Mais um funeral. Sim. Fiz tudo para que a cerimónia não parecesse um findar de algo, que é sempre triste, mas o princípio de algo belo e bom, a passagem para a vida eterna. Estas coisas, apesar de as entender à luz da fé, custam sempre. Sobretudo depois que faleceu a minha mãe. Parecia que o mundo desabava em cima de mim. Só existia eu e ela. Juntos olhávamos o mundo pedindo explicações. E foi ela que me esclareceu, indicando-me com sinais, ainda em vida, de que estava bem junto de Deus. Tinha cumprido a sua missão na terra e agora, porque Deus se agradara dela, estava como uma rosa num dos Seus canteiros preferidos.
Mas repito que custa. Desorganiza os projectos que vou fazendo para cada dia. Traz a imagem de quem sofre. Traz hipocrisias. Mas custa mais ainda estarmos com alguém que sente o final da sua vida aproximar-se. E isso aconteceu hoje.
Depois do funeral, como estava perto, como tinha algum tempo, como senti vontade, fui visitar dois anjitos, como lhes chamo, cada um com mais de 90 anos. Dois anjitos que ficam em sua casa todos os minutos que lhes restam à espera de uma palavra, de um sorriso, de uma visita, de algum calor jovem que bata à porta. Conversámos muito.
Rimos, falámos do passado. Eu falei do presente. E quando chegou a hora de falar do futuro, o rosto de um dos anjitos soltou uma lágrima. Depois várias. Depois muitas. Apetecia fugir dali. Fiquei parado. Contei umas chalaças, expressei que não gostava de ver um rosto tão lindo a desfigurar-se com lágrimas. Sorriu, mas continuou a proferir lágrimas para explicar: Está a aproximar-se o fim! Perguntei-lhe se tinha medo. Disse que não. Mas doía-lhe tudo. Uma perna, a doença, a vida. Estava cansado de viver. Percebi que havia algum medo. Fiquei também com medo. Não o medo de acabar a minha vida. Mas o de não conseguir dar alento àquela. E ainda há quem diga que custa mais quando eles “partem” novos. Compreendem melhor a partida dos mais velhos. Nunca entendi porque se diz isso. Como se fosse normal que só morressem os velhos ou os abandonados, ou os que dão problemas, ou os maus. Não é normal ajuizarmos assim. Isso é que não é normal. O melhor é aceitarmos a lógica da vida tal como ela se apresenta, sem grande lógica. A mim resta-me explorar a minha fé para encontrar respostas, para não ter medo. E acreditem que não é lamechice. É essa que aguenta e responde a tudo aquilo que vai custando muito na minha vida. Acredito.
Mas repito que custa. Desorganiza os projectos que vou fazendo para cada dia. Traz a imagem de quem sofre. Traz hipocrisias. Mas custa mais ainda estarmos com alguém que sente o final da sua vida aproximar-se. E isso aconteceu hoje.
Depois do funeral, como estava perto, como tinha algum tempo, como senti vontade, fui visitar dois anjitos, como lhes chamo, cada um com mais de 90 anos. Dois anjitos que ficam em sua casa todos os minutos que lhes restam à espera de uma palavra, de um sorriso, de uma visita, de algum calor jovem que bata à porta. Conversámos muito.
Rimos, falámos do passado. Eu falei do presente. E quando chegou a hora de falar do futuro, o rosto de um dos anjitos soltou uma lágrima. Depois várias. Depois muitas. Apetecia fugir dali. Fiquei parado. Contei umas chalaças, expressei que não gostava de ver um rosto tão lindo a desfigurar-se com lágrimas. Sorriu, mas continuou a proferir lágrimas para explicar: Está a aproximar-se o fim! Perguntei-lhe se tinha medo. Disse que não. Mas doía-lhe tudo. Uma perna, a doença, a vida. Estava cansado de viver. Percebi que havia algum medo. Fiquei também com medo. Não o medo de acabar a minha vida. Mas o de não conseguir dar alento àquela. E ainda há quem diga que custa mais quando eles “partem” novos. Compreendem melhor a partida dos mais velhos. Nunca entendi porque se diz isso. Como se fosse normal que só morressem os velhos ou os abandonados, ou os que dão problemas, ou os maus. Não é normal ajuizarmos assim. Isso é que não é normal. O melhor é aceitarmos a lógica da vida tal como ela se apresenta, sem grande lógica. A mim resta-me explorar a minha fé para encontrar respostas, para não ter medo. E acreditem que não é lamechice. É essa que aguenta e responde a tudo aquilo que vai custando muito na minha vida. Acredito.
