As nossas eucaristias dão conta, indirectamente, de uma mudança de época na Igreja. Os bancos estão cada vez mais vazios, e quem se senta neles é, em grande parte, gente reformada. Ou gente com uma idade a quem o passado pesa mais que o futuro. O número de jovens é exíguo. As crianças vão só nas festas da catequese. Os pais delas igual. Os grandes ajuntamentos são porta fora. Em funerais sobretudo. Mas também em casamentos, batizados e festas da catequese. Ainda me lembra do outro moço que queria sair da igreja logo depois de o senhor bispo lhe ter colocado na fronte o óleo do Crisma ou aquele pai que foi comungar com a filha que fazia a primeira comunhão e logo de seguida saiu da Igreja, porque já tinha cumprido o que o padre sugerira aos pais.
A manter-se sacramentalizadora, como uma estação de serviços, em breve a Igreja fechará portas atrás de portas, porque o número dos que pedem esses serviços também têm diminuído. Em tempos a Igreja passou por uma mudança de época que a tornou mais mística. O que agora desejo é que se torne mais missionária. Como nos primeiros tempos. Como quando ouvir falar de Jesus era sempre uma novidade que não deixava ninguém indiferente e apaixonava ao ponto de o seguir.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "O que eu espero de um padre"
4 comentários:
Concordo: precisamos de uma época mais missionária na Igreja!
Deixemo-nos de liturgices...
bj
Penso que esta nova realidade de igrejas quase vazias deve levar a escolhas de lugares estratégicos para as celebrações da Eucaristia, também e, especialmente,porque há poucos padres. Se há duas igrejas perto, porque celebrar nos dois lugares? Se há Missa em determinada igreja ao Domingo, porque Missa Vespertina? As Missas Vespertinas têm um objectivo: possibilitar o cumprimento do Preceito da Igreja: "Ouvir Missa inteira..." para aqueles que trabalham, viajam, ou que por motivos de força maior não podem ir à Missa no Domingo. Mas quantos o fazem simplesmente para no domingo ficar de pantufas e outras coisas do género. Claro é melhor ir ao sábado do que não ir mas vejo com preocupação o sentido que se está a dar a esta possibilidade. Também haverá velhinhos que se não têm Missa perto de casa, não irão e são estes que mais sentem a falta, para eles não ter Missa no dia do Senhor, não é Domingo. Estas decisões requerem uma análise em que é preciso ponderar caso a caso e ver a forma de servir as Comunidades e ao mesmo tempo aliviar um pouco o fardo de tantos párocos.
Boa tarde Senhor Padre,
Há vários fatores que podem ter contribuído para que cada vez seja menor o número de fiéis nas igrejas.
O principal é a falta de fé e aqui as famílias e a própria Igreja têm uma palavra a dizer.
O mundo mudou muito e as famílias enveredam por caminhos fáceis e a Igreja como que se retrai, salvo honrosas excepções.
Ailime
Concordo que uma das razões porque as Igrejas estão quase vazias é a falta de fe. E porque falta fé? Será que estamos deixando de alimentar a nossa fé? Será que estamos buscando conhecer melhor a fé que professamos? E a nossa intimidade com o Senhor como está? Só se ama aquilo que se conhece. Quanto mais buscarmos o Senhor, mais o amaremos. Quanto mais alimentarmos a nossa fé, mais ela será firme, e não deixaremos a Igreja por nada nesse mundo.
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