Eu estava à porta do Retiro a receber as pessoas quando chegou a Alice, uma senhora bem-posta de cerca de setenta anos, que amadrinhou um sobrinho de cerca de cinquenta anos que perdeu os pais e não tinha recursos humanos, físicos e mentais para se bastar a si próprio. Os nossos beijos tiniram nas faces, e perguntei-lhe pelo sobrinho. A Alice respondeu que ele bem queria ir ao retiro, mas que ela lhe dissera, num tom de reprovação, que aquelas coisas eram de mulheres. Fiquei danado, mas sorri e respondi-lhe que entrasse e que reparasse nos homens que estavam na sala. Ela engoliu em seco quando entrou, pois havia vários. Mas não voltou atrás, nem com o corpo nem com as palavras. E eu pensei como, às vezes, são as mulheres que distinguem o seu lugar na Igreja, como se houvesse uma forma de se ser homem cristão, e outra de se ser mulher cristã. Como se houvesse coisas que são só para as mulheres e coisas só para os homens. E assim não sei se não serão as mulheres, que tanto querem a emancipação na Igreja, quem mais impede que isso aconteça. Tal como não sei se aquela Igreja que mais parece querer mudar, não continua a ser aquela que mais agarrada fica ao lugar que sempre ocupou. Ora bolas.
25 comentários:
É um pouco como o Retiro para Casais, aquelas cujos maridos não querem ir, não podem participar, entendo... porque afinal é para casais. Mas fica-me a dúvida de participarem "organizadoras", que não têm marido...
Desculpe o desabafo, mas é que há coisas que não entendo, nesta gente que se diz de DEUS!
Desculpe sr. padre, mas a senhora tem toda a razão, para a mudança e emancipação da Igreja é preciso que os homens saiam de "cena" para dar lugar às mulheres. E pelos vistos esta senhora apesar dos seus vividos 70 anos até entende de modernices.
Deixem falar as mulheres nas assembleias e coloquem os homens por uns tempos na cozinha e na retaguarda, talvez assim consigam deixar de nos ver como seres inferiores. O problema é que já vem dos nossos antepassados e não é so na igreja mas em toda a sociedade mundial, infelizmente ainda existem bastantes preconceitos sociais sejam eles sexistas, machistas, racistas,homofobicos,entre outros.
Por mais que se lute, por mais que tentemos mudar mentalidades, seremos sempre olhadas como sendo o sexo mais fraco, quando na realidade os homens ainda não perceberam que somos o sexo mais forte.
Mas também é culpa nossa, que por vezes devido a estas distinções da sociedade esquecemos o VALOR que temos.
Deixo aqui um video para quem tiver interesse, que prova exatamente o que acabei de escrever.
http://www.youtube.com/watch?v=hWIgpeYnMGM
M.
"Ora Bolas"
Belo remate, padre!
;)))
Num dia de taça europeia de futebol, essa expressão vem a calhar.
Mas ela temoutro significado, na gíria e, sabemos muito bem quais são as "bolas" para que remete.
No entanto, e passando por cima da brejeirice e do pleonasmo, continuam as "bolas" neste contexto, a fazer todo o sentido.
É preciso "tê-las" bem fixas e de bom quilate, para não dar ouvidos à critica que o mundo está sempre a jeito de fazer e, agir plenamente de acordo com a nossa consciência e o que o coração nos aconselha.
Talvez a moçoila de setentanos tenha com+preendido que o lugar de cada um, é no meio de todos e que todos, para o Criador, não fazem diferença, pertençam ao género masculino ou ao feminino.
;)))
Bom dia!
"Ora Bolas" foi esta expressão que aliviou toda a carga que ficou depois de ter lido o seu texto.
Sr Pe. a senhora tinha cerca de setenta anos, ela nem pensou no que disse, apeteceu-lhe ir só, não estava à espera da sua observação e reagiu à defensiva.
Provavelmente era um pedacinho de sossego que ela ia ter ("um sobrinho de cerca de cinquenta anos que perdeu os pais e não tinha recursos humanos, físicos e mentais para se bastar a si próprio.") e o sr. Pe a estragar-lhe a vidinha, é claro que ela não podia voltar atrás, no que disse.
