Aos participantes da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos deste mês de outubro foi pedida discrição e que não relatassem para fora o que se passava dentro. Fiquei agradado com esta tentativa de evitar mexericos, embora se tenha de reconhecer que não seria possível evitá-los totalmente. Leio por aí artigos, comentários, notas de bastidores. Um destes textos chamou-me particular atenção porque falava de algumas tensões nas mesas dos participantes. Contava, por exemplo, que um bispo não aceitara ser fotografado ao lado de um padre com quem tivera acesas discussões. Outro bispo, que fazia de secretário numa das mesas, ao dar conta da observação atenta de um padre por cima do seu ombro, ameaçara com expulsá-lo da sala. Atitudes que demonstram que o mais importante deste sínodo não são os resultados mas a experiência. Na Igreja não estamos treinados para nos escutarmos em pé de igualdade, a igualdade fundamental do baptismo. Como era expectável, o mesmo texto informava que os participantes da assembleia reconheciam que os leigos presentes eram os mais versáteis na prática da sinodalidade. Não me admira que tenha sido difícil sobretudo aos que mais estão habituados a mandar e a não sentirem o exercício do contraditório. O sínodo ainda não terminou, mas esta assembleia deu um passo sinodal porque, na verdade, nós aprendemos a sinodalidade, fazendo sinodalidade.
A PROPÓSITO OU A DESPORPÓSITO: "Clericalidade da Igreja"
1 comentário:
Nem mais, padre
Concordo com tudo o que escreveu!
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