quarta-feira, janeiro 24, 2007

Só faltei a três missas, disse

Hoje levei o confessionário às casas dos doentinhos. Aqueles que não podem deslocar-se ao confessionário. Bem pesado. Não sou carroça. Mas está bem engalanado. Sorriso nos dentes. Boca com mensagens de esperança. E fui. Andei toda a manhã. Soube-me tão bem. Não só porque levei Jesus na confissão aos doentes. Mas porque levei conforto para amar, amor para dar, esperança para transpirar e palavras para fazer sorrir. Foi bom. Mais para mim que para eles. De certeza.
E às tantas. A berrar. Diga lá então os pecados. Depois de umas tantas virtudes. Sim, porque os pecados de alguns são mesmo virtudes. Sai. “Só faltei a três missas”. Não entendi logo. Aquela senhora já não sai de casa há anos. Não pode ir à missa. As pernas não deixam. Como só pode ter faltado a três! Já estava para dizer que não havia problema. Nem pecado. Que tinha de aceitar com humildade essa fragilidade. Que Deus não ficava nada zangado por ela não poder ir. Que aliás olhava mais para ela porque amava os doentinhos. Isso sim. Que ficasse na paz. Eu sei bem o que é não poder ir à missa para estas pessoas. Mas, sem que eu tivesse tempo para passar do pensamento às palavras, ela continuou. “Foi um dia em que me enganei no horário, e quando liguei a televisão já tinha acabado. Foi outro dia em que não havia luz. E o outro, distraí-me.” Esta mulher estava a confessar que tinha faltado três vezes à missa da televisão. Fez-me pensar tanto!

7 comentários:

Anónimo disse...

Assim se vê a fé de cada um!...A fé move montanhas....

A paz vem de dentro de ti própio, não a procures á tua volta.

Deus está em nós, e em todos os momentos da nossa vida.

Beijinhos

Andreia Neno

Elsa Sequeira disse...

Olá Amigo!!!

Que lindo! Que lindo!
Já estou a ver-te a ti e aos teus doentinhos a sorrir a sorrir! Que bom!!! Que amor, lindo!!!
E a senhora...faltou a três missas...oh! tão querida!! Mas é é perante estas situações que me sinto muito pequenininha mesmo, porque nós que podemos ir a todo o lado, não pensamos nesse facto, que é tão louvável, mas que não lhe damos o devido valor, e talvez só pensamos nele, quando se nos deparam assim situações!
Obrigado por este momento, lindo, lindo, lindo!!

beijinhos!!!

Caminhante disse...

A estes que a sociedade encara muitas das vezes como "os cancros" da sociedade eu lhes chamo os mestres e os santos das sociedades, pois ainda que doentes e idosos a sua fé e sabedoria é mais jovem do que a de muitos de nós.

Abraço

Anónimo disse...

A missa de Domingo na TV foi para mim o meu primeiro contacto com a Igreja. Foi aí que aprendi a rezar o Pai-Nosso. Todos os Domingos me sentava em frente à TV e repetia o Pai-Nosso. Tinha na altura os meus 8 ou 9 anos...
Maria João

Confessionário disse...

Maria João, foi por essas e por outras que fiquei a pensar naquele dia. E já tive outra experiência, quando, aqui há uns anos, presidi à Eucaristia através da TV. As mesnagens e telefonemas choveram... e

Anónimo disse...

A felicidade está na capacidade que temos em dar e nos darmos. Este é, na verdade, um dos ensinamentos mais bonitos e verdadeiros que a vida me proporcionou. Todos buscamos a felicidade e, paradoxalmente, todos a temos tão perto... A leitura que fiz deste poste também me troxe até cá. Pensem nisto, experimementem e... sejam FELIZES!
Um abraço

Anónimo disse...

Mesmo doente.. ela nunca deixa de ir á missa, mesmo sendo transmitida na tv.. isso é que é a fé a falar. :)