"Fiquei danado", não seja tão rígido, pois se somos católicos pouco instruídos na doutrina, essa situação deve-se em grande parte à nossa igreja e aos líderes que a têm conduzido até aqui. Faziam questão de separar os homens das mulheres já no próprio local de culto.
"Tal como não sei se aquela Igreja que mais parece querer mudar, não continua a ser aquela que mais agarrada fica ao lugar que sempre ocupou." Concordo plenamente, não podemos é responsabilizar unicamente os leigos, sejam eles homens ou mulheres.
PR
Já conhecia o vídeo anónima de 14 Maio, 2013 23:15, mas noutra versão.
Realmente é lindo e verdadeiro e, é mesmo o nosso maior defeito, não sabermos reconhecer o valor que temos e somos como mulheres.
Homens versus Mulheres, a eterna "luta" entre os géneros...
É verdade que no tempo de Jesus, Ele apenas escolheu homens para o acompanharem como discípulos. Daí a Igreja, ainda não aceitar de bom grado a "liderança" feminina.
Mas, penso que as opiniões, crenças e mentalidades estão de facto a mudar (ainda que lentamente), pois o próprio Papa Francisco, destacou o grande papel das mulheres, ao dizer que foram as primeiras testemunhas da Ressurreição de Jesus, entre outras coisas mais, como o papel da maternidade e educação dos próprios homens, que afinal nascem das mulheres.
Pois por vezes esquecemos, que se Maria não existi-se na História, jamais teríamos conhecido Jesus. Para Jesus e os Apóstolos existirem e O darem a conhecer, primeiro existiu Maria, sua mãe, que lhe deu o dom da vida.
Pois que eu saiba o único homem a existir antes da mulher foi Adão. A partir daquele tempo, todos os outros nasceram do ventre de suas mães.
Aos olhos de Deus, todos somos importantes, independentemente do sexo, ou raça, ou estatuto, mas aos olhos dos Homens que regem a Igreja do nosso mundo, ainda continuam a existir muitos preconceitos e mentes retrógradas, daí a desigualdade dos géneros dentro da Religião, pois são humanos e agem como tal.
Perdoe-me pe. confessionário, não conheço a sua opinião pessoal sobre o assunto, sei que não pensam todos da mesma forma, mas a maioria dos seus colegas ainda pensa assim, infelizmente.
Bjs
Crucifiquem-me mulheres, e se preferirem, de cabeça para baixo, para dar um carácter mais contundente à coisa.
;)))
Mas porque carga-de-àgua defendem as meretíssimas que o homem deve ser condenado a afastar-se, como forma de ceder lugar às mulheres?!
Por acaso a casa de Deus é um autocarro, com lugares reservados a grávidas e deficientes?!
Afinal, o que é que se defende na essência?
A igualdade?
Impossível!
A dignidade?
Possível!
Dentro da "casa de Deus" todos são iguais, em deveres e em direitos.
Na Casa de Deus, as mulheres não estão impedidas de ser mulheres e não estão obrigadas a ser inferiores aos homens.
Pelo contrário (mas isso já é uma opção delas) as mulheres estão muitíssimo mais à vontade na Casa de Deus, que os homens.
Queriam ser padras?!
Pois é minhas amigas, aí é que vão ter de ter paciência... as escrituras não permitem, se bem que... houve um caso excepcional mas talvez o resultado tenha aconselhado a que não tivesse continuidade.
;)))
Podemos querer e tentar modificar o mundo, podemos até tentar mover montanhas, utilizando a força da nossa fé, ou maquinaria pesada mas, modificar aquilo que o espírito ditou... o mesmo espírito que abraçamos e do qual nos alimentamos, jurando-lhe fidelidade e submissão???
Hmmm. Hmmm.
Isso aí a coisa pia mais fino.
Bartolomeu!
Irónico, sem piada alguma, este seu último comentário.
Desculpe Bartolomeu, mas se ler bem o que escrevi no comentário anterior, em nenhum momento defendo, que o homem deve ser afastado, para dar lugar às mulheres.
Apenas refiro, que as mulheres deveriam ter os mesmos deveres e direitos, talvez dessa forma até seria bom para a crise de padres existente nas paróquias.
Porque é que há jovens do sexo feminino acólitos e não pode haver diáconos no feminino, por exemplo?!
