quarta-feira, outubro 27, 2010

Um grande padre

Há tempos escreveu-me falando sobre a sua atracção pelo padre da paróquia e sobre a dúvida em contar-lhe tudo. E a minha opinião foi que não contasse. Que tentasse ultrapassar sem nada revelar. Dizia que talvez fosse melhor para ambos. Que talvez fosse mais fácil para ele não perceber. Que talvez e outro talvez e outro, nas certezas ou dúvidas que tinha no que estava a dizer-lhe. A certeza do que seria melhor para a Igreja, para o sacerdote, e a dúvida do que seria melhor para a mulher e para o homem. Mas disse o que se me ofereceu dizer no momento. Ela deu-me, depois a razão, e agradeceu. De facto não tinha sequer coragem para enfrentar as consequências desse amor.
Ontem escreveu-me assim e eu copio quase na íntegra e com autorização.
Hoje vou revelar como o tempo passou e o sentimento não passou. Antes cresceu ao ponto de não conseguir contê-lo. Por e-mail contei-lhe tudo. Ao que ele me respondeu. Não é pecado se apaixonar. É uma coisa que não se pode evitar. Pecado é ir contra a vontade de Deus. Por isso, temos de perguntar a Deus para que suscita estas coisas, e estar atentos para não escolher o caminho errado, que não faria nenhum dos dois felizes. Por isso acho que a distância pode ser útil. Com o tempo, tudo ficará claro. Depois voltaremos a falar. Cuida-te. Um beijo. Deus te abençoe.
Perguntava no final o que eu achava. Eu não achei muitas palavras para dizer. E escrevi-lhe com poucas. Esse padre é um grande padre!

63 comentários:

Canela disse...

Muito bonita a sua resposta e a dele.

Denotam respeito e boa formação.

Caramba, mas isso é cá um "embróglio"...

Que N. Senhor os ilumine e guie.

laureana silva disse...

Gostei de ler este texto. Apesar do seu ministério os padres são homens e como tal podem suscitar paixões e amores que podem ou não ser correspondidos.
Gostei, Gostei muito da resposta desse padre, calma e tranquila, fiel à sua vocação. Que Deus o fortaleza só Ele sabe as suas lutas
e o seu bom senso. Além de um grande padre, um grande caracter, um grande HOMEM. Peço para ele que o Senhor caminhe atrás para o proteger, á frente para o iluminar, e ao lado para o amparar.
Paz e bem!
Maria

Anónimo disse...

Realmente "a distância pode ser útil. Com o tempo, tudo ficará claro"... o mais complicado é quando mesmo depois da distância, quase 8 anos, quando se encontram é como se não tivesse havido distância nenhuma...como se tivessem se visto e falado todos os dias.. e aí, o que fazer... Fica a pergunta, e se ao inves de separados , tivessem ficado juntos? se 8 anos não fizeram o sentimento acabar, não era passatempo. E o que fazer agora? É conplicado, muito complicado...

Unknown disse...

Louvo a Deus pela vida deste sacerdote, que certamente deu essa resposta cheio do Espírito Santo!!

Que esse post sirva de testemunho a todos, Padres e nós, leigos.

Anónimo disse...

Olá a todos,
Peço desculpa pela ousadia mas, assino por baixo do comentário da Maria.
De facto Ela disse tudo.
Pr

Anónimo disse...

"Uma grande mulher"

Olá conf!

Escolheste mal o titulo... Tou a brincar! Mas secalhar até é verdade.

O padre soube responder, mas para ele responder foi necessario a coragem da mulher.
Não sou apologista de que cada vez que uma mulher se apaixona por um padre logo lhe vá a contar. Admiro a coragem desta, que com o passar do tempo o sentimento não morre e têm a coraguem de o confessar.
As palavras dele são muito sabias, sem sombra de duvida. " por isso acho que a distancia pode ser util".
Quando nós não podemos estar com alguem, não podemos olhar duas vezes seguidas para essa pessoa, temos de agir como dois simples conhecidos, o que acontece? Distanciamo-nos!
E foi o que ele pediu.
Pediu distancia.
Conf.
Quando nós não gostamos de alguem, mas esse alguem gosta de nós, não nos sentimos encomodados, mas quando o sentimento é reciproco, e não o podemos ter, ou não é conveniente,temos de arranjar maneira para nos afastarmos.
Não convivemos, não vemos, esquecemos.

Um abraço!

Alexandra

Anónimo disse...

Não entendo o que têm os padres para que tantas mulheres andem atrás deles!

Anónimo disse...

Obrigado Padre por ser um verdadeiro Discípulo de Cristo.

Convido-o a Visitar Santa Maria de Scala Coeli.

Anónimo disse...

Ó Confessionário, já viste quantos comentários não tens ultimamente?!

Não será melhor pensares em acabar com este blogue?!

Ainda me lembro quando este blogue era um espaço em que o contributo de todos tornava-o ainda mais rico. Éramos uma comunidade cristã virtual. Agora já não sei, não.

Eu também não comento muitas vezes. Mas hoje lembrei isto. Não me leves a mal.

Canela disse...

O Confessionário não deve acabar!

O que nasceu daqui... e que só o autor terá o verdadeiro conhecimento... é muito mais, do que aquilo que se vai lendo nos comentários!

laureana silva disse...

Peço desculpa ao comentador anónimo,desde que conheço este blog, sempre gostei muito dos textos expostos. Não são melhores nem piores, são diferentes.
Não acabe com o blog, por favor.
Maria

concha disse...

Aqui há a coragem de colocar assuntos que suscitam comentários que fazem cair "capas".É bom que que as pessoas possam ser verdadeiras, isso faz toda a diferença.
É claro que não deve acabar.
Um abraço na Paz

Utilia Ferrão disse...

Tudo na vida deve ser bem pensado
Esse padre parece-me ser ponderado e sabe esperar e não tomar decisões de cabeça leve.

Todos nós devemos saber tomar decisões, mesmo entre leigos.


Por vezes vale mais um bom pai de familia que um padre frustrado.

Na verdade tudo isto requer grande discernimento, muito altruismo e sobretudo muito amor.

Ás vezes passo por aqui e gosto do seu espaço.
Que o Espirito Santo os ilumine
Utilia

Confessionário disse...

