sábado, fevereiro 12, 2011

Como reages à notícia que revela o aumento de 1,4% de padres?

Li ontem esta notícia que coloquei em destaque. Gostava de a propor à reflexão. O objectivo é fazer uma opção na sondagem que está no sidebar, e depois comentar neste post a referida opção.

Vaticano revela aumento de 1,4% no número de padres
Ordenações superam falecimentos e abandonos pela primeira vez desde 1999
Cidade do Vaticano, 11 Fev (Ecclesia) – A nova edição do Anuário Estatístico da Igreja Católica revela um aumento de 1,4% no número de padres em todo o mundo entre 1999 e 2009, adiantou hoje o Vaticano.
O volume, que vai ser apresentado nos próximos dias, elenca 410 mil sacerdotes, dos quais mais de 275 mil diocesanos e cerca de 135 mil de ordens e congregações religiosas.
O «Annuarium Statisticum Ecclesiae 2009» é redigido pelo departamento central de estatística da Igreja e publicado pela Livraria Editora Vaticana. Segundo os dados adiantados esta sexta-feira pela Rádio Vaticano, o número de padres ordenados em 2009 ultrapassou o dos sacerdotes que faleceram ou abandonaram este ministério, situação que não acontecia desde 1999. Na Europa, contudo, o número de mortes continua a ultrapassar o das ordenações sacerdotais.
O novo Anuário Estatístico da Igreja mostra que o número de padres e de católicos aumenta na África, Ásia e América Latina, caindo na Europa e América do Norte.

15 comentários:

Peregrina Repetente disse...

Ora era o que eu suspeitava. Na Europa continuam a diminuir(infelizmente) e aumentam na Asia, America Latina e África. Os seminários ainda continuam a ser uma boa "saída" para os mais pobres, tal como o foi entre nós nos anos 30/40. Resta saber se estes novos sacerdotes foram chamados pela barriga e ficaram pela Fé, ou se pelo contrário foi a fé que os chamou mas foi a Barriga que os fez ficar???

Anónimo disse...

Olá
Num mundo cheio de incertezas a fé continua a ser não a resposta mas o caminho que nos dá esperança.
Resposta sábia e inteligente a da peregrina repetente. Muito realista.

JS disse...

O lançamento da notícia até parece um anúncio do José Sócrates. Só falta dizer que a crise está resolvida...

Claro que o número é positivo, e demonstra a vitalidade do cristianismo em certas regiões geográficas. Mas, no que nos diz directamente respeito, a realidade continua a ser bem diferente.

E números nus e crus, tê-los-emos ainda este ano, quando sairem os resultados do censo à prática dominical.

Todavia, por muito rigoroso e duro que seja o inverno, não deixa de haver nele vida. E se, quando era verão, não tivemos a lucidez de antever a chegada do inverno, e continuamos ainda agora a adiar os ajustamentos necessários para enfrentar a invernia, também é bom não esquecer que é no inverno que se prepara o verão.

Maria Zete disse...

Caro Padre.
Essa é, sem dúvida, uma notícia que deve nos causar alegria.Apesar de ser um aumento pequeno, é um aumento. Peçamos a Deus que esses homens que foram chamados, sejam luz para a vida das pessoas que Deus lhes confiar, que sejam firmes e fortes no caminho que escolheram.

Anónimo disse...

Penso como a Peregrina de 12-02 21:35. Com a crise de empregos é uma boa escolha. Só ministram sacramentos. O resto não é com eles. Casamentos já não há, baptizados poucos e os fazem é a custo e funerais como não gostam mandam os diáconos. às vezes entristece-me a realidade que temos. Só enfia esta carapuça quem vir que lhe serve. O confessionário pode ser diferente como não o conheço não sei. Mas há muitos por aí a quem serve na perfeição.

Al Cardoso disse...

Temos que pedir ao clero de Africa , Asia e America Latina, que venha ate a Europa, prover as nossas necessidades de sacerdotes!
So faram o que nos fizemos ha 500 anos!

Peregrina Repetente disse...

Permita-se que discorde da sua opinião Al Cardoso. Nós quando fomos para Africa e para Asia iamos "Cristianizar" e que eu saiba esses sacerdotes não nos vêm ensinar nada que nós não saibamos.
Pela parte que me toca, e peço imensa desculpa áqueles que por cá andam, preferia ter um sacerdote que dominasse a língua portuguesa, pois o meu pároco(Asiático)não se entende quase nada e já tentei confessar-me a ele e não consegui fazer-me entender.
Por isso continuemos a rezar para que hajam mais vocações nos nossos jovens.

Anónimo disse...

