segunda-feira, junho 01, 2009

A música litúrgica

Aproveitou experimentar outra opinião, para justificar a dela. Lá na terra faz parte do grupo de jovens e cantam na missa. Tudo certinho e direitinho, porque o padre só gosta assim. Podemos dar notas ao lado, que o importante são os cânticos litúrgicos. Queríamos colocar guitarra. Grita impossível, e a gente sente o impossível bem no fundo de cada um de nós. Entretanto, quando há casamentos e nos pedem para os animar, a gente desforra-se um pouco. Até há uns dias atrás, em que ouvimos o que não queríamos. Estamos impedidos de cantar na missa. E agora diga-me o senhor o que havemos de fazer? Deixar de cantar? Deixar de ir à missa? Deixar de ser cristão? Na minha paróquia quem manda sou eu, disse. Eu não sabia que dizer, pois sou de opinião que a música litúrgica é aquela que se adapta à liturgia e não aquela que com sonoridades exclusivas e características, nos é proposto alindar a Eucaristia. Também não gosto de canções de ir à erva, um pouco apimbalhadas, imitações baratas de artistas conhecidos como os Abba ou por ai fora. Mas gosto de uma viola, de um bom ritmo, de uma canção que faça sorrir e faça festa, uma canção que incentive todos a cantarem. Para mim, a música litúrgica é aquela que acompanha, que sustenta a liturgia. Não pode ser um espectáculo, e deve servir para que toda a gente cante na assembleia. Recordo como o meu mestre no Seminário nos ensinava aqueles temas cheios de vozes e harmonias que ninguém cantava senão nós, e que depois dizia serem litúrgicos. Por tudo isto, pedi à jovem que encontrasse naquilo tudo um equilíbrio. Que falasse de novo com o pároco e que tentasse encontrar o tal equilíbrio juntos. Mas, ó padre, então eu para cantar a Deus não hei-de poder cantar com as minhas palavras e melodias? Sou obrigado a cantar o que não gosto? Então como posso gostar daquele a quem canto se não gosto do que canto?

39 comentários:

Idalina disse...

Compreendo-a. Na minha paróquia temos um grupo coral juvenil que anima as festas e as "missas" de catequese. Tem violas e um cavaquinho. E as crianças conhecem de cor quase todos os cânticos e cantam. E com isso começam a achar que ir à missa não é uma seca. Gostam, participam, cantam e por vezes expontaneamente acompanham o ritmo com palmas. E com isto vivem as celebrações. Felizmente o nosso pároco também gosta. Se este grupo deixar de participar nestas celebrações, penso que passado algum tempo as nossas crianças e adolescentes se começariam a afastar e o nosso trabalho (enquanto catequista) ficaria certamente prejudicado.

concha disse...

E este post vem mesmo a talho de foice.Porque na minha paróquia a missa do meio-dia, onde por razões várias gosto de ir,é um pouco assim.....o coro canta muito bem, o maestro fá-los cantar em várias vozes,o que suponho seja uma mais valia,mas excepto dois ou três mais aventureiros, poucos se atrevem a cantar e quando isso acontece, o dito maestro resolveu mudar o cântico e começa cada um a cantar o que acha.É claro que isso provoca além do riso de alguns,a incapacidade total de a seguir alguém dar nem que seja um simples pio.Já tenho pensado como reagiria Jesus perante um coro assim.Talvez puchasse as orelhas ao senhor maestro e o fizesse ver que as exibições na Igreja não são permitidas...só é permitido procurar estar em comunhão com os outros.
Um abraço confessionário e obrigada por todas as interpelações em forma de post.

Jorge Oliveira disse...

A música litúrgica será sempre uma fonte de problemas (e de bênçãos) nas igrejas, quer Católicas ou Evangélicas. Aqui há uns anos, estive a visitar uma igreja Evangélica, que quando vou para puxar da viola para cantarmos uns cânticos (tínhamos sido convidados), os responsáveis disseram que ali não se tocava viola.
Restou-me cantar e guardar a viola no saco... eheh


Concordo que a música na igreja não pode ser um espectáculo, lembremo-nos para quem cantámos e porque o fazemos.

Um abraço

Canela disse...

