sexta-feira, agosto 07, 2009

A comunhão do casamento

Era gente simples, a daquele casamento. Gente da terra. Gente tão simples que, às vezes, não sabe comportar-se. Gente que aparece pouco. Gente de casamentos, baptizados e funerais. Gente de ficar à porta de entrada para poder atender telemóvel ou falar com o vizinho. Gente que veste a melhor roupa nestas ocasiões porque a ocasião merece. Mas no fundo, uma camisa sem mangas e umas calças de ganga era mais o seu género. Gente que não tem grande mal. Pelo menos quero pensar assim. Mas que não tem consciência dos pequenos males que podemos cometer na vida com a nossa ingenuidade ou negligência. Digo tudo isto para tentar justificar o que se passou naquele casamento. Justificar nem que seja só à minha consciência.
Já não era a primeira vez que ouvia uma voz a fazer comentários durante a cerimónia. Não conseguia perceber as palavras. Mas percebia que não eram apropriadas. Fiz sinal com os olhos. Mas não devem ter sido vistos. Nem os olhos nem o sinal.
Chega a hora da comunhão, e como habitualmente, levo aos noivos a comunhão sob as duas espécies, o pão e o vinho. Entrego o cálice ao noivo e explico. Comunga. Passa-me o cálice, volta-se para trás, para o seu público, os convidados, e diz: É boa esta pinga. Desta vez os meus olhos foram mais sintomáticos. Ele sorriu, mas engasgado. Entretanto já a noiva estava a comungar, quando ouço, ou o pai ou o padrinho dele, que não dei bem conta. Devagar, não te engasgues. Não deve ter dado conta dos meus olhos. O pessoal, os convidados, o público, ria-se. Eu fazia esforço para não me irritar e para não me rir. Que confusão! Se calhar devia ter tomado outra atitude. Mas não consegui. Continuei a missa com normalidade. Só no final, no momento das assinaturas, expliquei aos noivos e aos padrinhos presentes, que não tinha sido muito correcto.
Mas enquanto assinavam, eu perguntava-me o que andávamos nós, padres, a fazer com sacramentos de circunstancia.

51 comentários:

Anónimo disse...

Um traço que se pode visualizar a olho nú por qualquer crente, de qualquer outra religião, é o facto de sentir falta consciência religiosa sobre o que se passa numa eucaristia.

Duma maneira geral os católicos ainda gostam da tradição, mas comportam-se nos seus templos como uns verdadeiros pagãos !

Que fazer para mudar estas atitudes colectivas ?

Fernando Gonçalves

pescador de ilusoes disse...

É triste ver como a comunhao é mal tratada por nos que dependemos tanto dela, o corpo o sangue a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus por vezes fica no pessoal de cada uma e nao é encarada como de fato presença real sob as especies eucaristicas!

Canela disse...

Quanto aos Padres...

(permita-me): Tentam fazer o melhor que sabem e podem.

Situação complicada!
Talvez houvesse lugar para repreensão no momento (dentro da doutrina, seria o mais correcto), mas seria o Pe. visto com olhos maldosos...

A verdade é que gozaram com o Corpo e Sangue de Cristo. ELE também se sentiu ofendido, aliás O principal ofendido.

Desculpe a ousadia... mas não terá sido ofertado vinagre a N. Senhor... nesse momento?

Mas como Pe., como homem... não sei se poderia ter feito melhor!

Coragem!

Anónimo disse...

Não percebi.
O que são sacramentos de circunstância?

Obrigada.

Confessionário disse...

são sacramentos que se pedem para uma circusntância e não para vida ou para alimentar a fé.

teresa disse...

descupe mas se fosse comigo ,
eu reprendia-os na hora ,e nao me importava se fica-se mal visto ,,,
por amor de deus eles não tavam no circo , e preciso muita falta de respeito ,,,
mas o que foram estes noivos fazer a igreja ,
[desculpe mas é o que eu penso]

se fosse com o meu paraco ui,ui

beijinhos para todos
bom fim de semana e deus vos abençoe

Débora Silva disse...

Interessante. Não sabia que isto acontecia. Quer dizer, se há coisa que sempre admirei na igreja Católica foi aquele silêncio quando se entra. O estarem todos calados e até as crianças estarem sossegadas. Sempre relacionei isso ao respeito que tinham ao templo em si.
Apesar de não entender muitas coisas e de não concordar com outras, não tinha nada ideia que isto acontecesse.

