto, parece que actualmente, ninguém quer pagar nem a um nem a outro.

Talvez, fruto de uma mentalidade social e política, que se foi desenvolvendo erradamente, em que quase ninguém quer ser governado por partidos de esquerda, mas apesar disso, estão constantemente a exigir que seja o Estado a subsidiar tudo e mais alguma coisa (se possível até fugindo ao fisco);
entendem também ser de direito usufruir dos benefícios espirituais da Igreja sem para os quais ter de contribuir, porque são serviços que devem ser gratuitos. De acordo. Só que se esquecem que o dinheiro não cai miraculosamente do Céu, nem sequer para a Igreja, e fingem não se aperceberem que a Igreja, à semelhança das nossas casas, tem de ser mantida: há a luz, a água, os serviços de limpeza, as obras, etc., que têm de ser pagos.
Há depois, a honesta sustentação do padre.

E há muito egoismo e suvinice por parte dessas pessoas que pensam ter o direito a tudo, mas não sentem o dever de contribuir e participar em nada e com nada. Só Deus sabe e os poderá julgar. Conforme a generosidade ou não da sua dádiva, assim serão recompensados.

Todavia, se quem não paga a côngrua, o que acontece muito nas grandes cidades, mas contribui, de alguma forma, com algum do seu pecúlio, sempre que entra numa Igreja, e se ainda, pagar as Celebrações que contrata, cumpre mesmo assim o seu dever.

Mas existe aqui uma questão, no que toca à sustentação dos padres, que me parece de profunda injustiça, procedimento que devia ser modificado em sede própria, pelos Bispos: há párocos que sendo de paróquias pequenas e pobres, vivem em dificuldades económicas, ao passo que os seus colegas de paróquias ricas e densamente populosas, vivem desafogadamente, alguns no luxo e vão passar férias a S. Tropez!, o que, na minha óptica, é escandaloso.

Penso que o dinheiro devia ser arrecadado para um fundo comum e distribuída uma mensalidade igual por cada pároco. Pois para trabalho igual, salário igual; semelhantemente, os párocos têm a mesma missão e funções - a retribuição para a sua sustentação devia ser também igual.

Anónimo disse...

O Hepta falou muito bem, mas eu até diria que, provavelmente, as altas patentes da Igreja prefere que cada um ganhe na medida do que lhe é dado, para estimular o padre a um certo espiríto de angariação de fundos, obedecendo a uma lógica de "venda à comissão".

Atenção que eu não estou a dizer que os padres fazem/querem/gostam/apreciam/ ou que lhes agrade a chamêmos-lhe "venda à comissão" para fórmula de cálculo salarial! Acho que são apanhados no meio do sistema e não podem "piar".

Tenho a sensação que os chefes não ligam muito para o que os padres pensam ou sentem. É só uma impressão, não sei se é verdade.

Desconheço a leitura que as altas patentes fazem das paróquias ricas e das pobres. Pelo menos espero que se lembrem que nas cidades a maioria das pessoas marimba-se para o padre e para os problemas financeiros dele!

Teodora

Anónimo disse...

Será que os padres das paróquias finaceiramente mais desafogadas estariam disponíveis para partilhar os ganhos com os colegas das paróquias mais pobres?!

Teodora

Confessionário disse...

Teodora, o "sistema", como dizes, não está assim tão montado. Como falas, parece que se trata de uma organização estatal do mais complicado que existe. Também não é bem assim Pelo menos por aqui as coisas são mais simples. E também cuido que os padres não esperam mais que aquilo que têm ou que lhes é dado de bom grado. O Evangelho não gira à volta de dinheiros ou estruturas.

Quanto ao que perguntas relativamente aos padres partilharem. Acredito que houvesse quem o fizesse de coração aberto e desconfio que houvesse quem não estivesse interessado em o fazer. Há padres que partilham com facilidade e haverá também quem não saiba partilhar com essa facilidade. Na maioria, penso que os padres são generosos!!!

Anónimo disse...

Hello foi a 2ª vez que vi o teu blog e reflecti muito!Bom Projecto!
Adeus