Começo a pensar... que aqui o Pe. Conf. é o da minha "Igreja", eheheheheh. Nãaaaaaaaao! Não pode ser ("tava" a brincar).

Eu hoje, e pelo que passei ontem... digo que, o mais importante não é o que se canta, mas com que espirito se canta para DEUS.

Cantem, toquem o que gostarem, com decoro, com alegria, com verdadeira devoção a DEUS, com amor, com respeito a todos...

Não se esqueçam, uma assembleia que canta, é uma assembleia activa na Missa, vive e sente a Missa sem dar pelo tempo passar.

Quanto á jovem e ao seu Pároco, talvez fazerem por lá uma matiné com mostra de Bandas Católicas, promover a musica católica será sempre um bem maior (acho).

Marcelino Teles disse...

Ora, se bem me lembro, até há poucos anos nem palmas se podiam bater dentro da igreja, até que um dia o Padre Rossi lembrou-se de cantar e batar às palmas dentro das igrejas.
Não vejo mal usarem os quaisquer instrumentos musicais desde que as musicas sejam efectivamente enquadradas com a liturgia e nada de pimbalhadas.

tiaduxa disse...

E pensar que o Padre da Capela onde vou ao Domingo passou tempos a "sonhar" ter um coro que animasse as celebrações... Parecia missão impossível mas finalmente conseguiu. Desde a semana passada temos um coro "seis estrelas". Melhor dizendo, seis estrelinhas: quatro meninas e dois rapazes, todos irmãos e todos lindos, lindos, lindos. Um dos rapazes toca guitarra e só é pena a mãe não cantar com eles, porque nesse caso parecia mesmo a família Von Trapp do filme Música no Coração.

No final da Missa toda a gente lhes bateu palmas. Não sei se é considerado litúrgico, mas foi a forma de agradecer aos seis manos terem-nos ajudado a rezar e, acima de tudo, terem-nos feito sentir uma família.

Não sabia que há só um tipo de música que pode ser considerada litúrgica. Acredito que o que é importante num coro é que ajude a assembleia a rezar e a sentir-se unida. Se usam congas (tambores) em África, guitarra Portuguesa em Missas fadistas, ou piano de cauda e violino na Aústria, não é uma demostração do espírito universal da Igreja?

Luisinha disse...

Desculpa, não consigo comentar o conteúdo, só consigo achar imensa graça aos termos usados! :) (pelo menos dá para sorrir no meio dos problemas...).

JS disse...

Infelizmente, boa parte dos grupos de jovens que, alegadamente, se dedicam à música litúrgica quase nada sabem de música e menos ainda de liturgia.
Até certo ponto, é normal que assim seja: ninguém nasce ensinado; e formação nestas áreas no seio das nossas comunidades não abunda propriamente. Mas também não falta quem nada queira aprender; e quem se arrogue o direito de liderar o canto numa celebração apenas porque sabe "serrar" uma viola e participou numas sessões de karaoke...

JS disse...

Sugiro aos senhores padres um método altamente eficaz para um tira-teimas com os grupos juvenis e suas ideias de cantar missas: organizar-lhes uma pequena estadia em Taizè. É certo e seguro: ou vêm de lá muito mais humildes e com horizontes bem mais abertos; ou há que dar o caso por perdido...

Anónimo disse...

ó senhor padre então não gosta de música dos Abba e por aí fora...mas se for " Feitiço" do André Sardê como cântico de entrada para m casamento já aceita...acho uma certa confusão...eu até imagino os noivos a entrar..."foi feitiço não sei que me deu..." muito liturgico para o momento...mas tem razão esta não é dos Abba...

JS disse...

Nem a propósito: fiquei hoje a conhecer a existência deste site:

http://www.musica.sanpablo.es/

Claro que música cristã não é o mesmo que música litúrgica; mas é um começo...

Anónimo disse...

aqui em Portugal tb há coisas muito boas, músicas e artistas interessantes de música cristã: www.festivaljota.com

Teodora disse...

acerca de cantorias já referi em comentários anteriores acerca das vozes celestias que inspiradas na figura do senhor padre lá vão povoando o ambão da minha igreja.

aquilo canta tudo. ele é nova, é velha, casada, solteira, viúva e divorciada. é uma bela gritaria.


