quinta-feira, junho 18, 2009

Quem der mais que cinco faltas sem justificar, fica para trás

Acabou a catequese. Por este ano. Revi todas as Fichas da Catequese. Memória das presenças e faltas do pessoal. Alguns. Dois ou três ficaram para trás. Não como quem fica de costas voltadas para Deus. Mas para serem mais assíduos e a formação cristã ser mais séria. Dói. Não é fácil. Se calhar é mais fácil faltar do que dizer a alguém que não pode continuar sem levar a sério. Reunião com os pais. Final de ano. Repito. Festas: Pai Nosso, Palavra, Vida, Profissão de Fé, Envio, Primeira Comunhão, Confirmação. Todas abordadas. Preparadas com os pais. Os que apareceram, claro. Nalgumas paróquias, metade ou menos. Mais mães que pais. Isto é coisa de mulheres, dizem. Como se a educação fosse apenas para as mães gerirem. Já sabiam o que avisara vários Domingos em Outubro. Uma reunião no início do ano. Palavras na Folha Paroquial. Quem der mais que cinco faltas sem justificar, fica para trás. Não pode ser só andar atrás das festas. Da Primeira Comunhão e da Confirmação em especial. Isto não é negócio, mas quem quer, tem de mostrar que quer. Levanta-se então uma senhora de cabelo encaracolado. Quer dizer, levanta a voz. Senhor padre, o meu filho faltou muitas vezes. Mas também com a catequista que tinha!
Fica complicado gerir a boa vontade dos catequistas com a sua formação pedagógica. Nem sempre coincidem. Reconheço. Porém acredito que Deus consegue o que quiser através de quem quiser. Explico a boa vontade daqueles que se oferecem para ajudar a crescer a fé dos filhos dos outros. Disponibilidade. Tempo. A dificuldade hodierna de educar crianças, adolescentes ou jovens. Educar sem magoar. Sem levantar o dedo para admoestar. Cativar sem cartola. Sem coelhinho na cartola. A senhora continua a falar mal da catequista. A razão das faltas do filho é a catequista que exige demais. Marca numa hora que não dá para a mãe do seu filho. Nunca o explicou à catequista. Só se lembrou ao trovejar. Se o me filho não leva o catecismo é porque não o encontra! A mãe está muito atenta, penso para mim.
E depois de uma enxurrada de argumentos, saio em defesa da catequista. Minha senhora, no próximo ano conto consigo para dar catequese.

32 comentários:

Anónimo disse...

OLÁ BOM DIA....
É BOM SABER QUE O SR. PADRE SAI EM FAVOR DAS CATEQUISTAS.
EU SOU CATEQUISTA Á MUITOS ANOS E NESTE MOMENTO SINTO ALGUMA REVOLTA, POIS VEJO QUE DOU O MEU MELHOR, SIRVO COM CORAÇÃO E AMOR E A DEUS E ENSINO AQUELAS CRIANÇAS QUE TANTO AMO.
MAS A MINHA REVOLTA É PARA COM ALGUNS CATEQUISTAS QUE FALTAM QUASE SEMPRE, OS PAIS E AS CRIANÇAS ANDAM DESCONTENTES, MAS FALAM CÁ FORA, MAS NÃO DIZEM AO PÁROCO QUE DEVE SABER.
Á MUITOS CATEQUISTAS QUE NÃO TÊM NEM FORMAÇÃO CRISTÃ, NEM MORAL PARA ESTAREM A ENSINAR A PALAVRA DE DEUS...

ainat1987 disse...

Foi uma excelente resposta! É bom quando há alguem que defende os catequistas.

Bom fim de semana.

Canela disse...

Parece-me uma decisão justa.

Há que avaliar, se as catequistas mantêm um diálogo aberto com os pais, não basta dar só apoio ás catequistas, ou só aos pais... é dificil ser-se isento! Cuidado, portanto.

Catequistas, são de extrema importância. São generosas ao darem do seu tempo, mas os pais são eles que levam os meninos, necessitam de encontrar aqui um porto de abrigo, e, não mais uma obrigação, onde todos exigem por que é assim. Isso já eles têm no seu di-á-dia.

Necessitam de encontrar, carinho pelos meninos, pelo serviço de catequese e até por eles pais.

É com um testemunho vivido, que podemos chegar ao outro!

A Paz de Cristo.

Alma peregrina disse...