E porque é que as freiras continuam a ser descriminadas na Igreja em
relação aos padres, outro exemplo?
E já agora em que parte das escrituras diz expressamente e expecíficamente, que o espírito ditou essa norma e essa regra?
Deve ser como muitas outras, no caso da pílula e do preservativo.
Já se esqueceu que a Bíblia pode dizer o mesmo para todos, mas ser interpretada de forma diferente por todos.
Há quem a utilize para justificar e praticar o mal e há quem a utilize para justificar e praticar o bem.
Veja só a quantidade de divergências na forma de actuar dos padres de diferentes paróquias, mesmo em relação aos sacramentos. Realmente o que está escrito é igual para todos, mas nem sempre podemos ser tão rígidos nos julgamentos e apreciações, pois cada caso é um caso.
Tudo está em constante evolução sr. Bartolomeu, até a Igreja, apenas quero acreditar que só Deus e o seu Amor incondicional por nós não muda.
Não vejo o porquê de uma mulher não poder ser sacerdotisa, pois afinal, até já existem jogadoras de futebol profissional :) ora bolas...
Bjs
Sim Teresa, existem jogadoras de futebol profissionais. Mas não existem equipes de futebol profissional, mistas.
E está-se mesmo a ver, porque motivo, não está?!
Não, não, não estou a pensar em nada que tenha a ver com o contacto físico, na sua face menos ortodoxa, mas sim e concretamente, na preservação da integridade física da mulher.
«Tudo está em constante evolução...»
não te parece que neste ponto conviria definirmos com a máxima precisão, aquilo que entendemos por "evolução"?!
Já agora, deixa-me apresentar uma declaração de interesses; os meus comentários não pretendem ultrapassar essa condição: a de meros comentários. Pelo que, não visam - e se propiciam essa imágem peço-lhes que me desculpem - passar de opinião, uma opinião que me pertence. Portanto, não defendo, nem ataco e muito menos ofendo deliberadamente.
Quanto ao resto, que contem o teu comentário.
Ha uma realidade incontornável, Teresa: o mundo não foi feito hoje, o Homem não foi criado hoje e a Religião não se fundamenta em princípios arbitrário, ao passo que as reivindicações que o mundo moderno coloca à igreja, mesmo que fundamentadas nas exigências sociais dos nossos dias e a necessidade que a própria sociedade coloca na sua aprovação, colidem em grande número com as regras fundamentais.
E isto, minha Amiga Teresa, não é uma mera questão de capricho, ou de falta de abertura mental, é, do meu ponto de vista, um querer adulterar regras que tÊm uma razão própria para existir e não possuem a qualidade de flutuabilidade.
;)
Julgo, Padre, atendendo à idade da senhora, que viveu os tempos antes do Vaticano II em que na Igreja e nas celebrações havia lugares preferenciais, ficando os homens normalmente nos bancos do presbitério e as senhoras no corpo da igreja, depois da teia. Muitos outros costumes caíram (uns para melhor e outros nem tanto) mas, quando há mudanças, nem todas são bem aceites e, nalguns casos, a idade das pessoas e sua própria
postura no mundo dificulta as alterações.
Um abraço
Ruth
A D. Alice, atenta a cortesia com que foi retratada, parece ser uma daquelas egrégias senhoras, cedo emancipadas, distintíssimas, que apesar de gostarem muito de participar em retiros, têm alguma dificuldade em retirar aquilo que dizem. Geralmente são senhoras de ideias fixas, nem que seja apenas por arames. Não é fácil alterar a mentalidade de pessoas na casa dos setenta. E, sem a alterar, torna-se complicado modificar comportamentos. No entanto, pelo relato, parece que a sua resposta e a constatação presencial de vários senhores no interior da sala de retiro, atingiu a senhora como uma bala. Algo lhe deve ter ficado a matraquilhar, durante o retiro, tendo este acabado por cumprir cabalmente a sua função. Quero acreditar, no entanto, que estas situações, não têm calibre bastante para beliscar a fé que o importante papel das mulheres na Igreja, deve merecer ao senhor padre. São coisas de mulheres e de homens cristãos. Para sermos verdadeiramente progressistas temos que ser democráticos nestas matérias, pois então. Caso me permita a ousadia, gostaria ainda de dizer, com o devido respeito, que nem valia a pena o senhor padre ter ficado danado por causa disso. Até porque, como dizia timidamente outra Alice, esta um pouco mais jovem, habitante do famoso “País das Maravilhas” (aquela que anda sempre com a cabeça perdida no mundo das nuvens e que por essa razão nem sempre põe os olhos onde pisa, o que lhe valeu logo no início da história uma valente escorregadela pela toca do Coelho Branco): “Eu podia contar-vos as minhas aventuras… a partir de hoje de manhã (…), pois não adianta contar desde ontem, porque ontem eu era uma outra pessoa.” A mudança está na esperança que traz em si cada novo dia. Lembrei-me, desta agora!
