quarta-feira, maio 07, 2008

Tinha uma vida cheia de tudo

Enquanto o corpo correspondia, transparecendo formas definidas e esbeltas, era de opinião que não devia ter muitos filhos. Os que não custassem e que servissem para formar família bastavam. Tinha uma vida cheia de tudo. Bom marido. Boas casas, que eram mais que uma. Dinheiro suficiente para que não lhe faltasse a felicidade. Guardara o necessário para fazer uma velhice sem sobressaltos. Inclusive, sabia conviver com a vida e com Deus na sua participação dominical da missa. Era boa mulher e boa mãe. Nunca deixara que os seus dois filhos soubessem o que era não ter mãe. Tinha dois porque um tinha sido descuido. Estivera para abortar. Não tivera coragem dessa vez, mas conseguira tê-la noutra. Agora a mulher que tinha tudo, que era feliz e que não quisera ter o desconforto de ter meia dúzia de filhos, estava ao meu lado, mal sentada porque não conseguia aguentar as dores, e ela própria contava a sua vida de felicidade efémera e de enganos com a vida. Chorava disfarçadamente para que ninguém reparasse, embora toda a gente a soubesse desditosa. A mão não possuía força suficiente para se limpar. Por isso a pintura dos olhos esborratava-se. Pertencia a uma classe um pouco acima da média. Agora a pintura espalhada pelas lágrimas mostrava o que está por de trás de qualquer tipo de classe. E contava que o seu marido morrera e que os últimos anos tinham sido imensamente duros porque tinha cuidado dele sozinha. Desculpava os filhos dizendo que não tinham tempo. Mas agora ainda menos, porque tinham morrido ambos antes do pai. Padre, não tenho quem cuide de mim. Não tenho filhos que me cuidem. Estou muito doente. Sinto-me impotente para resolver o que quer que seja. Gastei os últimos cêntimos com remédios. O que me vai valendo é o Centro. Falava do Centro Paroquial. Se tivesse, ao menos, mais um filho ou dois, padre!
Agarrei-me a ela com força, a força que Deus me dera para ter naquele momento, para também eu ser forte e a fazer forte. Limpei-lhe uma lágrima com um dos meus dedos. Mas não insisti, porque o mesmo dedo parecia querer aproximar-se de um dos meus olhos. Disse três ou quatro palavras que nem lembro porque fiquei a falar por dentro. Sei que ela parou de chorar. As palavras devem ter valido de conforto. Quando se levantou com a minha ajuda e me disse adeus, eu pensei no como tanta gente resiste a ter mais filhos por um qualquer motivo que, vá-se lá a saber, a maioria das vezes não é mais que uma forma de evitar preocupações e problemas, esquecendo que outros problemas e preocupações podem vir atrás dessas opções.

100 comentários:

Luis Carlos disse...

Olá,

O que dizes em "eu pensei no como tanta gente resiste a ter mais filhos por um qualquer motivo que, vá-se lá a saber, a maioria das vezes não é mais que uma forma de evitar preocupações e problemas, esquecendo que outros problemas e preocupações podem vir atrás dessas opções.".

Então os casais não podem escolher o número de filhos que querem ter?
Não terá o padre escolhido não ter nenhum filho? Quais foram as preocupações e problemas que quis evitar quando escolheu ser celibatário?

Ora, não é um padre que vem pôr em causa as escolhas que um casal tomou enquanto casal, pois o padre nem sabe como se vive em casal, nem experimentou a vida em casal, nem sentiu os problemas da maternidade para a mulher, nem as preocupações de um homem casado.

Continuamos a ter a ideia da mulher parideira sem controlo do seu corpo devido à ignorância a que era votada, isso foi na Idade Média. É muito fácil para nós homens, não é?

Até já,
Luís Carlos

Anónimo disse...

Boa tarde.

Sou uma leitora assídua do seu blog, e quanto a este tema,não posso deixar de expressar a minha opinião.

Antes demais quero referir que o facto da pessoa, de quem retrata a vivência, ter tido mais filhos, não seria garante de que estariam a cuidar dela. Aliás, como refere, já na altura em que o marido estava doente,e os filhos vivos, desculpava-lhes a ausência pela falta de tempo.
Sei, por conhecimento de causa, que temos Lares e Centros de Dia, das IPSS e lucrativos, repletos de idosos abandonados, sem qualquer visita, nem telefonema, apesar de possuirem uma familia e filhos.

Estão cada vez mais sujeitos ao abandono, aos cuidados de Instituições, de pessoal técnico e auxiliar, que se desbobra em cuidados, que muitas vezes se substitui à família, ou que a desculpa junto do utente, quando este se manifesta pela sua ausência.

Na minha perspectiva, os filhos não podem ser encarados como uma garantia de uma velhice condigna e acompanhada. Porquê que os filhos devem cuidar dos seus pais?
Porque foram os pais que lhes deram a vida, que os trouxeram ao mundo?
Não é o amor que impele um casal a ter filhos, substancialmente na sociedade actual, estruturada com base no facilitismo e egoísmo?
E o amor incondicional que lhes transmitimos, esperamos que mais tarde reverta a nosso favor, com cuidados, medicamentos e acompanhamento?

Não percebo essa lógica! O amor incondicional que os pais dão aos filhos, não tem retorno de forma material, tem retorno em amor, que se substancia numa presença, numa amizade e num respeito incomensurável, que nos levam a estar com os nossos pais, até ao final dos seus dias.

Acredito que a grande diferença, esteja na forma como amamos, quer os nossos pais, quer os nossos filhos, na maneira como transmitimos e demonstramos esse amor, que decerto não é uma obrigação que a sociedade e os outros, nos querem impor...

Alma peregrina disse...

Caro Luís Carlos:

O que é mais fácil para os homens?
1) O conceito da mulher parideira (que acarreta sempre aquela "chatice" que são os filhos)
2) O conceito da mulher que, como é muito moderna, "diz" que tem "controlo sobre o seu corpo", mas que nos actos "opta" por ser um objecto sexual de qualquer homem que lhe apareça.

Faça as suas apostas. Eu já fiz as minhas.

E não, meu caro. Eu não tenho filhos. Isso não significa que eu não tenha direito a pronunciar-me. Tal como não preciso de ter um golfinho para ser contra a pesca por arrastão. Tal como não preciso ser ladrão para ser contra os assaltos. Tal como não preciso pertencer a um determinado clube de futebol para analisar que um dado ponta-de-lança cometeu fora-de-jogo.

E já agora, você é católico? É que senão não tem o direito de "julgar o nosso padre dessa maneira"! O relativismo funciona para os dois lados...

O que interessa é que os argumentos utilizados sejam racionais. E eu não vejo ninguém a não ser os padres (veja-se "os que não têm filhos") a defender a Família contra os ataques constantes de muitos políticos que até têm filhos.

Nenhuma instituição celebrou tantos matrimónios como a Igreja. De certo que ela tem alguma experiência na matéria.

Compare os 2% de divórcios em casais que praticam Planeamento Familiar Natural com os 50% de divórcios em casais com Planeamento Familiar Artificial.

Finalmente, é papel da Igreja guiar os seus fieis. Mesmo que isso seja caso de escândalo para todos aqueles que ignoram e não toleram a bela mensagem que a Igreja nos pretende transmitir (mesmo acerca da sexualidade e da família). Os casais podem escolher o número de filhos que querem ter? Podem. Mas seria bem mais interessante se os casais gastassem essas energias todas num processo de transformação interior que lhes permitisse acolher os filhos num ambiente de amor em vez de serem aquela "chatice".

Já reparou que "os filhos" são os únicos seres humanos na nossa sociedade que são impunemente etiquetados como "desejados" e "não desejados"?

Eu não acho isso bem. Tenha ou não filhos. É uma questão de consciência e de humanidade.

Esta mulher (do post) aprendeu da pior forma que quem não dá amor incondicionalmente não o recebe. Não estou a dizer que foi merecido, limito-me a constatar um facto. O mínimo de respeito que você poderia ter por ela seria, pelo menos, reflectir um pouco na mensagem que ela nos transmite através da sua vida.

Cumprimentos

Alma peregrina disse...

P.S. Os casais podem escolher quantos filhos podem ter, desde que escolham ANTES de esses filhos existirem. Esta mulher abortou. Isso não é "escolha". É a própria negação da liberdade, porque é a quebra de um Direito Humano para servir fins particulares.

anamaria disse...

Sou a mais velha de oito filhos, sete raparigas e um rapaz; tenho 41 anos e a mais nova tem 20; sou mãe de duas crianças, apenas, não podendo ser mãe de mais por motivos de saúde...Se pudesse e Deus quisesse, teria mais.
Tudo isto para dizer que me tocou este post de forma muito particular; cada vez que a minha mãe ficava grávida eu ficava contente: era mais um bebé, mais um elemento na família! E não fomos nunca ricos, a não ser de amor! Mas nunca faltou o essencial, todos os oito com cursos universitários...
Aprende-se naturalmente a partilhar o pouco que se tem; as alegrias são multiplicadas e as tristezas dividem-se!
Por isso, era com estranheza que ouvia os comentários parvos que as pessoas que me rodeavam faziam (colegas de escola, etc...), comentários de gozo, tipo "não têm televisão?", "nem os coelhos têm tantos filhos!" e outras preciosidades do tipo... Respondia apenas que os meus pais se amavam muito, de tal forma que era normal que o seu amor desse frutos...
Considero que os casais devem ponderar as suas opções; fico triste, porém, ao ver que muitos preferem um novo carro ou uma nova casa a um novo filho... Têm o direito de optar, mas não entendo...

Anónimo disse...

Caro Pe. C.;

Desculpe-me desviar do sentido deste post.

Penso que Deus N. Senhor lhe está a mostrar aquilo que é ser Pe!

Acredite.... o abraço... o limpar da lágrima.....é mais , muito mais....do que o significado literal das próprias palavras!

Um abraço em Cristo;

Kalos

osátiro disse...

Querer contrariar a Natureza, criada por DEus, acaba por se voltar contra o(a) próprio(a).
Por isso, a Europa está a ser assaltada por imigrantes muçulmanos para colmatar a falta de pessoas em várias profissões.

E tb demonstra que é a Igrja Católica, através dos CEntros Paroquiais, quem cuida dos que são escorraçados pela sociedade e/ou pelo Estado.
Conheço bem o Interior Norte e sei muito bem as muitas situações bem piores do que as descritas salvas pela dedicação de católicos abnegados.

maria disse...

Olá, padre!

Sendo católica parece que tenho legitimidade para comentar o post e alguma ideia errada que possa advir dele. Assim sendo e porque não vale a pena entrar em repetições subscrevo o que disse o Luís Carlos e o comentério seguinte.

Os filhos não nos são garante de nada, nem esta vida é propícia a que tenhamos alguma garantia sobre alguma coisa. Viver é arriscar. Umas vezes ganha-se outras perde-se.

Se Deus não nos instrumentaliza a nós, muito menos temos o direito de o fazer com as pessoas que geramos.

Não quer dizer que a mulher referida no post (exista ou não)não tenha errado em algumas opções que tomou. Mas quem nunca o fez que atire a primeira pedra.

Anónimo disse...

Muito gostam os padres de falar sobre coisas que nao entendem, como a vida de um casal e as suas escolhas sobre a familia.
É tão ridiculo como colocar um mecânico de automóveis a opinar sobre fisica quântica.
Mas a padralhagem lá continua a falar do que não entende com a autoridade dada não sei bem por quem.
Deus dizem eles.....
Acho eu que Deus levou esta mulher em dificuldades ao seio da Igreja para que a Igreja Católica, riquíssima por sinal, a ajudasse com um pouco de dinheiro para os medicamentos ou para comer.
Em vês disso, viu-se voltar sozinha pra casa de novo com um mero abraço do padreco e com um recado:
-" Olhe, tenha paciencia. Tivesse tido mais filhos!."

Enfim...

Anónimo disse...

Olá!

Eu sou a mais nova de três irmãos. Cheguei ao mundo quando os meus pais tinham 42/51 anitos.(gravidez não programada).
Geralmente a minha mamy diz que eu vim para aturar os meus manos, e não o contrario. Mas neste momento eu sou o principal pilar lá de casa.
E como eles dizem: se não fosses tu o que seria de nós...
Nem sempre os meus manos estão disponiveis. São homens, não ligam.E as noras...essas não são filhas, apesar de tambem ajudarem, mas é diferente.
Apesar de sermos poucos irmãos, consideramo-nos uma familia muito unida.E isso é que é muito importante.

As familias grandes tambem têem os seu problemas.
Existe muita mais rivalidade , e muitas vezes os pais é que sofrem com as guerras dos filhos, com o abando-no, com a indiferença.
De que basta serem muitos, se quando vem o Natal apenas lhe telefonam? De que basta serem muitos, se só vêem os pais nas férias grandes? Tantos trabalhos que eles passaram e agora colocam-nos num lar...
O que é importante é a qualidade e não a quantidade. Mas para isso é necessário existir muito amor para dar sem esperar uma grande herança em troca.

Um abraço!
Alexandra

PS. Quantos são lá em casa?

Teodora disse...

Errada para si e certa para o padre!

Confessionário disse...

Olá, amigos

Tenho evitado comentar comentários ou reponder a opiniões diferentes, primeiro porque não tenho o tempo que gostaria de ter para o fazer e, segundo, porque deixo que as coisas corram e que outros defendam opiniões idênticas às minhas, deixando que os posts fomentem um debate saudável sem que seja preciso reiterar as minhas opiniões.

Estive logo para responder ao Luís. Depois vieram outras opiniões idênticas ou aproximadas e por último veio uma um pouco mais insultuosa, a do arcanjo. Chegou a hora de dizer mais em concreto o que penso, seja como defesa, seja como argumentos.

Eu Tb sou de opinião que ter muitos filhos ou mais que dois ou que um não seja motivo suficiente para que um pai tenha uma velhice mais acompanhada. Tudo depende do amor que o(s) seu(s) filho(s) tiverem. Aliás, conheço muitos casos em que o número não significa nada na hora H.
No enatnto, aumentam, sem dúvida, as probabilidades.

Mas os filhos tb não devem ser considerados apenas uma resposta do amor que os seus pais tiveram quando os criaram. Não devem servir como recompensa ou pagamento. Hoje cuidas tu, amanhã cuido eu.
Continua tudo a depender do amor que existe na família.

E é nesta que, desculpem, começa o problema. Como são as famílias hoje?

Sou de opinião que os casais tenham os filhos que quiserem e que o façam de forma consciente. Mas tb sou de opinião que devem dar prioridade nas suas opções à família e não aos bens materiais. Mas cada um é que sabe, e eu, quando muito, só posso dar opinião. Não posso decidir por eles.

Tb a minha opção de vida implicou não ter filhos... e podem crer que, ao escrever este texto estive para rever o que sinto em relação a isso, e estive para mostrar como receio que um dia venha essa época em que ninguém me vai acompanhar e me vai dar a ajuda necessária. Aliás, os padres, exactamente por não termos filhso, corremos mais esse risco. E eu conheço muitos padres idosos abandonados.

Quando falo nestas situações, falo da vida das pessoas (mesmo que fosse imaginada a história) e das vidas que conheço e vivo.
Relativamente à vida em casal ou à vida de uma mulher grávida ou às opções dos casais e das famílias, quero afirmar, em primeiro lugar que nasci no seio de uma família e de um casal e vivi com eles muitas opções e muitas dificuldades.
Em segundo gostava de referir os casais, as mulheres e os homens que ouço em desabafos e em histórias de vida que contam exactamente as suas opções, dificuldades e formas de viver. Considero que conheço bastante da vida dos casais e se calhar mais que alguns que estão casados... porque não conheço apenas um casal, mas vários e diversificados.
Pensar que um padre não sabe o que é a vida de um casal é quase o mesmo que dizer que não se sabe o que a droga porque nunca se tomou (embora o exemplo seja sempre coxo)

Por último, e quanto ao ofensivo da "padralhagem" ou do "padreco", quero informar que:
- Tenho imenso gosto em ser padre e poder dar um abraço e uma mão a quem ma pediu
- Faço parte da Igreja que chama de rica, como muitos leigos que aqui vêm frequentemente, e não sou rico; o meu único bem material é o carro, o telemóvel, o computador e umas quantas coisas que me servem para servir.
- Tenho tanta autoridade para falar da vida de um casal como o "arcanjo" tem para falar com a "autoridade" com que falou (digamos antes, achincalhou) dos padres, dado que além de ouvir poucos (deu a entender isso) não conhece a vida deles.
- Se alguns amigos têm tantas soluções para ajudar este tipo de pessoas e situações, porque não o fazem e porque quase sempre deixam nas mãos da Igreja que se faça?!

Um abraço a todos.

Anónimo disse...

Olá!

Creio que este post abarca muitos temas... aborto, ter ou não ter muito filhos, estar sozinho" num lar, família, amigo....

Falo por experiência... Sou a filha mais nova de 6 irmãos... o meu pai teve um câncro no fígado e viveu 8 anos de sofrimento atróz (davam-lhe 6 meses de vida)... pouca vezes se queixou... esteve sempre em casa, onde foi tratado com todo o cuidado e amor por 3 filhas e a mulher, os outros aparareciam de quando em vez... a minha mãe morreu 3 meses depois com um câncro nos intestinos, esteve sempre em casa... os dois morreram em casa, junto dos filhos...

Alguns anos depois foi-me detectado a mim um câncro nos ovários e tive várias complicações.... não tenho ovários, útero, não tenho um rim, tive um AVC que me deixou paralisada toda a parte esquerda e quem esteve sempre comigo, não foi a minha família.... foram amigos que muitos deles nem conhecia... entre eles as pessoas que frenquentam este blog...
Tentei muitsa vezes dar cabo da minha vida, mas houve alguém que me tem acompanhado sempre e me tem ajudado, dando-me forças, orando por mim... sim o meu querido Amigo Confessionário, que nem me conhece....

Ter ou não muitos filhos, irmãos ou família, não dita se a nossa velhice, ou a nosa doença vai ser acompanhada, ou solitária... nessas alturas descobrimos que aqueles que estão ao nosso lado, nem os conhecemos e são esses que choram connosco, riem connosco, nos dão força, fé, coragem, amor, carinho, ternura....

Falemos em aborto...
E aqui, se me permitem, deixo-vos o meu testemunho de vida real:

ESTÁS AQUI...

