domingo, fevereiro 13, 2022

“assassinado pela indiferença”

No centro de Paris, numa rua movimentada, no passado dia 18 de Janeiro, o fotógrafo René Robert, de 85 anos, depois de ter saído de casa, após o jantar, para um passeio, não se sabe ao certo como nem porquê, caiu inconsciente. Ali permaneceu caído cerca de nove horas, exposto ao frio numa noite em que as previsões meteorológicas apontavam para temperaturas de 3ºC. Levado para o hospital, depois que um sem-abrigo chamou os serviços de emergência, já pelas 6h30 da manhã, foi-lhe diagnosticado um traumatismo craniano e uma grave hipotermia como causa do óbito. Foi um desalojado da sociedade, um sem-nome, quem deu o alarme. Mais um dos que não conta. E um jornalista, amigo do fotógrafo, ao falar do assunto, intitulou-o de “assassinado pela indiferença”. Como de facto, assassinado por uma sociedade que tem opinião para tudo, mas que é indiferente a tudo. Uma sociedade que defende a diferença, mas não dá conta do outro. Uma sociedade formada por indivíduos que não se olham senão a si próprios. Paradoxalmente plural e individual como nunca na história do mundo. Uma sociedade em rede desligada. Uma sociedade feita de pessoas que vivem, sozinhas, ao lado uns dos outros!

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "O sacrário está vazio"

3 comentários:

Anónimo disse...

Infelizmente, hoje é a mentalidade individualista que predomina. Temos um mundo cada vez mais desumano. O que importa é que eu passe bem, os outros que se virem. Mas felizmente ainda há os que se preocupam connosco e devemos ser gratos por isso porque não é assim tão natural tenho um exemplo bem concreto: na minha cidade existem várias farmácias mas eu escolho sempre a mesma, ali experimento acolhimento, humanidade. Sempre que busca receita que identifica que não estou bem de saúde, passado alguns telefonam a peeguntar se já estou melhor. É um simples gesto mas que me faz muito bem, acredite.

Zilda disse...

Agora recentemente aconteceu um fato quase parecido. Fico pensando por que que dentro de certas irmandades existem muitas diferenças? Senhor da Glória! É assustador o ser humano é um altar da divina graça de DEUS um templo, mad ultimamente estão inquietos e sujos, falta de compreensão infinita, sendo que todos estão no mesmo barco, todos conhecexores da palavra de Cristo. Mas a fraqueza de espírito fala mais alto. Rezemos por todos e por tudo. 🙏

Ailime disse...

Boa noite Senhor Padre,
Infelizmente não há compaixão pelo próximo e cada vez mais se assistem a casos semelhantes.
Há muita indiferença, muito egocentrismo a dominar este mundo em que vamos sobrevivendo.
Ainda hoje pensava em como eu que moro num prédio de apenas oito condóminos estamos semanas, por vezess meses, sem nos vermos, sem nos falarmos, porque não há abertura para tal, o que provoca inibição em ter qualquer iniciatva.
Assim vai o mundo...
Ailime