Na missa de Natal da catequese, durante a homilia, no meio do diálogo com as crianças, ao perguntar se já tinham o presépio montado em casa, uma das crianças lembrou que também já tinha colocado o Pai Natal na chaminé. A assembleia riu-se e eu também. Foi, aliás, uma boa ocasião para lhes lembrar como “nasceu” o Pai Natal. Estávamos no século III, por volta do ano 260, quando nasceu, na Turquia, Nicolau, um bom homem que se tornou bispo de Myra, hoje a cidade de Demre, também no mesmo país, onde acabou por morrer a 6 de dezembro de 343, dia em que o santo é assinalado no calendário cristão. Como passava grande parte da sua vida a ajudar os outros, em particular as crianças pobres, não passou despercebido, ao ponto da sua figura se ligar às tradições de Natal nos países nórdicos, sobretudo, na Holanda, onde se começou a festejar o Sinterklaas, mais tarde Santa Claus no Novo Continente, a América, para onde foi levado pelos holandeses. Embora mantivesse alguma ligação a S. Nicolau, o Sinterklaas apresentava-se com barbas brancas, mais de roupas verdes que encarnadas, com um livro na mão onde tinha registado o nome das crianças que receberiam um presente. Já nos Estados Unidos e no século XIX, as grandes lojas passaram a comercializar a figura de Santa Claus, até que nos anos 30 do século XX, surgiu o pai Natal da Coca-Cola. O publicitário Haddon Sundblom inspirou-se no poema “Uma visita de São Nicolau”, de Clement Moore, para criar a figura do homem de barbas brancas, vestido de encarnado, com a gargalhada singular ho-ho-ho, de saco às costas para distribuir presentes pelas crianças de todo o mundo, voando num trenó puxado a renas. Já faz parte do imaginário do Natal e, desde que não ofusque a verdade e essência do Natal, creio que não vem mal ao mundo. Comentava, mais ou menos, estas coisas, quando uma das crianças, convicta e corajosa, levanta o braço e diz: Senhor padre, Jesus é o chefe do Pai Natal. Seguiu-se uma risada geral e as restantes crianças concordaram com ela. Ao menos isso. Que se perceba que o Pai Natal só existe porque o Menino Deus encarnou e nasceu para morar em nós e fazer do mundo um lugar mais feliz.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "E o Menino fica esquecido entre as palhas de um presépio pequenino por debaixo de uma árvore grande enfeitada"
Aproveito para vos desejar um Santo Natal e um Feliz Ano Novo: Que o nosso coração tenha a porta aberta para Ele fazer aí sua morada!
3 comentários:
Boa noite Senhor Padre,
As crianças são puras, transparentes e dizem assim as coisas de uma forma tão natural, que embora nos façam sorrir, não andam longe da verdade, à maneira delas, claro, e deixam-nos a pensar...
Santo e feliz Natal e muito grata pelos seus votos.
Emília
kkkk
Afinal, quem traz os presentes são os Reis Magos...
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