Eras apenas uma sementinha, mas eu já te sentia parte de mim...
Eras já vida que crescia e eu queria desde logo que “sentisses” os pequenos grandes sabores da vida e, por isso, comecei a contar-te histórias, a pôr-te música, a tocar-te flauta... Tu sentias, tenho a certeza!
E o som daquela flauta tão especial, trazia-me a paz, serenidade e força que necessitava para enfrentar o mundo e todos os desafios que se aproximavam com a tua vinda.
Saber-te crescer dentro de mim, fruto de um grande e imenso amor e não de sexo por sexo, fazia-me sentir novamente mulher. Uma mulher sem medos, capaz de se entregar e amar.
Todos os dias, ao olhar para a barriga, eu imaginava como serias... os teus olhitos, a tua carita... via-te agarrado ao meu peito a dar-te de mamar, a brincar contigo, a ensinar-te tudo o que uma mãe pode ensinar a um filho...
Mas de repente tudo acabou... aquelas escadas tornaram o sonho num pesadelo e eu perdi-te, meu filho...
Mas nestes anos todos que já passaram, eu continuo a sentir-te... Estás aqui, fora de mim, dentro de mim, em tudo o que vejo e sinto. Estás aqui, não posso negá-lo, não quero negá-lo.
Entre nós, este elo inquebrável magoa, faz-me chorar. Entre nós, esta cumplicidade preenche-me.
Tenho um segredo, precioso, só meu e teu. Partiste, deixaste-me aqui, com a mente cheia de perguntas sem resposta. Partiste, atrás deixaste um rasto de dor, sofrimento e lágrimas.
Partiste, e no teu lugar deixaste um amor verdadeiro e puro. Partiste, deixaste esta saudade que não morre, este desejo, esta vontade, esta certeza de que um dia vamos estar juntos de novo.
Este vazio que tenho, que carrego em mim. Este vazio, este silêncio ensurdecedor. Este vazio que tu preenches cada vez mais, cada dia que passa. Este silêncio, preenchido pelas tuas palavras não ditas, pelos teus gestos não vistos, pelos teus carinhos não sentidos. Sinto-te. Não posso explicar, quem entenderia?
Estás aqui, como sempre estiveste. Estás aqui, lembrança do que não foi, memória do que poderia ter sido. Estás aqui, e isso chega. Chega para silenciar os meus gritos de revolta. Chega para aconchegar o meu coração atormentado. Chega para acalmar a minha alma ansiosa. Estás aqui, sinto-te. Não me importa o que os outros dizem. Não me importa se mais ninguém te vê como eu te vejo. Não me importa, porque sei que estás aqui.

30.08.07

Como será a minha velhice???
Espero poder ter pelo menos um padre que "Agarrei-me a ela com força, a força que Deus me dera para ter naquele momento, para também eu ser forte e a fazer forte. Limpei-lhe uma lágrima com um dos meus dedos. Mas não insisti, porque o mesmo dedo parecia querer aproximar-se de um dos meus olhos. Disse três ou quatro palavras que nem lembro porque fiquei a falar por dentro. Sei que ela parou de chorar. As palavras devem ter valido de conforto."

Um grande bjinho
MJG

Alecrim disse...

Padre, eu não concordo consigo, com as ideias defendidas neste post, mas respeito-o e aprecio-o muito.

Quer dizer, só não concordo em parte. Acho que, de facto, ter filhos não é garantia de nada. E alguém falou aí de métodos contraceptivos naturais, tamanha estupidez, desculpem lá, tamanha estupidez é a igreja meter-se assim na vida das pessoas.
Desculpe-me, mas com isto passo-me da cabeça, eu que até sou sozinha e solteirísima por opção.

Anónimo disse...

A autoridade com que falo foi-me dada pelo facto de ser pai.
Por saber o que é criar um filho, o que é passar dias e noites angustiantes ao lado das suas doencas, ao rir com as suas alegrias e ver como um dia com um filho equivale a um ano de emocoes.
Eu sei o que é a familia.

E você, Padre? Sabe o que é isso?
Não, e nao faz ideia, porque só quem tem filhos sabe.

Eu poderia argumentar cada palavra sua, mas escolho o plano de acçao de Cristo que preferiu responder ao Diabo com a palavra da Bíblia.

1 Timoteo 3
Fiel é esta palavra: Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra deseja.
É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar;
não dado ao vinho, não espancador, mas moderado, inimigo de contendas, não ganancioso; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)

Pois EU sou isto tudo que esta aqui escrito! E você?
Onde está a sua esposa Padre? Os seus filhos, Padre?

Confessionário disse...

Ó arcanjo, começamos, pelo menos, a entender-nos em termos de linguagem. Já não há padralhada e padrecos, o que é bom! O respeito fica bem em todo o lado.

Eu não questiono a sua autoridade. Não questione tb a minha. Eu sou filho e irmão, já ajudei a criar crianças, já acompanhei muita coisa, muito pai, muita mãe e muito filho. Mas independentemente disso tudo, eu não me acho dono de nenhuma verdade. A senhora descobriu por si que devia ter tido mais filhos e eu sou de opinião que hoje, independentemente das dificuldades que existe em cada lar, as pessoas preferem ter um ou nenhum filho do que assumir com mais flhos as dificuldades da vida (mas são capazes de ter ao seu lado o animal de estimação, uma TV em cada compartimento e mais nao sei quantas coisas materialmente falando prescindíveis). Ainda assim, respeito as opções das pessoas. Nunca obriguei ninguém a ter filhos!

O país nao anda bem. Mas qualquer dia, os idosos deste país, que serão a maioria, não terão quem cuide ou que tenha tempo de cuidar deles! Diga lá que isto não tem sentido!!!

De resto, quando uma pessoa que se tenta suicidar me pede ajuda, eu ajudo e dou a minha opinião e escolho as palavras que devo dizer, e nunca me tentei suicidar. Não sei o que é sentir esse desejo.
Mas sei o que é ajudar quem precisa de ajuda.
As comparações são sempre coxas, mas se existem, que se utilizem.

Amigo, só não entendi nas suas palavras essa do "Bispo" e a de Jesus a falar com e demónio (não era eu, pois nao!!)...

Um abraço

CA disse...

Confessionário

Creio que o seu post mistura alhos com bugalhos e isso não é bom.

Quanto à velhice, ninguém sabe como ela vai ser e não é óbvio que o Evangelho recomende que se seja calculista em relação a isso, chegando mesmo ao ponto de aumentar as probabilidades de ter alguém que cuide de nós.

Em segundo lugar ao ler a conclusão do seu post poder-se-ia ficar com a impressão de que os filhos servem para cuidar dos pais. Ora isto não só instrumentaliza os filhos como esconde que a realidade de ter filhos é muitíssimo mais rica do que isso. Pode ser maravilhosa por si própria: ajudar alguém a crescer é algo de profundamente gozoso e enriquecedor só por si.

As dificuldades que levam os casais a não ter filhos podem ser múltiplas e os padres deviam ter muitíssimo cuidado ao incentivarem a natalidade menosprezando essas razões. Podem em alguns casos ser egoístas mas, do que conheço, em muitos casos não o são. Em particular ser pai ou mãe é uma vocação e deve ser para quem tem um mínimo de capacidades. Não se deve incentivar alguém a ser pai ou mãe apenas porque está casado. Eu sei qual o compromisso assumido no casamento católico (abertura aos filhos) mas isso não significa que se tem que ter filhos em quaisquer condições nem significa garantia de que alguma vez essas condições existirão. Mesmo quando os casais têm as capacidades pessoais intrínsecas, há critérios morais (e não são poucos, cf. Marciano Vidal, por exemplo) para avaliar a oportunidade de se ter mais um filho.

Tudo junto, sugiro uma abordagem respeitosa e perspicaz (não aceitar como boa a primeira razão verbalizada) aos casai que não querem ter mais filhos. Poderá talvez perceber que às vezes por detrás de alegadas dificuldades materiais há outras dificuldades (psicológicas, de relacionamento no casal, pressões nos empregos, falta de esperança no futuro, dificuldades em lidar com os filhos que já têm, etc.)

Anónimo disse...

Olá!

Peço desculpa, já escrevi nest post, mas vou só acrescentar umas coisas:
Ao ver as campanhas do NÂO e SIM sobre o referendo do aborto, verifiquei que as Mulher (que eu respeito a sua opiniao), que dizem que o corpo é seu e podem fazer dele o que quiserem, são aquelas que estão a fazer também as campanhas adopem um animal... Não gosto, nem quero criticar ninguém, mas isso assusta-me...
Pergunto-me? Estará a nossa sociedade correcta???? Ou seirei eu que estou errada???

Se um pai e uma mãe que têm um filho e passam horas com eles ao colo doentes, noites sem dormir, se sofrem, se se se... porquê que um filho, podendo, não poderá também prescindir de algumas coisa (material, passeios, ...) para tomar conta dos pais na sua velhice????

Louvo a Deus por pelo menos, termos instituições, quase todas da Igreja Católica, onde temos profissionais para tomarem conta de nós e nos darem carinho, afecto, amor, tratarem de nós...

Um beijinho grande e para si meu querido Amigo Confessionário um bem especial por este post...
Continue a ser quem é, e como é, porque é asim que Deus o quer... Espero que seja sempre assim humano, sensível aos outros e puro, porque é tudo isso que faz de si aquilo que é e será!
MJG

Anónimo disse...

Padre
Eu nao sou seu inimigo.
Aparentemente ambos temos Deus como figura central nas nossas vidas, mas a percepcao dele é que nos distingue e a forma como decidimos segui-lo nao é semelhante. Eu alias acho que a Igreja católica em si, é uma afronta para o Cristianismo.
Mas ainda lhe chamo de irmão. E os irmao discutem.... muito.


Padre Padre
Não presuma erradamente que sabe que é ser pai por ter irmaos, ou sobrinhos..
Eu tb tenho..... E descobri na primeira noite sem dormir dada pelo meu bebe, que NÃO é nada igual..... Nem sequer parecido.
Mas explicar isto... não dá. Tem de o viver pra me compreender.

O padre diz bem, a nossa velhice será mais solitaria.
Talvez... Mas a minha percepcao é que os filhos que estamos a gerar agora, com a sociedade que criamos, fará em breve a fortuna dos psiquiatras do futuro proximo.
Eu quero criar um filho ou dois apenas com quem nao vou faltar com nada a nivel de sentimentos do que criar 10 ao Deus dará, que é o que acontece com familias numerosas na maior parte dos casos.
E não os crio para cuidar de mim em velho. Pra isso tenho eu um pai no céu que é Deus e esse sim, cuidará de mim na minha velhice.
Os meus filhos que sejam livres pra cuidar da sua vida qaundo eu for velho.
Prefiro morrer a dar-lhes trabalho ou a que tenham piedade de mim.

Quanto ao Demónio, bem, foi apenas um ponto que usei para explicar que poderia estar a escrever 500 linhas para refutar, mas preferi fazer como Jesus respondeu ao Diabo no deserto, com meia duzia de linhas na Biblia e assim o fiz para provar um ponto.
Que a propria Biblia diz aos bispos, que têm de ser maridos e pais para compreender as aflicoes de familia dos fieis.
Mas como a Igreja Católica o proibe....
Mas isso é outra guerra.

osátiro disse...

Arcanjo: informe-se, areje as ideias e comprove q a ICAR é quem mais ajuda os mais pobres do País!
Quem dá alimentação TODOS OS DIAS aos sem-abrigo de Lisboa e Porto?
Quem criou estruturas por esse Portugal fora de apoio aos idosos abandonados/ escorraçados pelo Estado, pela família?
Quemdá apoio aos deficientes profundos, como o centro João Paulo II (MAGNO) em Fátima?
E depois vem sujeitos como o Luís Carlos falar em Idade Média?
Idade da Pedra é o egoísmo e materialismo dos que passam a vida a atirar pedras à ICAR!
Muito adiantada nos tempos é a ICAR com o Humanismo que sempre demonstrou pelos mais esquecidos.


Que Deus me perdoe esta linguagem ryde, como Cristo perdoou aos seus carrascos!

osátiro disse...

Oops "rude"

osátiro disse...

Pelo q leio do Arcanjo, ele não pode falar sobre quase nada: não pode dizer mal dos políticos, porque é provável q não o seja, e "não sabe o q isso é"; não pode dizer mal do Luis Filipe Vieira, porque é provável q não seja dirigente desportivo; e por aí fora.
Os jornalistas não podem falar de nada por só são jornalistas( e às vezes deviam estar calados)
Isto é q é lógica.
E onde está o mal de meter na cabeça das pessoas os métodos contraceptivos naturais?
Não há imensas gravidezas( e abortos muitos mais...) por causa de deficientes DIUs e espumas,,engano nas pílulas, e preservativos falíveis?
Não é muito pior recomendar estes métodos como seguros, não o sendo?
Curioso, é que os pais com poucos filhos são quem mais se queixa de ter de os "ATURAR"-isto é q é amor-! as famílias numerosas( e eu conheço algumas com muitas dificuldades), normalmente, sentem-se felizes com os muitos filhos.
Porque será?
Por causa dos pais?

Confessionário disse...

CA, obrigado pelo alerta final.

Arcanjo,finalmente estamos a falar sem pedras na mão...
Mas apesar de não ser pai, sei viver e avaliar as dificuldades dos pais, mas por mais que discutamos esta ideia, continuará a não entender onde eu quero chegar quando faço esta afirmação, e eu continuarei a não saber de facto a real preocupação de acordar com um filho para cuidar.
Abraço

MJG, obrigado pelas tuas palavras Beijinho de força

Alma peregrina disse...

Cara MJG:
Por favor leia o meu comment seguinte.

Caro Confessionário:
Antes de mais quero dizer que concordo com a Ca. O problema da mentalidade contraceptiva é "instrumentalizar" os filhos. Não vamos cair no erro oposto, pensando que os filhos servem para nos sustentar.

Até porque, se algum dia suceder que venha a sobrepopulação, essa mentalidade vai levar obrigatoriamente a um shift de opinião na direcção oposta, conduzindo a abortos e esterilizações forçadas, tal como sucede em muitos países (particularmente na China).

Não, esta doutrina deve estar assente em pressupostos humanistas. Ninguém tem o direito de etiquetar um ser humano como "não-desejado". Ninguém. Que o façamos aos nossos filhos é indescritível.



Cara alecrim:
Você não tem de se passar da cabeça. Não é nenhuma estupidez. O Planeamento Familiar Natural tem a mesma eficácia da pílula, se os ciclos da mulher forem regulares E SE houver compromisso e força de vontade de ambas as partes.

Seguem-se as seguintes vantagens:
Ausência total de efeitos secundários para a mulher. Completamente grátis. Partilha de responsabilidades entre os cônjuges.
O único senão é a abstinência periódica. Parece-me a mim que o maior ónus está nos homens, não?

Os estudos estão publicados em jornais independentes, são é poucos e mal divulgados porque não recebem patrocínios da indústria farmacêutica nem das associações de planeamento familiar.

E não subestime o poder do compromisso... mesmo que fosse um método mais falível, torna a relação mais aberta. Ou seja, quando um contraceptivo falha, há um falso sentimento de segurança que é quebrado e uma maior probabilidade de essa criança ser acolhida como "não-desejada". Afinal de contas, foi a mentalidade contraceptiva que gerou o "direito ao aborto". Se fosse uma prevenção tão eficaz, abortar não seria necessário, não lhe parece?

Porém, o direito ao aborto vem da mentalidade contraceptiva, a qual torna a gravidez como uma "patologia" que deve ser prevenida mediante uma cuidadosa vigilância médica, quase como sucede no rastreio ao cancro da mama ou ao colo do útero.
Claro que, quando a "prevenção" falha, a gravidez é tida como a "doença" (veja-se "cancro") que deve ser extirpada.

Além do mais, todos os métodos contraceptivos artificiais (sem excepção) são potencialmente abortifacientes.

E não me venham com as objecções sociais. A Madre Teresa de Calcutá só ensinou Planeamento Familiar Natural aos pobres da Índia. Veja o que ela escreve na seguinte carta aos Estados Unidos da América:

"Eu sei que os casais têm que planear a sua família, e para isso existe o planeamento familiar natural.
A forma de planear a família é o planeamento familiar natural, e nunca a contracepção.
Ao destruírem o poder de dar a vida, através da contracepção, o marido e a sua esposa estão fazendo algo só para si mesmos.
Atraem a atenção apenas para si mesmos, e assim destroem o dom do amor de ambos.
Ao amarem, o marido e a mulher devem voltar a atenção entre si, como acontece no planeamento familiar natural, e não só para si mesmos, como acontece na contracepção.
Uma vez que o amor vivo é destruído pela contracepção, facilmente segue-se o aborto.
Eu sei também que existem enormes problemas no mundo — que muitos esposos não se amam o suficiente para praticar o planeamento familiar natural.
Nós não temos condições de resolver todos os problemas do mundo, mas não vamos trazer o pior problema de todos, que é a destruição do amor.
E isto é o que acontece quando se diz às pessoas para praticarem a contracepção e o aborto.
Os pobres são boas pessoas, pois eles podem ensinar-nos muitas coisas belas.
Uma vez, um deles veio agradecer-nos por ensinarmos-lhe o planeamento familiar natural, e disse-nos:
«Vocês, que praticam a castidade, são as melhores pessoas para nos ensinar o planeamento familiar natural, porque não é nada mais que um autocontrolo por amor de um ao outro».
E o que esta pobre pessoa disse é a pura verdade.
Essas pessoas pobres talvez não tenham algo para comer, talvez não tenham uma casa para morar, mas elas ainda podem ser óptimas pessoas quando são espiritualmente ricas.
Quando eu tiro uma pessoa faminta da rua, dou-lhe um prato de arroz, um pedaço de pão.
Mas uma pessoa que é excluída, que se sente não desejada, mal amada, aterrorizada, uma pessoa que foi colocada fora da sociedade — essa pobreza moral é muito mais difícil de vencer.
E o aborto, que com frequência vem da contracepção, faz uma pessoa tornar-se pobre espiritualmente, e esta é a pior pobreza e a mais difícil de vencer."






Se você quiser passar-se da cabeça, esteja à vontade. Agora, não etiquete a minha posição como estupidez. Porque ela está devidamente fundamentada. Eu sei do que falo. Se você não está disposta a acolher esta palavra, então permita que outros casais a possam viver. Deixe a Igreja Católica pregar.

Eu vivi muitos anos subjugado a vícios, porque toda a gente dizia que eu era homem e jovem, que não me podia controlar. Desistiram de mim. Catalogaram-me como um animal sem o mínimo de força de vontade. E eu aceitei as suas mentiras, porque era toda a gente que o dizia. Mas a Igreja esteve sempre lá para me apontar o caminho. Hoje, sou livre! Portanto, parem de dizer à Igreja para parar de pregar a Teologia do Corpo. É das doutrinas mais cristãs da Igreja.

Somos todos filhos de Deus, não somos? Que seria de nós se Deus tivesse uma mentalidade contraceptiva? Não são os Seus sofrimentos para connosco infinitamenhte maiores do que o sofrimento que nós possamos ter pelos nossos filhos?

O que está aqui em causa não é a Igreja meter-se na vida das pessoas (só é católico praticante quem quer), mas a possibilidade de a Igreja pregar a sua doutrina sem ser imediatamente atacada por todos os quadrantes.

Finalmente, não percebo um aspecto. Quando a "padralhada" diz que devemos ser generosos com os pobres, ninguém diz que a Igreja não sabe gerir as economias de uma família. Quando a "padralhada" diz que é contra a guerra, ninguém diz que a Igreja não sabe nada sobre diplomacia e direito internacional. Mas vem a "padralhada" com o sexo e os ouvidos cerram-se imediatamente e os corações começam a transbordar rancor. Será mais difícil ser casto do que evitar uma guerra?