"A mudança está na esperança que traz em si cada novo dia."
Eu diria da seguinte forma a mudança começa na esperança que traz em si cada novo dia.
A mudança já começou ontem, aconteceu hoje será mais visível amanhã.
Grandes mudanças levam muito tempo a tornarem-se visíveis aos olhos humanos isso não quer dizer que elas não tenham acontecido.
Senhoras Padres???
Desculpem mas duvido que isso alguma vez aconteça.
Não acham que as Freiras têm um papel muitissimo importante na Igreja? Para que querem ser Padres?
Deixem lá as coisas no seu devido lugar por favor
Heráclito, um filósofo dizia que: “Nada existe de permanente a não ser a mudança.” ... e eu completaria com outro pensamento de um autor desconhecido que disse também isto: ”Quando a gente acha que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.”…!
Por vezes, é questão de preconceito, às vezes é questão de percepção. Algumas vezes corroborada pela realidade, outras não.
Retiros é coisa de mulheres, como cantar na missa é coisa de mulheres, como dar catequese é coisa de mulheres, como andar pela igreja é coisa de mulheres...
Não tem por que ser assim; não devia ser assim; mas muitas vezes assim é, pelo efeito de pescadinha de rabo na boca: a determinada altura, a prevalência de mulheres começa a condicionar o estilo, a linguagem, a acção de determinado grupo ou iniciativa; os homens vão-se sentindo incomodados e afastam-se; e cria-se a ideia, que se alimenta a ela própria, de que aquele sector ou área é coutada do sexo feminino.
Deve ser por isso que os jesuítas não abrem mão de chamar aos seus retiros "exercícios espirituais". Uma denominação mais máscula e viril...
A mim pessoalmente não me incomoda ou repugna que as mulheres podessem ser sacerdotizas, exercer o díaconado ou o que fosse.
Mas tb não me parece que nos devamos sentir obrigados ou tentados a desejar isso. O que, na minha humilde opinião, nos deveria preocupar era, independentemente da nossa condição genética, homem ou mulher, nos sentíssemos Igreja e construtores da Obra de Deus, com responsabilidade comprometida, fosse como fosse. Seria impensável que todos tivessemos de ser Igreja de forma igual ou contribuir de forma igual ou viver de forma igual a fé. Porém, todos temos o dever de, como cristãos autenticos, ser Igreja, contribuir e viver a fé. Não vejo necessidade de ver os homens a varrer a Igreja só porque geralmente este é um dos ministérios da mulher, só porque se quer uma igualdade.
Além disso, mulheres que me estais a ler, verdade seja dita, vós sois aquele ser que, na maioria das vezes, sustenta e suporta a Igreja de Cristo. Sem vós, não havia Igreja. Não o digo porque são as mulheres que mais vão á missa ou que mais colaboram com os párocos. Digo-o, porque há muitas coisas que uma mãe consegue fazer pelo filho que mas ninguém consegue. E sois assim na Igreja. Por isso não vejo necessidade de reivindicar ordenações ao sacerdócio. Eu gostaria er que deixasse de existir preconceitos e que tosos nos sentíssemos Igreja e aproveitássemos o que Deus nos dá, neste hoje, para crescermos em Igreja, na fé e no amor a Deus.
Expliquei-me?
Olá, Caro Amigo P.e "Confessionário".
A sua "adenda" ao Post foi muito oportuna. Explicou-se, sim Senhor!
Um forte Abraço a Tod@s!