A seara é grande e os trabalhadores são poucos,pedi ao Senhor da Messe que mande trabalhadores para a Sua seara. Provávelmente temos os que merecemos. Quantos de nós fazemos caso da recomendação de Deus e pedimos realmente a vinda de mais trabalhadores? Eu por mim faço mea culpa. Maria Ana.

Anónimo disse...

Reajo com naturalidade.
"O Espírito sopra onde quer"...
Há muito tempo que peço aos meus paroquianos que rezem pelas vocações de consagração.
Mas não lhes digo: "Peçam muitas vocações"! Digo-lhes sim: "Peçam vocações segundo a vontade de Deus"!
Sou sacerdote e não temo a diminuição de vocações neste ocidente industrializado. Quem sabe: não será a sua diminuição um sinal dos tempos e vontade de Deus!?
Para uma Igreja renovada e renovadora sobejam ainda muitos padres!

À Peregrina Repetente gostaria de dizer que apesar da sua opinião ter fundamentos válidos e numa perspectiva ser verdadeira, não deixa de ser redutora: em casa dos meus pais nunca passei fome; aliás, comia menos e pior no Seminário.

Um abraço.
LPS

Anónimo disse...

LPS

Não estamos a falar da comidinha da mãe...

Alguns são excelentes -poucos- os que dão testemunho por atos do que dizem no ambão. Mas é uma esmagadora minoria. A regra é fazerem dos fiéis pacóvios.

De ministros do sagrado e da beleza passam a medíocres mensageiros de nada. Obrigada por nos deixar aqui ser verdadeiros e não fazer a censura dos comentários tão usual nos blogues de alguns colegas seus.

Confessionário disse...

OLá, anónimo último,
às vezes tb faço alguma censura, sobretudo quando se dizem disparates sem dar opiniões (só por dizer!), quando o objectivo do comentário é denegrir ou magoar as pessoas dos comentadores ou do autor do blogue (porque infelizmente ainda há quem use estes espaços para soltar os seus recalcamentos!).

Mas por norma, mesmo que hajam pequenos ataques e se note que se trata de discutir ou defender uma opinião, deixo passar.

São de facto pouquíssimos, mas de vez em quando tb não deixo passar um ou outro comentário.

Confessionário disse...

Amigos, eu quis partilhar esta reflexão convosco, exactamente porque ela mexeu comigo. Deixou-me a pensar, deixou-me apreensivo. Quase me deixou sem reacção.

Por um lado há uma alegria latente pelo número.
Por outro uma tristeza pela realidade que nos é mais próxima: "Na Europa, contudo, o número de mortes continua a ultrapassar o das ordenações sacerdotais. O novo Anuário Estatístico da Igreja mostra que o número de padres e de católicos aumenta na África, Ásia e América Latina, caindo na Europa e América do Norte."
E as questões que andam à volta destas duas realidades, a nossa e a de África, Ásia e América Latina, levam-me a pensar. Inclusive me faz pensar no que Deus quer de nós: nós Igreja do ocidente e nós Igreja do mundo inteiro.
E será que precisamos mais padres? E que padres está a precisar a Europa?
Sei lá, amigos, são tantas as questões que, de facto, fiquei apreensivo, a pensar, quase sem reacção!

Anónimo disse...

"Ao abrigo da Lei do Retorno, de 1952, todo o judeu — entendido como filho de mãe judia — pode adquirir a nacionalidade israelita. E houve vários padres católicos, filhos de mãe judia, que requereram a nacionalidade ao abrigo dessa lei. Aí os tribunais israelitas acrescentaram a condição de não conversão a outra religião. Claro que esses padres poderiam adquirir a nacionalidade israelita, mas pelo processo normal."


o que é que estes "padres" estavam a fazer na igreja?

Anónimo disse...

filme sobre a chacina de cristãos no norte de africa:

Of Gods and Men and Heroism of Faith (Des hommes et des dieux)

de Xavier Beauvois


Ganhou o Grand Prix no festival de Cannes

Anónimo disse...

É uma das profissões mais fáceis de serem exercidas atualmente: casa grande, carro do ano, empregada diariamente, mestrados e doutorados pagos e com acesso facilitado, estatus social e religioso, não há quase ninguém para atender, pois atendem mal, e ainda, em lugares pobres, sacerdócio é sempre uma excelente oportunidade para se livrarem das dificuldades financeiras, da lavoura, do trabalho duro. Infelizmente, mas verdadeiro. Por aqui, não se vê padres com espiritualidade e nem com real vontade de atender aqueles que os procuram. Não devem ter entrado por vocação, mas por fuga.