Mas não faz mal. As pessoas também crucificaram Jesus por causa das Suas doutrinas.

O que é engraçado é que a doutrina sobre a contracepção da Igreja já existia no século II, quando o casamento do Clero ainda era permitido.



P.S. Relativamente à citação da epístola a Timóteo, peço ao arcanjo que a leia atentamente. Lá não diz que o bispo DEVE ter mulher e filhos. O que diz é que o Bispo deverá ser homem de uma só mulher (ou seja fiel à sua esposa, SE a tiver). E diz que o Bispo deverá manter os seus filhos na ordem (SE os tiver). Ou seja, um Bispo que tenha mulher e filhos deverá ser irrepreensível, i.e. deverá ser exemplar para todos os homens de família.
Se o Bispo não tiver mulher e filhos, estará sujeito às mesmas noções de exemplaridade.
Não distorça as Escrituras em seu próprio benefício. Isso foi o que o Demónio fez a Jesus no deserto.

Cumprimentos

Alma peregrina disse...

Cara MJG:

Era consigo que eu queria falar, mais do que tudo.

Se eu percebi bem a sua intervenção, quer-me parecer que você perdeu uma criança ainda no ventre.

Desse modo, deixe-me dizer-lhe que não concordo com a seguinte sua frase:
"Ter ou não muitos filhos, irmãos ou família, não dita se a nossa velhice, ou a nossa doença vai ser acompanhada, ou solitária... nessas alturas descobrimos que aqueles que estão ao nosso lado, nem os conhecemos e são esses que choram connosco, riem connosco, nos dão força, fé, coragem, amor, carinho, ternura..."

Pelo menos no seu caso, não é verdade.

Você gerou uma criança. Como você escreveu, gerou-a do seu amor. Gerou uma criança pelo amor e alimentou essa mesma criança também com o seu amor. Baptizou-a com o seu desejo.

Deus levou-a antes que ela pudesse cometer algum pecado. Pois bem, tenho em minha convicção que ela está no mesmo lugar dos Santos Inocentes.

Ela está a ajudá-la. A rezar por si. A interceder por si. Quiçá, os seus pais também.

Ela, que se alimentou do seu corpo, deverá sentir em si uma maior identificação com as suas dores do que qualquer um de nós possa sequer imaginar. Ela esteve no seu seio, o mesmo seio que agora está doente.

O que a trouxe a este blog? Lembra-se, quando estava desesperada?
O Confessionário, eu, todos os que escrevem neste blog, somos apenas seus amigos. Ou seja, cada qual estava nas suas casas, sem se intrometer na vida de ninguém. Não tinhamos intimidade consigo. Se você não nos viesse procurar, nunca a poderíamos ter ajudado.

Mas você, eu recordo-me, estando no ponto do desespero, quase a pensar numa nova tentativa de suicídio, veio a este blog e escreveu nele um pedido de ajuda.

Não foi Deus? Quem a guiou ao computador? Quem a guiou a este blog em particular? Quem a guiou neste teclado? Quem nos terá guiado a nós a valorizar o seu desabafo no meio de um mar de comments anónimos?

Penso que terá um anjinho a cuidar de si...

É como você diz, "ele está junto de si". A sua família não a abandonou, penso eu. Simplesmente está num lugar onde pode cuidar de si melhor do que poderia fazer cá na terra. Porque, cá na terra, estaria limitada aos nossos míseros poderes humanos... e naturalmente estaria também exposta ao egoísmo natural a que a carne nos sujeita (não querendo com isto dizer que fossem más pessoas, simplesmente ser-lhes-ia mais difícil o processo de abnegação).

Como diria Ambroise Paré, o pai da Medicina Moderna:
"Eu apenas cuido dos doentes. Deus é Quem os cura".

Eu sou apenas seu amigo. Deus é Quem está sempre ao Seu lado. Você sobreviveu a muitas vicissitudes. E, apesar disso encontrou alguma alegria em viver. Eu vejo a mão de Deus nisso.

Mas claro, eu não sei se terei escrito isto bem. Por favor, não se perturbe com o meu comment se o achar inapropriado de alguma forma. É apenas o que eu acho. E penso que é consolador.

Muita força!
Afinal de contas, independentemente dos seus sofrimentos, você também está no seio de Deus. Tudo o que você escreveu sobre a sua criança aplica-se a si no que diz respeito a Deus. Ele olha para si com expectativa, ansioso pelo dia em que a acolherá no seu regaço e a alimentará com a vida eterna. Não se deixe tombar nas escadas do desespero, porque senão Deus perdê-la-á.

Um forte abraço.

Anónimo disse...

Caro Kephas (e voltamos ao você, que eu não gosto),

O que eu quiz dizer com o meu comentário é que muitas vezes quem temos ao nosso lado são pessoas que nem conhecemos e são essa (enciadas por Deus - pensei que entre lihas dava para perceber isso) que nos envia... sim! O filho que perdi, os meus pais, o meu namordo estão a velar por mi no céu e têm sido isso que me tem ajudado na minha luta... quando falei em "abandono" é que tenho irmão que viem ao meu lado e muitas vezes preciso de ajuda, pois ainda estou limitada e não a tenho e são pessoas que nem conheço (Anjos enviados por Deus) que me ajudam...
Um abraço
MJG

Alecrim disse...

Kephas,
isto não é uma batalha campal, pois não?
Então peço desculpa pelo termo empregue ("estupidez").
Só isso, porque mantenho o que penso.
A Igreja aconselhará o que quiser, mas não manda na minha vida.

Anónimo disse...

Kephas

O que está escrito é isto - "É necessário, pois, que o bispo SEJA..."

Para mim, na minha interpretacao do portugues, é uma ordem o que ali está e nao uma suposicao.

Se o apóstolo quisesse dizer "Caso os tenha", teria dito isso mesmo.

Mas como nao disse e apenas escreveu SEJA, Pai, Marido Etc.... a interpretacao correcta será a de ordem e nao a hipotetica "Caso os tenha", que nao esta la escrita.

Ou seja, perante a Biblia, os Padres, pastores, etc, deveriam casar e ter familia para opinarem com conhecimento de causa, o que aumenta e muito a credibilidade solidificada na experiencia do que é construir uma familia.

Assim, sao semelhantes ao politicos que falam muito bem sobre tudo na sociedade mas na pratica, nenhum sofre o que o povo sofre na sociedade no dia a dia.

Já sem contar que se acabava com algumas vergonhas escondidas que depois se descobrem de padres com filhos..... mas pronto.
Eu nunca serei católico, esses assuntos sao vossos e nao meus e a palavra de padre algum ou igreja alguma jamais será lei para mim e para a minha vida.

Alma peregrina disse...

Cara MJG:
Aiaiai! Desculpa lá o "você". Esqueci-me totalmente! Eu tenho uma certa tendência para a formalidade, é de mim, peço desculpa!

Cara alecrim:
Tem razão. Você fará como entender, porque a Igreja não obriga ninguém. Foi o que eu disse sempre.

Simplesmente não entendo porque as pessoas ficam tão agressivas quando a Igreja fala de sexo. Não entendo! Nos outros posts houve sempre quem discordasse, mas de forma cordial. Neste post, as palavras ficaram muito pesadas, e eu não percebo porquê...

A Igreja deve guiar-nos em toda a nossa vida, e não só naquilo que as pessoas estão dispostas a seguir. Ninguém tem o direito de dizer à Igreja o que ela deve ou não pregar. Só Deus. Quem quiser siga. Se você não quiser, ignore ou, pelo menos, discorde cordialmente e racionalmente.

Em nome da justiça, devo rectificar um erro que eu cometi no meu comment:
Nem todos os contraceptivos artificiais são potencialmente abortifacientes. Os preservativos não são. E talvez outros de que não me estou a recordar agora.

Cumprimentos

CA disse...

Kephas

A teologia do corpo é partilhada apenas por uma pequena minoria dos católicos. Tem enormes dificuldades de fundamentação e mesmo assim pretende ser fundamento de uma posição oficial que não é aceite pela maioria dos católicos. O tempo dirá se se trata de uma inspiração do espírito ou é apenas fruto de uma época.


Quanto à sua frase: "Além do mais, todos os métodos contraceptivos artificiais (sem excepção) são potencialmente abortifacientes." parece-me simplesmente errada. não conheço qualquer efeito abortifaciente do preservativo masculino. Quanto ao efeito dos contraceptivos químicos, o seu efeito abortifaciente é largamente conjectural e só faz sentido considerá-lo se considerarmos também o efeito abortifaciente de todos os químicos que usamos no dia-a-dia, por exemplo. O que não faz sentido é ter imensos escrúpulos com um remoto efeito abortifaciente dos contraceptivos químicos e depois não prestar atenção a tudo o que no nosso estilo de vida também tem um efeito abortifaciente.

Confessionário disse...

Arcanjo, já toda a gente percebeu que não é católico e que professa outra fé.
Se calhar entender-se-ia melhor a sua posição se nos informasse de que confissão religiosa faz parte.
Abraço fraterno

Alma peregrina disse...

Caro Arcanjo:

Não lamento, a sua interpretação está errada.

Contexto. Como em tudo é uma questão de contexto. No tempo em que S. Paulo escreveu essa epístola, não só era permitido aos bispos casar, como a maioria era casada.

Ora bem, nesse contexto em que a grade maioria dos bispos era casada, S. Paulo diz (leia bem):

"Fiel é esta palavra: Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra deseja.
É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar;
não dado ao vinho, não espancador, mas moderado, inimigo de contendas, não ganancioso; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)"

Desculpe, mas nem com toda a boa vontade consigo ver aí uma instrução que diga que o bispo DEVE casar.
Entre o "necessário" e o "homem de uma só mulher", está o "moral irrepreensível".
Logo, o que essa passagem postula é que um bispo DEVE "ser de moral irrepreensível" o que inclui "ser homem de uma só mulher" (i.e. fiel).

Eu consigo perceber a necessidade de um bispo ser de moral irrepreensível. Consigo perceber a necessidade de um bispo casado dar o exemplo, sendo fiel à sua esposa. Mas, desculpe, não consigo perceber a lógica de um bispo ter, obrigatoriamente, de ser casado.

Será que um bispo tem de ser operário para poder irmanar-se aos operários? Que tem de ser sem-abrigo para poder falar dos sem-abrigo?

De qualquer das formas, pressupondo que a sua interpretação está correcta, diga-me: S. Paulo contradiz-se nas Escrituras? Leia 1Cor 7:6-40

Parece-me que S. Paulo (o próprio que escreveu a passagem da epístola da Timoteo) não pode ser bispo. Não foi casado. Se S. Paulo não pode ser bispo, então a passagem em questão perde autoridade (afinal de contas, você afirma que um bispo solteiro não tem autoridade). Logo, a sua própria tese perde fundamento teórico. Ehehehe.

E já agora, como interpreta a passagem Mt 19:10-12?

Nem todos têm vocação para casar. Alguns devem manter-se virgens a favor do "reino dos céus".

É claro que se você ler melhor o próprio apóstolo que cita, saberia que ele compara Jesus e a Sua Igreja com um marido e a esposa. Claro que, se os padres querem verdadeiramente identificar-se com Cristo, devem desposar a Sua Igreja. Logo, também perde fundamento a sua noção de que o Clero é insensível para com a Igreja (que inclui os leigos).

Desculpe, mas não faz sentido nenhum reclamar autoridade de episcopado apenas porque se casou. Não faz. Procure aclarar as suas ideias e pensar racionalmente. Se você não concordar com a Igreja Católica, é livre de fazê-lo, agora escusa de dar o grito do Ipiranga a cada comment que faz.





Caro Ca:
Obrigado pela correcção. Já a tinha feito antes ehehe.

Quanto ao efeito abortifaciente dos químicos contraceptivos, concordo consigo, mas não vejo necessidade de arriscar a vida dos meus filhos (ainda que apenas embriões) por causa de algo que não considero correcto ou necessário. É o velho argumento do caçador que vê algo a mexer-se nas moitas.

Como eu já disse, a Teologia do Corpo ajudou-me bastante. Sei que não é fácil de aceitar e que muita gente não concorda, mas não posso deixar de pensar que há por aí muitos Kephas que estão a ser privados da sua liberdade apenas porque a malta quer silenciar a Igreja a todo o custo.

Os católicos (e todos os demais) são livres de agir como bem entenderem. Pá, deixem a Igreja ser livre também. É só o que peço.

Bom Pentecostes a todos.

Anónimo disse...

Padre, Nao tenho outra religiao que nao o Cristianismo.
Mas a escolher alguma, seria Protestante.

Kephas.
Podemos argumentar a biblia toda se quisermos. O facto é que naquela passagem, o apostolo exorta os Bispos a serem exemplares no casamento.
E se a Biblia exorta ao casamento entre de bispos....

Obvio que nao é mandatorio quem quer o episcopado, à luz da Biblia ter de casar, mas o proprio Deus ao formar Adao e Eva disse - "É MUITO Bom!." referindo-se ao primeiro casal.
Logo, Casar é um mandamento divino na minha maneira de ver as coisas e Deus ama as familias.

Entao porque proibe a Igreja católica o matrimonio dos Padres?

Quanto ao
"E já agora, como interpreta a passagem Mt 19:10-12?

Nem todos têm vocação para casar. Alguns devem manter-se virgens a favor do "reino dos céus"."

Ja vi estudos teologicos que apontam para este apostolo se estar a referir directamente a Eunucos que abracaram a fé crista.

anamaria disse...

Convoquei-o para uma corrente...se quiser e puder, passe pelo meu espaço!

mafaoli disse...

Por cá, temos duas formas de resolver o caso do Arcanjo (anjo???): sempre que alguém entra em nossa casa para nos insultar, difamar ou achincalhar, podemos pegar-lhe por um braço e pô-lo na rua ou chamar a autoridade. Cá por mim há muito que já tinha optado pela primeira.

Haja paciência.
Sr.Padre tenha um bom dia.
:)

Possato Jr. disse...

Bah, pessoas...

Eu sinceramente não acho que seja pra tanto! Mas não me surpreende... Afinal, a moral sempre mexe muito mais conosco, em especial a sexual, o que mostra o quanto somos carnais! E isso é bom... Eu, pelo menos, não tenho asinhas de anjo!

Tive a paciência de ficar meia hora lendo tudo o que foi escrito... E vejo que nosso amigo confessionário foi infeliz numa única coisa: dar a entender que era conclusão sua a necessidade de ter mais filhos, quando na verdade este era o desejo daquela senhora!

Well... Bem é verdade que o Padre deixou transparecer que concordava com ela! Mas isso é fantástico!!! Já disse uma vez, e vou dizer novamente: que falta fazem padres assim, aqui no Brasil (minto: no Brasil, eles existem aos montes! O problema é que não são muitos desses os que vivem na minha Diocese)!

Padres solidários, que se preocupam com cada pessoa, individualmente! Que têm uma atenção específica para cada caso! Afinal, somos todos diferentes e o que serve pra outrem, talvez não sirva pra mim!

Creio que faltou um padre assim, aqui na minha comunidade, principalmente esta semana! Nossa cidade é cortada por um rio, que transbordou, devido à grande quantidade de chuvas! Mas nenhuma Igreja (vejam bem -- não estou falando só da ICAR) abriu as portas aos desabrigados!

Pior... Foram 7 as cidades alagadas, todas da mesma Diocese! E os padres diocesanos, em vez de acudir as pessoas, estavam em retiro, numa casa a salvo da enchente! Fosse outra Diocese, outra mentalidade, talvez a história fosse outra! Mas...

Sobre os padres poderem, ou deverem casar... Não vejo por que a obrigação celibatária ainda persiste, se foi uma regra imposta, séculos depois da institucionalização da Igreja. Mas, por outro lado, também não vejo por que anular esta obrigação com outra: a de casar! Tanto uma obrigação quanto outra tolhem um princípio básico do cristianismo: o da Liberdade!

Não acredito que uma pessoa como o nosso amigo confessionário, sempre ao lado dos que sofrem, conhecedor de tantas histórias, tantos corações aflitos, que sempre ofereceu mais do que abraços ao próximo, não tenha autoridade para falar sobre filhos, ou qualquer outro assunto referente à família.

Aliás, eu também não acredito que tenhamos dado tanta atenção ao Arcanjo, se ele disse que nada mudaria sua opinião. Como também não acredito que nossa opinião não importe pra ele. Se não importasse mesmo, ele não perderia tempo consultando este blog e lendo nossas opiniões.

Para mim, é mais uma "alminha" perdida, gritando por socorro! Só que não reconhecesse... E não podemos obrigá-lo! Então, paciência...

Ah... E pra mim não importa a religião dele. Aliás, não importa a religião de ninguém. A gente tem o maldito costume de colocar rótulo nas pessoas. Se digo que sou católico, meu interlocutor traça instantaneamente todo o meu perfil. Ou seja... A discussão está terminada antes mesmo de começar.

Por fim, não acredito que a solução esteja na quantidade de filhos, ou no uso deste ou daquele contraceptivo.

Todos conhecemos famílias com vários filhos (meu pai tem 12 irmãos). Algumas são unidas (o caso da minha), outras nem tanto. Já, outras famílias não têm filhos, ou têm no máximo dois. E algumas são unidas, outras não.

Quanto aos contraceptivos, a discussão deveria ir além. O tal controle natural, que deve ser o que chamamos aqui no Brasil de tabelinha, como os defensores mesmo afirmaram, só funciona em mulheres com ciclo regular. Pelo menos aqui no Brasil, mulheres assim são raras.

Além disso, o método não elimina as DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis). Em todo caso, o método Billing's, que também é natural, é muito mais confiável no quesito "evitar filhos"!

Mas a pergunta não é qual método usar. A pergunta é: Pra que usar??? Se a resposta é conseqüência do amor (seja para usar ou não), então é o que vale. Não é???

O resto me parece incoerência de ambos os lados! Numa hora defendem a paternidade, noutra querem controlá-la! Ficam mudando de posição, conforme aquilo que lhes dará mais conforto em determinado momento da discussão. Mas depois voltam às conlusões iniciais, o que demonstra que não há evolução no debate.

Puxa... Acrescentei mais meia hora de leitura! Desculpem...

Paz & Bem!!!

Zé Luiz.

joaquim disse...

Concordo com o Kephas em tudo o que escreveu e gostava de salientar o seu último "apelo".
«Os católicos (e todos os demais) são livres de agir como bem entenderem. Pá, deixem a Igreja ser livre também. É só o que peço. »

Que eu saiba a Igreja não obriga ninguém a seguir a sua doutrina, cada um é livre de a seguir ou não, e muito menos aqueles/as que nEla não vivem/comungam.
Em que medida então é que a Igreja interfere na vida daqueles/as que nEla não vivem/comungam?
É uma voz "incómoda" que leva a pensar, a reflectir sobre os actos da vida?
E se a Igreja, no dizer de uns, não deve interferir na vida de todos, (o que não faz), porque é que esses querem interferir na vida da Igreja?
Deus criou-nos em liberdade, até de acreditar nEle ou não, por isso cada um é livre de seguir o seu caminho como quiser e entender.