Moçambicano
Apenas um "reparo" para a Teresa:
Tem a certeza que Jesus só escolheu Homens para Discípulos? Não estará a confundir com os 12 Apóstolos, um "sinal" que Jesus quis dar, naquele contexto Judeu, para simbolizar a Totalidade do Povo?
Deixo-lhe esta Meditação (peço desculpa de estar em Espanhol):
"En todo lo que podemos considerar “principio” en la historia de la salvación está la Mujer. Está presente en la creación, hasta el punto de que sólo cuando ella aparece la obra creadora de Dios alcanza su perfección. Está presente cuando llega la plenitud de los tiempos y la Palabra se hace carne. Para que la Palabra pueda entrar en nuestro mundo humano se requiere la presencia de una Mujer íntimamente penetrada por la Palabra. Rechazada por el mundo, la Palabra es rehabilitada por Dios mismo. ¿Y quiénes son las primeras que cobran conciencia de esta rehabilitación divina de la Palabra y anuncian al mundo tan buena nueva? Las Mujeres. Ellas son las primeras testigos de la resurrección de Jesucristo. A ellas se les aparece primero Jesús resucitado. Según Tomás de Aquino el motivo de esta precedencia es porque ellas estaban mejor preparadas que los Varones para entender la maravilla de la vida. Y estaban mejor preparadas porque le habían amado más."
Fr. Martín Gelabert O.P., Páscoa 2012
Um forte Abraço a Tod@s.
Moçambicano
Explicaste sim, muitíssimo bem, padre confessionário... excepto naquela parte(zinha) de o homem poder varrer o chão da igreja, só por uma questão de... paridade (digamos assim).
Diz-me uma coisa: para obviar esta questão; não seria possível recorrer às novas tecnologias e instalar um sistema de aspiração central?
;)
Estou a brincar gente, não me levem demasiado a sério. Mas não nos esqueçamos que existe sempre uma solução, quando achamos que já todas se esgotaram.
http://jardimdeluz.blogspot.com/2013/05/mulheres-na-igreja-hospedes-na-propria.html
Espero que a Maria, não se importe.
Mas cá está algo, para dar razão ao que escrevi antes.
M.
Parece que a ordenação das mulheres é questão suscitada por meia dúzia (ou uma dúzia, três dúzias – isto à dúzia sai mais barato!) de sufragistas maradas, obcecadas em levar ao extremo a igualdade entre os sexos, porque senão somos menos que eles. O sacerdócio é um chamamento de Deus. Dizem. Eu cá não afianço, pois nunca o ouvi. Mas provavelmente porque sou mulher. É que, neste mundo e nestes domínios, só foi dada ordem a Deus para chamar homens. Porque razão será?! Para mim é simples: aqui são exclusivamente os homens os que põem e dispõem. É uma espécie de balneário masculino. Menina não entra (dizem).
É claro que nem todos têm ou podem ter o mesmo papel na Igreja. Mas com que critério é que se faz a distribuição? Com base no género?!
Imaginemos então o Zé das Cruzes, que tem uma intensa vocação sacerdotal, que o acompanha desde o berço. Nunca vacilou. Quer-se dedicar a Deus de corpo, alma e coração. Celebrar missas, casamentos, funerais e etc, é o seu sonho diurno e nocturno. Ensaia eucaristias em casa, embevecido. Pega na mala de cartão e candidata-se. Chega para fazer as provas de aferição e uma mulher e diz-lhe, O quê???? Meu amigo, estás enganado! Repensa toda a tua vidinha, porque aqui não há vaga para ti. Nem vai haver. Isto são coisas só de mulheres! Só elas é que sabem deste fazer. Mas não desanimes, posso arranjar-te, já, já, no imediato, um trabalhinho muito jeitoso como leitor, no coro, a fazer terços ou hóstias. Estás contente?
Ficou o Zé contente?! Ficou com a sacerdotisa presa na glote, muito provavelmente. É como nós as mulheres estamos, nesta matéria. Engasgadas. Não há aqui discriminação? Há e da grossa. Até estou a ver Deus, lá em cima, a abanar a cabeça. Estamos em pleno século XXI, e cada vez com menos luzes. O que se passa convosco, têm medo delas?!