31 comentários:
Deixou-me um pouco triste, Padre... Este assunto da "partida", das partidas a que assisti, das que receio aproximarem-se, das que temo, da minha...Este assunto aperta o coração! Tento não pensar muito no caso e sinto vergonha de a minha fé não ser suficientemente forte para aceitar bem esta fatalidade humana...
UI!
o fim... paira sempre no ar...e a verdade é que ninguém aceita a morte... ~
bjts
O fim...
...não de certo que não é o fim!
É apenas a passagem (na esperança), para a entrada no reino de DEUS!
O que realmente nos faz doer?
Sinceramente... apenas e tão sómente o nosso egoismo.
Já vi partir muitos(as), desde muito cedo... ainda não me habituei... continuo também eu nessa prisão do egoismo, a que apelidamos de saudade.
Saudade; fruto da ausência prolongada, de quem muito amamos!
É ou não, o nosso egoismo? O nosso aprisionamento, aos afectos, etc...
Necessário é, que a cada minuto das nossas vidas, digamos aqueles a quem nos são queridos, o quão importantes o são para nós.... fazê-los sentir amados, desejados e muito queridos, bem dentro do nosso coração!
Quando de facto chegar a sua hora... choremos, se realmente sentirmos vontade... de resto... deixe-mo-los partir rumo á Misericórdia do Pai!
KALOS
Olá!
Não há palavras... ou antes, não as encontro... só as lágrimas caem... só as recordações...
EU ACREDITO... porque a FÉ me faz acreditar!
MJG
Sim.
Por outro sentido, todos desejamos morrer: a temporalidade infinda é a perca intensificada até ao terror.
E o medo, está por todos os sentidos. Também a fé é assustadora.
Um abraço, padre
A fé é o bastão da nossa caminhada por esta vida. E porque temos fé vai custando menos o caminhar até ao "fim". E quanto mais longo é o caminho percorrido, mais marcas da nossa passagem vamos deixando. Medos há muitos, explicações não as temos. Como nos diz: "é a fé que aguenta e responde a tudo aquilo que vai custando muito na minha vida".
E eu tenho medo de um dia poder perder essa fé.
Como sempre, um bom post para nos fazer pensar... e muito.
Caro Confessionário,
Este assunto é mto penoso da nossa sociedade. Fala-se na morte e ressureição mas, dp esquecemos deste assunto. Infelizmente já não tenho alguns familiares comigo que gostava mto. Sinto a sua falta, das conversas e da transmissão dos valores. Da última despedida que tive, já que nos apercebemos que desta vez já não havia mesmo hipótese de sobreviver, se já dava tudo por tudo para estar sempre presente, então desta vez não larguei nem um único minuto. E ainda bem. Acredito que o seu espirito me acompanha sempre e que Jesus Cristo os receberam bem. Tb é precisso partir para dar oportunidade para que outras gerações possam aparecer.
Cumprimentos
Maria
Tive a "felicidade" de assistir os meus pais na morte. Se digo felicidade é no sentido de que morreram nas suas camas cheios de amor e carinho e não... sós, numa qualquer cama de hospital. Nutri por minha mãe, sempre, uma grande admiração. Partiu, o ano passado, aos 93 anos. Não conheço UMA espécie de desgosto que não tenha sofrido na pele. Desde o estigma de ser filha de pai incógnito(e estou a falar do ano de 1913), à dor das amantes de meu pai, pancada, morte de filha com 11 anos,numa ilha açoreana onde se encontrava sozinha, prisão de filho, suicídio de neto de 16 anos, um a um vir partir os seus seis irmãos, zangas entre filhos...enfim, e nunca teve depressões, ou se teve, superou-as sózinha como sempre fez. Sabia que ia morrer. Mas o que mais me enterneceu e que ainda hoje me faz chorar, foi a sua grandeza e o seu amor.Nunca mostrou medo da morte. Apenas dizia: Ai, filha! Quem é que há de ficar sem ti! Grande amor, querida mãe. Maior que o teu... só o de Deus. Só Ele sabe quando, mas é tão bom saber que voltaremos a encontrar-nos.Abraço
Filó
O fim é um desafio...
Acredite que a Fé nos traz o que de nós procuramos... e se houver medo... é o de um dia não conseguirmos acreditar..., por isso, Confessionário, peço-lhe, por si (e por mim), Acredite com Força... sempre!