Eu prefiro estas

http://www.vatican.va/news_services/liturgy/cap-mus-sistina/documents/index_inni_po.htm#Solenidades%20e%20Festas

Anónimo disse...

Com este Papa não tarda estamos todos a cantar em Latim.
Será que Deus prefere o vernáculo?

Julia.

Ana Patrícia disse...

Já muita gente falou de música litúrgica,portanto não o farei também, apenas parei aqui as minhas pequenas palavras para realmente incentivar a pessoa a dialogar novamente com o pároco. Aqui há uns tempos, na minha paróquia não havia quem tocasse órgão numa Eucaristia. O grupo de jovens voluntariou-se para cantar e animar com viola. O pároco foi peremptório, que não, se havia órgão, não se ia tocar viola! Claro que aos jovens saltou-lhes a tampa, mas no dia, alguns lá se apresentaram para ajudar pelo menos a cantar...foi missa com cântico a seco! Paciência... Mais tarde, e mais uma vez com o grupo de jovens, num evento organizado por eles, lá se falou com o pároco e as violas tocaram...juntamente com o orgão, mas o que importa é que tocaram! Ora bem, às vezes é preciso haver uma certa cedência de parte a parte... Não desista de dialogar...vale sempre a pena! :)

Beijinho sereno***

Anónimo disse...

Quem andou em Conservatório e estudou uma disciplina chamada História da Música não poderá ler estes comentários sem sorrir.
Quando eu vou a Fátima e apanho com cantores da nossa praça do mais repimpado Pimba que por cá se passeia a actuar, é caso para dizer: - Valha-me Deus!
Mas a realidade o negócio assim o exige, não é verdade?!

Anónimo disse...

Há trinta e cinco mil crianças que na Irlanda foram vítimas de abusos sexuais por parte de padres pedófilos, e vocês a discutir música sacra…
Mas vocês querem debater os verdadeiros problemas da Igreja ou entreter os crentes com estorinhas e mantê-los alheados dos verdadeiros problemas?
Crente que questiona é um crente pensante e um crente pensante pode querer respostas para questões que convém não serem levantadas, - o ideal é ser um crente não pensante?

Nocas disse...

Raramente vou à missa, mas rezo e falo muitas vezes com Deus. Deveriamos sair da missa tranquilos, sorridentes e leves...uma viola ou uns cavaquinhos faz a diferença, os cantos litúrgicos deixam-me triste...afinal há tantas formas de cantar para Deus...

PPN disse...

Sobre este tema veja-se o artigo de João Paulo Antunes intitulado "Arte e Liturgia ou Arte Litúrgica? Novos paradigmas da música litúrguca".
http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/4092.pdf

Quem não tiver paciência para ler todo o artigo pode saltar logo para as conclusões... :)

Anónimo disse...

Na paróquia ondà missa, o grupo coral é espectacular.
Órgão e Guitarra eléctrica. Fica simplesmente fantástico. Toda a gente gosta e sem dúvida que a festa da música nos aproxima mais do Senhor.

Se há coisa que me fascina são os coros de Gospel. Conseguem levar as pessoas ao êxtase e atingir um nível de introspecção e aproximação com o Céu.

São Padres como esse que faz com que nós jovens deixemos de ir à missa. Porque será que as missas animadas pelos escuteiros têm tanto sucesso?

Idalina disse...

Supondo que o "penitente" Anónimo das 11:40 do dia 3 de Junho é o mesmo das 10:01 do dia 28 de Maio gostaria de dizer (se me for possível) que sou crente, sou pensante e procupo-me com os pequenos problemas da Igreja tal como me preocupam os grandes. Mas será a pedofilia um problema da Igreja? há pedófilos entre os padres, os médicos, os políticos, os professores... há homens que são pedófilos. Então o Homem é pedófilo? Deixemos de condenar o todo pelos erros do particular. Vamos discutir o quê? Quem é a favor e quem é contra? A pedofilia não se discute, combate-se. E os pequenos problemas que aqui são discutidos, em paróquias onde se trabalha muito para evitar que as pessoas se afastem,sobretudo os jovens, podem a não muito longo prazo tornar-se problemas maiores. Aqui entram os crentes pensantes.

JS disse...

"Porque será que as missas animadas por escuteiros têm tanto sucesso?"

