Vou a marte, não sei se fica longe
E volto aqui, ao teu colo
Para te dizer que te amo com o tamanho da distância
Que nos separa
Vou e volto, depois volto de novo
para lá
Aguardarei que chegues
Num coche, a galope
de quatro
cavalos com asas.
Saberei que és tu pelo perfume
E pela melodia dos cascos
No teclado, e ao final uma rúbrica
Serei eu o teu eu
9 comentários:
Simplesmente amável as palavras, que Deus lhe deixe sempre assim bem iluminado com suas belas palavras, abraços.
Para o dia das mulheres? Um presente e tanto. Obrigada sr pe.
Encantador. Enigmático. Prometedor. Inspirador. Marcante:
- «Vou e volto, depois volto de novo»
- «Saberei que és tu ... pela melodia dos cascos» -
- «No teclado, e ao final uma rubrica» -
- «Serei eu o teu eu»
Se serás «tu» o meu «eu», que «eu» será o «teu», interrogo-me. E o que farei ao meu «eu» actual e pouco estimado? Se o eu fosse um «Eu» era-me mais acessível, implicaria por certo uma dimensão religiosa.
De qualquer modo, sente-se irromper raça animal na irracionalidade do «eu», este pequenino «eu» que se afirma trespassando todo o poema como uma flecha afiada, pronto a afirma-se num «tu», que até posso ser eu.
Imagética riquíssima: «marte», «colo» «cheques», «coche», «galope», «quatro», «cavalos», «asas», «perfume», «cascos», «teclado», »rubrica», a empurrar-nos para lá do próprio texto, para o extremo dos extremos, para o território de gigantes, de movimento, rotação... Fantástico!
Pareceu-me muito lindo, embora um pouco doloroso, lido assim. Escrito a pensar neste dia tão especial, aposto. Agora só precisa de ganhar um pouco mais de vida. Saberá o poeta seu autor por acaso declamar?
Assim fica bem melhor o sr com tuas poesias, que muitas vezes nos deixam a voar alto pela imaginação. Esta por sinal me fez ir longe nos pensamentos. Mas gosto dos outros relatos até nos tira da rotina de certas conversas entre amigos. Abraços
O pensamento de um poeta, quando escreve sempre tem ligação com o estado de espirito do momento. Ao pensar assim sinto que estais bem consigo mesmo mesmo sabendo por onde vais.Voltando... e aceitando o que a vida lhe trás todos dias de presente das viagens mais distantes.
Saberei que és tu pelo perfume...Assim mesmo na distancia poderá sentir-se, no zoar dos cascos...
Oh! Aqui respira-se poesia como quem respira álcool etílico.
11 de Março, tão breve, tão perto, tão perfeito. Estonteante.
Azoada, digo.
Falta apenas versejar sobre as pétalas das flores estamos na Primavera e parece que ninguém se lembra.
Ai as pétalas, as pétalas, as pétalas… A inspirarem os maiores.
Perfumes.
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