quarta-feira, outubro 23, 2024

uma Igreja poliedro

Da janela do quarto onde me encontro a aprofundar assuntos de fé, teologia, pastoral e evangelização, vejo o pátio de uma escola, ou melhor, um campo sintético onde os alunos passam os recreios atrás das bolas. De vez em quando o barulho é quase ensurdecedor. Mas acaba por favorecer um momento de pausa e descanso. Um destes dias abeirei-me da janela, que abri, e chamou-me a atenção as muitas bolas de diversos tamanhos que os miúdos perseguiam, animados. O campo tem quatro balizas, mas tudo servia de baliza para marcar golos. Parecia estar a assistir a vários jogos de futebol em simultâneo. Era um corrupio de alegria e companheirismo. Os miúdos misturavam-se e era difícil perceber de que jogo ou equipa faziam parte, pois cruzavam-se bastas vezes, eles e as bolas, sem que isso perturbasse a alegria e o entusiasmo do jogo, ou melhor, dos vários jogos em simultâneo. Aquelas crianças eram a prova de que a fraternidade pode coexistir com a diferença e a confusão, desde que o essencial seja o mais importante. Por mais diferentes e variados que sejam os jogos, programas, planos, dinâmicas ou perspectivas, o essencial, na sua pureza, pode unir. Enquanto admirava a cena, pensava na Igreja que vou imaginado como um poliedro. 
 
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Pedi uma Igreja diferente"
Foto © Mauro Borghesi/Pixabay

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