quarta-feira, novembro 11, 2020

parece que nos estamos a despedir de criminosos

Há vários dias consecutivos que um colega tem feito funerais de pessoas que foram vítimas do novo coronavírus. Ao momento que redijo este pequeno texto, já lá vão uns cinco. E amanhã vai outro a sepultar. E contava. As minhas celebrações exequiais – que são no cemitério, recordo - estavam a durar apenas uns quinze minutos. Agora não chegam a dez! Tenho pena desta gente. Às vezes parece que nos estamos a despedir de criminosos. Completava, depois, com muita mágoa nas palavras. Deus nos ajude a ser instrumentos de esperança e conforto na dor de quem chora. 
 
 A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Funerais a fugir"

5 comentários:

Miguel Simões disse...

Nas nossas comunidades, todos os funerais têm celebração exequial na igreja. Sejam com COVID ou sem COVID. Não estou a ver o porquê de não poder assim.

Anónimo disse...

Por aqui também não há missas de corpo presente e os funerais são no cemitério, para muito poucas pessoas.
Nunca ouvi falar dos covid e não sei como são.

Anónimo disse...

só me apetece chorar com esse seu colega e com tantas famílias em dor

Ailime disse...

Boa tarde Senhor Padre,
Dou um testemunho:
Há cerca de dois meses faleceu-me um familiar de doença natural e da capela da Funerária, onde havia o máximo de dignidade e respeito pelo falecido, embora sem cerimónia religiosa, seguiu o cortejo fúnebre para o cemitério da sua terra natal, onde o Senhor Padre fez a cerimónia habitual.
Ailime

Confessionário disse...

Pois, no concelho onde me encontro, os velórios estão proibidos pelo município.
Não há cortejos fúnebres, pelo risco que comportam. As cerimónias também são no cemitério. Celebra-se a missa eventualmente numa outra ocasião.
Segundo as autoridades civis e religiosas locais, é assim, para o bem e para o mal!