Porque constituem um bom entretenimento. Para quem não sabe o que é a missa, não a entende, e só a suporta a custo e com grande sacrifício, o ta-tchim pum-pum rec-rec torna-se uma excelente distracção.

Basta um bocadinho de cuidado na observação dessas missas para ver que o que interessa é o concerto. O padre está lá simplesmente para ocupar os tempos-mortos entre as músicas, para dar tempo de afinar as violas e procurar as folhas para o próximo cântico. A missa é apenas o pretexto para a escolha de cânticos, e para dar a dica: "agora é o pai-nosso"; "agora é a paz"; "agora é a comunhão"...
Dominam intrincadas e espaventosas melodias, mas nem um "amén" conseguem cantar; acham-se no direito de cantar qualquer coisa na igreja, mas até desmaiam se lhes dizem para cantar o "A 13 de Maio".
Escolhem os cânticos sem saber o que se celebra nesse dia, e não se dão ao trabalho de dar uma olhadela às leituras; vão-se embora sem ter prestado atenção a nada e até sem comungar, que é para não interromper o cântico. Voltarão à missa apenas quando for a próxima vez deles cantarem. E se houver actividades marcadas, santa paciência: fica a missa sem coro.

Posso estar a ser injusto na generalização; mas não devo estar muito longe da verdade...

Confessionário disse...

Eu tb gostava de dizer ao anónimo a que se refere a Idalina que a Igreja não é nem um país nem uns padres ou um padre...

A Igreja é muito mais do que isso... por isso tudo é importante no seu seio.

Confessionário disse...

ahhh, deixa-me ser mais incisivo:
a Igreja nem sequer são os padres e os bispos!

Luísa disse...

Eu acrescentaria algo mais ao comentário do JS. É vê-los (aos jovens) a bater o pé e o corpo a abanar de um lado para o outro, como se estivessem num concerto de rock.

Alma peregrina disse...

(aninhado discretamente, muito corado, enquanto ergo timidamente a mão e sussurro muito baixinho)

... eu até curtia um niquinho de música gregoriana em latim... acho giro... pois, são gostos... não me matem!

Anónimo disse...

«Mas será a pedofilia um problema da Igreja?»

- Idalina, não tente esconder o sol com a peneira.

Que eu saiba os médicos ou os políticos, não têm a seu cargo colégios internos, orfanatos, escolas, ou jardins-de-infância. Querer menorizar o problema ou relativizá-lo como está a tentar não é uma forma honesta de enfrentar a questão.

* "O abuso sexual por parte de sacerdotes não é um fenómeno novo ou localizado. A actual crise provocada pelos abusos sexuais praticados por membros do clero é apenas um buraco na esburacada estrada que é a história a Igreja Católica. A história mostra que em praticamente todos os séculos, desde os primórdios da Igreja, o problema do abuso sexual de menores pelo clero não apenas germinou na sombra como também, em alguns períodos, se manifestou tão abertamente que meios extraordinários tiveram que ser usados para dominá-lo. Se há algo de novo quanto ao abuso sexual de menores por membros do clero, é que nos últimos cinquenta anos uma conspiração de silêncio o tem coberto. Em vez de prevenir a sua prática, este manto de segredo criou uma atmosfera em que o abuso pôde alastrar como uma infecção sistémica e vidas de crianças foram e são despedaçadas... é mais escandaloso que o abuso seja praticado por um sacerdote vinculado ao celibato e erigido em modelo de santidade."
*Sexo Padres e Cádigos Secretos – 200 anos de Abuso Sexual na Igreja Católica
Thomas P. Doyle (sacerdote e padre dominicano)
A.W.R. Site (Antigo monge beneditino)
Patrick J. Wall (Jurista ex-sacerdote)
Occidentalis editora

- O mais grave é que a impunidade é total e não me refiro ao malogrado Padre Frederico que ainda está na memória recente mas a um governo que na Irlanda já está em conversações com o Vaticano para conceder um indulto a todos os sacerdotes envolvidos no abuso de 35.000 crianças!

Confessionário disse...

