terça-feira, setembro 15, 2020

casa [poema 282]

Trazer a casa às costas é viver com tudo em nós 
Carregar o fardo dos espinhos com as sementeiras 
E os prédios ao colo no regaço das matinas 
Trazer para dentro o nosso eco e as vozes 
Que gritámos para nos soltarem tanto peso 
E não fomos ouvidos senão por dentro da voz 
Esse espaço da casa que quer dizer a nossa habitação 
Às costas

4 comentários:

Ailime disse...

Boa tarde, Sr. Padre,
Os fardos que acarretamos e quem os não tem, são muitas vezes penosos e como soltar a voz parece aliviá-los!
Mas podemos estar certos de que nenhum se compara ao peso da Cruz que Jesus carregou até ao Calvário.
Ailime
(este poema é belo, mas mais uma vez difícil de chegar ao âmago).

Anónimo disse...

excelente, padre.
Nós somos uma "casa" connosco às costas!

Anónimo disse...

" Luz terna e suave no meio da noite, leva-me mais longe! Não tenho aqui morada permanente, leva-me mais longe! (...) Eu sei que vai raiar a madrugada e não me deixarás abandonada (o). Se Tu me dás a mão, Senhor, meus passos serão firmes no andar. Leva-me mais longe para a Ti chegar!

Anónimo disse...

"Ao meu redor estão rostos familiares
Lugares desgastados, rostos desgastados
Claro e cedo para as corridas diárias
Indo a lugar nenhum, não indo a lugar nenhum

As lágrimas estão enchendo seus copos
Sem expressão, sem expressão
Esconda minha cabeça eu quero afogar minhas tristezas
Não amanhã não

E eu acho isso meio engraçado, meio triste
Que sonhos em que estou morrendo, são os melhores que já tive
Eu acho difícil te dizer, eu acho difícil aceitar(Pentaronix)