Sandra disse...

Descobri a tempos este blog e hoje vou ter de comentar.
Quando casei, pela igreja, no meu video do casamento ve-se o meu embaraço em fazer o sinal da cruz.porque?
Porque apesar de ter sido baptizada em criança pela igreja catolica nunca frequentei.O meu marido, tem as coisas todas, é comunhão é profissão de fé...enfim tudo.Hoje em dia tenho duas filhas que nao sao baptizadas, porque,porque creio que so o deveria fazer se depois a intiga-se a frequentarem a igreja.E acho que o mal nao sao os padres darem os sacramentos sao as pessoas que nao sabem o que isso significa.Mais uma coisa, sou envangelica e respeito a igreja catolica.

peregrino disse...

Pois.... pois.... vocês sabem... a gente também sabe... mas.... todos somos de certa forma culpados com os nossos silêncios...

Continua por aí a existir ainda muito supermercado de sacramentos...

Não há maneira de se refazer todo o Caminho..seguir a direcção certa, mas quem quer pagar o preço... quem...

ana disse...

realmente o vosso trabalho e vocaçâo é de louvar ,pela paciençia e entrega bem haja
que Deus o ilumine nas horas difiçêis como essa

Anónimo disse...

No meu modesto entender e ainda a propósito deste tema ...

Q1 - O que é uma missa ?
R1 - É uma cerimónia religiosa católica que celebra a cruxificação e ressurreição de Jesus Cristo, presidida por um lider religioso (padre), normalmente numa assembleia de crentes, onde também são tratados temas biblicos de acordo com o calendário canónico e recomendações para uma melhor vida cristã.

P2 - Que fazer perante um acto público, de ignorância, de desrespeito ou falta de fé no decurso duma Eucaristia ?

R2 - Nos tempos que correm em Portugal (com menos extremismos), o lider da Assembleia devia logo que pudesse, em termos pedagógicos e sensatos, chamar publicamente a atenção para a incongruência do acto. Repesco a citação: "O Bom Pastor é aquele que cuida das suas ovelhas". Quando uma ovelha anda atarantada mesmo no redil é bom para ela que ouça a voz do seu pastor !

Fernando Gonçalves

jammarques disse...

A resposta é bem simples:NÃO ANDAM A FAZER RIGOROSAMENTE NADA!!!nem com os de circunstância nem com os outros,of course,senhor padre...

Carla Santos Alves disse...

Amigo, desculpa o ocmentario tão pouco cristão...mas essa também é gente sem importância!É o que me apetece dizer! Não aceito esse desrespeito, essa falta de fé...
Como dizes, sacramentos de circunstância. Por isso, um dia um padre que eu conheci um dia disse a uns noivos que nao os casava pela igreja, porque eles queriam casar pela igreja porque "era mais bonito", e mais, esse padre até disse que podiam lá ir tirar fotos...acho que esses teriam merecido o mesmo!

Bjs

Anónimo disse...

ola sr padre e bem verdade aquilo que o sr.diz neste seu apontamento e eu fui testemunha disso mesmo , algumas vezes em que trabalhei com o meu prior da altura , e estar um sacerdote a celebrar para uma igreija cheia e so haver duas pessoas a responder, para mim so devia ter missa no casamento quem fosse mesmo praticantea 100%. um abraco.

Anónimo disse...

Perdoe-me Padre, mas «tão ladrão é o que vai á vinha como o que guarda o portal», ou seja... tão culpado é aquele que não tem o mínino de consciência e de respeito em relação ao que ali se estava a celebrar, como é quem o devia ter preparado para isso...

Creio que antes da celebração dos casamentos é habitual haver encontros de preparação... não servem para isso mesmo?
Claro que não é com uma ou duas reuniões que se seriamente alguém prepara um Sacramento...

Mas, se para mais não dá em alguns casos, esses encontros deveriam servir para os Responsáveis (especialmente Párocos) definirem qual o esquema de celebração que melhor se adequa aos Noivos, à sua formação e à sua vivência da Fé.