Amigo anónimo, isso que apontas é de facto um problema. Mas tu apenas entendes a Igreja como instituição, e independentemente dos erros que cada um dessa instituição possa fazer, isso não abrange a verdadeira Igreja de Cristo. A Igreja é muito mais do que uma instituição.
Podemos até discutir o assunto da pedofilia por parte de algum clero da Irlanda. Mas não podemos dizer que isso é "O" problema da Igreja.

Um abraço

Teodora disse...

o maior número de abusos sexuais ocorrem em contexto familiar.

mas se quer continuar a desenvolver acerca do tema, be free, pois não sou eu a gerente da loja.

concordo com o JS, na condição de que este JS não signifique uma massa tumoral que habita um país metastizado.

Canela disse...

Desulpa Pe. C.;

quero deixar algumas palavras ao anónimo das 19h41.

Com o devido respeito que o assunto merece, bem como o próprio anónimo, permita-me que lhe dirija algumas palavras dentro da base do repeito por todos.

A Igreja é um corpo; isto é:

Jesus é a cabeça, o resto do corpo somos nós leigos, Padres, Religiosas, enfim todos os que acreditamos na morte e ressureição de JESUS CRISTO!

Milhares de crianças, morrem de fome diáriamente no mundo. Eu contribuo com o que posso, e REZO.

Milhares de crianças, são mortas, vendidas,abandonada, escravizadas, abusadas por pais, familiares e desconhecidos; eu REZO.

Vários nomes de "bem", estão envolvidos com graves crimes infligidos sobre as ciranças, e, a nossa justiça tranquilamente deixa que tudo se dilua...

A Justiça dos homens, já se viu que não é justa, não funciona, não é credivel...

A Justiça de DEUS... meu caro anónimo, é JUSTA, funciona sempre e é credivel. Sim, aceito que sinta dentro de si, a dor de todas estas crianças, revolta até... mas não se perca nisso.

Agarre-se á oração, una-se á Igreja e por conseguinte a JESUS e não se perca no ódio e na revolta.

JESUS comeu com os ladrões, com os Leprosos, Prostitutas, enfim com a dita ralé... sabe porquê?

Porque JESUS veio para os "doentes", não para os sãos! Medite nisto, com carinho por JESUS e reze... aos poucos surgirá dentro de si alguma LUZ!

Assim espero.

A Paz de Cristo

Anónimo disse...

A música tem linguagens universais, como o nosso vestuário, vestimos o tipo de fato mais adequado para cada ocasião.

Se uns trabaladores do campo cantam alegremente no campo enquanto trabalham é bom para o ambiente e até parece que a fadiga se afasta. Um concerto de rock – de linguagem mais descontraída - dado por uma banda para uma assistência juvenil também não destoa. Já numa casa de oração a Deus, não me parece que todas as linguagens musicais tenham idêntico cabimento.
Fará sentido o melhor, o mais solene e mais belo que já se tenha inventado ! daí que faça todo o sentido de a igreja dos crentes cantarem e/ou ouvirem aquela que maximize o mais belo, a melhor entrega da súplica, em suma da enlevação a Deus !

(Nota: Ainda me lembro de como criança de colo, na igreja ouvir a dita música litúrgica e parecer-me que eram anjos a cantar, só que não os via ...)

No que respeita aos instrumentos, viola ou pífaro, o instrumentista não pode esquecer onde está e para Quem está a tocar. De resto já assisti a concertos de guitarra portuguesa absolutamente memoráveis !

O Senhor esteja convosco !
Fernando Gonçalves

disse...

Cantar é uma forma de comunicar. Os cânticos litúrgicos têm a particularidade de nos permitir comunicar com Deus louvando-O, simultaneamente. As sonoridades que escolhemos dependem das vivências de cada um e daquilo que Lhe queiramos transmitir. Pode ser alegria, confiança, entusiasmo como pode ser paz, ou gratidão, ou súplica… Não me surpreende que os jovens cheios de energia adiram a cânticos que expressem essa vitalidade. Compreendo também as pessoas que preferem estilos musicais que convidam ao recolhimento e à interioridade. Estou convencida que Deus, sendo Pai, não distingue formas de louvor. Recebe, de todos e com igual enlevo, aquilo que Lhe é carinhosamente oferecido. Por isso, para mim, tão válida é a música do coro anónimo e desafinado de uma qualquer igreja como os cantos gregorianos dos monges Beneditinos… O que não percebo mesmo é a relação entre os cânticos litúrgicos colocados em discussão neste post e as situações de pedofilia que aqui foram invocados de forma totalmente desenquadrada. Problemas destes acontecem na Igreja como acontecem em tantos outros sectores da vida social e familiar.
Há pessoas que me afligem porque, de facto, são demolidoras.