Olá, amigos...
Eu não pretendo acabar com este espaço. Até porque el me serve para meditar. É uma das minhas formas de formação.
Mas reconheço que há uns tempos a comunidade virtual que girava à volta deste espaço era mais interventiva. Havia verdadeiros diálogos nos comentários. Eu crescia com imensos deles (não quer dizer que agora não os haja que me provoquem o mesmo efeito também).
É engraçado também que as pessoas que me visitam vão mudando, consoante necessidades e épocas.

Mas o anónimo fez-me pensar. Existe algum esforço por detrás destes textos. E tem-se a certeza do efeito e do fruto deles com os comentários que existam. Se são poucos, surge sempre a questão: eles estão a ser necessários?

Anónimo disse...

Olá bom dia,
Para todos,
O seu Blog para mim, ultimamente tem sido um refugio, um espaço onde entro sem qualquer complexo.
Prometo comentar mais.
PR

Luisinha disse...

Olá Confessionário!
Não sou nenhuma adivinha para saber se o padre realmente gostava dela. Se a amava, poderia manter a proximidade mas sem intimidades, talvez como sempre foi, não sei. Ou poderia optar pelo que optou: a distância.
Um dia Deus criou-nos. Homem, mulher. Um dia, alguém se lembrou de instituir o celibato. Os padres não podem constituir família; não podem amar e ser amados; não seriam dignos de servir a Deus se amam uma mulher. Mas o que vale mais? A Palavra de Deus, ou aquilo que um dia alguém se lembrou de instituir??? Isso faz-me imensa confusão...
Desejo sinceramente que um dia isso deixe de existir, porque é sempre deprimente deparar-me com pessoas que são apaixonadas e simplesmente não o podem viver e nem sequer demonstrar! E quando vão pedir opiniões, quem as dá tenta "abafar" mais ainda a situação, talvez para não ferir susceptibilidades, ou para respeitar o que está instituído. Acho que a igreja de hoje simplesmente não deixa as pessoas amarem. Vemos que na igreja ortodoxa os padres são casados, têm esposas. São diferentes ou piores por isso?! Não me parece...
Não deixar os padres amarem é muita hipocrisia!! Mas isto é a minha humilde opinião...
Desejo à pessoa que ama o padre muita coragem, força, e que ela possa ser feliz !!

Sónia disse...

Caro confessionário,
há muito que visito o nosso/vosso blog e nunca comentei.
Respondendo apenas e só à sua questão de 02/11 às 10:41, se serão necessários, claro que sim, ainda que apenas um comentário, ou nenhum mesmo. O confessionário é um espaço que nos faz pensar, reflectir e meditar.
No mínimo ajuda-nos a relaxar ao ouvir as músicas na página principal do blog.

Quanto ao post em si, certamente esse padre é um grande padre, mas antes disso e mais do que isso é um GRANDE HOMEM.

A todos deixo um abraço fraterno em Cristo

Luisinha disse...

"Não entendo o que têm os padres para que tantas mulheres andem atrás deles!"

Os padres não têm nada, são homens como os outros, e por isso é perfeitamente normal que alguém se apaixone por eles ou que até eles se apaixonem por alguém! Um dia, na vida de cada um de nós, sempre surge um amor mais ou menos correspondido. Porque é que com os padres seria diferente?!

Talvez de facto os comentários a este blog andem meio devagar... Até dá a sensação que é um "desânimo colectivo" eheheh.
Amigo Confessionário, isto é como as ondas da maré: ora vai, ora vem, ora enche, ora esvazia... O ser humano é um "bicho estranho", é de ciclos, não ligues! No fundo, estamos todos aqui! ;)

Anónimo disse...

Na minha modesta opinião, não é pelo número de comentários que se pode medir a utilidade e interesse de um blog. Já pensou quantas pessoas podem por aqui passar anónimas, quantas poderão ser habitués e nunca ter escrito nada.
Os caminhos de Deus são insondáveis e cada vez mais a net é um meio privilegiado para chegar ás pessoas, ao seu interior.
Parabéns. Continue. Gosto muito do seu blog e da mensagem que aqui é veiculada.

Anónimo disse...

eu sou uma daquelas pessoas que vem cá e não comenta. Não sinto essa necessidade e, quando a sinto, não sei como me expressar para conseguir dizer o que realmente pretendo. Se "ouço" e não reajo não quer dizer que não o "ouça" com o maximo da atenção. "Ouço" e quero continuar a "ouvir" este grande padre que conheci pelo o que me diz quando escreve e quando sinto este aconchego a ler, conforto que raramente sinto por mais discursos e reflexões que faça com pessoas fisicamente de verdade, mas espiritualmente falsas.É o que sinto. Acredito que tem aqui muitos mais do que aqueles que o ouvem nas igrejas os seus Sermões. Mas ao contrário de lá não os identifca, não tem rosto mas "ouvem-no" com coração.

Obrigada por esta partilha

Maria Oliveira

Anónimo disse...

Gostei da resposta do padre em causa. E concordo com a Alexandra. Em certas situações a distância é mesmo o melhor caminho. Nem sempre é fácil e às vezes é mesmo necessário continuar a viver e a conviver, mas distanciarmo-nos é preciso para vermos as coisas de uma forma mais clara.
Um padre é como um homem casado, já assumiu um compromisso para a vida e por isso é preciso equacionar as consequências das atitudes que se tomam...

Acho que todas as pessoas têm, pelo menos, um grande amor. E pode calhar que esse grande amor seja padre. E pode calhar (como calha em tantos grandes amores) que a história não tenha o final desejado...
Nem sempre as pessoas que se amam ficam juntas e isso não tira nenhum mérito ao amor.
Neste caso, parece-me que existem dois tipos de amor, o amor que a mulher sente pelo padre, e o amor que o padre sente pela sua vocação. E como disse o padre “temos que perguntar a Deus porque suscita estas coisas”…
Não concordo com os que dizem que todos estes problemas se devem ao facto do celibato ser uma imposição da Igreja que não faz sentido “blá…blá…blá…” Ponho as coisas de outra forma, se o padre não estivesse obrigado ao celibato, a mulher teria mais hipóteses de ser amada? Se calhar teria as mesmas…
Ama menos por não ser correspondida da mesma forma? Também acho que não. Por isso acho que o amor vale na mesma. Na nossa humanidade, podemos olhar para isto e pensar “coitada, não pode viver uma relação com o homem que amava”, porque estamos habituados a que o amor siga um determinado padrão, mas não tem que ser sempre assim e acho que, se calhar, para Deus importa mais que sejamos verdadeiros naquilo que sentimos… E neste caso, talvez o desafio esteja em saber respeitar o outro nas suas opções mantendo-se, mesmo na ausência, fiel à sua escolha, ou em saber procurar noutro lugar a felicidade que se deseja neste, consciente de que Deus nunca nos dá só uma hipótese de sermos felizes…

Abraço

Zu

Anónimo disse...

