sexta-feira, abril 19, 2019

Iouda Iskariôth [poema 211]

Há um precipício enorme no meu nome
Um fingimento entre o beijo e a emboscada
Um nome que é e não é, nunca sei quem sou
Farsa, perfídia, logro, trapaça ou cilada
De tanto, mas tanto, me transformei em nada.

Vendi meu corpo às pessoas e às árvores
No balanço da vida pendurei quem fui
Poderia ter renascido, todavia me perdi
Entre os pedaços de nomes que possuo
Com um precipício de um tamanho enorme
Sem Ti

4 comentários:

Anónimo disse...

Fabuloso!
Sem palavras

Paulina Ramos disse...

Bom dia!

O meu interior estremeceu, tanta dor, tanta saudade, um mudo e surdo grito numa tão bela declaração de amor!

Abençoado sejas sempre, pelas palavras que publicas e me tocam de uma forma tão intensa!

Santa Páscoa!

Anónimo disse...

Um grito, a ecoar nos nossos ouvidos.
Atordoante.

Santa Páscoa, Sr. Padre

obrigada por este momento poético, vou reter e reflectir com muito carinho.

Anónimo disse...

comovedor