quinta-feira, junho 11, 2020

A importância da eucaristia

Não sei muito bem o que dizer de pessoas que consomem missas. Que vão a todas as que conseguem, mesmo que depois a sua vida ande longe delas. A uma distância de coração. Também não sei que dizer das pessoas que vão quando lhes ocorre, quase como quando lhes apetece sair para tomar um café, um chá ou um gelado. Nem sei que dizer daqueloutras que tanto dá irem como não irem, mas que vão porque se habituaram a fazer do domingo um dia em que vestem uma roupa melhorada e vão à missa. 
Não sei catalogar a fé, e não devo catalogá-la. Muito menos as pessoas. Mas estes tempos têm-me feito reflectir nestas coisas. Elas veem a mim, junto com as pessoas. Não há como fazer de conta que não penso nisto e não me inquieta. É que, ainda por cima, estes tempos de confinamento sem missas comunitárias presenciais, trouxeram à tona algumas debilidades. Sei que muita gente gastou muito mais tempo a rezar do que habitualmente fazia. Sei que muita gente buscou Deus até com mais intensidade e empenho. Sei que muita gente esteve diante de um ecran a ver missas. Mas agora que voltamos a ter a oportunidade de celebrar juntos, de celebrar em comunidade, verifica-se que uma grande percentagem dos nossos paroquianos ainda anda um pouco à deriva. Há quem faça tudo para ir à missa. Mas também há quem não faça nada. Há quem tenha receios reais de ir à missa, mas não se evite de ir ao café ou de estar em algum aglomerado de pessoas, mesmo sem máscaras. E as nossas igrejas cumprem mais regras de segurança que a maioria dos outros espaços sociais. Há quem faça uma vida diária quase normal, mas não tenha qualquer preocupação em ir à missa. Como se ela fosse apenas algo secundário ou um passatempo. 
Sabem o que me parece? Das duas uma. Ou se tornou mais fácil assistir à missa que celebrá-la, ou a eucaristia não tem importância suficiente na vida das pessoas.

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Queres ficar à missa?"

4 comentários:

Anónimo disse...

Pois é Padre, este era o meu receio. Onde a fé não tem alicerces a mais pequena tempestade faz estragos e esta não foi pequena... a uns firmou a outros, afastou, acomodou...

Anónimo disse...

Triste 😭, mas é preocupante mesmo, buscar a Deus que tenhamos um pouco mais de tempo, fé até neste momento ou até no pouco tempo que resta. Com a esperança renovada, a fé é invisível aos olhos dos homens mas grandiosa aos olhos de Deus.

Ailime disse...

Boa noite Sr. Padre.
Um grande texto que me parece dirigido.
Pois embora não frequente cafés nem esplanadas, apenas as compras necessárias e uma caminhada ou outra, tenho andado com o sistema nervoso muito alterado e ainda não tive coragem de celebrar a missa presencialmente.
Só espero que Deus me ajude a ter mais coragem.
Reze por mim.
Ailime

beli disse...

pois....sr Padre tem razam em cada palavra escreveu...
eo sou uma pecadora ..Quem sou eu para julgar alguem... Mas volto so ao que se passa comigo nao assesti a nenhuma missa internt ainda tentei mas...Nao tava nen ai..
tenhoum cliente e Amigo Padre ja na casa dos 70 anos falamos algumas vezes telefone eu perguntava entao nao lhe custa nao ir as paroquias...nao por mim nem voltava....podia ser a brincar mas caia/me mal outra vez entao nao ta farto tar em casa..eu nao ja me habituei se podesse nao fazia mais nada... outra vez entao nao tem saudades dos SEUS PAROQUIANOS ..volta e meia vou me despedir de alguns ....
funerais.....
eu nem a brincar achei graca......tambem tenho pensado muito