Caro Confessionário:

Para já, deixe-me congratulá-lo por defender a catequista, bem como por estar tão atento aos problemas da catequese da sua paróquia (tomando as decisões certas mesmo que sejam custosas).




Mas, infelizmente, não posso concordar com os outros comentadores. "Minha senhora, no próximo ano conto consigo para dar catequese". Essa não é uma boa resposta. Essa foi uma má resposta. Péssima, aliás.

É a mesma resposta dos que dizem que os padres não podem pronunciar-se sobre a vida sexual das pessoas.

É a mesma resposta dos que dizem que a Igreja não pode falar dos pobres sem vender tudo o que tem no Vaticano.

É a mesma resposta dos que dizem que não podemos ser contra o aborto sem estarmos dispostos a adoptar crianças abandonadas.

Segundo essa resposta... eu não posso ser contra a violação dos direitos humanos em África, visto que nunca fui voluntário em nenhuma ONG que lida com essa situação.

Alma peregrina disse...

É uma resposta emocional, primária, ilógica e errada.
Termina o debate, desviando a conversa das objeções (que até podem ser justas) do nosso interlocutor e culpando-o de não proceder de acordo com um modelo pré-definido.
"Se tu não fazes o que eu quero, não tens direito a opinião!".
É uma mistura de duas falácias: ad hominem e red herring.




Quer isto dizer: se a catequese dos meus filhos é de baixa qualidade... então eu não posso manifestar-me contra isso sem ter de me tornar catequista? Isso é ridículo! Os meus filhos têm direito a uma catequese de qualidade, independentemente da minha disponibilidade para ser catequista!
Nessa lógica, eu posso argumentar que o meu caro amigo não pode fazer um post a criticar esta mãe sem que você faça uma operação de mudança de sexo e engravide. Quem é você para criticar uma mãe, se nunca foi mãe?




Tenho pena que o Confessionário tenha sucumbido à tentação (tão disseminada nos dias de hoje) da argumentação rasteira, biliosa, zangada e "in-your-face!"
É isso que os anónimos e ateus vêm cá fazer a este blog!
Nós somos melhores do que isso!!!




A chave do dilema está no próprio post do Confessionário! Você disse que a mãe estava tão desinteressada, que só se queixou dessa situação no final do ano. Você disse que a mãe estava tão distraída, que nem sabia onde parava o catecismo do filho. Esta mãe estava-se borrifando para a catequese do filho e, por causa disso, a sua educação espiritual está em grande perigo.

Não lhe devia ter respondido: "Minha senhora, no próximo ano conto consigo para dar catequese".
Devia ter respondido: "Minha senhora, no próximo ano conto consigo para ser verdadeiramente mãe".





Claro que não deveria dizê-lo de forma tão áspera como eu o disse... mas você percebeu o que eu quis dizer!





A educação não é uma ocupação dos professores ou dos catequistas. A educação é uma função social... todos nós somos responsáveis por ela. E os pais mais do que tudo!





Talvez a catequista seja incompetente. Talvez...

... mas, se a catequese daquela criança foi um fracasso, foi um fracasso colectivo. É preciso atribuir as responsabilidades devidas a todos os seus agentes.

Se a mãe quer que a catequese do seu filho seja um sucesso, então terá de primar para que TODAS as causas de fracasso sejam eliminadas. Ela não pode exigir que a catequista seja competente enquanto ela própria é uma mãe incompetente.

Caso contrário, a catequese do seu filho continuará sempre a ser um fracasso.

Se esta mulher não estiver disposta a mudar, então impõe-se a pergunta: Qual é o seu objectivo? Que a catequese do seu filho seja um sucesso? Ou que a catequista seja competente?

Se fôr a primeira opção... então a mãe terá de mudar a sua postura.

Se fôr a segunda opção... então o filho não está a fazer nada na catequese a não ser avaliar uma pessoa que, de boa fé, sem remuneração, se prontificou a auxiliar a paróquia. Nesse caso, não há condições para que essa criança prossiga e deverá ser retirada da catequese. É uma decisão difícil! Mas, como você o disse... as decisões difíceis por vezes têm de ser tomadas!





As paróquias e as escolas não são armazéns onde se depositam crianças. Nem são alugueres de amas-secas. São estabelecimentos de educação. E a educação é um processo contínuo. Que deve prosseguir em casa.

