quinta-feira, outubro 31, 2019

Perante a morte

Faz oitenta e oito anos no próximo mês, se assim Deus o permitir, como me disse. Está acabadota. Não pode comer como a maioria das pessoas. Tudo passado. Tudo papas. Tudo quase líquido Tem um pace-maker. E com ele tem mais umas dezenas de coisas que não sabe bem. Vai indo, cheia de energia, porque assim foi sempre. Vai resolvendo a saúde com essa genica. Mas sabe que não há-de faltar muito tempo para ir para o Pai. E diz-me que está contente. Quer viver, mas também deseja, no seu íntimo mais íntimo, chegar a esse momento. Tem muita curiosidade em saber como será tudo. Disse-mo entusiasmada. Estou a imaginar, padre, que deve ser lindíssimo. Deve ser tão bom!

6 comentários:

Anónimo disse...

Lindo. Também gostava de um dia pensar assim!

Anónimo disse...

Depois disto: um merecido soninho.
Boa Noite.

Anónimo disse...

Esta bem, com a espiritualidade, com fé em Deus, já basta, em final de viver neste mundo. As vezes belo, mas ingrato por acaso de alguns destinos.

Anónimo disse...

maravilhoso....

Anónimo disse...

também me agradou muito esta leitura...

Ailime disse...

Boa noite Sr. Padre,
Uma idosa da idade da minha mãe...que, graças a Deus, ainda está bem.
Tenho constatado pelas visitas que faço regularmente numa Casa de Repouso, que à medida que a idade avança há uma maior aceitação perante a morte.
O testemunho dessa senhora confirma-o num atitude muito bela, de pacificação, de fé e esperança no acolhimento do Pai.
Ailime