Anónimo disse...

Olá Padre C
O meu maior desejo era ser mãe....
Um sonho que nutro desde criança...eu que adoro crianças e já senti revolta, contra o mundo e contra tudo e todos. Pois o meu maior desejo era ser mãe....
Já disseram no post que os padres não ajudam, é mentira. Eu consegui levantar-me com a mão de um por quem eu tenho um grande carinho e amizade, é um grande amigo que me ajuda muito a mim e ao meu marido.
Espero como essa senhora ter um padre para me limpar as lágrimas quando for mais velha.
Pois já lutei com todas as minhas forças por um filho, gastei tudo o que tinha e não tinha, um desgaste enorme e um aborto de gémeos nestes 12 anos de casamento.
~Muita lágrima tenho deitado, mas as palavras amigas são muito boas.
Continue assim
Um beijinho
Gina

Mariana disse...

Um dos grandes problemas de nosso mundo é o aborto. Milhares de vidas são sacrificadas a cada dia por capricho, medo e irresponsabilidade. Uma criança não merece pagar pela falta de planejamento ou erro cometido por duas pessoas, pois a mulher tem o pleno direito sobre o corpo (claro que Deus é o detentor supremo!), mas a mulher não tem o direito sobre a vida da criança que está nela. A vida é um direito de todos. Já imaginou se seu pai ou sua mãe resolvessem te abortar? Eu não gostaria que isso tivesse acontecido e creio que você também não.


“Em verdade vos digo:Todas as vezes que fizerem mal a esses pequeninos,foi a mim mesmo que o fizestes”(Mt 25-40)
“Antes que no seios fosses formado eu já te conhecia...antes de teu nascimento eu já te havia consagrado” (Jr 1,5)


A Igreja Católica não é contra o aborto, mas sim à favor da vida

Anónimo disse...

Minha mãe teve a mim e meu irmão aos 42 anos de vida. Isto porque minha irmã mais velha veio aos 33 anos. Ela demorou 15 anos para ser mãe porque meu pai não conseguia engravidá-la por probelmas dele.

E um dia conversando concluímos que, apesar de ter dois filhos aos 42 anos, se não fossem eles, ela não teria companhia na velhice.

Hoje não moro mais com ela e meu pai, mas meus irmãos e netos sim. E certamente meus pais ainda terão companhia por muitos anos.

Anónimo disse...

Mafaoli


Por pegarem nos bracos uns dos outros é que comecam as guerras santas e as mortes subsequentes.

Acho eu que Jesus nunca tomaria a sua ideia de accao como dele.

Discutamos saudavelmente como tem acontecido.

Alma peregrina disse...

1) Óptimo, Arcanjo.

Finalmente chegamos ao ponto que eu queria. É óbvio que a Bíblia não obriga um bispo a casar e que isso não altera a sua autoridade.

O resto é apenas matéria de interpretação bíblica. Apenas respondo à sua pergunta "Por que a Igreja proíbe o matrimónio dos padres?"

A resposta é só uma. Nos 2000 anos de experiência da ICAR, o matrimónio de padres não resultou. Foi fonte de muita promiscuidade e corrupção.

Essa é uma matéria de disciplina, não de doutrina. Ou seja, pode vir a ser revertida no futuro. Simplesmente não creio que seja prioritário. Na verdade, não entendo a preocupação das pessoas com o matrimónio dos padres! Faz-lhes assim tanta diferença? Garanto que não entendo...

De qualquer das formas, a ICAR partilha da sua noção que o "casamento é bom". Como eu já referi, não há instituição que celebre mais matrimónios do que a ICAR.



2) Não estou a pretender convertê-lo, simplesmente reclamo a liberdade da Igreja de estipular as suas regras de acordo com a sua consciência e não de acordo com a consciência das modas, maiorias ou dos não-católicos. Este post tornou-se numa série de "straw-man arguments", em que foram colocadas na minha boca uma série de intenções que não correspondem à realidade do que eu pretendia exprimir (o que pode dar a sensação que eu me estou a contradizer)...
Na verdade, essa utilização de "straw-man arguments" também é válida para o que os comentadores fizeram ao Confessionário (e que fazem constantemente à ICAR).

A Teologia do Corpo é das doutrinas da ICAR mais belas. Mas a verdade é que a ICAR não pode obrigar ninguém a segui-la. Porque ela tem de ser descoberta.

Se a ICAR me tivesse obrigado a seguir a TC enquanto eu ainda estava "viciado", de certeza que tal teria sido um tormento para mim.

Isso não significa que a ICAR não tenha a autoridade de dizer: "Olha que há alternativas" ou então "Não achas isto errado?". Ou seja, plantar o gérmen da curiosidade e da conversão no coração dos crentes que sintam necessidade de viver o amor de uma forma mais significativa que a mentalidade "moderna".

Na verdade, a ICAR não só tem essa autoridade, como tem esse dever.

A TC é fácil de seguir se uma pessoa se predispuser a segui-la. Mas é impossível de seguir por obrigação.

Deste modo, não adianta de nada usar Planeamento Familiar Natural, se o casal continuar a persistir numa "mentalidade contraceptiva". Esta mentalidade gerou-se, de facto, com o uso da contracepção, mas tem tido ramificações óbvias noutros domínios, como aborto, divórcio, abandono de idosos em lares, sexo pré-marital, uniões alternativas...
A "mentalidade contraceptiva" não é mais do que a tentativa de manipular a família de acordo com os nossos caprichos...

Esta mentalidade tem um grave impacto na nossa sociedade e cria muitas injustiças, particularmente nos mais indefesos (os que estão nos extremos do ciclo de vida).

Ora, eu posso seguir a TC e não ter filho algum (ou ter apenas um) ou ter 10 filhos. Não interessa. O que interessa é tentar (na vida como na família), seguir a vontade de Deus, através da prática da virtude da castidade.

Para que os casais e indivíduos possam escolher livremente o seu estilo de vida, as alternativas devem ser livremente proclamadas sem rótulos apriorísticos (como "retrógrado" por exemplo). Cada alternativa deve dar honestamente os seus prós e contras. Portanto, eu não posso dizer que a pílula é abortifaciente. Mas posso dizer que ela é POTENCIALMENTE abortifaciente. E posso colocar isso nos "contra".

Tal como é um "contra" aquilo que o Confessionário escreveu no seu post: a mentalidade contraceptiva cria situações de abandono no fim da vida. É uma razão objectiva. Não é, no entanto, o motivo pelo qual devemos adoptar a TC. É apenas um "contra".

Eu estou a tentar ser honesto. Cada qual sabe de si. Mas a ICAR não se deve calar. Deus disse-lhe para pregar. É o seu dever.

E dito isto, silencio-me, porque me dá a sensação que monopolizei este post (coisa que já fiz abaixo com o Império, motivo pelo qual apresento as minhas mil desculpas ao Confessionário). Tentarei ser mais discreto no futuro.

Cumprimentos a todos (especialmente para ti, MJG).

Alma peregrina disse...

Ah, Osperegrinos:

Desculpe se não especifiquei melhor, mas Planeamento Familiar Natural não é obrigatoriamente o calendário (ou a tabelinha no portugês do Brasil).

Planeamento Familiar Natural é tudo o que não é contracepção artificial. E, tal como a contracepção artificial é muito variada em formas, também o é o PNF.

De facto, o PNF é não só o calendário/tabelinha, mas também o método de Billings. E o método de Creighton. E o das temperaturas. E eventualmente outros que me possa estar a esquecer (que podem, inclusivé, ser associados entre si).

Desculpedesculpedesculpe Confessionário, agora é que me calo mesmo.
;)

mafaoli disse...

Mea culpa, mea maxima culpa.
Na verdade é que nem sempre conseguimos ser como o Mestre.

Confessionário disse...

Kephas, mantém-te à vontade. Não esqueças o que te disse em tempos.

abraços para todos

Anónimo disse...

Olá!

Kephas,

Por favor, não te silencies... as tuas palavras ajudam-me... nem sabes como as tuas palavras ajudam, como sabe bem ouvi-las, refecti-las... por favor não te cales... é um pedido!?!?!?!!?!?!
Este "cantinho" é de evangelização... é o "cantinho", como já disse, daqueles que não têm vergonha de ser cristõs católicos, que não tem medo da verdade... que não têm medo de dizerem o que pensam... que não têm medo do ecomunismo e o aceitam...

Confessionário, meu grande amigo continue, com força... cada dia precisamos mais destas "discões" sudáveis...

Preciso de vocês!!!!!

Um abraço muito especial
MJG

Alecrim disse...

No fundo, eu concordo com o Kephas, que diz que a ICAR deve ser livre para pregar o que bem entender. Até concordo. E por isso peço humildemente desculpa à igreja católica por ter tentado imiscuir-me na sua vida. Prometo tentar não tornar a fazê-lo.

Mas acrescento que tenho uma certa tendência para considerar a Igreja uma instituição exterior a mim, identifico a Igreja com o clero, e alguns amigos têm-me dito que a Igreja somos todos nós, os que cremos. Ora, eu não sei que parte de Igreja sou, mas esta parte ínfima que sou eu vem por este meio dizer que tem muitas reservas em relação a algumas verdades.
E porque me incomoda a obrigação de celibato dos padres? Bem, por acaso nunca quis casar com nenhum padre, mas se fosse o caso era bem perceptível por que razão havia de me incomodar. A mim incomodam-me as proibições para além do estritamente necessário.
Posto isto devo dizer que admiro e respeito a postura de Kephas com respeito à "sua" teologia do corpo. Respeito-o e já o entendi, Kephas, e peço desculpa por alguma agressividade que tenha lido nas minhas palavras. Mas esa postura não serve para toda a gente, ok?

E não me sai da ideia uma história que um amigo me contou o ano passado, sobre um casal que usava apenas métodos naturais de controlo de natalidade, e parece que falharam. E em resultado de complicações ao quinto parto, a mulher morreu.
E a Igreja? Tem alguma coisa a ver com isto? Parece-me que não. E isso não sei se me entristece se me enraivece.

osátiro disse...

Bébés abandonados:

www.mentesdespertas.blogspot.com

Lisa's mau feitio disse...

Padre, meu querido padre do meu coração!!

Li tudinho... Tudinho e tinha tanto para escrever... Mas sabe, eu não ando nada bem e apenas vim aqui desejar-lhe um 13 de Maio cheio de Luz.

Fala-se de filhos (tema do post ou não...) e eu que tantos queria ter... Deus deu-me um. E pronto.

Beijinhos, querido Padre. Beijinhos mesmo fortes!

CA disse...

Duas observações:

- a teologia do corpo não é uma teologia universal católica; é uma visão de um grupo particular dentro da Igreja; basta ver o discurso de Bento XVI sobre os 40 anos da Humanae Vitae para perceber que ele não usa a teologia do corpo para apoiar a Humanae Vitae, voltando antes à lei natural; logo não é correcto misturar propostas teológicas particulares com a fé fundamental da Igreja;

- os métodos naturais aqui referidos são em geral o método sintotérmico que combina múltiplos sinais observados no corpo da mulher (temperatura, muco, etc.) para determinar os dias férteis e os inférteis; estes métodos são bastante fiáveis se usados nas condições adequadas por pessoas devidamente formadas;

Anónimo disse...

Não concordo com o post, pelo menos não na totalidade, mas acima de tudo não concordo é com os comentários.
De ambos os lados vejo extremismos que considero além de desnecessários de uma falta de educação brutal.
Eu posso usar algumas das expressões que usam, entre amigos em brincadeira, mas neste debate parecem-me ofensivas, uma forma de achincalhar a opinião alheia. Desculpem, mas parece-me uma atitude pouco “católica”. (vale para ambos os lados)

Eu sou livre, decido como fazer o meu planeamento familiar, no entanto tenho por hábito ouvir opiniões diferentes da minha, é que eu não sou dona da verdade (ninguém o é, convém não esquecer) e há muita coisa que desconheço.

Mas... Não percebo, devemos preservar a vida, mas não devemos usar preservativo... e as DST? Não é a exposição a essas doenças um desrespeito pela vida?
E devo reduzir a minha vida sexual com o meu parceiro a algo mecânico com hora marcada? Para mim é um acto espontâneo, reflexo do que sinto pela pessoa e reflexo do que sinto no momento, de forma alguma pode ser uma coisa agendada e programada, desprovida de emoção!

(No fundo respondi e aos comentários e não ao post... peço desculpa por isso)

anamaria disse...

Para a Gina:

Não desespere. Sinto que será mãe, de uma forma ou outra.
Tenha fé!

Alma peregrina disse...

Caros MJG e Confessionário:

Está bem, eu não me calo, como o Manuel Alegre, lol.

De facto, de vez em quando fico preocupado com a minha participação no blog, mas há tão pouca gente a defender a ICAR hoje em dia... devo dizer que fico um pouco preocupado.

Também devo dizer que ainda tenho um certo complexo de inferioridade. Ouvir anos a fio o mainstream a mandar calar-nos, leva-nos a calar-nos reflexamente quando escutamos demasiado a nossa própria voz.

Mas enfim... continuando, para que a MJG não gaste demasiado a tecla dos "!" e dos "?", eheheh...

De facto, como o Ca disse, a TC não é "oficial", mas também não é "desoficial". A Teologia do Corpo foi (se não me engano) uma das primeiras doutrinas do Grande JP2. Não é infalível, é certo, mas a verdade é que humaniza muito o "balde de água fria" da Humanae Vitae (onde o Papa Paulo VI condenou a contracepção artificial).

Se o Papa Bento XVI prefere justificar a Humanae Vitae com a lei natural, é livre de fazê-lo. Tal não exclui a TC. E, na verdade, acho que os casais preferem um complemento doutrinal que atribua um sentido mais afectuoso e belo à Humanae Vitae do que algo tão cinzento como a "lei natural". A TC é, de facto, bastante mais satisfatória. Não se reveste de lei, mas de amor. É quase como a transição do AT para o NT.

Até porque, se as pessoas forem seguir a Humanae Vitae apenas porque "a Igreja proíbe", vai haver chatices... vai haver discussões no casal, vão haver gravidezes não desejadas (os métodos do PNF são dependentes da FORÇA DE VONTADE dos intervenientes), vai haver rancor para com a religião.

Com a TC, seguir os mandamentos da ICAR torna-se uma alegria, porque adquire o tom de liberdade. As pessoas não se apercebem de como a sexualidade moderna lhes coarcta a liberdade. Sobretudo a liberdade sexual das mulheres.

Por isso é que eu fico zangado quando vejo as pessoas a acusar a ICAR de ter uma ideia medieval das mulheres. Não há ideologia actual, cristã ou outra, mais feminista do que a TC. Mas para explicar este aparente paradoxo, teria de gastar aqui um comment enorme.

O que interessa é que, com a TC, os casais podem seguir a Humanae Vitae à risca e com prazer em fazê-lo. Podem ter uma sexualidade livre (verdadeiramente livre, não o "sexo livre" que tanto se apregoa por aí e que, na verdade, é uma prisão)! Podem ter uma sexualidade feliz! E, sobretudo, podem vivê-la de uma forma que, obrigatoriamente, NUNCA será isenta de amor (não é possível seguir a TC sem amor)!

Além disso, a TC não serve somente para pessoas casadas e não se restringe somente ao Planeamento Familiar. Pode ser aplicada na vida de qualquer um, até de um solteirão convicto. E a TC, ao contrário do PNF, per se, já permite resolver a questão das DSTs.

Todavia, como eu já disse, a TC não pode ser imposta, tem de ser descoberta. Desde já aviso, quem estiver disposto a estuda-la, deve estar preparado para demolir muitos preconceitos que nem sabe que possui. Para mim, custou-me algumas noites de insónicas reflexões. Foi uma aventura e tanto. Posso dizer que valeu a pena.




Queria ainda dar os meus mais sinceros cumprimentos à Lisa e à Gina. Coragem! Como eu já disse, trata-se de adquirir uma mentalidade que aceite a vontade de Deus para as nossas vidas...
Se vocês rezarem a Deus para que Ele vos guie, então tenho a certeza que Ele vos dará o que Lhe pedirem. Pode até não ser na forma que vocês pedirem (há tantas crianças abandonadas por aí...), mas Ele providenciará. Rezarei por vocês.

Abraços a todos. É bom ver que um post que começou tão ácido tenha germinado numa conversa tão respeitosa. Desde já me penitencio por qualquer desrespeito que possa ter tido. É da época de exames ;)

Anónimo disse...

Mas que post mais disparatado.

Como se ter filhos fosse uma espécie de "garantia antecipada de reforma" e quantos mais, melhor.

Para o Padrte, a velha está sozinha porque não procriou o número que devia.
E quantas velhas há por aí por esses lares de idosos com oito e nove filhos que ninguém nunca visita? Numa miséria triste?

E quantos velhos há com apenas um único filho que deles cuida com todo o afecto e enlevo?

ESta padralhada estéril, muita mania tem de se pronunciar sobre as opções de vida dos outros, até quanto ao número de filhos.

Não0 há pachorra.

Anónimo disse...

Caro CA:

Quero cumprimentá-lo, sinceramente, pela inteligência do seu comentário, uma raridade quando se comentam questões destas. Concordo integralmente com o que escreveu.

E discordo em absoluto com o tom "paternalista" do padre, ou com ideia de que ter muitos filhos é que é moralmente bom, numa perspectiva utilitarista da paternidade , ignorando a realidade humana e amorosa dos casais.

Outra imensa estupidez veiculada nas caixas de comentários deste blogue é a ideia de que o Palenamento antinatura, quer dizer "natural" , é tão eficaz como apílula.
Além do supremo disparate de quem escreve tal mentira, fica questão moral de fundo.

SE a contracepção, pseudo-natural fosse tão eficaz como a contracepção hormonal, não haveria qualquer diferença moral na sua utilização e teriamos que admitir que todo o coito praticado por casais que usem "métodos naturais" é, segundo as indicações do Vaticano, um acto "intrínsecamente mau", porque não está aberto á vida.

Os casais que usam métodos "naturais" praticam o coito quando não há possibilidade de gravidez, porque a mulher não está a ovular.
è o que fazem os casais em que a mulher toma a pilula anovulatória - praticam o coito quendo a mulher não está a ovular.

Em ambas os casos têm precismente o mesmo comportamento, com o mesmo objectivo concreto: evitar a procriação e dissociar a procriação do acto sexual.
Se se trata precisamente do mesmo comportamento, não existe qualquer diferença MORAL entre um comportamento contreceptivo e o outro.

Então, das duas uma - ou são os dois métodos "intrinescamente maus ", ou nenhum deles o é em si mesmo.

E mais, os dois fossem métodos contraceptivos igualmente eficazes, como falsamente proclama o KEPHAS, quem os pratica não está "aberto á vida" precisamente na mesma medida.

Por outro lado, sabemos que as consequ~encias mais dramáticas dos métodos pseudo naturais são a sua falibilidade extrema, associada a um número terrível de gravidezes indesejadas, estando ainda associados a um maior número de abortos e malformações fetais.