Padre do meu Coração,
hoje estou muito, muito triste e desanimada.
Vinha apenas beber as suas palavras de posts atrás, mais recentes, mais antigos. Vinha apenas ler Deus em si. Não buscava temática alguma.
Nem sequer ia comentar nada. Só ler e estar em silêncio por cá (o q em mim é coisa rara, bem sei).
Deparei-me com este post.
As lágrimas caem-me copiosamente. Sabe porquê? Porque o motivo que me trouxe até aqui hoje em silêncio foi o tentar descansar o coração cheio de problemazitos do quotidiano... Estando a morte, o fim da vida incluídos.
Padre, concordo com tudo e com todos.
Que é Deus que deseja as pessoas junto de si, que uma nova vida começa, que as pessoas irão assumir nova missão nos céus... concordo com tudo. Acredito em tudo.
Mas sabe, Padre... Tudo isso se desvanece quando nos toca, não é?
E as perguntas e alguma revolta causada pelo desgosto da perda provocam amassam a fé que se tem. é assim que acho que acontece a todos nós, por um minuto que seja. Diga-me, bem como os seus leitores mais chegados a mim, se é normal isto acontecer.
Anyway, mesmo com dúvidas, mesmo com perguntas, mesmo com tristeza e revolta, a tendência é a de sempre se olhar para o céu, em busca de uma estrela mais brilhante.
Não consigo escrever mais... As lágrimas fazem tremer-me a visão sobre o teclado.
E não, ninguém próximo de mim morreu por estes dias. É apenas um mau bocadito este.
Desculpe, Padre.
Um beijo enorme.
Lisa
Poema de Natal
Vinicius de Moraes
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Acho que hoje eu precisava de ler este texto.
Sou daquelas que acha que é pior quando se morre jovem. Mas também me dói tanto o abandono e a velhice!...
as questões da morte são tão misteriosas que só a fé me ajuda a aceitá-las...
gostei muito deste post (é usual gostar!).
a sorte que tem em ter uma mãe tão especial...
Gostei bastante deste seu post. Porque acredito que, independentemente das nossas crenças e do nosso 'tipo' de fé, é precisamente ela que nos ajuda a apaziguar a dor da partida.
Comigo tem sido assim.
A minha avó partiu há cinco meses e tive a 'sorte' de me despedir dela. Com um 'vai correr tudo bem, avozinha', com um 'amo-te muito', que recebeu um 'eu sei, e eu também!' de volta. A minha fé (que não tem nome e, se calhar, é diferente da sua) apaziguou a dor. Faz-me senti-la próxima. E bem.
É por isso que gosto de o ler. Porque o sinto transversal e universal no raciocínio. E agradeço-lhe por isso.
Olá!
Este foi forte. Bateu mesmo no fundo do meu coração. E não consegui segurar as lagrimas... não consegui e ainda não consigo.
Apanhou-me numa faz complicada. O meu "papi"(82 anitos) tá doente, uma doença complicada que o está a fazer perder as forças dia após dia. Está a aproximar-se o fim... Mas a minha fé faz com que eu não tenha medo, com que acredite que ainda pode durar mais algum tempinho. Custa, doi... principalmente quando ele me olha nos olhos e em silencio me diz que é o fim.
Mas... tenho de dar graças a Deus por ele ter vivido tantos anos. É menos forte esta dor, é mais facil de aceitar .Se é alguem mais novo torna-se mais dificil. Não consigo explicar, mas é diferente.
Um dia perguntei á minha "mamy" algo sobre a morte, e se ela não tinha medo de morrer. E ela respondeu que geralmente os pais morriam primeiro que os filhos , porque iam a preparar o lugar. Ela acreditava na vida enterna... tinha fé. E foi essa fé que me deu força para aguentar.
Um abraço!
Alexandra
Padre blogosférico do meu coração!!
Vim apenas deixar-lhe um beijinho cheio de frescura do mar, que bate na areia aqui pertinho.
Hoje andei melhorzita!! Vamos ver, vamos ver...
Tenho muitas saudades suas, de o ler a (re)contar as suas mil aventuras. Anda muito apagadito, espero que tudo esteja bem consigo e com os seus...
Beijinhos enormes para si, muitos mesmo, meu querido Padre cibernético.
Lisa
Kalos: deixo um beijinho tb especial, obrigada por me ir acompanhando. As suas palavras valem ouro, oh se valem. Ficam-me no coração.