O Ritual Católico para a celebração do matrimónio prevê que o mesmo possa ser feito sem Eucaristia... Afinal, a Eucaristia não acrescenta nada ao Sacramento do Matrimónio. Deveria usar-se mais vezes. E reservar a possibilidade da celebração do Ritual do Matrimónio na Eucaristia apenas para os Noivos verdadeiramente preparados e esclarecidos na Fé para o fazerem.

Afinal já dizia o Mestre: «Não dêem pérolas aos porcos...»!

Homem Honesto disse...

Tanta rudeza seria ignorância, por certo.
E, qualquer censura não seria entendida.

O que me deixa a pensar é uma questão simples: por que razão continuam pessoas a querer espectáculo em vez de sacramentos?
Será estupidez? será ignorância?

Alecrim disse...

Por acaso, acho que devia ter manifestado o seu descontentamento publicamente, no decurso da missa.
Não sei se seria fácil, acho que seria o correcto.
(Não é nenhuma censura, é apenas a minha opinião.)

Canela disse...

Talvez escandalize ou até não...

Quando na fila para a Sagrada Comunhão, os fièis usam nos seus colares, brincos, etc, peças de superstição, tais como Olho Turco, Figas, e outras tantas usadas no esoterismo...
Como deve o Padre proceder?

Semanalmente na Missa de Domingo,vejo pessoas com este tipo de artefactos.... mas nunca vi um Pe. negar a comunhão, ou corrigir tais pessoas!

De certa forma, acho mesmo que a atitude correcta será o silêncio no momento da comunhão.

Contudo; julgo ser urgente esclarecer os fiéis, sobre a gravidade de tais atitudes.
Não basta dizer, que não se pode acender uma vela a DEUS e outra ao diabo. É necessário dizer-lhes o que é verdadeiramente o Olho Turco, A figa, O Corno e tantos outros artefactos.

É necessário dizer, que ir á vidente, "que só faz bem", é pecado grave!

É necessário falar, com caridade mas com correcção, uma correcção eficaz. Aquela correcção de um Pai, que quer os filhos por perto... não a atitude de um pai que expulsa o filho de casa quando este se porta mal. Não com prepotência!

Talvez se as pessoas soubessem, o grande pecado que é fazerem certas coisas, terem certos objectos... a leitura do horoscopo, os incensos e velas para isto e aquilo.... tanta coisa má, meu DEUS!

Não pensem que o fazem com a verdadeira noção do grande mal.
Fazem-no por ignorância pura!

Se são ignorantes, é porque não há ensinamentos á altura.

Este casal de noivos, bem como os demais presentes... demonstram tamanha ignorância. Nem a pessoa mais rude, que vai receber um sacramento de circunstância, recebe assim a comunhão, se alguém lhe tiver dito, o que vão tomar... não é uma pinga nem uma bolacha... o que vão tomar é: O Corpo e Sangue de Cristo... expliquem-lhes como se dá essa transformação, corram o risco de serem repetitivos, mas no momento certo... que será antes dos erros acontecerem!

Desculpe Pe. C.;

Alma peregrina disse...

Caro Confessionário:

Infelizmente trata-se de uma questão de falta de catequese... penso que nenhum cristão que compreenda o que é de facto a Transubstanciação se exprimiria de tal maneira perante o Sangue de Cristo.

Esse noivo era um católico praticante ou um "católico não-praticante" (perdoem-me o oxímoro)?





De facto, um dos problemas que eu aponto à Igreja é uma certa incapacidade de transmitir certos conteúdos da doutrina. Eu próprio, até estudar o assunto por minha iniciativa, nunca me apercebi totalmente do que significava o Corpo e o Sangue de Cristo.

Lembro-me de ser criança e tentar decorar os 7 Sacramentos como quem decora a tabuada... mas, e o significado? O que significam os Sacramentos? Ou, muito simplesmente, o que é um Sacramento? Disso não me recordo!

Foi uma surpresa para mim quando estudei e descobri o que realmente era! Até aí eu julgava que era um mero símbolo! Mas o que está ali é MESMO o Corpo e Sangue de Cristo!

O noivo não deve saber isso, porque ninguém que ama Jesus ao ponto de querer ratificar o amor da sua vida junto d'Ele ousaria ser tão jocoso diante da Sua Cruz.




É preciso apostar muito na formação sacramental da nossa Igreja. Afinal de contas, os Sacramentos são o que transmite a Graça de Deus. Uma maior cultura sacramental significaria, provavelmente, uma igreja mais conforme à Verdade e à Caridade.