Deve-se falar verdade ás pessoas e não andar a vender patranhas em matéria tão sensível eintima como acontracepção, tudo em nome de uma falsa moral.

Confessionário disse...

Lá voltamos nós à história da "padralhada". Informo desde já que a próxima ocasião em que esse termo for usado, o comentário não será publicado.
Faço-o mais esta vez, com o objectivo de demonstrar o que é a tal "padralhada" capaz, ao aceitar tal comentário e ao demonstrar que há pessoas desatentas que querem fazer-se passar por atentas. Já alguém tinha feito essa observação sobre a não garantia de que vários filhos cuidem dos seus pais, e eu próprio anui com essa observação. De facto não é o número que garante, mas o amor das pessoas. Tb não se deve pensar em termos de compensação, mas do mesmo amor para partilhar. E ponto final.

Agora apetece-me dizer: raios partam aqueles que se acham donos da verdade e que arranjam argumentos no ataque aos outros.
Ninguém obriga ninguém a visitar este espaço!!

Continuo a repetir as palavras que são da senhora e não minhas e continuo a achar que há muito filho que esquece os pais e que num número maior de filhos há mais probabilidade (mas é mera probabilidade) de isso não acontecer.

anamaria disse...

Boa, Padre!

Mariana disse...

Acho que educação acima de tudo é o mais importante. Se estamos visitando o blog de um padre, entramos aqui por que quisemos, então não existe motivo para usar palavras de baixo calão que ofendem e ferem os sentimentos.

Admiro as opiniões aqui expostas, mas nunca entraremos num acordo, se fosse fácil concordar com a opinião dos outros não haveriam guerras, desunião, separações, etc.
Acho que a questão aqui debatida se resume em uma coisa: escolha.
A escolha que fazemos hoje fará diferença lá na frente, por isso devemos agir corretamente, com o coração, sem machucar os outros.

Anónimo disse...

Ola!

Querido amigo, os anómimos escrevem sempre asim... e pensam sempre que são donos da verdade... engraçado é que a Igraja Católica não os crítica... não se ofenda... volto a repetir: Continue a ser quem é, e como é, porque é asim que Deus o quer... Espero que seja sempre assim humano, sensível aos outros e puro, porque é tudo isso que faz de si aquilo que é e será!
MJG

osátiro disse...

Parec que ninguém fala nos malefícios do método mais "seguro" de contracepção: pílula.
Então os inúmeros AVCs que hoje as mulheres têm, relativamente novas, quando até há poucos anos eram beneficiadas com ausência disso, não são consequ~encias das pílulas?
Quando se vive contra a Natureza, feita por Deus, sofrem-se as consequ~encias.

osátiro disse...

Sr. Padre, se me é permitido dar um conselho, não apague os comentários insultuosos.
É a prova da superioridade moral da ICAR; Cristo-éu sei que é difícil imitá-Lo- tb foi insultado.
Aliás, Bem aventurados vós quando, por minha causa, fordes perseguidos.....
Todos nós, católicos, somos um pouco insultados no emprego, nos amigos por "iluminados" que se julgam avançados no tempo, quando afinal ainda não conheceram Cristo-- o Caminho, a Verdade e a Vida.

Quanto aos comenta´rios, concordando em muito com o Kephas, há correções a fazer.
O celibato é uma questão de disciplina da ICAR.
Surgiu o séc XI, não por causa de corrupções, mas pelo dilema que surgia aos padres: cuidar da sua família ou da paróquia?
E creio que a solução celibatária é a melhor, mesmo com os erros que surgem.
Não há ser humano perfeito( muito menos os críticos da ICAR!!!); por isso, erros haverá sempre.
O que é espantoso é os críticos da ICAR quererem q os padres sejam casados!
O que é que eles têm a ver com isso?
Esta agora: isso tem a ver com a ICAR e sua organização: só vai para padre quem quer.
E o kephas disse muito bem ao arcanjo a explicação da frase da Epístola: então o arcanjo quer interpretar à letra um texto escrito numa sociedade totalmente diferente da de hoje?
Essa é o máximo.


Sr Padre, parabéns por ter a coragem de colocar estes assuntos em discussão.
E, no meu entender, não deveria apagar os comentários, mesmo os insultuosos;
Bem-Aventurados vós...
Bem-haja

Anónimo disse...

"continuo a achar que há muito filho que esquece os pais e que num número maior de filhos há mais probabilidade (mas é mera probabilidade) de isso não acontecer."
Não me parece. Aliás, quanto maior o número de filhos, maior a possibiliddae de os progenitores idosos acabarem sozinhos e na miséria ou na solidão, porque quantos mais filhos, mais pobreza, e menos recursos materiais.
os idosos que conheço melhor cuidados e amados t~em um único filho, ou no máximo dois.

As idosas e doentes mais abandonados pelos filhos tiveram em geral famílias grandes, com muitos filhos-

Anónimo disse...

E usando AS palavras do padre, "raios partam " os que nao falam verdade e andam a "vender patranhas" em matéria tão sensível e absolutamente pessoal e intima como a contracepção ou o número de filhos que cada um escolhe ter, tudo em nome de uma falsa moral utilitarista.

Anónimo disse...

Já agora, para o KEPHAs - QUE HÁ DE NATURAL NOS Métodos Monoclonais ?
A ignorância não terá limites?

Anónimo disse...

Olá!

Já escrevi muito aqui, mas hoje em especial vou escrever novamente...

Este post tem gerado diversas opiniões contrárias e tem suscitado muita polémica. Mas mais do que isso tem mostrado o "povo" que somos, sem educação, sem respeito pelo outro, que só sabe julgar, apontar o dedo, que gosta de opinar, mas não gosta de escutar a opinião dos outros...

É engraçado, quando leio "esta padralhada" dá-me vontade de rir, porque são precisamente esses os primeiros a recorrer aos PADRES quando se sentem em aflição, é à Igreja Católica que se dirigem, é a Deus que rezam e fazem promessas... Hipócrisia????? Não estou a julgar ninguém. Só se irritará a quem servir a carapuça!

Porquê achincalhar os outros e não trocar opiniões que nos possam ajudar a todos???? Não bastará já a sociedade em que vivemos ser o que é????

Cada um sabe de si e faz da sua vida o que quer. Só porque X e Y dão uma opinião, e eu tenho uma contrária, não preciso de emitir ao minha opinião magoar o outro, muito menos seguir a opinião da dita pessoa...

Ainda dizemos nós que queremos uma sociedade mais justa, mais verdadeira, mais unida, mais fraterna????

Um abraço a todos, na esperança de que, todos nós reflectamos um pouco e não olhemos só para o nosso umbigo!


Querido amigo Confesionário, reze por mim, hoje sou novamente internada. Possivelmente não voltarei aqui ao blog, mas desejo que continue com força a levantar as questões que incomodam tanta gente, que continue a "denunciar" a verdade.
Bjinho grande de muita força e com um Pai-Nosso.
MJG

Alma peregrina disse...

Caro anónimo:

1) Antes de mais, devo repetir-me: não estou a forçar ninguém a usar PNF, nem a seguir a TC. Apenas postulo que todas as opções devem ser fornecidas de forma isenta, com os seus prós e contras, de forma a que os indivíduos possam fazer opções livres e informadas.

Concorda ou discorda? Acha que apenas se deve ensinar o seu lado da história? Acha que a informação deve ser selecionada a seu favor, só porque você está a favor das "luzes da modernidade"?

Essa corrente de pensamento fracassou no séc. XX. Existe uma coisa chamada democracia. E a ICAR tem tanto direito a dizer o que pensa e a ser respeitada na sua opinião como você, meu amigo moderno.

As pessoas não são estúpidas, não precisam que você as guarde das mensagens subversivas da padralhada.

2) Já que eu sou um ignorante na matéria (ou antes, era antes de a investigar), fui consultar a PubMed. Caso você não saiba, é uma das bibliotecas médicas online mais buscadas pelos próprios profissionais. Os artigos apresentados são publicados em jornais de referência, isentos da influência da ICAR.

Ora bem, existem montes de artigos sobre PNF. Se me permite, mostro-lhe os seguintes:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9678103?ordinalpos=1&itool=EntrezSystem2.PEntrez.Pubmed.Pubmed_ResultsPanel.Pubmed_DiscoveryPanel.Pubmed_Discovery_RA&linkpos=2&log$=relatedarticles&dbfrom=pubmed

Este é um review (que não sei se sabe, corresponde a uma revisão de vários artigos sobre o assunto) sobre PNF. Publicado no European Journal of Contraception and Reproductive Health Care.

Note: há vários métodos de PNF, a sua eficácia aumenta quando são combinados, e estes métodos são eficazes na compreensão do ciclo reprodutor da mulher (período fértil e infértil).




http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6667188?ordinalpos=1&itool=EntrezSystem2.PEntrez.Pubmed.Pubmed_ResultsPanel.Pubmed_DiscoveryPanel.Pubmed_Discovery_RA&linkpos=1&log$=relatedarticles&dbfrom=pubmed

Outro artigo, que apenas demonstra aquilo que eu já me fartei de dizer. A eficácia do método (3 gravidezes por 100 mulheres-ano) é comparável à da pílula (2 gravidezes por 100 mulheres-ano). No entanto (e como eu já disse ad nauseam), há um forte preditor do fracasso do método: a motivação do casal.

A baixa fiabilidade do PNF (22 gravidezes por 100 mulheres ano) que surge nos estudos da OMS deve-se a má adesão ao método. Ou seja, não há fracasso do MÉTODO, mas do UTILIZADOR. Onde está a minha mentira? Eu nunca neguei isto!

Também é interessante notar que é parte do conhecimento comum que o preservativo é extremamente falível se não for utilizado correctamente. No entanto, quando há falhas nos preservativos por fracasso do UTILIZADOR (e não do método), toda a gente diz que é necessário aumentar as competências e a informação no uso do preservativo.

Por outro lado, e em contraste, quando há fracasso do PNF por causa do UTILIZADOR(e não do MÉTODO), ninguém diz que é necessário aumentar as competências e a informação no uso de PNF. Apenas dizem que o PNF não é fiável.

O double standard é gritante.



http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7491857?ordinalpos=1&itool=EntrezSystem2.PEntrez.Pubmed.Pubmed_ResultsPanel.Pubmed_DiscoveryPanel.Pubmed_Discovery_RA&linkpos=3&log$=relatedarticles&dbfrom=pubmed

Este é um estudo realizado na Bélgica. O índice de Pearl (ou seja a taxa de fracasso) do PNF (quando isolado de métodos de barreira, porque caso contrário, seria ainda mais eficaz) foi de 1,31 gravidezes por 100 mulheres-ano (tendo sido a taxa de abstinência completa ou adesão ao tratamento) de 79%.

Já no ano anterior tinha sido realizado o seguinte estudo no mesmo país:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8051361?ordinalpos=1&itool=EntrezSystem2.PEntrez.Pubmed.Pubmed_ResultsPanel.Pubmed_DiscoveryPanel.Pubmed_Discovery_RA&linkpos=1&log$=relatedarticles&dbfrom=pubmed

Note a conclusão do abstract:
“After more than 78 years of use, it appears that an accurate and thoroughly taught sympto-thermal method of NFP shows a use-effectiveness which can be compared to that of the up-to-date contraceptive methods. The acceptance of the method proved to be excellent. The acceptability turns out to be very good.”




http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8401097?ordinalpos=1&itool=EntrezSystem2.PEntrez.Pubmed.Pubmed_ResultsPanel.Pubmed_DiscoveryPanel.Pubmed_Discovery_RA&linkpos=3&log$=relatedarticles&dbfrom=pubmed

Este estudo é mesmo giro, porque o seu título é: "Natural family planning": effective birth control supported by the Catholic Church.

:)))))))

É claro que este artigo teve muitos detractores… e como eu sou uma pessoa intelectualmente honesta, aqui vão alguns:

http://www.pubmedcentral.nih.gov/pagerender.fcgi?artid=1679162&pageindex=1

Note, nem mesmo os detractores referem que o MÉTODO é ineficaz. Eles apenas objectam que há um grande fracasso do UTILIZADOR.

Outro dos detractores refere que o PNF pode, de facto, ser eficaz e seguro SE realizado no contexto de uma relação estável (a qual é promovida pela TC da ICAR)

É engraçado que há ainda um dos detractores que diz que a própria International Planned Parenthood Federation, aceita a abstinência periódica como um dos possíveis métodos contraceptivos que os casais podem usar. Razão pela qual, em qualquer livro de Planeamento Familiar, surge, invariavelmente (e com todas as críticas que lhe possam ser apontadas) o PNF.



Finalmente temos este aqui:
http://www.woomb.org/omrrca/bulletin/vol27/no4/chinaEvaluation.html

Realizado na China (essa bastião da ICAR, eheheh) que demonstra que a custo-eficácia do método de Billings é superior à do DIU chinês mais usado.



Estes são só alguns exemplos, mas não quis alongar-me muito, porque não quero poluir o seu “iluminismo” com a minha “ignorância”.


3) Relativamente à moralidade da contracepção artificial, não estou para me maçar, porque se você quisesse realmente saber, leria a Humanae Vitae. Além disso, estou em épocas de exames.

De qualquer das formas, o seu erro está na seguinte frase:
“Em ambas os casos têm precismente o mesmo comportamento, com o mesmo objectivo concreto: evitar a procriação e dissociar a procriação do acto sexual.”

Errado!
Objectivo: Evitar a procriação –> PNF
Objectivo: Dissociar a procriação do acto sexual -> Contracepção artifical.

Pronto, reflicta nisto um pouco. Se quiser, volte com uma atitude melhor.

Cumprimentos

Paulo disse...

Depois de tantas opiniões diversas, apenas digo que, é triste chegar a esse ponto. Não por ter sido acima da media, com varias casas e afins mas sim , por não ter tido o apoio daqueles que foram apoiados enquanto crianças.

Alma peregrina disse...

Caro anónimo:

Como consegui tirar mais uns minutinhos do meu estudo, vou responder-lhe acerca das diferenças morais entre a contracepção artificial e a contracepção natural.

Você dá um falso salto lógico, afirmando que ambos têm o mesmo resultado, portanto ambos têm a mesma carga moral.

Ora existe um pequeno cliché que diz: "Os fins não justificam os meios"

Ou seja, posso obter o mesmo fim com diferentes meios, mas esses meios terem valores morais completamente díspares.

Um dado importante quando reflectimos sobre esta questão é: o acto sexual não é o estado ordinário (i.e. normal) do ser humano. Ou seja, neste preciso momento, enquanto estou a escrever neste teclado, eu não estou a fazer sexo. E aposto que você não está a fazer sexo enquanto está a ler este comment (se estiver, mande cumprimentos meus ao seu parceiro, lol).

O acto sexual é um estado EXTRAordinário. Deste modo eu escolho quando quero fazer sexo, não quando não quero fazer sexo.

Assim sendo, eu sou livre de escolher a melhor altura para fazer sexo. O facto de escolher uma altura menos fértil não me torna "fechado à vida" e, por outro lado, também não retira dignidade ao acto sexual.

EXEMPLOS:
1) - Querida, vamos fazer sexo!
- Querido, não é boa altura, porque estou numa altura fértil e é prudente não termos filhos nesta altura.

2) - Querida, vamos fazer sexo!
- Querido, não é boa altura, porque estamos no meio do restaurante e é uma vergonha com as pessoas a ver!

3) - Querida, vamos fazer sexo!
- Querido, não é boa altura, porque estás a conduzir e podemos provocar um acidente!



Em todas as situações descritas, é realizada uma escolha livre que se decide pela não-realização do acto, uma vez que não é possível/suportável aos membros do casal arcarem com as consequências desse acto. Desta forma, o acto sexual adquire, simultaneamente, um valor de "liberdade" (porque há escolha) e de "responsabilidade".

Coisa bem diferente é a contracepção artificial. Aqui, o que sucede é uma amputação do acto sexual REALIZADO das potencialidades que lhe foram atribuídas. Ou seja, falta o primeiro membro (e também é possibilitado que falte o segundo membro) da tríade reprodução-amor-prazer. Desta forma, o acto sexual é deformado e tem o potencial de se tornar um acto egoísta.

A contracepção artificial, ao contrário do PNF, não dignifica o acto sexual, antes mutila-o. Atente na seguinte série de exemplos, que se apresentam propositadamente exagerados.

EXEMPLOS:
4) - Querida, vamos fazer sexo!
- Querido, não devíamos ter mais filhos...
- Não faz mal, porque vou encharcar-te com hormonas artificiais que vão interferir no teu ciclo natural e impedir que concebas!

5) - Querida, vamos fazer sexo!
- Querido, não devíamos ter mais filhos...
- Não faz mal, porque vou colocar uma membrana de borracha entre os nossos genitais, para impedir que recebas a minha semente e concebas!




Se você não consegue ver a diferença, nada posso fazer... O PNF é claramente um ideal estético de liberdade sexual e de responsabilidade sexual, enquanto a contracepção artifical é uma mutilação do acto sexual, despojando-o de toda a sua humanidade.

Assim, concluo com uma frase que foi você que a disse:

"E discordo em absoluto com o tom "paternalista" do padre, ou com ideia de que ter muitos filhos é que é moralmente bom, numa perspectiva utilitarista da paternidade , ignorando a realidade humana e amorosa dos casais."

Só que eu vou reformula-la:

"E discordo em absoluto com o tom "paternalista" do anónimo (que acha que todas as opiniões contrárias são estúpidas), ou com ideia de que ter poucos filhos através de um Planeamento Familiar supercontrolador é que é moralmente bom, numa perspectiva utilitarista da paternidade , ignorando a realidade humana e amorosa dos casais."

Ah, agora está bem. Obrigado, anónimo, pelo substrato. Eu não conseguiria ter pensado numa frase melhor.

Já agora anónimo, já que eu lhe forneci provas científicas para suportar a minha tese, você tem alguma prova do que afirma aqui?

"As idosas e doentes mais abandonados pelos filhos tiveram em geral famílias grandes, com muitos filhos"

Tem algum estudo que comprove isto? Não, não me refiro à sua experiência pessoal, porque uma pessoa que entra num blog com a sua atitude perdeu, para mim, toda a credibilidade.

Se você não quiser que eu considere a sua contribuição uma simples crença (como você fez comigo), então terá de me apresentar provas científicas do que diz.

Se me permite, vou esperar sentado.

Quanto ao Confessionário, não tem que lhe provar nada, porque ele limitou-se a contar uma história de UMA mulher, contou as palavras dela (foi ELA quem disse "se eu tivesse tido mais filhos...") e fez uma afirmação moral (não uma afirmação demográfica).



Para terminar, caro anónimo, gostaria de lhe responder à questão: "Que há de natural nos métodos monoclonais?"
Infelizmente, não sei o que são "métodos monoclonais"...
:(
Diacho, acho que não o posso ajudar nisso. Pá, eu sei que "monoclonal" é uma palavra que faz sentido na Genética ou na Imunologia, mas "métodos monoclonais"? Se você se refere à técnica científica de criar clones de células através da adição de químicos ou vectores génicos em placas de Petri, bem, devo concluir que realmente não há nada de natural nisso! Pôish!
:)))))))

Homem, veja lá se aligeira a carga um pouco! Tecle as suas opiniões devagar e pausadamente e exprima o seu descontentamento/discórdia de uma forma educada! Os seus detractores irão apreciar isso...