Não resisto em colocar-lhe aqui um texto que me apareceu numa qualquer página, aqui na net, e que se relaciona um bocadinho com este tema. Trata-se de uma carta de um sacerdote católico. Tão verdadeira, para alguns.
Altos e baixos todos temos na vida, quer os casados, que é o meu caso, quer os solteiros, padres, irmãs, o que seja.
A beleza dos dias está nisso mesmo: em sabermos cair e levantar, com os amores e desamores que o mundo nos proporciona.
(terei que partir o meu comentário...)
Zn

Anónimo disse...

Aqui fica o texto:

"Há pessoas que acham absurdo o facto de um padre não se poder casar.
Tenho pensando no valor de estar só.
Talvez seja por causa da grande polémica que envolveu a vida celibatária nos últimos tempos.
Interessante como as pessoas querem arranjar esposas para os padres.
Lutam, mesmo que não as tenhamos convocado para tal, para que recebamos o direito de nos casar e constituir família.
Já presenciei discursos inflamados de pessoas que acham um absurdo o facto de um padre não poder casar.
Eu também fico indignado, mas de outro modo.
Fico indignado quando a sociedade interpreta a vida celibatária como mera restrição da vida sexual.
Fico indignado quando vejo as pessoas perderem-se em argumentos rasos, limitando uma questão tão complexa ao contexto do "pode ou não pode".
A sexualidade é apenas um detalhe da questão.
Castidade é muito mais.
Castidade é um elemento que favorece a solidão frutuosa, coloca-nos diante da possibilidade de fazer da vida uma experiência de doação plena.
Digo por mim.
Eu não poderia ser um homem casado e levar a vida que levo.
Não poderia privar os meus filhos da minha presença para fazer as escolhas que faço.
O facto de não me casar, não me priva do amor.
Eu descubro-o de outros modos.
Tenho diante de mim a possibilidade de ser daqueles que precisam de minha presença.
Na palavra que digo, na música que canto e nos gestos que realizo, está colocada a totalidade da minha condição humana.
É o que tento viver.
É o que acredito ser o certo.
Nunca encarei o celibato como restrição.
Esta opção de vida não me foi imposta.
Ninguém me obrigou a ser padre, e, quando escolhi sê-lo, ninguém me enganou.
Eu assumi livremente todas as possibilidades do meu ministério, mas também todos os limites.
Não há escolhas humanas que só nos trazem possibilidades.
Tudo é tecido a partir dos avessos e dos direitos.
É uma questão de maturidade.
Eu não sou um homem solitário, apenas escolhi ser só.
Não vivo a lamentar-me do facto de não me casar.
Ao contrário, sou muito feliz sendo quem sou e fazendo o que faço.
Tenho meus limites, as minhas lutas quotidianas para manter a minha fidelidade,
mas não faço desta luta uma experiência de lamento.
Já caí inúmeras vezes ao longo da minha vida.
Não tenho medo das minhas quedas.
Elas humanizaram-me e ajudaram-me a compreender o significado da misericórdia.
Eu não sou teórico.
Vivo na carne a necessidade de estar em Deus para que minhas esperanças continuem vivas.
Eu não sou por acaso.
Sou fruto de um processo histórico que me faz perceber as pessoas que posso trazer para dentro do meu coração.
Deus mostra-me.
Ele indica-me, por meio de minha sensibilidade, quais são as pessoas que poderão oferecer algum risco para minha castidade.
Não me refiro somente ao perigo da sexualidade.
Refiro-me também às pessoas que querem transformar-me em "propriedade privada".
Querem depositar sobre mim o seu universo de carências e necessidades, iludidas de que eu sou o redentor das suas vidas.
Contra a castidade de um padre peca-se de diversas formas.
É preciso pensar nisso.
Não se trata de casar ou não.
O casamento não resolve os problemas do mundo.
Nem sempre o casamento acaba com a solidão.
Vejo casais em locais públicos em profundo estado de solidão.
Não trocam palavras nem olhares.
Não descobriram a beleza dos detalhes que a castidade sugere.
Fizeram sexo de mais, mas amaram de menos.
Faltou castidade, encontro frutuoso, amor que não precisa de sexo o tempo todo, porque sobrevive de outras formas de carinho.
É por isso que eu continuo aqui, lutando pelo direito de ser só, sem que isso pareça neurose ou imposição que alguém me fez.
Da mesma forma que continuo a lutar para que os casais descubram que o casamento também não é uma imposição.
Só casa quem quer.
Por isso perguntamos sempre:
- É de livre e espontânea vontade que o fazeis?
- É simples.
Castos ou casados, ninguém está livre das obrigações do amor.
A fidelidade é o rosto mais sincero das nossas predilecções."

Um abraço.
zn.

Anónimo disse...

Olá
Bom dia a todos,

Luisinha disse:
"Não entendo o que têm os padres para que tantas mulheres andem atrás deles!"

Ninguém anda atrás de ninguém.

Sabe o que os Padres têm de Tão Especial, ( nem todos, concordo ) é que quando celebram a Eucaristia deixam de ser homens corruptiveis e passam a encarnar a pessoa de Jesus Cristo, Homem e Deus, reúnidos em um só ser.
É um mistério de Fé.

Há muito muito tempo atrás também eu tive a minha história de Amor.

Creio que mais alguém a teve também.
Creio firmemente que hoje ainda nos une um Amor inigualável.

É um sentimento do tipo humano que anseia pela presença fisica, mas é também um Amor do tipo de Deus, aquele sentimento que nos transmite a Omnipresença de Deus.