Enquanto os pais não compreenderem isto, os problemas disciplinares, a violência nas escolas, o insucesso escolar, as gravidezes na adolescência, o analfabetismo funcional... continuarão a aumentar exponencialmente.

Era isto que precisava ser dito! Isto também faz parte da evangelização! Acho eu...

Pax Christi

Alma peregrina disse...

Outra coisa...

... você colocou um limite de caracteres nos comentários? Agora tenho de partir os meus comments ao meio!
:P

Confessionário disse...

Olá, alma peregrina.

Não coloquei limite nenhum. Nem sabia que existia isso. heheh

Quanto aos teus comentários, digo-te que os entendo. Porém, olhando para todo o contexto, como tu proprio fazes referência, a resposta é idêntica a muitas que tens feito aqui a alguns anónimos (heheh), pondo um ponto final num assunto quando se sabe à partida que não há mais assunto.

A resposta pretendia (claro que não pretendia fazer dela uma catequista da paróquia; quando muito, em sua casa!) fazê-la pensar!... que a responsabilidade da catequese não é so do catequista!

Alma peregrina disse...

Sim.

Como eu já lhe disse numa conversa que tivemos há pouco mais de um mês, eu confesso que os meus comentários têm azedado bastante desde Junho de 2008. Por motivos que você conhece bastante bem.

E, tal como eu lhe tinha prometido, é meu propósito voltar aos comentários que eu tecia antes dessa época (e daí eu ter empancado com este novo limite de caracteres... não consigo trabalhar nestas condições eheheheh).

Aliás, foi esse o meu objectivo aqui neste post

;)




No entanto, Confessionário, devo adverti-lo que existe uma diferença grande entre ser-se mal-educado e ser-se falacioso.

Eu fui muitas vezes arrogante e mal-educado. Eu o confesso e o penitencio neste Confessionário. Mas nunca fui falacioso.

Infelizmente, Confessionário, você foi falacioso na sua resposta. Isso não quer dizer que você foi mal-intencionado. Quer simplesmente dizer que perdeu a razão, terminando o debate com um raciocínio "coxo".

Dizer: "Ou você aceita a catequese nos meus termos ou vem você dar catequese" é falacioso.

Dizer: "Se você quer que que a catequista seja competente, então torne-se você competente como mãe!" NÃO é falacioso. Será rude. Será contraproducente. Mas está certo, de um ponto de vista puramente lógico.






A minha frustração com certas e determinadas personagens deste blog tem sido uma incapacidade de articularem as suas objecções sem serem falaciosos. Os seus argumentos não são racionais e, logo, as suas acusações são injustas. E, pior do que isso, impedem todo e qualquer contra-argumento que seja baseado na Razão e na Lógica (tornando-se assim duplamente injustos).




Eu compreendi o propósito da sua resposta à mãe deste post. Fazê-la pensar. Mas você não pode fazê-la pensar se aquilo que você diz é um pensamento mal tecido. Fazê-lo é paradoxal. É como dar um tiro num caçador para o forçar a perceber que a violência é má.




Lamento, não é minha intenção atacá-lo. Apenas quis que você compreendesse que essa resposta apenas valida os argumentos daqueles que vêm cá com intenções menos boas. Se queremos ser bons evangelizadores, temos de ser intelectualmente honestos. Espero que não se ofenda, tal como eu encontrei nas suas palavras uma correcção que me permitirá melhorar a minha missão.

Pax Christi

Anónimo disse...

Ora proponho a anónima de 19 de Junho das 10:42 para catequista titular! E com louvor!

Há (tem)muitos anos.
Há(tem) muitos meninos na igreja.
À 1 hora estarei na igreja.
Ele é um ás do volante.

A paz esteja consigo.

Mulher disse...

Assim é que é! A senhora , a catequista! Boa resposta mas essa pessoa não tem perfil para o ser.
Espero que ela não aceite...se não alterar o modo de pensar ai, ai,..., aí é que a paróquia vai ter muito a sofrer... podia ser uma das perguntas no inquérito que faz...

obidence disse...

ola sr. padre ate que em fim se fala das catquistas eu tambem o fui a muitos anos e existiram umas pessoas que me tiram da catquese sem dizerem nada ao prior da altura , devido a terem «mais moral«doque eu so porque ia viver com uma pessoa que dai a 3 mezes ia casar pela igreija por isso ja esta a ver que nao e so na sua paroquia. um abraco

Unknown disse...