Pax Christi

AlexandraVSantos disse...

Como diz o Padre cá da paróquia: Há casamentos católicos a mais....

Canela disse...

Não há casamentos a mais pela Igreja.

Há é cada vez mais, familias afastadas da Igreja... mas que quando pedem sacramentos de "circunstância", devem ser tocados por estes... o seu coração terá de sentir nesse momento, a grandeza do que recebem!

Não se ignore quem pede um sacramento... pelo Amor de DEUS, isso é gravissimo. JESUS não abandonou a mulher adultera.

Se o pastor abandona a ovelha tresmalhada, não é um bom pastor!

Valha-nos DEUS!

Peregrino disse...

Fico mesmo muito triste com este tipo de situações... Porque vão estas pessoas casar à Igreja se não passam de hereges????

Desculpe, sr. Padre mas fiquei mesmo chocado...

Um abraço e muita força

Anónimo disse...

Eles não tiveram consciência da gravidade do erro nem intenção expressa de ofender. Sendo assim, e se conseguissse raciocinar na hora, agiria do mesmo modo que o Confessionário. Aguardava pelo fim da cerimónia e dizia o que tinha estado mal. Muitas vezes o mais importante e invisível aos olhos.

Mas não ligue muito ao que os outros dizem. Fez o que lhe pareceu melhor, fez bem.

Anónimo disse...

Se os primeiros Padres da Igreja lessem o que se pensa quanto à Transubstanciação, sacramentos e outros que tais tinham um ataque cardíaco. É impressionante como se deturpou tudo. Confessionário um texto sobre o sacramento da Eucaristia já fazia falta. E quanto aos sacramentos de circunstância, enfim, não passam de modas de cristandade que ainda vivem...

João Simões disse...

Os Sacramentos em geral, o Baptismo, o Matrimónio, e infelizmente em alguns casos a Crisma, são Sacramentos banalizados, são mais inventos sociais, motivo de festa, de bebedeira mais do que outra coisa qualquer! Por tal motivo é que eu, como leigo considero que a Igreja deveria ser mais exigente com quem vai receber os Sacramentos (no caso do Matrimónio e Crisma) e com os pais dos que vão receber o Baptismo!
Ter as portas abertas não deve significar, desleixo ou facilidade!
A Igreja deve defender os Sacramentos, como algo importante, de respeito, como algo Santo!
Não é facilitando, enchendo a Igreja em dias de festa, que se faz da Igreja uma verdadeira Igreja!
É dando formação, conhecimento e espiritualidade que se constrói a verdadeira Igreja, a Igreja de Cristo!
Que Deus o acompanhe e guie!

Abraços Consolatinos

jammarques disse...

Como já tive ocasião de dizer noutro erudito local...o alma peregrina ratifica(com uma eloquência aterradora)que na comunhão se come o corpo de cristo,ou seja,o canibalismo singra nas igrejas onde ,pelo menos os católicos,passam tempos em fila de espera para comerem o seu naco do corpo do "senhor"(de humano,necessariamente).ISTO É UM CASO DE POLÍCIA!!!
Não podendo ignorar esta lição, quer o alma(moralmente), quer os que papam o corpo de alguém cometem crime, e com dolo!HAJA QUEM ACTUE NOS TEMPLOS,QUEM PROÍBA ESTA CANALHICE DISFARÇADA DE CRENDICE,IGNORÂNCIA OU OCUPAÇÃO DE TEMPOS LIVRES!!!

jammarques disse...

Alexandra:o seu pároco está cheio de razão...há casamentos católicos a mais mas,acrescento eu,felizmente, há cada vez mais católicos a menos.O QUE NÃO È MAU!!!

noctivaga disse...

Lamentável. Só não percebo é porque é que houve Eucaristia nessa celebração do matrimónio, visto que os noivos são completamente ignorantes em relação ao seu significado. Posso dizer que se tal acontecimento tivesse ocorrido na paróquia que frequento o pároco não teria ficado calado.

Marlene disse...

