quinta-feira, maio 21, 2020

prantear [poema 261]

As carpideiras deixaram rastos
Nas grandes catedrais de betão
Entre os caminhos de terra gastos
Entre destroços do coração

Ó mulheres, que vida tão triste tendes
Chorar pelo que não é vosso, mas vos toca
Passa entre as mãos e os vossos terços
Que passais a correr,  de boca em boca

Levai vossos cântaros de água daqui
Para longe guiai essa dor que bramis
Lavai nos tanques a roupa que escureceis
Deixai que o luto mate quem vós matais

entre papeis

3 comentários:

Anónimo disse...

que grande pranto, padre!

Anónimo disse...

Os destroços do coração, cantam, chorando de saber o que leva na mente,mais calada e aflita. Que bom, que Deus, alimenta com esperança de um dia com novo tempo. Sabeis o calor, de uma forma tão fechada, em ansioso corpo, deste mundo. De qual un dia será lembranças.

Ailime disse...

Boa tarde Sr. Padre,
Um outro estilo de poesia, mas muitíssimo profunda e que não me sinto à altura de comentar como gostaria.
Fico a meditá-la.
Bom fim de semana, com saúde.
Ailime