sábado, setembro 03, 2011

Entre mim e Deus não há nada.

Entre mim e Deus não há nada. Não há as pessoas que não gostam assim ou assado. Não há o bispo. Não há os colegas. Nem há sequer a família. Eu diria que nem há a Igreja, embora saiba que sem ela não consigo ter algo com Deus. O que eu quero dizer ou sentir com o que estou a dizer é que a minha relação com Deus é minha. Não é de mais ninguém. É um tu a tu. Como devem ser as relações de amor. Eu preciso dos outros para Deus entrar na minha vida. Preciso deles para os amar, porque Deus quer que os ame. Preciso deles porque Deus também quer precisar. Preciso deles para viver solidário e não solitário. Preciso deles para ser Igreja. Preciso deles, porque sem eles não existe Deus na minha vida. Mas entre mim e Deus não há nada. Ou melhor, há o amor que é tudo. O resto é um nada. Ou melhor, o resto é um muito que, comparado com o que existe entre mim e Deus, não é nada. Por isso não quero nada entre mim e Deus.

22 comentários:

concha disse...

Ainda bem que escreveu este post,porque vem confirmar o que penso, mas nem sempre ouso dizer.Já tenho dito, que um dia quando partir, frente a Deus,sou eu e Ele.O que poderá chocar mais é no que respeita à família.Foi-me dada por uma razão que desconheço,mas lá junto a Deus,pais,marido, filhos...serão como todos os outros.A relação de parentesco é daqui.Ali onde Deus está somos todos amados e igualmente amamos.Peço-lhe que me corrija se algo não for assim.
Bom fim de semana.

Anónimo disse...

Um texto pequeno, mas de uma profundidade extraordinária.
Pouca "palha"... muita oração!
Obrigado colega, por me ajudares a rezar através destas palavras...

Abraço

LPS

Anónimo disse...

Boa noite,
Magnifico este post.

Eu diria
Entre mim e Deus não deveria haver nada... mas há.

Há medos, preconceitos, desejos, pessoas...
Existe uma imensidão de dúvidas.

Desejo uma relação onde sejamos apenas Eu e ELE.






Será por isso

Anónimo disse...

Texto muito belo que revela a essencia daquilo em que acreditamos. Sinto que todos os que nos rodeiam servem para a nossa santificação, mas entre nós e Deus, não há nada. Liga-nos o amor do tamanho de tudo! Zn

Maria Zete disse...

Sabe Padre, é exatamente assim que sinto a minha relação-amor com Deus, só nunca tinha conseguido palavras para expressar de forma tão certa e tocante. Lindo texto, de uma profundidade verdadeiramente tocante. Abraços em Cristo.

Vilma disse...

Eu entendo o seu texto e onde deseja chegar.
Mas eu acrescentaria, que entre si (ou eu) e Deus, está Jesus.
Ele que permite essa relação maravilhosa do "Eu e Deus".
Sem Jesus, isso não seria possível!

maria disse...

escrevi um comentário e penso que se "perdeu". Vou repetir (mais ou menos):

Estás muito reformista. Então que fazes à "mediação" da Igreja?
Um exemplo dela: Há dias, em Madrid, foi anunciado o perdão a todas as mulheres que se fossem confessar dos abortos praticados. Isto durante as JMJ. Como confrontas este exemplo com o teu texto?

E, sobre o mesmo, faço outro reparo: confrontando-o com o Evangelho a questão não é: de quem preciso eu, mas quem precisa de mim? Aliás, é esse o ministério para o qual foste ordenado, não?

Abraço

laureana silva disse...

Muito bonito cheio de sensibilidade e de fé, foi assim que senti este "post"
Grande abraço.
Maria

Anónimo disse...

Tudo bem. Amar a Deus, não custa nada...agora, amar o próximo, tem que se lhe diga...

Confessionário disse...

eu diria que, se for genuíno, amar a Deus custa muito...

Confessionário disse...

Ohh Vilma, para nós Cristo é Deus. Faz parte da Santíssima Trindade! bj

Confessionário disse...

maria, não leste no meu texto a mediação da Igreja?!

Anónimo disse...

Confessionario,

Eu não tenho dúvida alguma, amar a Deus custa mesmo muito, dói, dilacera-nos por dentro...
Como dizia num comentário " se for genuino... " põe a nu todos os os nossos falsos moralismos...
De cada um em particular DEUS só quer que O amemos acima de tudo e ao próximo como a nós mesmo.

Falo apenas por mim, a dificuldade está mesmo, em amar-me a mim mesma, aceitar-me naqueles instintos mais primários, e que são a origem de todo o mau estar.

São instintos de posse de protecção de carências e por aí fora... são eles que se interpõem entre mim e Deus.

Fique bem,

Anónimo disse...

Ei Confessionário! Explica lá essa de " se for genuino..."
O amor a Deus se for genuino...dói...e o amor ao próximo, se for genuino não doi?...Que o diga a Madre Teresa de Calcutá.

Confessionário disse...

Olá, anónimo último
Por dizer que um doi, nao estou a dizer que outros nao doam, não é?

A frase foi so para explicar que o amor a deus tb doi.

Peregrina Repetente disse...

Olá Confessionário:
Vejo que andou a ler Frei F. Ventura no "Do eu Solitário ao nós Solidário", certo? e fez muito bem ele é maravilhoso, e apela exactamente a essa relação do Tu com Deus, sem "salamaleques" sem etiquetas.
Um abraço

Dulce disse...

É exactamente assim que quero a minha relação com Deus. Sem intermediários.

Caminhante disse...

Boa tarde! Há muito que sigo o seu blogue e admiro-o e respeito-o muito pelo que escreve!
Tenho duas questões: porque é que diz neste post que sabe que sem a Igreja não consegue ter algo com Deus? Não podemos nós, simples mortais, acreditar em Deus e não na Igreja?
Há já algum tempo que tenho vindo a pensar nisto.
Muito obrigada. Cumprimentos.

Confessionário disse...

Olá, Caminhante,
Acreditar em Deus de forma abstracta não exige a mediação da Igreja, penso eu. Mas isso é pouco. Quem ama este Deus que eu amo, precisa de ser Igreja, comunidade de Deus Amor...
Desculpa se nao me explico bem... mas neste momento não tenho "espaço" para muitas mais palavras. Achei so que tinha obrigação de te responder. Talvez alguém possa ter mais palavras... para te dar uma resposta mais simples e mais funcional.
abraçao

Anónimo disse...

Enquanto lia o seu post pensava precisamente como a "caminhante"...! Nunca experimentei tentar me afastar da Igreja para saber se é possivel ter algo com Deus longe dela...fico mts vezes tentada a isso! Mas depois não consigo, porque tenho noção que foi a Igreja que me deu a fé e fico questionar-me se será possivel alimentar essa fé longe da Igreja?
bjs

Anónimo disse...

Este "post" é, sem dúvida, um dos melhores que tu tens. Cola-se. "Entre mim e Deus não há nada"... Este face a face é tão perfeito... Quem me dera ter esta intimidade com Deus (acho que nem a tenho no eu comigo)..., nem que nunca a tive com ninguém... És um afortunado... Eu estou a tentar (e a falhar) obrigada por me teres apontado o caminho!

Confessionário disse...

Tb acho que este post é dos mais profundos que já escrevi!
Mas acredita que sou tão afortunado como tu, pois ainda estou a tentar (e a falhar)...