E achava eu que já tinha visto de tudo num casamento...
Sinceramente fico triste com a falta de formação e, principalmente, com a falta de educação de muitas pessoas.
Nos dias que correm, Infelizmente, o Matrimónio é visto pela maioria das pessoas como mais uma "festança"... Acredito que a maioria das pessoas que casam pela Igreja, fazem-no mais por tradição familiar do que propriamente por vontade de receber o Sacramento do Matrimónio, por vontade de receber a benção de Deus.
Perante uma situação dessas é complicado tomar uma atitude...Eu acho que também ficaria calada... sei lá! Que situação!

Já participei em casamentos fantásticos... onde o verdadeiro espírito matrimonial estava presente em todos... casamentos em que no final tu dizes: "Epá, Deus faz mesmo maravilhas"... Mas também já fui a ouros que... Valha-me Nosso Senhor!

Enfim, é a sociedade que temos, mas penso ser urgente educar as pessoas, explicar o verdadeiro significado de Cristo na vida de alguém...

Saudações atentas...

Marlene Almeida

P.S. Gostei mto do blogue... vou visitar mais vezes... :)

Anónimo disse...

É caso para parafrasear um padre meu amigo:

«Quantos mais casamentos eu testemunho, mais gosto de fazer funerais... É que pelo menos nestes eu sei porque estou ali!!»

Infelizmente é assim!

Caro Confessionário,
não precisa, mas quero dizer-lhe que, apesar de poder parecer, a CULPA do que se passou NÃO É SUA... é de todos NÓS.

Porque se algum de nós estivesse nesse casamento e ouvisse tais impropérios, até era bem capaz de se rir à socapa com a piada...

E quantos de nós, que não somos padres, se o tivessemos ouvido, teríamos tido a coragem para no final da Celebração chamar o noivo à parte e manifestar-lhe o nosso desagrado? Porque afinal se Deus é ofendido, nós também o somos!! ou não??

A culpa é de todos NÓS porque ainda esperamos que sejam os PADRES e os BISPOS e o PAPA a mudarem o mundo, a corrigir os erros dos outros... sim, porque nós vamos à Missa mas estamos lá apenas para ver e apontar o dedo, que isso de 'correcção fraterna' é lá para os padres... até porque não queremos que as pessoas nos levem a mal ou nos achem 'beatos' demais...

Olha...
Preso por ter cão e preso por não o ter... Devia ter dito e não disse. Se tivesse dito era um escândalo na Paróquia e não devia era ter dito nada, porque afinal nem é caso único e o que não falta é destas charadas nas nossas Celebrações...

Caso para dizer... 'venha o diabo e escolha'!

Anónimo disse...

«HAJA QUEM ACTUE NOS TEMPLOS,QUEM PROÍBA ESTA CANALHICE DISFARÇADA DE CRENDICE,IGNORÂNCIA OU OCUPAÇÃO DE TEMPOS LIVRES!!!»

Caro Jamarques:
Para sia apenas duas citações de dois ilustres Mestres:

1º - 'A ignorância é de facto muito atrevida...'

2º - 'Matá-los (neste caso a si!) é pecado...'

Já agora... Leia a C.R.P. - creio que lá encontra consubstanciando o DIREITO FUNDAMENTAL à Liberdade Religiosa, ou seja, de cada um acreditar no que quer... E quando não se acredita, deve-se, por princípio de boa educação, RESPEITAR quem acredita... pelo menos tanto quanto devemos nós, CRENTES, respeitar os que, como V. Ex.a, não acreditam...

Deturpar ou manipular afirmações de outrém, jogar com as palavras para fazer um texto provocatório sonante, não é mostra de racionalidade, muito menos de inteligência... é apenas verborreia pseudo-intelectual...

Cresça e seja Homem/Mulher a sério! Fale (discuta Ideias)como um Homem/Mulher a sério. E não trate o seu semelhante - crente ou não - abaixo daquilo que espera dele para si.

Alecrim disse...

esse senhor jammarques está a gozar, não?

Anónimo disse...

Algumas considerações:

1. Os casamentos constituem uma das maiores fontes de dores de cabeça para os senhores padres. Ou são os locais, ou os horários, ou as papeladas, ou as floristas, ou os grupos corais, ou os fotógrafos... ou os próprios noivos e seus convidados...

2. No caso descrito, para além da possível falta de fé, pode haver também a influência da descontracção gerada por algum "copo d'água" antes da cerimónia religiosa. Isto, para não falar dos idealizados "casamentos bem-dispostos", à conta do que se vai vendo em novelas e filmes.

