quinta-feira, maio 23, 2019

Bem-me-quer-mal-me-quer [poema 216]

Enquanto contava as pétalas e as deitava fora
O tempo passava, o sol amainava, tudo desaparecia
Malmequer bemmequer, um dois e três, outra vez
Ali, no meio do tanque do jardim, estátua de pedra
A sonhar com o amor que perdera no meio da guerra.
Contava pétalas como quem desvela padres-nossos
Com os dedos fechados sobre as contas do rosário
avé-maria, avé-maria, rezava, rezava, um dois três,
outra vez

Talvez o bem me queira mais que o mal me quer

3 comentários:

Anónimo disse...

Estava a descer para o céu quando me lembrei do lugar das coisas. Interessante o seu poema.

Anónimo disse...

muito bem esqumatizadas as posições das frases deu pra pensar um pouco nestes sentidos

Ailime disse...

Bom dia Sr. Padre,
Como sempre um poema magnífico.
A poesia também pode ser uma forma de orar.
Ailime