segunda-feira, agosto 21, 2017

Uma católica que não pratica muito

Padre, eu não vou à missa, mas acredito. Sou católica mas não pratico muito, disse ela enquanto jantávamos à mesma mesa. E depois de lhe perguntar que significava para ela acreditar, foi asseverando que de vez em quando rezava e que para ela Deus existia e acabava por ser importante. Fez-me recordar aqueles meio-católicos que aprendem a sê-lo como religião de vontades extemporâneas. Essa religião que é fruto da educação, mas que não implica senão uma filiação numa instituição que se chama Igreja católica. 
A Ana está prestes a casar. Por isso lhe perguntei se o facto de ela acreditar no noivo, acreditar que ele existe ou que é importante para ela, ligar-lhe de vez em quando, sobretudo quando se lembra ou precisa de alguma coisa dele, lhe bastava. Sorriu para mim e respondeu que não. E que acharia se apenas de vez em quando tivesse oportunidade de tomar as refeições com ele, mesmo depois de casados. Ó padre, isso seria muito mau. 
Pois passa-se o mesmo com a fé. Não basta acreditar que Deus existe, lembrar-se dele algumas vezes, achar que ele é importante no sentido de ser coisa grande. É preciso que a gente viva partilhando com ele, confiando nele, querendo-o, vivendo com ele e nele, amando-o. É preciso tomar a refeição com ele. É preciso vê-lo como alguém importante, melhor ainda, imprescindível, para que a minha vida faça sentido. É isso que é ter fé. É isso que é ser católico.

3 comentários:

Anónimo disse...

Dizia-me um dia um Pe., que ir à missa com regularidade, por si só, não fazia de ninguém um verdadeiro cristão. Enquanto que ninguém seria verdadeiramente cristão se não participasse com regularidade na Eucaristia.

Anónimo disse...

è assim mesmo...Ele está presente em todos os momentos da minha vida, nos bons e menos bons, apesar de estar muito longeeeee de ser uma católica "perfeita", mas tenho consciência que Ele é parte da minha vida..
A maior parte das vazes tenho que estar sempre pedir desculpa, mas também lhe agradeço muitas vezes...também sei que posso melhorar muito, mas...há sempre um mas pelo meio, mas Ele sabe o quanto eu gosto dele, pois "conversamos" muitas vezes.
Eu não sei o que seria de mim sem Ele..
Bj

Anónimo disse...

eu acho que temos de repensar muito a forma como a Igreja Católica tem vivido!