3. Depois da coisa acontecer, o estrago está feito. Há, pois, que trabalhar na prevenção.

Um primeiro passo passará por se tomar o pulso à assembleia. Se os sinais recolhidos não forem favoráveis, o celebrante deverá adoptar uma postura catequética de nível básico, tentando explicar, através de monições, as diversas partes da celebração e as correspondentes atitudes a assumir pelos participantes.

Por exemplo, antes da distribuição da comunhão, o senhor padre poderia dizer: "Para um cristão, este é o momento mais importante da eucaristia. Iremos receber Deus no coração e na vida, o Deus que, acreditamos, está presente no pão e vinho consagrados. Penso que os noivos estão preparados para este momento tão solene. Eles serão convidados a comungar na forma mais plena. Depois, poderá aproximar-se para a sagrada comunhão quem o desejar e se sentir em condições espirituais de o fazer".

Porventura, tais monições catequéticas poderão ser apresentadas por escrito, utilizando os guiões da celebração feitos pelos noivos, ou numa folha-volante distribuída pelos bancos. Escusado será dizer que os textos teriam de ser elaborados com muito tacto.

Também no sentido de se evitar cenas menos dignas, sobretudo por parte dos mais directos intervenientes, poderá ser de grande ajuda promover um ensaio das cerimónias em algum dos dias antecedentes.

JS

Anónimo disse...

O jammarques, num dos seus comentários, faz alusão a uma das acusações que, desde logo, foram feitas aos primeiros cristãos e que serviram de justificativa à sua perseguição: a prática de canibalismo.

Invocar tal argumento vem mesmo a propósito do texto evangélico que tivemos oportunidade de escutar na missa no passado domingo, e onde se insiste na ideia de comer a carne de Jesus e beber o seu sangue.

As palavras de Jesus só se podem entender em sentido eucarístico, em relação com as espécies do pão e do vinho. Se fossem referidas num sentido físico/biológico, entrariam em total contradição com a mentalidade bíblica, que considera tal acto uma coisa horrenda e expressamente proibida pela Lei de Deus.

Todavia, as palavras de Jesus revestem-se de um carácter fortemente realista, mesmo de uma certa crueza. Significa isto que a eucaristia não é um acto meramente simbólico, apenas uma comunhão espiritual. Há que comer de verdade, comer o Deus que se fez carne e que se deu totalmente (carne e sangue) para que tenhamos a Vida.

Por outro lado, não cabe entender a eucaristia como um rito mágico. Jesus deixa isso bem claro: a participação no seu corpo e sangue exige acreditar n'Ele; o dom da Vida só nos vem da recepção com fé do sacramento.

JS

Alma peregrina disse...

Caro jammarques:

Não pretendo aqui entrar em discussões filosóficas ou teológicas consigo, porque o tempo é um bem precioso e as palavras também... e eu sou uma pessoa frugal que não gosta de desperdiçar bens preciosos em vão.



Apenas não lhe admito que ponha palavras na minha boca.

"O alma peregrina ratifica(com uma eloquência aterradora)que na comunhão se come o corpo de cristo..."

É verdade que o disse

"ou seja,o canibalismo singra nas igrejas"

Falso.

Non sequitur.





Portanto, e para ficarmos esclarecidos, eu admito que, na Eucaristia, se consome o Corpo de Cristo. Mas não admito que se pratica canibalismo.






Agora que estamos esclarecidos, pode retomar à sua bizarra actividade de se rir de tudo aquilo que ignora.

Fico a rezar por si.




Pax Christi

Anónimo disse...

É tudo tão simples e tão difícil ao mesmo tempo...
Estamos a fazer tudo como se fazia há cinquenta anos atrás, como se todos os que pedem os Sacramentos fossem Cristãos...
Eu quando aprendi teologia dizia-se que primeiro a pregação da Palavra, depois a adesão e compromisso e só depois os Sacramentos. Nós fazemos o trajecto ao contrário: por isso os Sacramentos são espetáculo social.
Quando é que vamos ter coragem de negar sacramentos a quem simplesmente não fez uma caminhada para eles?
Eu sou Padre estou farto de me sentir um animador social e um grande PALHAÇO a entreter gente!

