Deixou a catequese no último ano do itinerário proposto. Deixou porque quis ir estudar para outras paragens. Para outras oportunidades. Na altura o assunto da catequese ficou encerrado. Não se pensou em alternativas à catequese. Não mais houve preocupação com estas coisas, até agora. Agora que há crisma, abriu-se de novo. Argumento principal: tive de sair para estudar fora. Não pensou foi que era nessa altura que se deveria ter tratado o assunto. Mas agora o senhor padre é que não deixa fazer o crisma. Ou seja, ele fez as opções que quis e como quis, não deu importância à catequese que lhe faltava. Sabia os requisitos. Ele não os tinha todos. Mas nunca pensou em dizer às pessoas que gostam imenso de falar na vida alheia que não podia crismar-se porque, afinal não tinha todos os requisitos necessários, em comparação com os seus antigos colegas que cumpriram o itinerário da Catequese. Só se lembrou de dizer e repetir que o senhor padre não o deixava. Como se eu tivesse alguma coisa a ver com o assunto. Eu queria muito que ele se crismasse. Não sei é se ele queria tanto como eu!
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "O fulano tal que não está crismado mas quer fazer de conta que está"
10 comentários:
Essas situações acontecem muito, infelizmente. O que ele não percebeu é que a catequese serve para assimilar e tomar consciência do passo que vamos tomar. É muito importante e fundamental que tenhamos total compreensão do que significa fazer o Crisma, uma vez que é um sacramento. É reafirmamos que somos membros da fé católica e que seguimos ninguém mais do que a Jesus. Será que é mesmo o que ele quer fazer?
As pessoas não querem nada da Igreja senão sacramentos fáceis: o crisma, o baptizado, o casamento.
E muitos padres o que fazem é celebrar sacramentos.
A fé é o que menos importa, infelizmente.
Bom dia Senhor Padre,
Mas decerto ele vai poder completar os requisitos que lhe faltam para poder fazer o Crisma.
Será uma questão de aguardar a próxima oportunidade, se estiver mesmo interessado.
Ailime
Os países de raizes profundamente católicas têm essa tendência ao personalismo, sobretudo no campo das leis, regras e regulamentos. Procuramos sempre a pessoa por detrás do que é mandado ou imposto. Ela é o elemento decisivo, para o bem e para o mal. É o médico que não deixa beber mais de um copo de vinho, é o polícia que não deixa estacionar em segunda fila, é a professora que não deixa prolongar o recreio, é o padre que não deixa fazer o Crisma...
Ajunta-se-lhe o circunstancionalismo: existe a lei geral, mas cada caso é um caso. Há sempre atenuantes, justificações, desculpas a considerar e a pesar na balança. As responsabilidades diluem-se e o culpado acaba quase transformado em vítima. E as decisões surgem díspares, mesmo contraditórias perante situações a priori similares. Típico.
Pergunto-me se o "não é possível" dito ao pretenso candidato terá sido acompanhado de algumas propostas de solução para o problema ("poderá ser possível"). Cada vez mais a pastoral precisa de reconhecer a diversidade de situações em que as pessoas se apresentam, e que um esquema rígido e sistemático, mesmo que belamente elaborado, não consegue enquadrar. Há sempre a possibilidade de pensar em proposições diversificadas, accionando, por exemplo, catequistas-tutores, ou talvez coordenando com percursos doutras comunidades paroquiais, ou até valorizando celebrações diocesanas (ou por vigararias). Num caso ou noutro, pode valer a pena arriscar permitir que o candidato avance para o sacramnto mediante o compromisso de que completará o percurso catequético nos meses a seguir.
JS, em resposta ao teu comentário das 10:10
é, mais ou menos, isso que faço e, graças a Deus, até vou tendo catequistas Tutores personalizados... e há sempre um caso ou outro que por incapacidades do crismando, também se decide, com os catequistas, as melhores opções. Contudo, é muito comum este tipo de situação em que abandonam os processos para depois, em cima da hora, acharem que só não avançam porque o padre não o deixa, quando o padre estava interessado em que avançasse... como os outros.
Reagindo ao comentário da Maria Madalena:
Será que está na altura de equacionarmos a celebração da Confirmação dentro da mesma regra prevista para a admissão à Eucaristia (Primeira Comunhão): a idade do uso da razão?
Será hora para avançar para um projecto global de Iniciação Cristã celebrada antes de entrar na adolescência? Em que se valorizem os sacramentos prioritariamente como dom e iniciativa de Deus? Várias dioceses lá fora estão já a dar esse passo. E por cá, não vai assim há muito tempo que a idade média em que se recebia o Crisma era pelos 12 anos...
JS, pelo que já li do novo itinerário catequético que se prevê iniciar-se em Portugal depois da JMJ 2023, vai ser assim, ao que me pareceu. Eu concordo com essa opção. Escusamos de acimentar mais "anticorpos" nas nossas pastorais. Ou isso, ou encontrar uma solução para ser ou não padrinho.
Cometário ao JS:
Concordo plenamente! Espero mesmo que como o confessionário disse, depois das JMJ 2023 haja essa mudança.
Cometário ao JS:
Concordo plenamente! Espero mesmo que como o confessionário disse, depois das JMJ 2023 haja essa mudança.
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