Você fez, pela primeira vez desde que ando por este blog, o nosso padre dizer "Raios partam". Tenha cuidado! Não queira que um agente de Deus lhe diga que um raio o parta!
:)))))))

Cumprimentos

Alma peregrina disse...

Caro Confessionário:

Está mais calmo agora? Respire fundo homem, você está neste blog para descontrair um pouco.

Eu sei que é difícil, também eu me descontrolei um pouco. Mas foi você que escolheu a profissão. Não é fácil ter como emprego proclamar uma doutrina que vem de um Homem cuja doutrina o levou a ser crucificado.

Sinceramente, não ligue. Isto é um pouco como ver os marretas de um lado para o outro a dar marteladas uns nos outros, lol. Recoste-se e aprecie o espectáculo, ehehe!

Nesse sentido, parafraseio uma daquelas frase geniais dos marretas da Contra-informação:
"Força, Confessionário, força, avança, estou contigo, vamos embora!"

Pelo lado bom, Confessionário, acho que vamos bater o record dos 100 comments. Iupiiii!!!

Ai, acho que os exames me alteraram completamente a percepção da realidade e do humor em sociedade.




Falando agora muito a sério, será mais importante, neste caso, desejar as felicidades e melhoras rápidas à MJG.

Coragem, MJG! Estamos contigo em oração! Oxalá possas regressar em breve a este blog! Ouvir-te também é, para mim, um grande prazer!

Anónimo disse...

"Antes de mais, devo repetir-me: não estou a forçar ninguém a usar PNF, nem a seguir a TC"

Para mim , por questão deformação académica. TC significa Tribunal Constitucional.

A questão não é forçar ninguém a nada - é precisamente o contrário - dar liberdade de escolha consciente.
A questão é sobretudo não mentir descaradamente sobre estes temas, nem andar a escrever falsas informações porque pode haver pessoas pouco cultas ou imaturas que acreditem nelas. Como tu.

Pra já, se segues a moral da Igreja nem sequer deves ter vida sexual de nenhum tipo, pois és solteiro. Logo não podes escolher ou utilizar quelquer método de Planeamento Familiar.
Como segues os ditames da Igreja e és absolutamente virgem, também não te podes pronunciar com propriedade sobre temas que desconheces em absoluto, tanto do ponto de vista teórico ( lendo o que escreves) como do ponto de vista prático, nomeadamente temas relativos à sexualidade feminina.

Posto isto, vamos oas factos :
1 - Todos os estudos científicos credíveis de organizações de saúde nacionais e internacionais apontam para a baixíssima eficácia dos métodos pretensamente naturais (EScrevo pretensamente porque tais métodos são completamente antinatura sob o ponto de vista da psicofisiologia da sexualidade humana.)

2 - A baixa fiabilidade do M. Contraceptivos naturais explica-se precisamente por ser um conjunto de métodos métodos complexos, de baixa exequibilidade e que se baseiam em aspectos comportamentais de difícil controlo.

3 - A eficácia é tão baixa que estão completamente contraindicados quando a possibilidade de uma gravidez colide com a vida das mulheres.

4 - Estão ainda associados a um número elevado de gravidezes não desejadas e também de abortos.

5 - E, já agora, alguns estudos indicam que o uso destes métodos distos naturais está correlacionado com maior número de malformações fetais.
EStes são os factos.

O resto são tretas propagandísticas.

Afirmas que "reclamas a liberdade da Igreja de estipular as suas regras de acordo com a sua consciência"

Ora " a Igreja" não tem consciência. Quem tem consciência não são as organizações, são as PESSOAs concretas, os católicos, os casais. E, em matérias tão íntimas ou pessoais como é esta - são as Pessoas, especialmente a smulheres, que em definitivo têm o direito - e o dever - de fazer escolhas conscientes e responsáveis.

Diz o Catecismo da Igreja católica que ninguém , muito menos a hirarquia, pode dispor contra a consciência íntima da Pessoa.

III- Por último, para contrariar a sua ignorãncia básica sobre o tema:

1 -Quer nos métodos contraceptivos "naturais", quer nos métodos contraceptivos anovulatórios, existe precisamente o mesmo comportamento, com o mesmo objectivo concreto: evitar a procriação e dissociar a procriação do acto sexual.

2 - Não há qualquer diferença qualitativa, em termos comportamentais e morais entre os métodos contraceptivos pretensamente naturais e os métodos contraceptivos utilizando apílula anovulatória.

a) - São ambos métodos contraceptivos.
b) Em ambos os casos os casais praticam o coito quando a mulher não está a ovular.
c) Em ambos os casos praticam o coito em condições anovulatórias com a finalidade última de terem sexo sem que desse acto resulte uma gravidez, sendo essa a escolha consciente do casal.
d)Em ambos os casos existe uma objectiva dissociação entre a actividade sexual e possibilidade de procriação.

Anónimo disse...

Kephas:
Por último, quanto aos métodos monoclonais, não foi você que falou no método de Creighton?

SE Nem sequer sabe o que escreve, porque continua a escrever sobre estes temas?

Não basta ler certa propaganda.

Anónimo disse...

"Assim sendo, eu sou livre de escolher a melhor altura para fazer sexo. O facto de escolher uma altura menos fértil não me torna "fechado à vida"

Claro que o torna "fechado á vida". Se você só pratica sexo na altura não fértil da mulher, essa escolha só tem um objectivo - que do sexo não resulte vida.
É isso que se chama "estar fechado à vida".

No fundo quer o divertimento do sexo sem as eventuais consequÊncias de uma gravidez.

O que vocÊ faz, quando usa os TAIS métOdos naturais é isso - dissocia o sexo da procriação.

Igulazinho aos outros métodos.
( excepto na eficácia)
`

joaquim disse...

Duas palavras para agradecer ao Kephas o seu empenho e clareza nas explicações dadas nos comentários.
Aprendi muito e espero aprender mais.

Agradecer também ao Confessionário este espaço que permite estas "discussões" que nos ajudam a caminhar.

Nem sempre da parte de alguns com grande elevação, mas já sabemos que a Doutrina desperta muitas "irritações".

Agradecer por fim ao Senhor da Vida que nos vai iluminando com os pensamentos, as palavras, os actos.

Abraço amigo em Cristo

joaquim disse...

Em tempo e depois de ter visto as últimas intervenções do anónimo:

O Kephas cita os estudos, com links, enfim fornece a informação.
O anónimo apenas afirma que há uns estudos que defendem o seu ponto de vista, quais não sabemos!

Quanto aos considerandos que faz sobre o Kephas...

Anónimo disse...

http://www.contracept.org/risks.php

http://www.fda.gov/Fdac/features/1997/babytabl.html

http://health.discovery.com/encyclopedias/illnesses.html?article=2001

http://carefirst.staywellsolutionsonline.com/Library/Encyclopedia/2,635

osátiro disse...

Kephas: obrigado pelas resultados das pesquisas e parabéns pelo calor da defesa das causas.
Hoje já fiz o mesmo no blog fiel inimigo ( passe a publicidade), além do meu, claro.
Como disse o Cardeal Bertone em Fátima, os católicos devem-se "revoltar" contra a destruição dos valores cristâos e defendê-los.
E a blogosfera é um dos meios.
SR Padre, creio que é prefrível arriscar a sermos insultados e ser bem-aventurados, do q censurar.
E espero por novos posts!( creio q todos nós...)
Entretanto, rezemos pela amiga MJG.
Vou pedir noutros blogs.
Eram assim os primeiros cristãos; tentemos copiá-los, sendo muito difícil.

Alma peregrina disse...

Ai ai ai anónimo…
:(

Vamos lá a ver se consigo fazer alguma coisa disto…


1)
" Para mim , por questão deformação académica. TC significa Tribunal Constitucional."

TC é, no contexto da presente discussão, Teologia do Corpo.



2) "A questão é sobretudo não mentir descaradamente sobre estes temas, nem andar a escrever falsas informações porque pode haver pessoas pouco cultas ou imaturas que acreditem nelas. Como tu."

Obrigado pela parte que me toca. Eu não menti, mostrei-lhe os artigos em que me baseei. Se você não concorda nada posso fazer...



"Pra já, se segues a moral da Igreja nem sequer deves ter vida sexual de nenhum tipo, pois és solteiro. Logo não podes escolher ou utilizar qualquer método de Planeamento Familiar.
Como segues os ditames da Igreja e és absolutamente virgem, também não te podes pronunciar com propriedade sobre temas que desconheces em absoluto, tanto do ponto de vista teórico (lendo o que escreves) como do ponto de vista prático, nomeadamente temas relativos à sexualidade feminina."

A possibilidade de alguém solteiro/padre não poder falar da moralidade do casamento já foi discutida neste post. Já foi discutida ad nauseam. Por favor leia o debate desde o seu início.

A sua lógica parece a do outro: "Só quem tem filhos é que pode ser contra o aborto".

Lamento, a minha consciência da moralidade de um acto é independente da experiência do mesmo acto.

Além disso, posso ser solteiro, mas apenas me irei casar com uma mulher que esteja disposta a praticar PNF. É um pressuposto não negociável. Portanto, sim, posso dizer que este tema me afecta directamente.



4)
"1 - Todos os estudos científicos credíveis de organizações de saúde nacionais e internacionais apontam para a baixíssima eficácia dos métodos pretensamente naturais"

Todos os estudos, excepto os já apontados. Não se trata de propaganda. Foram postos à consideração vários artigos publicados em jornais independentes e de referência. Foram postos à consideração, inclusive, várias opiniões de detractores dos mesmos estudos. Mostre-me os seus estudos, sff.

Ah, e já agora, também considera estudos credíveis os estudos que recebem patrocínios directos ou indirectos das associações de planeamento familiar e da indústria farmacêutica? Consegue dar-me estudos sobre contracepção artificial que não apresentem estes patrocínios?

Ei, estou só a comportar-se consigo da mesma forma como você se comporta comigo! Na minha óptica, todos os estudos que sejam publicados em jornais de referência merecem credibilidade. Independentemente de quem está por detrás deles. Os revisores dos jornais é que averiguam a qualidade científica dos estudos.


5)
"2 - A baixa fiabilidade do M. Contraceptivos naturais explica-se precisamente por ser um conjunto de métodos métodos complexos, de baixa exequibilidade e que se baseiam em aspectos comportamentais de difícil controlo."

É por isso que é necessário que o casal seja propriamente ensinado por entidades competentes e esteja fortemente motivado. Tal como está apresentado nos estudos apresentados. Nunca ocultei isto: Na verdade, até o sublinhei.



6)
"3 - A eficácia é tão baixa que estão completamente contraindicados quando a possibilidade de uma gravidez colide com a vida das mulheres."

Porque os médicos não estão dispostos a arriscar que um acto precipitado pelo calor do momento ponha em risco a vida das mulheres... mas enfim...



7)
"4 - Estão ainda associados a um número elevado de gravidezes não desejadas e também de abortos."

Acho que você se está a referir a este estudo:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6509983

Esse estudo foi realizado em 1984 e demonstrou que existe o risco potencial de o PNF induzir maior número de abortamentos. Todavia, devo-lhe fazer notar que o próprio estudo refere que os seus dados devem ser interpretados com cautela. E, mais uma vez, se refere que a falência do MÉTODO é baixa.

Todavia, eis que surgem estudos mais recentes:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7755073

Segundo este estudo de 1995 (publicado no American Journal of Obstetrics and Gynecology, que é um jornal independente) NÃO há um maior risco de abortamentos de acordo com a data do ciclo em que ocorre a fecundação.

Pus os dois estudos à consideração dos leitores. Cada qual decidirá livremente e informadamente o que acredita e pretende fazer. Se tiver outros estudos, avise-me.



8)
"5 - E, já agora, alguns estudos indicam que o uso destes métodos distos naturais está correlacionado com maior número de malformações fetais."

Estudos sff.


9)
"EStes são os factos."

Estes são os SEUS factos.


10)
"O resto são tretas propagandísticas."

Esses são os MEUS factos. Você coloca rótulos naquilo que eu apresento, sem sequer os comentar. Limita-se a repetir sucessivamente os seus dogmas. Por favor, apresente-me factos que refutem os meus.

TODOS os estudos que eu já li afirmam que o PNF é um conjunto de métodos seguros e eficazes (enquanto métodos independentes do fracasso do utilizador).

Se você tiver estudos que afirmem que os MÉTODOS de PNF são mais falíveis que a pílula, apresente-mos sff.


11)
A propósito, não sei se foi você que colocou estes sites:

"http://www.contracept.org/risks.php

http://www.fda.gov/Fdac/features/1997/babytabl.html

http://health.discovery.com/encyclopedias/illnesses.html?article=2001

http://carefirst.staywellsolutionsonline.com/Library/Encyclopedia"

Bem, todos eles são sites (o da FDA é particularmente credível), mas NÃO são estudos. Não são estudos científicos. E vi, nalguns (porque noutros não encontrei) a velha percentagem de 22 gravidezes por 100 mulheres-ano, as quais se devem (mais uma vez) a falência do UTILIZADOR e não do MÉTODO. Bolas! Não ponha na minha boca coisas que eu não disse! Eu nunca disse que o PNF deve ser disseminado a todos! Ele só resulta em casais comprometidos!!!

De qualquer das formas, num dos sites APRESENTADOS por si eu vi isto:

"Many doctors are reluctant to recommend fertility awareness methods because of the high failure rate of the rhythm method, the first natural method to come into widespread use. However, newer natural methods listed in this section are as effective as artificial contraceptives. Additionally, users of these methods tend to be very loyal, continuing to practice NFP longer than users of any other non-surgical, non-prescription method, which indicates high satisfaction among couples. Most surprise pregnancies are due to risk-taking — having sex during identified fertile periods — rather than an inability for couples to properly interpret patterns of fertility. Many other failures are due to improper teaching and poor use. Many couples opt to use a condom or cervical barrier method during fertile periods, which is safer than risk taking, but will still decrease the effectiveness of these methods."

http://www.contracept.org/natural.php

O que é exactamente o que estou, farto (mesmo fartíssimo) de dizer...



12)
"Ora " a Igreja" não tem consciência. Quem tem consciência não são as organizações, são as PESSOAs concretas, os católicos, os casais. E, em matérias tão íntimas ou pessoais como é esta - são as Pessoas, especialmente a smulheres, que em definitivo têm o direito - e o dever - de fazer escolhas conscientes e responsáveis."

Óptimo! Faça o que entender! Agora, não impeça as mulheres e os casais de fazer "escolhas conscientes e responsáveis". Você está a censurar informação que não é compatível com os seus dogmas!



13)
"III- Por último, para contrariar a sua ignorãncia básica sobre o tema:

1 -Quer nos métodos contraceptivos "naturais", quer nos métodos contraceptivos anovulatórios, existe precisamente o mesmo comportamento, com o mesmo objectivo concreto: evitar a procriação e dissociar a procriação do acto sexual
2 - Não há qualquer diferença qualitativa, em termos comportamentais e morais entre os métodos contraceptivos pretensamente naturais e os métodos contraceptivos utilizando apílula anovulatória.
a) - São ambos métodos contraceptivos.
b) Em ambos os casos os casais praticam o coito quando a mulher não está a ovular.
c) Em ambos os casos praticam o coito em condições anovulatórias com a finalidade última de terem sexo sem que desse acto resulte uma gravidez, sendo essa a escolha consciente do casal.
d)Em ambos os casos existe uma objectiva dissociação entre a actividade sexual e possibilidade de procriação.."

Você limitou-se a ignorar os meus argumentos, repetindo aquilo que já tinha dito em comments anteriores. Por favor, refute os meus argumentos, se for capaz. É que assim o debate não prossegue!

Você não conseguiu entender a diferença entre escolher a altura mais responsável para praticar um acto e deformar o próprio acto? Paciência...


14)
"Claro que o torna "fechado á vida". Se você só pratica sexo na altura não fértil da mulher, essa escolha só tem um objectivo - que do sexo não resulte vida.
É isso que se chama "estar fechado à vida"."

O acto em si permanece "aberto à vida". Está a dizer-me que eu só posso fazer sexo com a minha mulher enquanto ela está no período fértil? Mais uma vez, você simplesmente repete o que já disse anteriormente, evitando os meus argumentos. Você foi incapaz de me fazer notar a falha no meu raciocínio, por isso repetiu os seus dogmas.

Não, uma coisa é escolher uma altura mais propícia que pretenda regular a fertilidade. Isso é ser-se responsável. O acto permanece, contudo, “aberto à vida”, porque o acto mantém o seu potencial reprodutor. Eu escolho quando quero fazer sexo. Eu posso escolher fazer sexo na fase infértil da minha mulher. Acha que as mulheres pós-menopáusicas não estão “abertas à vida”, que não podem praticar sexo?

A contracepção artificial “fecha” de facto o acto à vida. A fertilidade é coarctada pelo Homem e para o Homem. O acto sexual é deformado (como eu já apontei nos exemplos apresentados), para que ele possa ser praticado como os seus intervenientes desejarem e amputando-lhe o potencial reprodutor.

Num caso existe uma gestão responsável da sexualidade, no outro a sexualidade é manipulada.

Como você é duro(a) de coração, nunca irá concordar. Respeito isso. Respeite, todavia, os casais que pensem que podem beneficiar com estes ensinamentos. Como eu já disse, as pessoas não são estúpidas e são livres de seguirem o que bem entenderem.



15)
"Por último, quanto aos métodos monoclonais, não foi você que falou no método de Creighton?

SE Nem sequer sabe o que escreve, porque continua a escrever sobre estes temas?"

De facto, fui ignorante, porque me deveria ter informado acerca disso antes de escrever...

Por isso, para não cair no mesmo pecado, fui informar-me.

Não foi fácil, pois apenas encontrei na wikipedia o seguinte:
"Métodos monoclonais - Os Métodos Monoclonais são muito simples em sua utilização. Consistem em fazer um exame de urina buscando a presença do hormônio luteizante que, apesar de estar sempre presente, tem um aumento brusco nas 24 a 36 horas antes da ovulação. Tem por fundamento o Teste de Elisa baseado em anticorpos monoclonais, que utiliza uma técnica de tiras reativas impregnadas."

Ora, o método de Creighton é um método que avalia as alterações cíclicas do muco cervical e os padrões de menorragia.

Logo, o método de Creighton NÃO é um método monoclonal.

E eu não preciso de ser chamado de ignorante por causa disso, porque NUNCA advoguei o método monoclonal, do qual desconhecia a existência.

Por acaso você acha que eu tenho a obrigação de conhecer TODOS os métodos de PNF que há? Quanto provas tenho eu ainda de fornecer para demonstrar a minha não-ignorância? E quantos mais erros terá você de cometer até que eu possa chama-lo a si de ignorante? Esqueça esta última pergunta... eu nunca desceria ao seu nível.

Good day to you sir! You are no gentleman!

CA disse...