Um Padre de Aldeia

Canela disse...

Ao Pe. de Aldeia;

Com o devido respeito, e, sem lhe querer ensinar nada (eu é que tenho muito para aprender).

1º Não se sinta um palhaço animador!

2º Medite no pastor, no seu rebanho exemplar e obediente... mas também o que este faz por aquelas que se afastam deste!

3º Jesus, não veio para os justos, mas para os pecadores.

4º Por favor! Não desanime, ok?!

A Paz de Cristo.

P.s.: Que não se ligue a comentários tipo de jammarques!

Anónimo disse...

Entrego o cálice ao noivo e explico. Comunga.

A culpa foi do padre, desde quando é permitido ao leigo comungar com suas mãos?

Confessionário disse...

Ó Ana Maria Nunes, além de ser uma prática secular, é de todo desejável e a incentivar. Na Igreja não se deve ser passivo, mas activo... já para não falar em higiene e saúde!

Anónimo disse...

Relativamente ao comentário da Ana Maria Nunes:

Penso que ela estaria a referir-se à forma de se ministrar a comunhão pelo cálice.
Porventura, ela estará habituada à forma em que o cálice não deixa as mãos do ministro; não chegando, pois, a ser sustentado pelas mãos do comungante. Ou seja: é o ministro que apresenta o cálice, o inclina, o dá a beber, o levanta e o purifica. Possívelmente, será essa a norma na comunidade da Ana ou até na sua diocese.

Contudo, o que está previsto na Instrução Geral do Missal Romano de 2002 é que o ministro entregue o cálice ao comungante e que ele próprio o leve à boca por suas mãos, bebendo dele um pouco e devolvendo-o ao ministro (ver nº 286). E, segundo creio, não há nenhuma nota em contrário por parte dos bispos portugueses.

Dito isto, é bom também lembrar que os fiéis leigos não podem comungar por si próprios, isto é, não podem levantar a sagrada comunhão do altar. Têm sempre de a receber de um ministro, para que transpareça o carácter de dom da eucaristia. Pela mesma razão, também não podem passar entre eles a comunhão. E é considerado um abuso que os noivos se dêem mutuamente a comunhão.

JS

Anónimo disse...

Há também que ter em conta a advertência da Instrução do Missal acerca da comunhão sob as duas espécies: é permitida "desde que os fiéis sejam bem instruídos e não haja perigo de profanação do Santíssimo" (nº 283).

É claro que nenhum senhor padre está livre de uma surpresa desagradável neste domínio; mas observando o estilo de casamentos que vai havendo, e os sinais que os próprios noivos vão dando sobre a sua formação cristã, é importante considerar todas as possibilidades de celebração.

Assim, poderá ser preferível dar a comunhão por intinção; ou apenas sob a espécie do pão; ou não proceder à distribuição da sagrada comunhão (que se poderia realizar mesmo que o casamento não incluisse missa). Ou até que não haja celebração religiosa.

Que fique bem claro: não se trata de negar nada aos noivos. Trata-se, isso sim, de discernir, com os próprios noivos, a verdade das suas intenções e a forma de celebração que mais autenticamente manifeste o estádio de fé em que se encontram. Uma tarefa muito delicada mas cada vez mais imprescindível.

JS

Anónimo disse...

Há uma possibilidade que poderia ser especialmente útil a noivos desabituados de participar na eucaristia, e que passaria por lhes propôr uma caminhada de preparação que incluísse algumas etapas rituais, à semelhança de um catecumenado, ou do que acontece com o sacramento da Ordem.

Assim, poderia fazer-se a celebração da bênção dos noivos, um pouco antes ou um pouco depois de uma das missas à semana (não pode ser durante), convidando-os a participar nessa eucaristia.
Na altura dos proclamas, poderia convidar-se os noivos a estar presentes na missa dominical e até serem eles próprios a apresentarem-se à comunidade e darem a boa notícia da sua intenção de se casarem.
Por ocasião da Missa da Aliança (que já se vai celebrando em muitas paróquias), os candidatos ao matrimónio marcariam presença e haveria um momento especificamente pensado para eles.
Poderia ser ainda aproveitada a ocasião da celebração da Reconciliação por parte dos noivos, e que poderia anteceder alguma eucaristia, na qual eles seriam convidados a participar em acção de graças pelo perdão sacramental recebido.
Ideias...