Para todos, um bom fim de semana!
Um abraço amigo

Canela disse...

Eu queria escrever "desculpe" e não "desculpa"...

Foi sem querer...

PC disse...

Como se diz na minha comunidade: Cantar é rezar duas vezes, se acompanhada por uma viola (ou outro instrumento) é rezar três vezes.

A Missa é uma festa com Jesus, porque não ter música? É claro que deve ser música que "ajude à festa", ou seja, que ajude à oração, à reflexão, à adoração... Concordo com a Fá, Deus sendo Pai, não distingue formas de louvor.

Pe. C., acompanho o seu blog há já algum tempo e gostaria de lhe dar os parabéns. Gosto do que escreve e da simplicidade com que escreve. Pelo n.º de comentários que têm todos os seus artigos pode-se medir o sucesso dos mesmos. Continue assim.

Anónimo disse...

É evidente que o problema não está propriamente na viola. Há o argumento de se tratar de um instrumento pouco "sagrado", mas não cola.

Basta ouvir o Concerto de Aranjuez para ficarmos assegurados da sua nobreza; ou escutar as bandas sonoras do Santaolalla, que tocam a alma; ou dar um salto a Santo Tirso, para dar conta das suas potencialidades; ou simplesmente seguir a performance do The Edge, por exemplo no Magnificent...

Anónimo disse...

Costumo passar por aqui, ler os comentários. Não pude deixar de comentar.
Há alguém que denuncia um problema, a meu ver gravíssimo; que respondem vocês? Uma comentadora aconselha oração, outra mostra-se enfadada pelo enquadramento do comentário. Nem um dos comentadores se mostrou solidário com as vítimas, que não são poucas, nem um comentador teve a coragem de pedir justiça para os pedófilos, bem pelo contrário, saíram em defesa da instituição que os encobre. Sou obrigado a perguntar:
- Que tipo de gente comenta neste blogue?
Desculpem o desabafo, foi mais forte que eu.

Marco António.

Dinarte Gois disse...

Caro Padre,

Em primeiro lugar gostaria de dizer-lhe que "admiro" muito o seu blogue!

Relativamente à música litúrgica é preciso perceber uma coisa. Nem tudo o que pensamos ser o correcto é litúrgico. É preciso ter um pouco de formação em liturgia...

Temos de ter o cuidado com as músicas que escolhemos para os vários momentos da Eucaristia. Há momentos que uma música de reflexão (tipo de Taizé) fica muitíssimo bem como há outros momentos que uma música "mais mexida" se enquadra perfeitamente. Embora haja música com ritmos interessantes e vazias de letras!

É preciso cuidado e saber escolher..!

Abraço

marleki disse...

infelizmente, esse tipo de situações são muito recorrentes.
pertenço a um grupo de jovens e animamos a Eucaristia de vez em quando, isto porque existe um outro coro que não permie que cantemos. dizem muitas vezes que deviamos animar mais Eucaristias mas quando o queremos fazer, dizem logo que não, que só nos queremos mostrar, e coisas do género.
fico muito triste quando vejo que tentam afastar os jovens, e depois, com o maior descaramento, dizem que os jovens não vão à missa, nem participam...
portanto...
vamos limitando-nos a cantar quando o pároco nos pede e em todos os casamentos...
considero que a Eucaristia é a festa da Vida e que por isso deve ser alegre. há cânticos lindíssimos, que nos ajudam a viver com mais intensidade o momento.
numa época em que se diz que estamos a atravessar uma crise de valores, penso que seria da maior importância, usar de todos os métodos disponíveis para aproximar as pessoas de Deus.
felizmente, vejo na munha diocese uma grande participação dos jovens nas actividades propostas pela pastoral juvenil.

Anónimo disse...

O neutro e cada vez mais valorizado tanto a nível operativo, como litúrgico, vocal sintetizando. Lá lá lá lá lá, portanto. Muita paz e confiança 🙏