segunda-feira, fevereiro 08, 2021

os dois [poema 301]

Quando chegou a casa olharam-se 
de alto a baixo, 
Trazia, dos campos, um molho de espigas 
nas mãos, 
Que ganhavam vida 
na mesa. Da casa onde moravam 
de alto a baixo, 
entre as mãos e os olhares, 
Tudo se marcava com estes gestos de nada. 
E a casa ficava habitada 
de alto a baixo, 
com as espigas por dentro 
dos olhos

5 comentários:

Anónimo disse...

espigas por dentro dos olhos? Intrigante e, ao mesmo tempo, deslumbrante, padre.

Ailime disse...

Bom dia Senhor Padre,
Um poema belíssimo.
Entendo que seria uma festa a casa cheia de pão que fazia brilhar os olhos de quantos a habitavam.
Continuação de boa semana.
Ailime

Anónimo disse...

Boa tarde Confessionário. Para mim significa o calor humano, em pequenos gestos, que fazem da casa um Lar!

Anónimo disse...

As espigas a mim fazem-me lembrar o pão eucarístico.

Anónimo disse...

A mesa do altar, onde o trigo se faz nosso alimento é o centro da casa, a igreja.