JS

jammarques disse...

Toda esta questão levantada pela ana maria com esclarecimento do anónimo imediatamente supra,revela a seriedade/solenidade de tão interessante ,relevante,transcenden-te acto...e isto antes (2002)da famigerada "gripe A".Não se estuda já algum "aggiornamento"da norma??
Sobretudo há que estudar o purificador a usar...álcool?lixívia?creolina?tamiflu diluído?
ou antes será de exigir dos "comungantes"que certifiquem medicamente a devida sanidade física,vacina inclusive(...já que a outra ninguém poderá certificar)?
MAIS UM PROBLEMA PARA O VATICANO E SUCURSAIS!

Anónimo disse...

Sobre este último comentário do jammarques:

Realmente, discutir sobre formas de segurar um cálice pode parecer (é?) uma "picuíce". Mas é bom lembrar que a ritualidade tem uma interpretação teológica subjacente. E que práticas diversas podem resultar de conteúdos não apenas distintos mas até em contraposição.

A palavra "purificação" aplicada ao cálice eucarístico é um termo técnico. No sentido em que a usei num meu comentário, queria dizer, apenas, enxugar o bordo do cálice. Peço desculpa se não me fiz entender.

As questões higiénico-sanitárias estão na ordem do dia. E há, de facto, a recomendação, em alguns países, de que os fiéis se abstenham de comungar do cálice. Mas a problemática desta forma de comunhão tem mais que ver com a logística da coisa.

JS

Anónimo disse...

Apesar do meu comentário já estar um pouco fora da hora, sou da opinião que não deve dar a comunhão sob as duas espécies a pessoas que não têm o mínino de preparação.Além disso, numa situação destas, tão grave, deveria intervir imediatamente. Afinal, Cristo que, humanamente falando, estava ser tão maltratado, merecia a sua acção imediata.

anamaria disse...

Santo Deus, ao que chegámos!!

Eu não teria tanto estômago para aguentar...

Não posso deixar de pensar o que faria Jesus...

And disse...

A minha inocência nesta pergunta não é nenhuma...mas houve sacramento? É válido este casamento? Como pode ser válido este matrimónio se pelo menos uma das partes não aparentava suspeitar o que por lá estava a fazer?
Sinceramente constrange-me a leviandade da preparação deste sacramento.

Zita disse...

É a segunda vez que vejo o seu blog
n costumo comentar quando n conheço, mas dei uma olhada por alguns textos e percebi que tem muitos apreciadores. Tb me parece que está em paroquias bem distantes dos centros urbanos.
Então a atitude deste noivo e outro qualquer que refere, é de loucos. "Gente simples" diz o Padre? Gente grosseira, sem respeito pelos outros, pelo Padre e por Deus! Gente que nunca deve assistir a uma Eucaristia, gente que abusa do bondade e amizade do Padre, precisava que o Senhor parasse a Eucaristia por uns minutos, e faze-los refletir no silencio. Sem dizer nada, acho que era uma boa lição...
Gostei de conhecer o seu blog!

jammarques disse...

olhe,estimada Zita:se não fossem noivos como este,um dos 90% dos 10%de noivos que o país ainda tem e se dão a essa infantilidade para a fotografia de "assistir a uma eucaristia",garanto-lhe que os casamentos ditos "pela igreja" já tinham acabado.Regozige-se,pois,Zita que ainda haja rapazes assim para dar "vida"à igrejinha do sítio,vale???

Zita disse...

“João” nome que gosto muito!
Esta Igreja, somos todos nós que a construímos, até você faz parte dela quando comenta e se dirige a ela como “igrejinha”. Continue a ler e comentar, é sinal que não fica indiferente! É sinal que este blog o incomoda! Neste tempo de Advento, sabe o que é? Ainda se vai converter ao amor a Deus!
Um dia me dirá...

Anónimo disse...

Agora percebo melhor porque é que há padres que fazem várias exigências que por vezes não são entendidas, antes dos casamentos. É que ao mesmo tempo estão a polir "os convidados". Não tenho dúvida que alguns padres que me vêm à mente, teriam interrompido e feito o reparo mesmo naquele momento, se bem que não sei se seria o mais adequado, isso passa na consciência de cada um e da personalidade de cada sacerdote.