Bem grande padre. Ha uns anos tivemos um paroco que tambem trouxe essa regra...mas nao foi la muito respeitada e ninguem se impos para a fazer respeitar. Hoje vao qd querem.....Ninguem liga faltas....Chegam ao final 6º ano nunca mais comparecem na catequese, mas na 1a reuniao preparaçao do Crisma lá estão eles.....

Confessionário disse...

Bunny, nas minhas paróquias há Crisma todos os anos. Juntam-se todos os que acabaram os 10 anos de catequese de todas as minhas paróquias e vão receber este sacramento numa das paróquias e vai percorrendo cada uma. Além destes, apenas aceito com mais de 21 anos, e comprometendo-se a fazer formação específica nos meses de Verão. São práticas pastorais discutíveis (e longe do ideal). Mas tento fazer alguma justiça (embora seja a justiça humana). Toda a gente sabe que é assim e já se habituaram a este ritmo.
beijinho

CrisR disse...

Bem respondido padre! :)
Há quem pense que as coisas na igreja, seja ela qual for, aparecem feitas por milagre e não pelo trabalho dedicado e voluntários de algumas pessoas.

CrisR disse...

Alma peregrina, confesso que fiquei espantada com a sua resposta. Não vinha a este site a algum tempo e a sua resposta não me pareceu sua...não sei se me fiz entender!?
Apesar de concordar com aquilo que diz sobre a educação das crianças, de que esta é em primeiro lugar responsabilidade dos pais, e só depois de professores ou catequistas, a verdade é que a maioria das igrejas não se preocupam nada com o trabalho que dá manter uma igreja mas sabem crirticar. E creio que era sobre isso que o Padre queria que a senhora pensasse.

Desejo que Deus o abençoe...e nada de desanimar ou desistir! :)

Anónimo disse...

Eu queria dizer ao anónimo do dia 19 de Junho das 22:05, que na minha vida o ser catequista é um dom, é um servir ao próximo e a Deus de coração aberto e com muito amor. Mais ser catequista,não é ser professor, se não nos dermos e mostrarmos pela nossa vida e testemunho, que estamos lá a fazer...
Quanto a ser "catequista titular e com louvor", nunca o prentendi, nem pretendo, se o anónimo o pretende e é essa a sua ideia.... é pena...
Pois estamos para servir.

Anónimo disse...

Eu queria dizer ao anónimo do dia 22 de Junho das 12:09, que se na vida do senhor(a)o ser catequista é um dom, é um servir ao próximo e a Deus de coração aberto e com muito amor, também deveria ter essa atitude quando critica os outros.

O facto de ter escrito em maiúsculas, num tom seco, de criatura com o coração demasiado perto da boca, como quem berra aos sete ventos, fez-me pensar que há por aí um pouquito de soberba. Soa-me àquelas moças com idade casadoira que passam a dizer que as outras são todas umas putas e elas são a pureza em fórmula concentrada, apenas porque não encontraram ainda namorado.


Quanto a ser "catequista titular e com louvor", eu nunca o prentendi, nem pretendo, nem tão pouco para lá algumas vez estive voltada.

Haja algum recato, humildade e sensatez nas críticas que fazemos.

Estejamos verdadeiramente disponíveis para ensinar o que soubermos e aprendermos com quem também tem para nos ensinar.

Aproveite e leia as Cartas de S.Paulo se ainda não o fez.

Mas sabe... eu, afinal sou uma humilde pecadora que de ritos e catequese nada sei. Estarei sempre disponível para aprender, desde que reconheça no outro autoridade moral, ética e domínio da matéria.

Miki disse...

O problema é que muitos pais convencem-se que a educação religiosa dos filhos é da inteira responsabilidade da Igreja, na pessoa dos catequistas. E falam muitas vezes sem se lembrarem que um catequista, para o ser, está a dar o seu tempo, a deixar para trás outras coisas "apenas" por amor a Deus.

E depois há outros que também só se "preocupam" com a educação religiosa dos filhos até estes receberem o seu "diploma" (neste caso, da primeira comunhão, porque na Confirmação a tal "preocupação" já é dos jovens.

A defesa dos catequistas por parte dos párocos é essencial.

Idalina disse...