Beijinhos a todos.
Penso k todos nós já passamos por perdas, refiro-me às grandes perdas de ordem afectiva, como a morte de um ente querido.Sim Padre confesso, custa muito.Mas devemos à luz da fé transformar as perdas em ganhos, graças à nossa atitudeinterior.« O que crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá» joao11,25. E no livro CRESCER de Jean Monbourquette diz assim( A razão de ser da morte é dar lugar à vida.
O botão rebenta para dar a flor.
A flor estiola para dar a semente.
A semente apodrece na terra
para germinar.
Perpétuo movimento de morte e de vida, de escuridão e de luz.)
Que dizer mais, as palavras faltam. Obrigada pelos seus posts k nos fazem pensar e muito...
Maria
Meu caro Pe. Confessionáro;
eu "tou" com a "nossa" Lisa....anda muito "apagadito"!
A tela tão branca, havia de dar-lhe outro ânimo (ou não será?)...a meu vêr tente uma nova tonalidade de azul, acho que lhe assenta melhor...
Azul... "tá" a vêr tem mais a vêr com o céu...a musica DEVE ficar...
Vá então... quando é que se decide a animar-se (que vai ser de nós todos, ao vê-lo assim?)
Kalos
Eu prometo que vou animar-me... e posso tentar outro azul mais marinho, mais bebé. heheh
Mas agora ando muito ocupado. Isto não passa. Feitio. Doidice de padre. Mas estou com muitas coisas a fazer ao mesmo tempo. Longe vai aquela ideia de que na Páscoa é que os padres têm que fazer!!!
Aguardem, amigos. e abraços para todos... nem tenho respondido a alguns comentários e alguns bem precisavam de umas palavritas. Forças para todos!!!
AHHHHHH!
Assim já está melhor... embora esse "sorriso" me pareça um pouco "amarelito"... vá mas vou fazer de conta que acredito.
Kalos
O meu avô morreu em Janeiro último.
Nos últimos anos da sua vida, apanhou um tique muito esquisito. Sempre que passava nas "lojas dos 300", volta e meia, comprava um relógio. Sabem, aqueles que enfeitam a sala. Uns mais clássicos, outros mais exóticos. Acho que não é preciso ser psiquiatra para compreender o alcance deste "tique".
De vez em quando, ele sacava da mala de ferramentas e começava a consertar os relógios estragados... ou então a tentar optimizar o funcionamento daqueles que ainda estavam normais. No processo, acabava por estragar mais relógios do que arranjava.
Uma tentativa bastante humana de tentar manter "o Tempo a correr", penso eu. Só que essa era uma empresa impossível, porque nenhuma mão humana consegue manter um relógio a funcionar para sempre (ainda para mais um relógio da loja dos 300).
Hoje os relógios ainda funcionam e os cucos ainda espreitam para cantar a cada hora. Ele já não...
Aqui há tempos, notei uma coisa engraçada: desde Janeiro tenho andado a usar, no meu pulso, o relógio de pulso de meu avô. Depois do funeral, a minha avó ofereceu-mo. É um relógio com aproximadamente a minha idade e que continua a medir o Tempo.
Acho irónico. O Tempo que foi dele está ainda a correr em mim. Isto dá um certo consolo.
O Cardeal Ratzinger disse, em "Deus e o Mundo" que, quando Deus nos vedou a Árvore da Vida após a Queda do Homem, tal terá sido um acto de misericórdia e não de castigo. Porque, tendo perdido a sua natureza divina, o Homem ver-se-ia forçado a enfrentar uma eternidade de pecado e privação de Deus. Deste modo, perante a nossa mortalidade e após uns breves instantes temporais em que a nossa liberdade confirma/remedeia a nossa Queda, podemos re-adquirir a Vida Eterna e Plena de que nós próprios nos privámos.
Por exemplo, se nós fôssemos imortais, já viram o que o sô engenheiro faria às idades das nossas reformas?
:)))))
Cara Lisa, MJG e todos os que estão tristes, desejo-vos muita força.
Cumprimentos
Milagreeeeeeeeeeee!!!
O nosso Padre falou!!!
Kalos, a si o devemos!!
eu que ando aqui fartinha de o espicaçar... NADA!!
Oh Kalos, pq não cria um bloguezito? :)
Era uma boa! :)
Beijinhos, Padre do meu coração!! Muitos!!