Mais duas observações:
1 - O kephas prestou um excelente serviço com todas as referências dadas. Se o anónimo quer manter minimamente a credibilidade do que diz sobre eficácia dos métodos de auto-observação deve apontar as suas próprias referências. Não basta dizer que "existem estudos".
2 - A distinção moral entre abstinência periódica e contraceptivos é muito mais subtil do que o kephas sugere. Para muito teólogos católicos e bispos ela é mesmo incompreensível. Para a maioria dos casais leigos que vivem a sexualidade no seu dia-a-dia essa distinção não só é incompreensível como irrelevante. A fundamentação da distinção feita pela Humanae Vitae é tão frágil que JP II percebeu a necessidade de algo melhor e por isso desenvolveu e TC. Contudo apenas mudou o problema de lugar, pois a fundamentação da TC também é incompreensível. Talvez por isso Bento XVI esteja a tentar voltar à lei natural usada como fundamentação na Humanae Vitae. Mas uma "lei natural" deveria ser algo tão natural como o "não matar" e o "não roubar". Ora nem a mairoria dos católicos acha a Humanae Vitae natural, nem os protestantes fazem a distinção e muito menos os homens de boa vontade. Logo seria muito estranho haver um preceito da lei natural revelado só a meia dúzia de católicos.

Anónimo disse...

Kephas;
Duas respostas simples:

Você afirma-se solteiro e bom católico, e só posso presumir que é virgem e casto.
Logo as questões do planeamento familiar são-lhe completamente estranhas. Tal como lhe são estranhas dimensões essenciais da sexualidae humana e da comjugalidade amorosa.
Está a leste.
Repare que o que é válido para si é válido para os padres em geral, partindo do princípio que cumprem os ditames da moral sexual da igreja, são todos virgens e castos.
Podem de facto fazer alguma "pesquisa teórica" e inventar umas normas distorcidas e desligadas da realidade amorosa dos cacais.
Mas acreditar completamente nas suas indicações é como tentar aprender a conduzir um automóvel com um isntrutor quesó teve aulas teóricas de mecãnica e nunca pegou num caso nem faz ideia como funciona. O acidente é quase certo.

mais certo é ainda quendo essa spessoas difundem informação gravemnete distorcida e baseada em mentiras.


2 - "Por acaso você acha que eu tenho a obrigação de conhecer TODOS os métodos de PNF que há? "
concerteza que não. Baste lermos o que escreve para SER NOTÓRIA asu ignorãncia sobre o tema.
A questão não é apenas asua ignorãncia, é você defender a utilização de métodos que desconhece, mesmo do ponto de vista teórico, e afirmar que são fiáveis.
Se nem sequer sabe do que está a falar, como é o caso do o método de Creighton , e desconhece um técnica básica para o utilizar, porque os cita como altamente fiáveis?

2 - Em relação ao "fechamento á vida"

O "fechamento á vida", como já lhe expliquei pacientemnte, de acordo com os ensinamentos do magistério consiste em dissociar o acto sexual da possibilidae da procriação.
SE você usar os métodos contraceptivos ditos "naturais" que apregoa para os outros - pode ser que só apregoe e não os pratique - está a dizer-me só tem coito com a sua parecira sexual enquanto ela está no período infértil, ou seja, quando não existe possibilidade de ovulação.
Ou seja, SÓ pratica o coito numa altura em que pensa TER A CERTZA QUASE ABSOLUTA QUE DESSE ACTO SEXUAL NÃO RESULTARÁ UMA GRAVIDEZ.

Ora o acto sexual que pratica nessas circunstãncias está fechado à vida e implica uma clara dissociação entre a sexualidae e a procriação.
Diz vocÊ que "O acto permanece, contudo, “aberto à vida”, porque o acto mantém o seu potencial reprodutor."
Mas como é que mantém o seu potencial reparodutor ? Se você só pratica o coito quando a SUA mulher está infértil, e mais, segundo você afirma, quAndo tem uma certeza de quase 100% dessa infertilidade? (SE ACREDITASMOs NAS ESTATÍSTICAS DE EFICÁCIA DOS MéTDOS NATURAIS em QUE VOCê acredita)


Repare que é precisamente isso que acontece quendo um casal opta por um método contraceptivo seguro, como a pílula anovulatória.
O casal partica o coito porque sebe que a mulher não apresenta ovulação, logo há reduzidas probabilidades d egravidez.
O comportamento humano é precisamente igual, os objectivos
últimos também, logo, teremos de concluír que são ambos "actos intrínsecamente maus" e que estão ambos igualmente fechados á vida.

Em amabos casos existe manupulação da sexualidade human.
e em ambos os casos pode existir ou não um comportamento responsável,
Isso não depende do método mas d eoutras coisas.

Veja se cresce.

Anónimo disse...

1) Quer os "métodos naturais" quer a "pílula anovulatória" têm como objectivo a contracepção.

2)Ambos implicam o mesmo padrão de comportamento do casal - só têm relações sexuais porque sabem que não correm riscos de engravidar, pois a mulher não está a ovular.

3) SEndo os objectivos os mesmos e os comportamentos os mesmos, existe em ambos os casos uma clara dissociação entre a sexualidade e a sua dimensão procriativa, Dissociação esta que resulta de uma opção consciente dos casais, quer os que usam métodos ditos naturais, quer os outros.

4) Afirmam os defensores dos "métodos naturais" que estes têm uma eficácia próxima ou quase igual à de outros métodos anticoncepcionais como a pílula anovulatória( da ordem dos 98%) .
Calro que isto é uma completa falsidade, pois estudos longitudinais com grupos d econtrole apontam para uma eficácia muitíssimo mais baixa.

Mas, se isso fosse veradade, , não são apenas os comportamentos e os objectivos dos métodos que são equiparáveis, mas as suas consequências práticas.

Afirmar que um casal que usa "métodos naturais" está mais "aberto á vida",do que outro que usa a pílula anovulatória , quando as possibilidades de surgir uma gravidez da sua actividade sexual são as mesmas, é um completo absurdo.
Porque, objectivamente, ambos os casias estão a adoptar um comportamento contraceptivo e que até teria amesma eficácia-

5) E aqui é que surge a questão. Como pode a Igreja defender uns métodos como moralmente bons e outros como "intrínsecamente maus" se têm os mesmos objectivos, implicam mesmos comportamentos sexuais concretos e as mesmas consequências em termos da fertilidade do casal??

PORQUE A IGREJA SABE QUE OS MÉTODOS NATURAIS SÃO TÃO POUCO EFICAZES QUE A PROBABILIDADE DE OCORERE UMA GRAVIDEZ NÃO DESEJADA EM QUEM OS PRATICA É ELEVADA.

Ora Uma moral baseada na mentira parece-me pouco defensável.

Em suma:

1 - O Métodos ditos naturais são altamente falíveis e pouco eficazes(sobretudo para casais muito fertéis).

2 - São completamente inadequados ( proibidos mesmo) quando as mulheres não podem engravidar por questões sérias de saúde.

3 - Não protegem contra a SIDA e outras Doenças Sexualmente Transmissiveis .

4 - São bastante desagradáveis e implicam procedimentos entediantes, absurdos e até abusivos. Comportamemnto antinatura, mesmo - como a vigilãncia diária da temperatura rectal ou a análises periódicas á urina e saliva.

5 - Não são aconselháveis para casais muito apaixonados - ou muito férteis ou com ciclos irregulares.

6 - São completamente contra-natura do pondo de vista da biologia do desejo e da reprodução, pois é precisamente no período fértil que a mulher atinge o auge da libido e portanto fica castrada e impedida de viver naturalmente o desejo e o prazer sexual.

7 - Podem provocar graves disfunções sexuais no casal e mesmo disfunções sexuais, devido ao medo e risco permanente de uma gravidezes indesejadas e ao desfasamento dos ciclos de desejo.

8- Alguns estudos associam o uso de métodos contraceptivos naturais a maior incidência de malformações fetais.


8 - Não há nada tão fecundo e libertador para o amor conjugal responsável como um método contraceptivo eficaz e seguro que permita uma paternidade/ maternidade responsáveis.

9 - Por último, a consciência íntima de cada católico é absolutamente soberana nestas matérias.

http://www.who.int/reproductive-health/family_planning/index.html

http://www.who.int/reproductive-
health/family_planning/users.htm

Cada casal que escolha o que achar melhor para si mesmo.

Possato Jr. disse...

Olha, Senhor Padre...

Fico profundamente triste que os teus opositores utilizem de ofensas pessoais...

Mas fico ainda mais triste com os teus pretensos defensores, que não te deram uma palavra de consolo sequer! Ao contrário, o incentivam a continuar batendo boca para "mostrar a superioridade moral da Igreja"!

Por favor... Será que estes teus "amigos" estão preocupados com os teus sentimentos? Será que entenderam a moral de se ter um blog chamado "confessionário"?

Tu vens aqui, confessar-nos teus pensamentos... E nós a discutir o bem da Igreja?

Lembro-me de um dos muitos comentários do Kephas (aliás, escreve demais o tal Kephas... confesso que não tive paciência de ler todos os seus comentários, dessa vez):

"Não é fácil ter como emprego proclamar uma doutrina que vem de um Homem cuja doutrina o levou a ser crucificado."

É de se perguntar: "Foi por defender a honra da Igreja que ele morreu? Antes... Estava Ele preocupado com sua própria honra, ao comer com prostitutas, lázaros e publicanos?"

Não!!! Foi por ficar do lado dos pobres, como tu vens fazendo, Padre! Então, por isso -- e nunca, jamais, pela honra da Igreja, ou de qualquer de seus purpurados -- é que peço: "Não pare!!!"

Paz & Bem!!!

Zé Luiz.

Anónimo disse...

Continuamos a ter a ideia da mulher parideira sem controlo do seu corpo devido à ignorância a que era votada, isso foi na Idade Média.

Lisa's mau feitio disse...

Querido Padre do meu coração,

espero que esteja bem. Desculpe a minha ausência e falta de entusiasmo, mas tb não ando "por aí além" como eu desejaria. A vida não anda fácil nisto do tempo nem da disposição. como tal, tenho-me limitado a vir à net quando calha, venho lê-lo, mas não tenho vontade de me manifestar porque ando cansada e cheia de problemas tão estranhos e pouco recomendáveis para partilhar que me isolo no silêncio. Enfim.
Padre tão querido, eu compreendi na perfeição o seu ponto de vista ao ter escrito este post. Tal como alguém diz (penso ter sido o Kephas), apenas se limitou a relatar uma cena da sua novela de vida real.
Depois surgiram aqui agressões verbais com moralismos de ambas as partes, cada um puxa para seu lado. Mas sabe, também não é coisa que me desagrade porque eu gosto de ver estas desancas entre bloggers. Acho que se aprende sempre alguma coisinha com todos. Se bem que, provocações de âmbito pessoal já saem fora da minha praça... Cuidado com os termos, credo. Não é preciso haver cinismo na forma como se dirigem às pessoas. Digo eu, vá.
Por vezes as discussões entre quem tem pontos de vista divergentes tornam-se desagradáveis e ambas as partes poderiam moderar.
Mas o importante é que se partilhe aqui de tudo e leigos como eu saem sempre a ganhar. Sim, eu sou leiga de todo. E gosto de ler tudinho.

Padre, tal como lhe escrevi aqui há dias, eu só tive um filho e venho aqui pedir que reze por ele. Não se esqueça da minha Avó que começa já a estar com o seu corpo cansado de viver. O que nos tem desesperado a todos emocionalmente. A doença está já há meses na fase final, mas estas chagas físicas são um choque. Valha-nos a calma e Deus, na verdade.
Padre, meu querido confessionário, desculpe o desabafo que nada tem a ver com o seu post, mas eu sempre que venho aqui escrevo o que me apetece, já sabe como sou e tenho de desabafar em algum lado.

Kephas, agradeço o beijo especial que me envia. Li as suas palavras, que levo no coração. A solução não passa pelo que me tenta transmitir... Infelizmente. E mais não digo.

Deixo um beijinho a todos quanto sabem quão rico é ter filhos. Quer eles cuidem de nós ou não num futuro próximo ou longínquo.

Lisa

(Padre, desculpe andar sem "energias"... Em breve voltarei em grande. )

Alma peregrina disse...

Caros leitores deste blog:

Durante estes últimos tempos tenho andado a debater com anónimos (que não primam pela sua boa educação) temas que, responsavelmente, não deveriam ser discutidos num local tão desprotegido como a blogosfera.

O anónimo acusa-me de ser ignorante. Recusa-se a dizer-me em quê. Talvez eu seja, talvez não. De qualquer das formas, não me interessa, porque vou pôr os pontos nos ii.

Neste preciso momento no nosso tempo e espaço, o PNF é tratado como se fosse um método pouco fiável. Talvez seja, talvez não. Na verdade, o PNF não é um método, mas um conjunto de métodos. E tem vindo a evoluir nas últimas décadas. Isto é um facto que nem o próprio anónimo pode negar.

Deste modo, e para contentar o anónimo, vou proclamar uma frase que parecerá paradoxal:

NÃO ACREDITEM EM MIM!!!

Ouviram? Então, vocês perguntar-se-ão, em quem acreditar? No anónimo?

Não! ACREDITEM EM VOCÊS!!!

O anónimo diz que o PNF coarcta a liberdade. Pois bem, eu estou a dar liberdade. Liberdade de escolha, de consciência e de expressão.

Deste modo, eu digo-vos: pesquisai! Pesquisai, inquiri, investigai!

Procurem em jornais científicos! Procurem na literatura sobre o assunto! Perguntem aos vossos ginecologistas (não aceitando, claro, a resposta paternalista que visa contornar o assunto, mas pedindo honestidade sobre o estado-da-arte no que toca ao PNF)! Que as vossas pesquisas se restrinjam somente a fontes credíveis! Não se metam em nada do qual não tenham a certeza!

Se aquilo que eu disse for mentira, então ignorai-o! Fugi do que disse! Desprezai todas as minhas palavras!

Se o que eu disse for verdade, então escolhei em consciência! Mesmo que seja verdade, podeis escolher entre aceitar ou ignorar!

E qual foi a alegada "verdade" que eu proclamei? Nada mais, nada menos do que isto:

O PNF é extremamente eficaz no planeamento familiar, DESDE QUE se cumpram TODOS os seguintes critérios:
1) A educação sobre as suas regras seja realizada por entidades COMPETENTES e FIÁVEIS
2) A abstinência periódica seja ESCRUPULOSAMENTE seguida
3) Sejam usados os NOVOS métodos (e NÃO o calendário).
4) Os ciclos da mulher sejam regulares (o que não é obrigatório nos novos métodos, mas bastante desejável).

É claro que há fracasso dos métodos. Tal como há para qualquer método de contracepção artificial. O PNF NÃO é uma forma 100% segura de evitar gravidezes. Mas tal também se aplica à contracepção artificial.

Isto foi o que eu disse. Tudo o que diga que o método é ineficaz quando os 4 pressupostos não se aplicam, não invalida o que eu disse.

Portanto, fazei a vossa pesquisa e decidi por vós próprios. Saliento, fazei a vossa pesquisa apenas em fontes credíveis.

Penso que o anónimo não se importará, a não ser que tenha medo da verdade.

Que cada um seja responsável por si e pelas escolhas que tomar.

Digo isto, porque eu NÃO quero defender o PNF em si, mas a Teologia do Corpo. Como eu disse num comment anterior, NÃO adianta nada um casal aderir à PNF se isso não conduzir a uma sexualidade mais feliz e plena. Se o PNF se tornar uma fonte de ressentimento e/ou de receio, então ele irá falhar (porque o PNF depende da motivação).

Além disso, o uso estrito da PNF não protege da "mentalidade contraceptiva" de que falei, e que o Confessionário referia no seu post tão mal compreendido. Não adianta nada usar a PNF se, caso ela falhe, a criança continuar a ser considerada como "não desejada".

Ora, a Teologia do Corpo permite ver a falsidade de quem afirma que está pela "naturalidade" da sexualidade. Mas só para quem a experimenta.

Segunda a "sexualidade natural" de que fala o anónimo, é impossível que um homem chegue virgem aos 23 anos e se considere feliz com a sua sexualidade. É FALSO!!! Não posso acreditar, em nome do meu empirismo, que o mesmo não se aplique a um casal. A Igreja sabe mais do que muitos entendidos na matéria.

O anónimo desconhece que a "sexualidade natural" do Ser Humano é diferente da do animal, porque nós possuímos outros componentes sexuais que as nossas hormonas e instintos. Não é "natural" que os instintos se sirvam do Homem. O que é "natural" para o Homem, é outrossim, que o Homem se sirva dos seus instintos. Deste modo, o Homem está completamente livre para usar a sua sexualidade para fins mais elevados, que incluirão obrigatoriamente, aquilo que é verdadeiramente "natural" para o Homem: o Amor.

E, assim, não é o conceito da "mulher parideira" que emerge, mas o da mulher "livre". O da mulher livre para uma sexualidade afectuosa, que a actual mentalidade sexual muitas vezes lhe nega. O da mulher livre de carregar sozinha o fardo da contracepção, tornando-a responsabilidade do casal e fruto de diálogo e aprofundamento da comunicação.

Que as mulheres/casais que o desejem sigam. Que as que não o desejam, não o sigam.

Deste modo, e porque eu não considero ser meu dever estar com paternalismos e pregações, digo aos leitores que MAIS do que se preocuparem com o PNF, se preocupem com a Teologia do Corpo.
No seguinte site estão as 129 catequeses do Papa João Paulo II sobre o tema:
http://www.ewtn.com/library/PAPALDOC/JP2TBIND.HTM

Quem quiser ler, leia. Quem não quiser, não leia. Quem quiser acredite. Quem não quiser, não acredite. Somos todos livres e responsáveis.

Quanto ao anónimo, limitou-se a uma sucessão de comments em que repete sucessivamente a mesma coisa. Sem a fundamentar. Talvez ele tenha razão. Talvez não. De qualquer das formas, penso que as coisas ficam melhor resolvidas quando eu digo: cada qual procure a sua informação e cada qual decida de acordo.

Quanto ao anónimo, tenho pena que ele não me julgue digno da realização de um debate sério. Ele não troca ideias, argumentos ou informação. Apenas frases prefabricadas e insultos. Deste modo, não prosseguirei mais. Já alguns me disseram que eu estava a alongar-me e estou plenamente de acordo. As minhas intervenções não estão a servir propósito nenhum que não seja um pretexto para uma contínua degradação e dessacralização do blog de alguém que considero meu amigo.

Assim sendo, e enquanto posso fazê-lo de cabeça erguida, retiro-me. Nunca quis prejudicar ninguém. Se o fiz, perdoai-me e que Deus me perdoe também, em nome da minha honestidade e das minhas boas intenções.

Despeço-me por algum tempo. Por mim, basta...

Confessionário disse...

Kephas,
não te ausentes!!
Há bloggers aqui, chamados penitentes, que precisam dos teus dados, investigações, opiniões...
Eu também.
Não abdiques de ser quem és!!!

Lisa's mau feitio disse...

Kephas, não faças isso assim, querido amigo virtual.