Sei, que quando falo com Deus é como se, em grande parte, falasse também com o meu amado homem.
Desejo-o fisicamente, mentiria se o negasse.
Como ultrapasso essa situação?
Só com a ajuda de Deus.
Procuro que a minha vida seja uma oração constante, segundo a segundo, minuto a minuto.
Peço muitas vezes forças a Deus para continuar.
Hoje sou casada.
Hoje sei que seguimos o caminho que deveriamos ter seguido.

Até sempre.

MP

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
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Anónimo disse...

Partilho consigo a opinião de que a mulher não devia contar-lhe. Para mim, é óbvio.
O padre fez a sua opção, é um homem comprometido.
Todos temos uma vocação, para uns é o casamento, para outros é ficar solteiro.
Acaso essa mulher ousaria declarar-se a um homem casado? Ainda que se sentisse apaixonada, talvez colocasse mais interrogações. Um padre é um homem igualmente comprometido, apesar de ter no seu bilhete de identidade o estado civil "solteiro".
Ser Padre não é apenas sinónimo de uma profissão, é muito mais que isso. É sinónimo de dádiva, disponibilidade, de entrega. E tudo isto pode ficar comprometido se o coração se ocupa com os amores e desamores tão próprios da natureza humana.

Anónimo disse...

Ola Confessionario:acabo de comprar a revista "Sabado" e foi grande o meu espanto quando encontrei num artigo que nos remete para o tema da capa "Vida sexual dos padres" todo ele feito com citacoes deste blog, desenquadradas ameu ver,uma vez que da a ideia a quem ler que se trata de textos autobiograficos do autor.

disse...

Escrevendo com mais ou menos vontade, comentando com mais ou menos regularidade, o certo é que andamos por aqui. Continue aí desse lado, Padre.

O que de mais belo há na oração é a comunhão. Partilhar aquilo que realmente somos para melhor vigiar.

Abraço amigo!

Anónimo disse...

Ola amigo Confessionario: descobri este blog atraves da revista "Familia Crista"ha ja algum tempo e confesso que fiquei tao agradada com os textos publicados que passei a ser visita assidua.Nao me surpreende que os que mais prendem a atencao das pessoas sejam os que focam o celibato.O que nos admira nos tempos que correm e haver pessoas que em nome de um ideal sacrificam uma parte tao intrinseca do ser humano.Mas tenho constatado que os mesmos textos tem sido apresentados so sob o ponto de vista das mulheres que se dizem apaixonadas por padres nao seria altura de publicar alguns que nos dessem a ver o outro lado? Como vive o padre esse teste a sua vocacao? Talvez assim se dissipe um pouco o misterio. Uma penitente assidua e que pede que nao acabe com este blog.

Confessionário disse...

OLá, ZN, como colocaste muitos comentários (repetindo) acabei por não saber se os que publiquei são fieis ao que pretendias e ao teu pensamento. Muitos repetitos. E parece que tb continuam agora, mas não usei retirar para não cortar a tua vontade. Tu me dirás o que fazer.

abraço

quanto a essa da Sábado, fiquei surpreso e... bom, digamos... inquieto! hummm

Anónimo disse...

Anonimo das 15.33 A ideia que algumas vezes passa do artigo e que os textos apresentados sao vivencias do autor ou de colegas sacerdotes. SE tiver opurtunida,por favor leia e deixe-nos o seu parecer. Parece-me um artigo um bocado so com o objectivo de vender papel e sem grande conteudo.Obrigada.

Anónimo disse...

Padre, o texto ficou registado na íntegra, no comentário das 12.13m.do dia 3 de Nov. Tudo o resto são repetições. Peço desculpa.
Houve um problema informático e fui repetindo a operação.
Peço-lhe por favor que retire os restantes.
Fiquei com uma certa curiosidade. Vou comprar a Sábado.
Abraço.
Zn

Anónimo disse...

Zn

Eu não vou comprar a Sábado porque se o objectivo é vender papel através de notícias que o não são, comigo perdem tempo.

Entendo que as pesssoas deveriam respeitar o celibato dos sacerdotes como deveriam respeitar o matrimónio dos casais. É também um acto de Amor. A distância a manter deve ser ditada pela consciência de cada um e não se mede com fita métrica. Fique bem claro que discordo totalmente do celibato obrigatório mas isso é outra conversa.

Luisinha disse...

Anónimo do dia 03 Novembro, 2010 12:45 MP; não fui eu que disse
"Não entendo o que têm os padres para que tantas mulheres andem atrás deles!"
eu só transcrevi com aspas o que outro anónimo disse atrás! eheheh.

Eu só acho que o celibato deveria ser opcional, porque amar TODOS amamos, mas se fosse opcional, acho que muitos escolheriam ter uma família também e isso não tira a sua vocação! É como ser médico; tem de estar 24h disponível porque sempre pode haver uma emergência. é menos médico por isso? É menos marido ou pai de família por isso? Isso de que um padre não pode ter família porque tem de estar disponível para a sociedade, que tem de estar disponível para quem precisa, é tudo tretas!! (desculpem a sinceridade que me vai cá dentro). Isso é na verdade tudo fruto de uma sociedade carente e mal organizada, de ideias retrógradas, como se vê muito na paróquia do confessionário com a água benta e etc... Se as pessoas pensassem de outra forma, não seria necessário uma imposição de celibato. Dizer que não é uma imposição é outra mentira!! Quem diz que o "escolheu" não escolheu coisa nenhuma! Onde é que está o direito de escolha quando se entra num seminário? Simplesmente sabes que ao entrar TENS de ser celibatário, é uma imposição católica, ou de outra forma, ao violar isso és banido, porque um padre "não pode andar nisso". O lado belo da coisa é que te fazem acreditar que é algo bom, com mil e um argumentos que te fazem saber controlar isso e até aceitar como natural.
Já vi muitos padres que, depois de muito sofrerem, tiveram que fazer uma escolha: ou ficar com a Igreja ou ficar com quem amam, e escolheram ficar com quem amam, e com o sentimento de que se fosse possível conciliar as duas coisas, a vocação era a mesma!!
Eu sinceramente ainda não compreendo...
As palavras que aqui escrevo são só opiniões pessoais, não sei se um dia a Igreja vai acabar por aceitar o casamento dos padres (como acontece na ortodoxa). Se calhar isso vai acontecer quando a crise de vocações estiver no seu limite! Mas ainda assim, será algo "forçado" e não que a Igreja concorde sinceramente nisso.
Não acho que o celibato se resuma a deixar ou não deixar os padres terem sexo!! Quando eu falo que o celibato deveria ser opcional quero dizer que deveria ser permitido aos padres poderem segurar na mão de uma mulher sem serem motivo de "coxixos" ou maledicências! Que deveria ser permitido aos padres namorarem sem perderem a dignidade da sua vocação!
Ainda acho que Jesus foi casado... Mas mesmo que não tenha sido, ele não disse que os seguidores dele tinham que ser celibatários. Disse que tinham de deixar tudo, família e tal... Mas porque é que uns podem ter família e outros não? Também ainda não percebi essa "categorização"... Acho que Jesus tem de voltar mesmo o mais rápido possível para esclarecer estas coisas!! eheheh

Bem, também fiquei curiosa para ler a revista Sábado!! eheheh

Anónimo disse...

