Desequilibrou-se, porque a doença que tem propicia desequilíbrios. Caiu e magoou-se. Não havia ninguém em casa, mas insiste que foi empurrada. Diz ela que foi empurrada por uma familiar que já faleceu há dezenas de anos. Era uma prima com quem se dava muto bem até passarem a dar-se muito mal. Estavam zangadas quando ela morreu. E como não fizeram as pazes, agora culpabiliza-a de tudo o que lhe acontece de mal. Caiu e magoou-se porque foi empurrada por ela e ponto final. Eu até posso compreender que a nossa cabeça possa ter deste tipo de associações. Afinal, sempre buscamos explicações para o que nos acontece. Mas o que a senhora Genoveva, que visitei há dias na sua casa de doente, não sabe, é que o problema está todo na sua cabeça e no seu coração. Como não resolveu esta situação em tempo útil e como ainda tem dentro dela esta mágoa, facilmente o seu pensamento vai para ali, para a relação sofrida que deixou por resolver há muito tempo. O empurrão que ela precisava era o empurrão do perdão.
A PROPÓPSITO OU A DESPROPÓSITO: "Sabe o que é que ela me fez, padre?"
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