Nem todas as discussões têm de ser assim. Ainda há dias tiveste uma tão grandiosa e educada como blogger Império, num post anterior...

Kephas, beijinhos fortes...

Lisa

(...)

Anónimo disse...

1 - "Neste preciso momento no nosso tempo e espaço, o PNF é tratado como se fosse um método pouco fiável."

Porque o é de facto.

2 - "Na verdade, o PNF não é um método, mas um conjunto de métodos".

Precisamente porque são tão pouco fiáveis que para garantir um mínimo de eficácia é preciso conjugar pelo menos três métodos ao mesmo tempo. O que diz tudo sobre a exequibilidade, facilidade d eutilização eficácia dos mesmos.

3 - "E tem vindo a evoluir nas últimas décadas."

Não é verdade. Os métodos naturais que existem hoje são precisamente os que existiam há 40/50 anos atrás.

4 - "Não adianta de nada usar Planeamento Familiar Natural, se o casal continuar a persistir numa "mentalidade contraceptiva".

Exactamente. Quando se usa o PFN tem-se uma mentalidade contraceptiva. Quer-se ter sexo sem ter filhos.

5 - "Pois bem, eu estou a dar liberdade. Liberdade de escolha, de consciência e de expressão."

Bem, para além do narcisismo incrível desta proclamação, a liberdade não consiste em fazer falsas afirmações do tipo que "os métodos naturais são muito eficazes".

Estamos todos de acordo que as pessoas devem decidir livre e responsavelmente de acordo com as suas opçõe, depois de informadas com verdade.

6 - "A forma de planear a família é o planeamento familiar natural, e nunca a contracepção."

Já lhe expliquei por A mais B que ambos são a mesma coisa, pois são métodos contraceptivos e só diferm e na técnica e na eficácia.

Então em que ficamos? As pessoas devem ter liberdade de escolha ou quer impor-lhes um método contraceptivo á força?

7 - "Ou seja, quando um contraceptivo falha, há um falso sentimento de segurança que é quebrado e uma maior probabilidade de essa criança ser acolhida como "não-desejada".

Isso é plenamente válido para o PFN. Por isso mesmo é que existe uma correlação entre uma maior incidência de abortos e a utilização de métodos contraceptivos pouco eficazes, como são os "naturais" .
Estudos epidemiológicos indicam claramente que, quando maior a utilização de contracepção segura, menos abortos, mesno mortalidade materna e menos mortalidade infantil.

8 - "Se fosse uma prevenção tão eficaz, abortar não seria necessário, não lhe parece?"

Exactamente. Por isso é que nos países do mundo em que as mulheres só podem usar "contracepção natural" o número de abortos é elevadíssimo.


9 - "a qual torna a gravidez como uma "patologia" que deve ser prevenida mediante uma cuidadosa vigilância médica, quase como sucede no rastreio ao cancro da mama ou ao colo do útero."

Mas então os Métodos naturais não "previnem as gravidezes"?
Não é essa essa a intenção?
De facto, os Problemas directamente relacionados com a gravidez e o parto matam anualmente meio milhão de mulheres em todo o mundo.

10 - "Claro que, quando a "prevenção" falha, a gravidez é tida como a "doença" (veja-se "cancro") que deve ser extirpada"
Não necessariamente. Isso também pobde acontecer com quem pratica PFN. Acontece até com mais frequência, segundo as estatísticas mundiais.

Todos os métodos são falíveis, mesmo os mais eficazes, têm taxas de falahnaço de 2%.
Isso não significa que quem os usa pense em abortar no caso de haver uma falha do método.

11 - "Além do mais, todos os métodos contraceptivos artificiais (sem excepção) são potencialmente abortifacientes"
Mais um completo disparate resultante da ignorãncia.
Não faço ideia de quel será a abortaficiência ( esta palavra não existe, mas pronto , é uma invenção do KEphas) do preservativo, ou dos métodos barreira ou mesmo da pílula anovulatória.
No entanto, há estudos que indicam a associação de PFN e maior número de abortos espontãneos.
A aspirina, andar de autocarro ,dançar o tango , andar de skate , apanhar uma gripe ou ter um peso abaixo do normal também podem, ter "efeitos abortacientes". Nessa perspectiva, para evitar os hipotéticos e minimalistas efeitos abortivos de viver normalmente, todas as mulheres em idade fértil deviam passar o dia deitadas na cama após serem inseminadas.

12 - "A Madre Teresa de Calcutá só ensinou Planeamento Familiar Natural aos pobres da Índia."

Coitada da Madre Tersa, era uma pobre freira estéril que nunca pariu nem soube o que é ser mãe.
E a crise profunda de Fé em que vivia mergulhada não deve ter melhorado nada o seu discernimento sobre questões que lhe eram completamente estranhas.

O facto de ser uma santa não a torna isenta de erros terríveis. Esse foi um deles.

13 - "Ao destruírem o poder de dar a vida, através da contracepção, o marido e a sua esposa estão fazendo algo só para si mesmos."

Completamente Falso. Ao usar métodos contraceptivos reversíveis como a pílula anovulatória, os casais não destroem o poder de dar a vida, pelo contrário.
Fazem a gestão responsável desse"poder".

"Fazem algo só apara si,", Diz madre Teresa, acusadora. Pois e ainda bem. Não é precisamente isso que fazem os que praticam o PNF???

12 - "Ao amarem, o marido e a mulher devem voltar a atenção entre si,":

Totalmente de acordo, Pois devem. Isso não é incompatível com a contracepção eficaz, muito pelo contrário. É um sinal de amor pelo outro garantir que não ocorre uma gravidez não desejada de uma acto de amor.

"Uma vez, um deles veio agradecer-nos por ensinarmos-lhe o planeamento familiar natural"

13- O quê??? Como é possível?

Mas alguém como você anda a ensinar Planeamento Familiar dito natural ?

Que irresponsabilidade !

joaquim disse...

Caro Kephas

Absolutamente de acordo com o Padre amigo deste espaço, penso que falo por uma grande maioria daquelas e aqueles que aqui vêm pedindo-te que continues a comentar, não este assunto, não "vale a pena" discutir com quem não se identifica e repete a mesma coisa com modos pouco dignos, mas outros assuntos que vão surgindo e em que o concurso de todos se torna imprescindivel para caminharmos em Igreja.

Abraço amigo em Cristo

CA disse...

Este debate entre o kephas e o anónimo está a perder o sentido. ´

Quanto à eficácia dos métodos naturais, o anónimo parece nem os conhecer bem quanto mais poder discutir a sua eficácia. Para mais foi incapaz de apresentar um único estudo, por contraste com os estudos citados pelo kephas.

Quanto à teologia do corpo e à vivência da sexualidade, identifico-me com alguns dos argumentos do anónimo e lamento que os modos desadequados que usa deixem mal representadas objecções muito válidas à teologia do corpo.

Migalhas disse...

Para bem compreendermos e melhor nos situarmos, há que saber um pouco de história.
Toda a moral sexual católica foi 'construída' no pressuposto de que só o homem é que é 'activo' na procriação: só ele é que tem a 'semente' que, uma vez depositada no terreno fértil da mulher, dá um novo ser. O homem, tem, assim, 100% de 'responsabilidade'. O sémen é 'sagrado' porque é o princípio de vida. Nunca se imaginava que o homem fosse infértil. Se não havia filhos, era porque a mulher, e só ela, era infértil.
Daí nasceu a doutrina de que, tudo o que interrompesse o 'ciclo vital' da fecundação era pecado grave. Assim como era pecado grave a masturbação ou o uso de preservativo, ou a pílula (ela tornava o 'terreno' infértil). Tudo o que se referisse ao sexo era considerado de 'matéria grave'.
Todos sabemos como a ciência evoluiu enormemente. Sabemos que o homem e a mulher têm 50% de 'responsabilidade' cada um. E sabemos muito mais coisas que não se sabiam anteriormente.
Hoje até já sabemos que nem tudo o que diz respeito ao sexo é pecado grave. A ciência ajudou-nos a ter consciência disso mesmo.
O grande problema da Igreja está em ter dificuldade em 'sair' do princípio pelo qual re tem regido até hoje. É que, ao sair, terá de 'reconstruir' todo o edifício da moral sexual, construído até hoje. Mas lá chegará. Pode levar algum tempo, mas acabará por acontecer. Assim como hoje já ninguém é capaz de acusar de pecado grave alguém que se suicide (a psicologia diz-nos que essa pessoa que atenta contra a vida está doente; e eu ainda sou do tempo em que não se dava funeral religioso a um 'suicida').
Talvez eu não tenha sido capaz de esclarecer nem que seja um pouco. Mas, se soubermos história, isso nos levará a não sermos "mais cristãos que Jesus Cristo". E isto não é relativismo. Mas sim ter a noção da realidade do que somos e do que são as instituições humanas (e que, por isso, também são divinas).

Anónimo disse...

"Quanto à eficácia dos métodos naturais, o anónimo parece nem os conhecer bem quanto mais poder discutir a sua eficácia. Para mais foi incapaz de apresentar um único estudo, por contraste com os estudos citados pelo kephas"

CA:
Aconselho-te que acedas aos links que coloquei, e , já agora, que leias alguns dos documentos que lá estão online, antes de escreveres mais disparates.

Por último, a intervenção do Migalhas parece-me extremamente interessante e bem fundamentada , porque contextualiza o tema.
Tenho que lhe dar os parabéns pela intelig~encia com que o faz e por reconduzir a discussão ao essencial- mais do que o formalismo "dogmático" sobre amoral sexual católica , de difícil sustentação, interessam as PESSOAS e um olhar de amorosa compaixão.
É tempo da Igreja deixar de ter medo da sexualidade humana, e de tudo fazer para a negar, mesmo em contextos de conjugalidade.

CA disse...

Caro anónimo

Vamos então esclarecer os disparates.

Dás links da OMS. Não indicas nenhum documento concreto. Mas mesmo assim fui ver o que havia.

Encontrei este:
http://www.who.int/reproductive-health/publications/spr/spr.pdf
com uma tabela de (in)eficácia na página 6. Parece que por lá conhecem o método sinto-térmico, que bem usado produziu 2 gravidezes por 100 mulheres num ano. O mesmo que o preservativo masculino bem usado. A esterilização feminina produziu 0,5 gravidezes por 100 mulheres. O presevativo em utilização típica registou 15 gravidezes por 100 mulheres. Como não percebo bem o teu conceito de eficácia sugeria que o definisses melhor.

"Os métodos naturais que existem hoje são precisamente os que existiam há 40/50 anos atrás."

Também se pode dizer o mesmo dos outros métodos contraceptivos. E ignorar todos os avanços em novas substâncias, memlhor conhecimento dos métodos, etc. A verdade é que ao nível da auto-observação está-se a avançar para o uso de pequenos computadores para registo e predição de fertilidade e começam a aparecer aparelhos baseados em análises hormonais. (Fonte: Curso de reconocimiento de la fertilidad, Instituto Valenciano de Fertilidad, Ediciones Internacionales Universitarias, Madrid, 2001).

Tudo junto, observações suas como esta:
"Mas alguém como você anda a ensinar Planeamento Familiar dito natural? Que irresponsabilidade!"
é que me parecem de uma grande irresponsabilidade.

osátiro disse...

É verdadeiramente espantoso-para não dizer vergonhosos-o q se afirma sobre Madre Teresa!
Até parece q só o sexo conta na vida.
Faz lembrar os animais a salivar cheios de cio( ou frustrações!!!).
Alguém que passou + d 60 anos a viver diariamente com a maior miséria humana ser insultada como foi, só demonstra o carácter desumano e cruel de quem escreve.
Por covardia, escondem-se no anonimato!

Migalhas, isso de deitar as culpas todas para a ICAR é enterrar a cabeça na areia.
Diga lá qual a "civilização" q tem + consideração pela mulher e pelo casamento:
islão?hinduísmo? xintoísmo? ateísmo comunista?( aqui recomendo-lhe ver umas fotos no meu blog-passe a publicidade- sobre os infanticídios na China, num post sobre selvajaria chinesa); tribalismo africano?
O q vc diz é morder a mão a quem lhe mata a fome, ou seja, quem criou uma sociedade de tolerância.
E as estatísticas do CA são contundentes com as mentiras "evoluídas" dos anónimos e migalhas.
Aliás, a mais do que insuspeita Fernanda Cãncio já escrevera no DN algo parecido com as estatísticas do CA.

Anónimo disse...

CA:
Vejo que resolveste ler alguns links. Há lá bastante mais material, mas compreendo que seja demasiada informação ao mesmo tempo para digerires.
SE não percebes o conceito de eficácia de um método contraceptivo é lamentável.
Passo a explicar: a eficácia de um método contraceptivo é avaliada pelo número de mulheres que ficam grávidas usando um determinado método contraceptivo durante 12 meses. Se 100 mulheres usarem um método que tem uma taxa de 5% de falhanço (95% de eficácia) então, em algum momento durante aquele ano, 5 destas mulheres deverão engravidar, segundo as estatísticas.
Depois, há que distinguir a eficácia em condições ideais de uso ( quando são cumpridoss rigorosamente todos os requisitos técnicos e comportamentais da utilização dos contraceptivos) da sua utilização regular, por pessoas comuns, sem ser em condições ideais .
Ou seja, por casais normais, na situação do dia a dia.
Como podes observar no documento que citas, os estudos sobre a eficácia dos métodos naturais apontam sempre para "condições ideais de uso" e não para condições normais da população em geral. Isso significa que as amostras sobre as quais incidem estes estudos não são amostras representativas da população em geral, mas incidem sobre indivíduos com características específicas,especificamente seleccionados para esses estudos.
Ou seja, existe um bias nestes estudos. Repara também que ao fim de um ano nenhum desses sujeitos continua a usar os tais métodos naturais.
Precisamente porque são pouco exequíveis e pouco eficazes para serem utilizados a médio ou longo termo.
Nessa tabela que linkaste não existem dados de falhanço em "condições normais" de uso.
Repara ainda que o método sintotérmico de que falas não é "Um método, " mas, em rigor, a combinação de três métodos contraceptivos utilizados ao mesmo tempo.
Em "condições ideais de uso" obtém-se uma eficácia próxima de outros métodos mais seguros, mas sempre muito inferior à contracepção hormonal ou ao DIU .

Quanto aos estudos sobre a eficácia do preservativo, "em condições ideais de uso" talvez este link um pouco mais acessíveil e com alguma indicação sobre o tema te possa esclarecer melhor:http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs243/en/

2 – " Também se pode dizer o mesmo dos outros métodos contraceptivos"

Não é verdade. Nos últimos trinta anos houve avanços radicais nas biotecnologias relacionadas com a contracepção segura - basta pensar na revolução que se verificou em termos da oferta da contracepção hormonal, mais eficaz, com dosagesn hormonais combinadas, e uma diversidade de formas de administração, etc...

Quanto aos métodos de PFN, nada de novo surgiu nos últimos cinquenta anos. È verddae que se pode substituir uma folhinha de papel por uma página informática de anotação , mas o sistema é precisamente o mesmo. È como por cruzinhas numa folhinha e fazer contas de lápis e calculadora.E sim, também é verdade que se inventaram alguns kits de análises de urina e saliva para determinar a ovulação feminina, mas mais uma vez, isso não aumenta grandemente e eficácia desses métodos.
E diz-me o que há de natural em fazer análises à urina antes de ter sexo (pra ter a certeza de que se pode ter sexo sem engravidar.
Dizer que isto é natural, só pode ser uma anedota.

Anónimo disse...

Quanto á minha observação sobre a irresponsabilidade do Kephas, resulta de duas reflexões.

O Kephas obviamente não possui informação científica básica estruturada sobre Planeamento Familiar. Limita-se a reproduzir uma espécie de "diskette" propagandística, sem qualquer rigor técnico, de uma forma ideológica e tentando "pressionar" comportamentos na área contracepção, impondo um único método.
Quando alguém como o Kephas anda a fazer propaganda religiosa de métodos contraceptivos junto de populações pobres e sem informação sobre saúde parece-me não apenas uma irresponsabilidade.
Para mim é quase um crime, pois anda -se a enganar pessoas que já vivem com dificuldades e para quem uma gravidez não desejada pode ser uma tragédia.

Migalhas disse...

Sátiro, diga-me, por favor: onde é que estão as afirmações que diz que eu disse? Leia bem o que escrevi. Só verá lá outras coisas quem está já de pé atrás.
Haja paciência!
E, já agora, não admito que me chame mentiroso! Se o que eu disse é mentira, prove-me o contrário.

joaquim disse...

Mas tu ó anónimo sabes tudo!

O Kephas dá-se a conhecer, explica mostra estudos, tu ao menos limitaste a dizer que ele não tem conhecimentos, e isto e aquilo.

E mais, acusa-lo de coisas que não passam pela "cabeça do mais pintado", até de "criminoso".

Mas quem és tu afinal, que sabes tanto, mas não te dás a conhecer.

És aquele que vem aqui suscitar a discussão, que provocas, quase insultas, para não dizer que insultas, mas manténs-te no anonimato fácil, daquele que apenas quer provocar, mas não quer mais nada senão isso, provocar.

Acho que o Kephas já percebeu isso, muito melhor do que eu, e não alimenta a tua vontade de incomodar, de provocar, apenas para "chatear".

Que sabes tu de "gravidezes" indesejadas, ou que acabam por ser desejadas.
Que sabes tu sequer de sexo e de relações sexuais, sem conta nem peso em medida.
É que eu sei, eu andei por essa vida...
E sei-o não por livros, por experiência própria.
Sei o que são frustrações, solidões, abortos, sei tudo isso e não o sei pelos livros, nem pelos estudos...
De mim, e a partir de agora, não recebes mais que o meu abraço fraterno e a minha oração, o que faço não por obrigação de cristão católico, mas porque assim sinto que o devo fazer.

Padre amigo, desculpe, mas não há pachorra para este tipo de discussões que servem apenas, a partir de um dado momento, para incomodar, para provocar, sem qualquer finalidade, embora ela se queira afirmar como se existisse.

Abraço amigo em Cristo

Alma peregrina disse...

Lamento interromper o meu silêncio, mas convém fazer aqui uma ressalva...

Eu nunca disse que ensino PNF. O anónimo lê os meus comments com tanta serenidade e atenção, que nem se apercebeu que a citação que ele utilizou para me chamar "criminoso" foi proferida pela Madre Teresa e não por mim...

Quem disse "Uma vez, um deles veio agradecer-nos por ensinarmos-lhe o planeamento familiar natural..." foi a Madre Teresa e não eu. A "irresponsável", a "criminosa" é a Madre Teresa e não eu.

Foi só para fazer esta ressalva, que tinha de fazer em boa consciência. Não sei porque os meus caros amigos (mesmo o Ca que, apesar de meu detractor, eu respeito) continuam a alimentar discussões estéreis.

osátiro disse...

Migalhas, culpar a ICAR de tudo e em especial do problema da sida, é ser mentiroso.
Simples.

osátiro disse...

Joaquim é disso mesmo que esta malta "evoluída" precisa.
~Com a realidade.
porque só têm teorias balofas.