Olá Padre.
Inicialmente quero dizer que o confessionario faz jus ao nome. Vejam, eu vivia e vivo até hoje uma situação idêntica a relatada em "um grande padre" e nunca tive coragem de contar a qualquer pessoa o meu drama, quando descobri o confessionário, descobri também que eu não era a única a viver aquele problema, que muitas outras mulheres também sofriam do mesmo mal. A partir desta descoberta abri ao confessionario o meu coração e o fiz sem medo, numa total entrega, graças ao anoninato que podemos escolher. Assim sendo, vejo o confessionario como um espaço onde todos podem realmente se encontrar, tirar máscaras, lavar a alma. Vejo também como uma forma de evangelizar. Frequento o confessionario desde 2006 e o visito quase todos os dias, nem todas as vezes comento, algumas porque não me sinto tocada pelo texto, outras vezes por que o tempo é pouco, mas quando o faço, é com a alma e principalmente com toda sinceridade.Quanto ao texto devo dizer que admiro a coragem da mulher, coragem que eu mesma não tive e sei que não terei jamais. O meu Padre amado está indo embora e mesmo ainda na Paróquia a dias e dias que não o vejo, sinto saudades, muitas saudades, mas tento conviver com ela(saudade) como uma forma de ir me preparando para quando ele se for de vez. Na tentativa de minimizar o sofrimento que sei que virá. Peço orações a você Padre e a todos os amigos que frequentam o confessionario.

Confessionário disse...

aqui vai o meu comentário (como me foi pedido) ao artigo que aparece na "Sábado" e que já li.

Todos os padres, tal como todos os seres humanos, têm sexualidade. O que varia é a forma como cada um vive ou encara a sua sexualidade.

A meu ver o texto também poderia fazer uma alusão mais clara aos padres que vivem a sua sexualidade como um sacrifício ou dom que tem a ver com o seu amor e a sua entrega a Deus. Mas entendo que não seja esse o interesse da comunicação social.

Também me parece que o artigo poderia ser bem mais profundo se abordasse a questão do celibato propriamente dita, abonando aqueles que querem descobrir qual a melhor opção sacerdotal neste caso: se o celibato obrigatório ou opcional. Poderiam inclusive explorar as razões para uma opção ou outra. Mas entendo igualmente que não seja esse o interesse da comunicação social que não tenha cariz religioso.

Acho, porém, que há alguma honestidade da parte da sua autora e que tenta fazer uma abordagem real. Não podemos menosprezar as dificuldades do celibato e as fragilidades da fidelidade. Assim como, por outro lado, não poderíamos descurar a grande percentagem de padres que conseguem ser totalmente fiéis ao celibato ou daqueles que se esforçam por ser o mais possível coerentes. Assim o demonstram os intervenientes que, na sua maioria, fizeram a opção de deixar o sacerdócio. E não quero, com esta observação, menosprezar ou diminuir o sentido de responsabilidade daqueles que, na sua fragilidade, continuam a tentar ser fiéis ao seu sacerdócio.

Quanto à utilização dos textos deste meu/nosso espaço, o que poderei dizer? Direi que antes de ter lido o artigo tive uma ou duas espécies de cólicas (hehe), mas depois de o ler fiquei tranquilo. Não gostei, de facto, dos títulos que lhes foram dados (“Confissões Sexuais”), pois não correspondem à realidade. Assim como, também o poderei dizer, não teria escolhido o título que deram ao artigo em geral. Mas, lá está, temos de respeitar quem lho deu. Gostei da forma correcta como falaram do blogue e do nome que me colocaram (é bastante parecido com “padre”).

Claro que aumentou o número de visitas ao blogue, e não sei se isso será bom ou mau. Deus o saberá. Ele escreve, muitas vezes, direito por linhas tortas. Não me vou ou não me quero preocupar com isso. Aliás, como textos que estão publicados na Internet é óbvio que podem ser transcritos, pois já estão ao dispor dos leitores. Poderá acontecer que nem toda a gente os interprete como deve ser (faço votos de que ao serem lidos no blogue adquiram o seu sentido original). Poderá haver gente que me vá fazer observações menos simpáticas. Mas também tenho mais com que me preocupar. Ainda hoje, em três ou quatro ocasiões, tive de ouvir e falar e ajudar e, se quiserem, rezar com pessoas que precisavam do padre e do seu pároco. Isso é bem mais importante.

Anónimo disse...

Se os padres escolheram viver sós e juraram fidelidade a Cristo porque razão levam o tempo a caírem e a levantarem-se! Levam o tempo em retiros e a pedir perdão dos pecados cometidos.

Como disse o Zn e passo a citar: "Já caí inumeras vezes a longo a minha vida".
Claro! e continua a cair as vezes q forem precisas!´Não acredito!!!!
E nós cristãs continuamo-nos a confessar?
Realmente faz-me pensar.

Que o Senhor ilumine o Sr Padre confissionário. Parabés por ter a coragem de trazer até aqui estes temas da actualidade.

Anónimo disse...

Existem mulheres e homens muito corajosos que assumem o seu amor.
Mas também, existem homens (padres)que escondem a sua paixão e o seu amor por uma mulher e vice versa.
Isto acontece!
Acontece tb o sofrimento,acontece o cíume, pq se chega à conclusão que não é única mulher na sua vida...............................
Este cenário repete-se e a mulher sofre psicológicamente e leva até a um estado de morte e degradação fisica, mental e espiritual.
Que Deus ajude todas estas mulheres que foram abusadas e sofreram injustiças por parte dos padres, estes que deviam ser os primeiros a dar exemplo.