Parece que a ordenação das mulheres é questão suscitada por meia dúzia (ou uma dúzia, três dúzias – isto à dúzia sai mais barato!) de sufragistas maradas, obcecadas em levar ao extremo a igualdade entre os sexos, porque senão somos menos que eles. O sacerdócio é um chamamento de Deus. Dizem. Eu cá não afianço, pois nunca o ouvi. Mas provavelmente porque sou mulher. É que, neste mundo e nestes domínios, só foi dada ordem a Deus para chamar homens. Porque razão será?! Para mim é simples: aqui são exclusivamente os homens os que põem e dispõem. É uma espécie de balneário masculino. Menina não entra (dizem). Elegia da testosterona.
É claro que nem todos têm ou podem ter o mesmo papel na Igreja. Mas com que critério é que se faz a distribuição? Com base no género?!
Imaginemos então o Zé das Cruzes, que tem uma intensa vocação sacerdotal. Acompanha-o desde o berço. Nunca vacilou. Quer-se dedicar a Deus de corpo, alma e coração. Celebrar missas, casamentos, funerais e etc, é o seu sonho diurno e nocturno. Ensaia eucaristias em casa, embevecido. Da boca apenas lhe saem améns e aleluias.
Pega na mala de cartão, quer candidata-se ao seminário maior. Chega para fazer as provas de aferição. Uma mulher diz-lhe, O quê???? O Meu amigo, está enganado! Repense toda a tua vidinha, porque aqui não há vaga para si. Nem vai haver. Isto são coisas só de mulheres! Só elas é que sabem deste fazer. Mas não desanime, posso arranjar-te, já, já, no imediato, um trabalhinho muito jeitoso como leitor, no coro, a fazer terços ou hóstias. São funções de muita responsabilidade, está contente?
Ficou o Zé contente?! Ficou com a mulher presa na glote, muito provavelmente. É como nós as mulheres estamos, nesta matéria. Engasgadas. Não há aqui discriminação? Há sim, e da grossa. Até estou a ver Deus, lá em cima, tonto de abanar a cabeça, a quem põe e dispõe nestas matérias. Estamos em pleno século XXI, e cada vez com menos luzes. O que se passa convosco senhores, têm medo delas?!
Sabe padre, ontem vi-me aflita para mandar um comentário sobre o Zé das Cruzes. Até tive que desligar o computador e reiniciar. Só agora é que percebi que tinha mandado o rascunho. Tinha um texto editado muito mais jeitosinho. Fiquei danada! Mas depois pensei, isto foi por ter chamado "tonto" a Deus, agora Ele resolveu chamar-me tonta a mim! (Os homens que por aqui param que não me oiçam, digo-o apenas a si, porque os anjos não têm sexo, não é assim?)
LOL
(As portas estreitas de Deus Pai)
Quem é que ama!? Quem é que sofre!? A quem é que doem as entranhas quando sabe, que gera vida!? Quem nos dá (a todos) à luz, via porta estreita!? Quem acompanha!? Quem sofre connosco a cada queda, a cada não conseguir!? Quem perdoa a cada falta!? Quem empurra a cada desistência!? (só nos falta um egozito maior)
Eu acho que não seduz às mulheres de Deus, a adoração ao dinheiro! a posição na hierarquia!! Se as mulheres estivessem nas organizações do Vaticano, das dioceses , etc, esses “ templos” estavam cheios de crianças suas e de outros (pretas/ amarelas/ brancas), estavam cheios de velhos seus e de outros, (e Pedro lá pelo meio), os padres nas nossas paroquias não andavam a seguir exemplos de políticos, em pátios dos gentios, e em venerações de procissões. Todos nascemos delas, e os caminhos delas são, os do AMOR, os de querer ser AMPARO. Como Deus pede.
Para mim, tanto me faz, padres, sacerdotisas, casados, celibatários, a procura, ex-padres casados. Mas!!! as mulheres, ao olharem para o que lhes é dado a ver!! das organizações!, nem padres querem ser!!!
Mas! mudanças virão.
Em Roma o Espirito Santo tem feito das suas. Em Portugal não estou a ver aumentos na intensidade da luz!!!!!!!!!!!!!!! Não!!
Houve aqui alguem que disse que nâo existem equipas mistas de futebol.
Não poderia estar mais errado, ora observem:
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abraço!
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