Sou catequista e coordenadora do serviço de catequese da minha paróquia e gosto do que faço, por isso compreendo o "desabafo" do Confessionário. Já ouvi muitas vezes comentários idênticos e pelo que me tenho apercebido isto ouve-se em todas as paróquias. Não é fácil manter os miúdos motivados na catequese, sobretudo quando chegam à adolescência, mas é muito mais difícil quando são os pais a queixarem-se: não vão nem levam os filhos à missa porque é muito cedo, o facto da catequese os impedir de fazerem programas aos fins-de-semana, a obrigação de irem às reuniões (são três por ano) são alguns dos argumentos que costumamos ouvir. Graças a Deus são uma minoria. Custou-me sobretudo saber que uma adolescente que vai fazer o Crisma no próximo mês pretendia ir ajudar na catequese, no próximo ano, e vir a saber que a mãe não a deixa.
Os pais fazem sacrifícios (e bem)para levar os filhos à prática de actividades desportivas, sem contestar a distância, a hora dos jogos ou o atraso nos treinos, mas contestam a hora da missa e se a catequista demora a sessão de catequese 5 ou 10 minutos fica sujeita a que lhe batam à porta para que se despache e acabe "com aquilo" porque estão com pressa! Continuo a dizer que são uma minoria, mas mesmo assim por vezes tenho vontade de lhes perguntar porque inscrevem os filhos na catequese?

Luisinha disse...

Imagino que não tivesses realmente a intenção de oferecer o "cargo" de catequista à senhora mas sim fazer com que ela possa (nem que seja um bocadinho) colocar-se no lugar dos outros. Porque os nossos filhos nem sempre são os "anjos" com que sonhamos...!

Paz e bem
Luisinha

Canela disse...

Fiquei triste!

Mesmo muito...

Nunca esperei vêr por aqui vocabulário "Cavernáculo".

É um disparate usar asneiras, para defender seja o que for em nome de JESUS!

Sinto-me desiludida e ofendida como leitora, comentadora e seguidora!

Até qualquer dia.

Anónimo disse...

Bom dia, eu queria dizer ao anónimo do dia 22 de junho das 18h41, que eu na minha partilha nunca critiquei ninguém, apenas foi minha intenção partilhar um problema que me preocupa a mim e aos demais catequistas, nunca num acto de critica. Quem sou eu para criticar ou para julgar alguém.
O anónimo é que parece não ser humilde nem pensar que todos os dias aprendemos, pode ter formação mas os outros também o têm. Mas todos os dias estamos a aprender.
Agora não admito que me trate como tratou com as palavras que disse uma vez que eu não magoei ninguém, ou será que as palavras que eu escrevi sem maldade lhe cairam a si.
"O facto de ter escrito em maiúsculas, num tom seco, de criatura com o coração demasiado perto da boca, como quem berra aos sete ventos, fez-me pensar que há por aí um pouquito de soberba. Soa-me àquelas moças com idade casadoira que passam a dizer que as outras são todas umas putas e elas são a pureza em fórmula concentrada, apenas porque não encontraram ainda namorado."
Nunca tive essa atitude de arrogância, triste comparação.

Anónimo disse...

Luisinha:

A sua pergunta é pertinente. Porque inscrevem então os filhos na catequese?
E dou a minha opinião:
Mais de cinquenta por cento dos pais fá-lo por motivos sociais, e a prova é que grande a parte deles nem sequer frequenta a Igreja.
Depois, que dirá o seu filho quando os colegas forem fazer a Primeira comunhão e ele "ficar de fora?".
A verdade é que hoje, a primeira comunhão se transformou numa feira de vaidades.
Mais preocupante ainda, é que segundo um estudo levado a efeito no país de Sua Majestade, e de acordo com uma sondagem levada a cabo pela Penguin Books a propósito do lançamento do livro «Killing God» de Kevin Brooks, somente três em cada dez jovens (entre os 13 e os 18 anos) acreditam na vida para além da morte, enquanto seis em cada dez acham que a religião tem uma influência negativa no mundo.
Onde está a Falha para que estes números se revelem?
Ah... sociedade não acata os verdadeiros valores, - dirão alguns. O consumismo e o prazer imediato estão a desviar o homem da sua verdadeira vocação, que é amar a Deus, - dirão outros.
Não será que a Igreja se mantém medieva, pergunto eu?

Confessionário disse...

Acalmem-se as hostes, please.

Agradecia que se criticassem com vontade de ajudar a crescer.

Brigadão

anamaria disse...

Fui catequista durante 12 ou 13 anos e...é muito difícil!! Sou professora e é igual, com alguma desvantagem para a catequese, porque os pais, em geral, ainda desajudam mais!!