Paz e Bem

Anónimo disse...

boa tarde, gostei bastante deste blog. as minhas felicitaçoes q quem o realizou.
vou ser mt breve..li c bastante atençao ao texto, Grande Padre. eu respeito mtos os sacerdotes. grande dom q só eles possuem, mais nenhum homem o pode fazer, senão o padre.
mas na minha vida aconteceu algo inesperado..contra a minha vontade. mas luto contra isso...
nao sei quem é a pessoa responsavel pelo blog..mas se for um sacerdote, eu gostava de me respondesse a uma pergunta por favor.
É pecado gostar de um padre? mesmo q seja em segredo..
atenciosamente.

maria disse...

há long long time que não passo por aqui. E hoje sobressaltei-me um bocadinho:

ver o confessionário assim como que "as tardes da Júlia".

A tal senhora desabafou contigo. Deu-te permissão para publicares um pouco da resposta do tal padre...e ele sabe disso? Também o permitiu? (ou esta história está um bocadinho mal contada?!)

cuida-te!

Confessionário disse...

"É pecado gostar de um padre?"

Olá
Não é pecado gostar de um padre. Mas pode tornar-se. Explico. O amor tem como princípio básico fazer feliz a pessoa amada. Nessa perspectiva, quem ama um padre deve procurar a felicidade deste e não a sua própria. Se amar assim, deixará o padre na busca da sua felicidade que passará (imagino que muitíssimas vezes) pela fidelidade à sua vocação. Se a pessoa que ama um padre procura, mais que tudo, o seu prazer e a sua própria felicidade, isso poderá tornar-se egoísmo. Deixaria de ser amor. E assim parece-me que seria pecado!

Confessionário disse...

Olá, Maria

Reconheço que não me passou isso pela cabeça. E a verdade é que a resposta do colega não foi copiada na íntegra, mas quase. Gostaria de argumentar que ele está no Brasil. Mas isso não é argumento. Bom... assumo que poderá ter sido um grande lapso! Meu e da amiga. Vou pensar apenas que a sua resposta como útil que pode ser a alguém, é muito valiosa!

redonda disse...

Cheguei pela referência no artigo da Revista Sábado.
Gostei do que li aqui.

Eu... disse...

Aqui esta de novo a lei que um padre nao deve amar...coisa que acho tao errado...se pode amar de tantas formas..porque nao pode amar "dessa"?

E injusto...
Um padre é um ser humano cm os outros!
Fiel a Deus..tambem poderia ser fiel a uma mulher...=)

Anónimo disse...

O que me faz mais aflição são as mentiras e a hipocrisia dos padres. A jornalista tb podia fazer um artigo sobre isso. Matéria havia.

Anónimo disse...

A mim o que me faz mais aflição são as mentiras e a hipocrisia de forma geral.

Caro anónimo das 9.35, não é que queira estar aqui a assumir a defesa dos padres, mas mentirosos e hipocritas somos todos quando assim nos convém, e citando alguém que sabia bem dessa matéria: "quem nunca pecou que atire a primeira pedra"...
Naturalmente que os padres deviam ser irrepreensiveis na sua conduta para servirem de exemplo, mas são apenas seres humanos... Eu (como a maioria dos seres humanos) já errei muitas vezes. E sei que muitas mais devo ter errado sem ter consciência disso. Do que sei que fiz mal, posso arrepender-me e pedir perdão, mas do que não sei? Só me resta confiar em Deus, para que me julgue com compaixão. Também Ele julgará os padres quando chegar a hora deles, por isso, cuide cada um de si mesmo...

Abraço
Zu

Anónimo disse...

E pensam que os bispos não sabem o comportamento dos seus padres? Levam o tempo a transferi-los de paroquias!Claro que existem excepções, mas é vergonhoso! Onde está a sua verdade?
Muitos querem esconder o seu envolvimento com mulheres, mas muitos são seguidos e perseguidos e são mais sedo ou mais tarde descobertos.

Parabéns Confissionário pela coragem de colocar este tema, que vale pena falar, que para muita gente é um tabu.
Paz em Cristo.

maria disse...

"por isso, cuide cada um de si mesmo..."

não me parece uma proposta nada cristã. A vida sexual dos padres não nos devia merecer qualquer comentário. Assim como a sua vida amorosa etc. Se ela não fosse causa, muitas vezes, de sofrimento dos próprios e de outrém.

Penso que, como cristãos, não devemos viver de exemplos (as nossas histórias pessoais são unicas e irrepetíveis)e também devemos perder a mania de indicar a alguém o que ele deve sentir neste ou naquele momento particular da sua vida, mas a questão de celibato obrigatório torna-se cada vez mais uma situação que deve mobilizar a Igreja numa reflexão profunda. Porque é de homens e mulheres reais que se trata e não de um ideal.

E, na mesma linha, que padres precisa a Igreja hoje?

Anónimo disse...

"como cristãos não devemos viver de exemplos..."

Eu julgava que era precisamente o contrário! Por sermos cristão é que devemos viver de exemplos, sendo o de Cristo o primeiro de entre todos.

E naturalmente que a vida sexual dos padres (e de cada um!) só a cada um diz respeito, mas sendo (como são!) figuras que se destacam na sociedade, devem ter uma conduta que esteja em conformidade com a missão que desempenham porque também se espera que um padre seja uma referência.

O celibato é um tema sensivel,uma coisa tão estranha e dificil de entender nos dias de hoje, que por vezes julgo que nunca, como agora, foi tão necessário...
O celibato encerra em si uma grande verdade sobre o amor, sobre a entrega total, sobre a fidelidade até ao mais intimo de cada um...
Existem muitas vozes que acham que se o celibato fosse opcional, teríamos padres muito mais felizes e capazes de enfrentar os problemas do nosso tempo. Eu concordo com os que dizem que amar alguém não é incompatível com a prestação de um bom serviço à Igreja. Mas acho que não devemos ver as coisas tão superficialmente. O celibato é mais do que uma opção, é uma entrega de si mesmo. E o amor verdadeiro precisa disso...

Por fim, faço uma confissão: Mais estranho do que imaginar um padre envolvido com uma mulher às escondidas, seria vê-lo envolvido consentidamente num relacionamento de forma superficial como acontece hoje em dia na nossa sociedade. Será esse o exemplo que queremos? Será que de facto queremos mesmo um padre que reflicta o ideal do nosso tempo?