Olá Padre,
Por costumo visitar o seu blog, como fiz hoje.
Aquilo que li, é exactamente aquilo que sinto por parte das pessoas quando morre alguém mais velho, já tinha muita idade, já viveu a vida. Mas penso que merecem um morte digna e um fim de vida cheio de Amor, Carinho e Paz. Que na maior parte das vezes não têm e acabam sozinhos, e eles que deram tantos aos filhos e agora estão abandonados.
Eu penso muito na morte.... á algum tempo....mas vou buscar as forças no meu Deus que tanta força me dá no meu dia a dia e tanto me têm protegido, senão hoje já cá não estaria.
Li este texto com as lágrimas a cairem-me sobre o rosto, pois eu sei que poderei viver muito pouco tempo, ou até ainda poderei viver anos, só Deus o sabe.
Como a minha médica diz, viver um dia de cada vez como se fosse o último e com muito amor e paz.
Mas por vezes sinto uma revolta, sinto que o mundo se virou contra mim em tudo, apenas busco forças no meu porto de abrigo que é Jesus a quem muito AMO.
Um beijito
Gina
Ó Gina,
força... sabes que o melhor da vida é a beleza com que a lemos, a beleza com que a vivemos. Se ela é longa ou curta, não interessa. Interessa o quão intensa for.
Então... então...
Vamos lá todos a animar.... ao que me parece o nosso Pe. C. não tem comissão na venda de lenços de papel.
Minha querida Gina... sei que por vezes o sofrimento, (é) parece maior que a nossa fé... mas Deus N. Senhor ama-nos tanto!!!!!!!!
Por duas vezes, corri perigo de vida, numa delas sentei-me á espera da morte (por negligência médica, das duas vezes!).... mas nessas duas vezes... Deus N. Senhor cuidou de mim... enviou-me o auxilio certo, no momento exacto...
Minha querida... confia-LHE os teus medos (legitimos), confia-LHE as tuas dores (bem reais), confia-LHE a tua esperança (para que a aumente), confia-LHE tudo aquilo que te preocupa, e, quando nada mais sentires que tens a confiar-LHE... confia-LHE o teu espirito!
Meu caro Pe. C., peço-lhe desculpa pela usurpação do seu espaço...mas a Gina merece.
Minha querida Lisa... eu fico sem fôlego... só de te "vêr" correr.
Blog? Eu?????? Nã......
Talvez um dia... um livrito... he!he!
Kalos
Olá Padre,
Abriste a janela do Confessionário e entrou mais luz? Tá bonito.
:)
Abraço
Padre do meu coração: Deixe-me, por favor, dedicar umas frases simples à sua comentadora Gina...
Gina, minha querida... As suas palavras são-me familiares. As suas palavras foram as minhas durante algum tempo. As suas palavras são as de pessoas que eu conheço e que amo muito.
Gina, não se sente, não pare, por favor.
Tem a sua vida!! A Gina está aqui entre nós, a Gina VIVE!
Fique com o meu sorriso aberto! :)
Lisa :)
Desculpe, Padre querido!! Esqueci-me ali do meu amparo psicológico, o Kalos!!
Vê, Kalos!! Lá está!! Fazia o blog e depois lançava dois livros!!
Um, aquele que já tem na manga!
Outro, como tanto está na moda: "O meu blog dava um livro"!!
Faça lá um bloguezinho... Pequenino, discreto, coisa simples... Mas faça. Juro que se fizer, vou lá todos os dias! :D
Muito Obrigado ao Pe.C, aos Kalos e á Lisa e a todos pelas vossas palavras de carinho e apoio, que me fizeram ver que alguém está comigo e me dá forças.
Obrigados
Beijito
Gina
*
Senhora, partem tão tristes
*
meus olhos por vós, meu bem
*
que nunca tão tristes vistes
*
outros nenhuns por ninguém.
*
Tão tristes, tão saudosos
*
tão doentes da partida,
*
tão cansados, tão chorosos,
*
da morte mais desejosos
*
cem mil vezes que da vida.
*
Partem tão tristes os tristes
*
tão fora de esperar bem,
*
que nunca tão tristes vistes
*
outros nenhuns por ninguém.
"João Roíz de Castelo Branco"
Pois, meus caros, a morte em si não existe, existe, isso sim uma porta aberta para a eternidade, porque Deus nos deu o dom de podermos passar para o outro lado e não termos de penar por aqui uma eternidade.
Abraços.
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