Considerei a sua resposta à mãe adequada. Até Jesus a teria dado, provavelmente!

disse...

Sem culpar ninguém, é bom pensar um bocadinho nas razões desse abandono. São muitas. Vivemos numa sociedade consumista e competitiva que pouca margem dá ao verdadeiro acolhimento da Palavra… Mas, este facto ultrapassa-nos. Temos que viver com ele e pronto. Existem, no entanto, outros motivos que podemos minorar com um bocadinho de boa vontade. Um prende-se com a formação das catequistas. Durante a escolarização os jovens têm acesso a informações vindas de áreas muito diversificadas – História, Filosofia, Psicologia, Biologia, Teologia… Não me venham com a conversa de que sabem menos do que nós sabíamos na idade deles porque é mentira. Todo estes saberes que vão sendo adquiridos têm que ser integrados por forma a que a aprendizagem se torne coerente e significativa. Se tal não suceder ocorre aquilo a que nós, professores, chamamos de “conflito cognitivo” e todo o esforço cai por terra… Ora há catequistas com um grau de instrução demasiado baixo… Garanto-vos que são muitas as vezes que os alunos me confrontam com “ensinamentos” que bradam aos Céus… E este ano com as comemorações de Darwin não vos digo nem vos conto… A boa vontade é muito importante. É, Sr padre. Mas nos dias de hoje não chega… Se não apostarem em pessoas que “aguentem” a pedalada da gente nova torna-se difícil… E é pena… Porque tudo se pode conjugar harmoniosamente... Vou atrever-me a dizer uma coisa que o vai deixar furibundo mas eu não me importo:) Os Padres devem arregaçar as mangas e supervisionar o trabalho que é feito na catequese… No mínimo dos mínimos, incentivem as catequistas a ler…muito…

Estou já a ouvi-lo repetir o que disse a essa senhora: “Vem para cá tu também…” E eu respondo: “Se me GARANTIR um lugarzinho no Céu, vou…, não pode garantir, então não vou…”

Bjinho

Luisinha disse...

Anónimo de 24 Junho, 2009 10:31

Não me lembro de ter perguntado nada... Mas foi bom ler o que dizes para também ter uma noção dessas pesquisas e conhecer o que os jovens pensam. Talvez esteja mesmo na hora de dar alguma "criatividade" ou algo assim diferente para dar mais sentido ao que Deus espera de nós, porque o ser humano por natureza gosta do que é novo, tem curiosidade nata, e se soubermos usar isso sem alterar os princípios de Deus, talvez seja esse o caminho... ou não... (sorry!). O que você acha padre?

Luisinha

Confessionário disse...

ó Luisinha
... mas tb está agarrado ao passado e tem dificuldade em aceitar o novo.
E esta, hein!?

Confessionário disse...

Fá,
"Vem para cá tu tb, que davas muito jeito" ... hehehe

Mas informo que por aqui o pároco dá formação inter-paroquial a todos os seus catequistas (claro que é só aos que aparecem e nem todos o fazem); desde que sou pároco que experimentei imensas formas de formação. Posso garantir que a maior parte deles (os catequistas) já não anda às aranhas! Mas ainda falta fazer muita coisa.
E apesar de acompanhar a catequese, não estou assim tão próximo. Nem consigo, pela falta de disponibilidade!

Conto conitgo?

Anónimo disse...

Não desmaiem não?!

É que não gosto de falsa humildade cara(o) anónimo de 24 de Junho 9:54

E depois não misture tudo nem se vitimize, por favor. Basta-nos quem nos (des)governa.

Luisinha disse...

Bem... E esta é que é bonita! Olha fiquei sem resposta... Que coisa, o ser humano tem de ser assim tão complicado?! lol
Se eu me lembrar de alguma coisa eu digo-te, talvez ajude (ou não...).

Paz e bem!
Luisinha

Fá disse...

É evidente que dá o seu melhor, Padre! Já imaginou como seria o mundo se, finalizados os deeeez anos de catequese, cada jovem estivesse disposto a ser fiel ao Mandamento do Amor... "Que vos ameis uns aos outros como irmãos", disse Jesus.

E pode contar comigo, sim. Através da oração e, aqui, neste cantinho onde tentamos crescer juntos. A presença realiza-se de tantas formas. O lugar onde estejamos pouco importa.

Um abraço amigo