Abraço
Zu

Anónimo disse...

Ora aqui está um comentário à altura do tema: refiro-me a este último, de Zu.
Todas estas considerações ao redor do celibato dos padres se reconduzem a uma questão que julgo aqui pouco aflorada: Há sacerdotes que estão bem como estão e há os que não se sentem confortáveis no exercicio do seu ministério.
O celibato é de facto uma entrega a um ideal de amor e é preciso acreditar nele. Circunscrever o amor ao amor carnal é reduzir manifestamente a dimensão do Amor. Acrescento, numa linha já defendida por ZU, quem se bate aqui neste blog pelo fim do celibato, bate-se por ver um sacerdote a ter relacionamentos ocasionais, fruto das atracções que vai sentindo, ou ao invés, bate-se pela faculdade de um padre poder optar pelo matrimónio, com a fidelidade que ele acarreta?
São questões distintas.Zn

maria disse...

Quando refiro que não devemos de viver de exemplos é porque isso não nos torna pessoas mais humanizadas. Projecta-nos para um idealismo que não tem em conta as circunstâncias de vida de cada um e o que cada um é.

E o convite do Evangelho é um convite à comunhão, não a sermos imitadores seja de quem seja, muito menos de Jesus. O Deus revelado por Jesus é um Deus que nos aceita como somos: sem condições. Deus é amor é justiça. [para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti] (Jo 17,21) É nesta intimidade amorosa que Jesus nos introduz.

Lá voltamos ao papel do padre: porque é que ele tem de se destacar?! Mas não há um discurso que de é um ministério de serviço blablabla? Peguemos na personagem Madre Teresa…ela destacou-se pelo profissão religiosa ou pelo serviço? (atenção q não sugiro q os padres sejam “madres Teresas” lá estaríamos com o esquema dos exemplos. Faço-me entender?)

Eu não vejo o celibato como “estranho ou sensível”. Nem toda a gente está vocacionado ou tem capacidades para uma relação amorosa de conjugalidade. Entendo é que não devia ser obrigatório. Assim como entendo que se criou uma idealização da figura do padre que não os ajuda no seu desenvolvimento humano e espiritual. Não a todos, como é óbvio, há quem consiga autonomia suficiente para não se deixar iludir.

“O amor verdadeiro precisa disso”…eu não sei o que é isso de amor verdadeiro…ou falso. Ou é amor ou não é. Isto com a capacidades e limitações que cada um tem. Porque se não temos em conta isso…lá estamos na idealização. Que é o mesmo que dizer ilusão.

Fiquei com a impressão de que a Zu tem uma ideia dos padres como se fossem anjos. Ou faz-me recuar no tempo e ficar naquele espaço da infância em que não queríamos acreditar que nossos pais faziam sexo. (hoje as crianças já não devem ter essas ideias, espero).

Não vejo que os relacionamentos de hoje estejam apenas baseados em relações superficiais, existem pessoas que vivem assim, mas existem também muitas outras que vivem relações fiéis e responsáveis. De tanto se pretender espiritualizar o amor, fazê-lo uma coisa separada da carne, banaliza-se a riqueza que somos e como Deus nos criou: seres que são corpo, mente e capazes de espiritualidade. [E Deus viu que tudo era bom].

Um abraço

Anónimo disse...

Um grande padre mas um fraco homem! Eu cansei-me do padre mas cada vez mais amo o homem!

Luisinha disse...

Zu gostava de comentar esta tua frase: "Mais estranho do que imaginar um padre envolvido com uma mulher às escondidas, seria vê-lo envolvido consentidamente num relacionamento de forma superficial como acontece hoje em dia na nossa sociedade. "

Os padres de hoje em dia, se tivessem a oportunidade de optar pelo celibato, não seria por isso que se tornariam pessoas promiscuas ou incapazes de dar o exemplo! Dá a sensação que a obrigatoriedade do celibato é mesmo um travão para impedir esses "medos" de "desvios" que se sabem que existem, porque afinal, todos somos seres humanos! Às vezes não são relacionamentos superficiais só porque duraram pouco, simplesmente as pessoas precisam de tempo para se conhecerem e às vezes não resulta...
Vi um documentário sobre padres que deixaram o sacerdócio para construírem uma família. Um deles é casado há mais de 10 anos, tem dois filhos e uma vida feliz na opção que escolheu, apesar de se sentir na mesma com vocação, caso fosse possível exercer o sacerdócio estando casado, como são os padres ortodoxos, e tomo-os sempre como exemplo porque acho que assim é que deveria ser!
Como dizia na revista Sábado (que finalmente li eheheh) dizer a um padre que não pode relacionar-se com alguém nem satisfazer as suas necessidades naturais, é desumano!! Eu acho que é muito difícil uma pessoa mentalizar-se que vai passar uma vida inteirinha privada de afectos íntimos... Por isso há quem o faça às escondidas! E pior é quando se chega ao ponto de entrar em distúrbios comportamentais, não só da conhecida pedofilia, mas com auto-culpas, e auto-mutilações, etc. Não acho que o celibato seja só sexo, mas a falta dele origina alguns problemas físicos e psicológicos! Fomos feitos para isso!! Que mal há? Qual é a impureza existente no acto principal que nos traz à Terra como Deus nos criou? Desculpem a todos mas não consigo entender o tabu que há aqui...
Eu compreendo as razões que existem para defender o celibato, mas defendo o fim do celibato porque é uma coisa imposta. Se for opcional não critico quem opte por permanecer assim, muito pelo contrário!

Luisinha disse...

Do pouco que sei, os padres querem-se santos, puros, castos e etc. O celibato contribui para isso? Se assim é, os padres são seres "superiores" a nós, simples mortais que vivemos as nossas vidas numa rotina à parte, a rotina familiar e íntima, enquanto os padres se entregam aos outros através da oração e de algumas acções (se bem que poucos fazem algo verdadeiramente).
Não percebo essa "superioridade"...
Tem-se apelado a vocações, mostrando a dignidade do sacerdócio e da sua beleza (que realmente existe!). Mas indo pelo assunto do celibato, e se todos os homens quisessem ser padres,quisessem ser santos, quisessem entregar-se ao próximo? Era o fim da reprodução humana... O ser humano deixaria de existir em favor de um ideal superior! Como é que a Igreja ia resolver isso? Eu sei que é um caso extremo, mas é só para vos fazer pensar! ;)
Engraçado... Fala-se das vocações sacerdotais, que há falta de padres, e de freiras ninguém fala!! Amigo confessionário, não tens alguma "história" sobre freiras para partilhar? De certo também dá que pensar...
Obrigada! :)

Confessionário disse...

Olá, Luisinha, por caso tenho uma história fresquinha de uma freira. Mas nao tem muito a ver com a castidade!
Mas parece-me que tb há assunto para tal.
Engraçado, porque quando apelo às vocações, costumo falar (bom... mais como apêndice) das vocações das freiras e afins...

Anónimo disse...

Está visto que o tema do celibato dá "pano para mangas", e neste caso, bem compridas!....

Em primeiro lugar, quero dizer que a Zu não vê os padres como Anjos assexuados. A Zu vê a realidade.

A Zu vê no padre um homem igual a tantos outros homens, que procura ser coerente com a sua missão mesmo que isso signifique sacrificio da sua parte.

A Zu vê os padres como homens com tentações e quedas, mas com vontade de serem melhores do que são.

A Zu vê na castidade não uma castração, mas uma opção de vida. Ninguém obriga um homem a ser padre, embora a condição de padre obrigue à castidade. Como o casamento obriga à fidelidade e também ninguém é obrigado a casar.
Poder-se-à dizer que, no caso da imposição da castidade, estamos a privar um homem de viver plenamente a sua condição de ser humano. É verdade. Mas dizer que por causa dessa imposição ele desenvolverá "desvios comportamentais", "pedofilia", "auto-culpas" e "auto-mutilação"... Não será um pouco exagerado???
Então e aqueles a quem a castidade é imposta de outras formas? (problemas de saúde, solidão, abandono...)

Sinceramente, e não querendo tirar méritos ao sexo ou às relações (que os têm - e muitos!), não partilho dessa ideia generalizada que uma coisa é boa apenas pelo facto de nos dar prazer. Isso é o ideal de telenovela. Somos seres humanos, dotados de corpo, mente e espírito,(e nisto concordo em absoluto com a Maria!) e é precisamente por isso que nos distinguimos e somos capazes de optar. Nós podemos controlar os nossos instintos. Somos livres de escolher se queremos ou não queremos viver sem sexo. Podemos escolher ser fieis a uma só pessoa ou a uma causa.
Além disso, a questão da opção pelo celibato nem sequer devia existir, porque a opção pelo celibato já está implicita na opção pelo sacerdócio.

A Zu também não acha que todos os padres seriam promiscuos ou superficiais nas suas relações se pudessem optar, mas se queremos um padre verdadeiramente livre nas suas opções, teremos que estar preparados para todas as possibilidades. Porque o direito à opção, por si só, não resolve todos os problemas...

Abraço.
Zu

Anónimo disse...

Sr Padre, Eu vou expor claramente o meu ponto de vista se me permitir.
Este Padre foi, sem dúvida, muito atencioso na forma como respondeu.
Agora há duas formas de lidar com a situação : ou a situação é constrangedora e aí eu penso que o Padre tem de relembrar à senhora a sua missão e dizer-lhe francamente que não deve perder tempo nem criar expectativas sobre algo que nunca irá acontecer e se for necessário solicitar que ela frequente durante um tempo outra paróquia.
Ou então se o Padre não está seguro do que possa estar a sentir falar com um dos seus superiores e ver até que ponto ainda está em condições de continuar a exercer o sacerdócio. Porque uma situação como esta até pode permitir simplesmente repôr em causa tudo. Um Padre até se pode afastar do sacerdócio não por causa do amor que sente por esta mulher especificamente mas sim por sentir que a qualquer momento poderá fraquejar. E penso que se há numa vocação a necessidade de ser totalmente integrato é precisamente nesta. A dúvida pode surgir mas nunca pode ser por muito tempo. Pois Deus chama mas não obriga ninguém a dedicar-lhe a sua vida.
O "casamento" de um Padre com Deus é comparável ao de uma mulher e de um homem. Ou seja surgem dúvidas sim mas nunca pode haver traição. Pois trair o parceiro é também trair-se a si próprio. Só se trai uma pessoa que já não se ama. Quando se ama verdadeiramente nunca, por muito grande que seja a tentação, se trai ! Um Padre quando se torna Padre sabe que terá de ser celibatário. E, talvez seja mesmo um dos grandes desafios durante o seu sacerdócio mas se ele "trair" esse compromisso então ele traíu-se a ele próprio...

Clara

Anónimo disse...


Pesquisei por dúvida… Hoje pensei-o com dúvidas… Mas que dúvidas? Força e firmeza, padre!

Anónimo disse...

"Não é pecado se apaixonar. É uma coisa que não se pode evitar."
Pois, mas o coração fica apertado, contendo um amor impossível de conter, sentindo culpa por contê-lo, sofrendo (mesmo à distância há tantos meses) todos os dias...
Abri a Bíblia da primeira vez que me apercebi, peguei nela e abri à procura das palavras de Deus, o único a quem é possível confessar tão errado sentimento. Pode parecer incrível a alguns, a mim apenas pareceu claro pois, na verdade, a passagem que surgiu foi a de Jesus a ser tentado no deserto.
Se é uma tentação, por que não desaparece com o tempo e com a distância? Como arrancar isto de dentro de mim? Continuo a pedir-Lhe diariamente que me ajude a não sentir, é uma graça que ainda não me foi concedida... Luto diariamente comigo mesma, achei que a distância ajudaria, mas não. Nada mudou, só a saudade...
Sei, não sei como mas sei, que ele nunca seria feliz sem o sacerdócio, sei que ser padre é também parte do homem que é e, por isso, rezo todos os dias, desde o primeiro, pela fidelidade deste padre ao projeto de vida que, sei, Deus realmente tem para ele.
É uma tentação? É pecado?
Não sei, é um sentimento que não desaparece, é a contradição diária dentro de mim, é uma luta constante comigo mesma, é um pensamento inconsciente e inevitável, é um sofrimento inimaginável, é um aguentar (sem se saber como) aquilo que se sente que já não se aguenta mais. É inexplicável...
Rezem por mim...