sábado, março 17, 2018

Sabemos pouco da vida

Sabemos muito pouco da vida. O destino precede-nos como a sombra que caminha à nossa frente. O mundo domina-nos. Não somos nem o seu dono nem o patrão que lhe paga o salário. Somos o seu empregado. Dizemos que nos entregamos nas mãos de Deus, mas não lhe conhecemos o tamanho, a cor, as rugas, os calos e o calor que delas imana. Dizemo-lo porque a vida nos ultrapassa e não sabemos como a dominar. Vamos vivendo como se não morrêssemos. Como se estar aqui fosse habitar uma selva onde se sobrevive a pensar na hora em que somos apanhados numa armadilha. 
E alguém é capaz de perguntar se também os padres não sabem da vida quando têm uma ligação especial ao outro lado da vida. Não sei se têm ou não uma ligação especial com esse lado. Se têm explicações da fé para a vida. Apenas posso falar por mim. O que me parece é que pouco perguntamos da vida e pouco sabemos dela. Vivemos. Uns de forma mais consciente ou consistente, e outros vão andando sem saber porquê. Pessoalmente gostava de entrar nas entranhas mais profundas de Deus para perceber esse porquê. Para entender o que não entendo da vida. Também eu me entrego nas suas mãos. Mas preferia entregar-me ao seu coração.

45 comentários:

Anónimo disse...

sem comentários,simplesmente lindíssimo,todo este questionamento,.

Anónimo disse...

Tenho algumas respostas a haver de Deus... Respostas que sei que não vou ter enquanto aqui caminho... Enquanto vivo. Como dizes... E o que não tem remédio.. Remediado está.
Portanto resigno-me a esta "ignorância" em que Ele nos quer. Na grande certeza porém, que um dia, na Hora designada por Ele, terei as minhas respostas... Não devemos por "a carroça à frente dos bois" :-)

Um bjinho conf.

SL

Anónimo disse...

Muito bem feita esta colocação, por sabermos pouco da vida, sei que ainda estou a buscar, e por sinal cada dia e uma lição, e quem convive com vários estilos de pessoas sofre mais ainda.TEM DIAS QUE ME BATE UMA TRISTEZA POR DEPARAR COM PESSOAS MAL HUMORADAS e PREPOTENTES, mas parecem que vão morrerem e devem ir sozinhas pro buraco ou sei la pra onde, distrata a gente sem pensar no que outro tem sentimento, hoje mesmo me senti uma imprestável diante de um idoso e de um jovem, esses sei que cada um tem la suas fobias entendo.eu que sou tonta por querer ser prestativa ao extremo. Mas ambos precisam da gente para que eles seguirem suas vidas. Nao são meus olhos que choram e sim por dentro que sangra quando deparamos com certas situações. Mas existe pessoas com talentos de humanismo por varias etapas da vida.

francisco disse...

Sr.padre, que texto tão triste, com falta de horizonte e da vida de Deus. Por favor dê-nos o horizonte do Céu, do Ele que nos revelou e ensinou e de que temos a certeza porque n'Ele acreditamos.

Nós não somos empregados do mundo porque ninguém pode servir a dois Senhores, ou servimos a Deus ou o mundo. No mundo praticamos a Caridade no serviço de Deus, em amor e por amor de Deus.

"não lhe conhecemos o tamanho, a cor, as rugas, os calos e o calor que delas imana" Por ventura não acreditamos no Senhor? Se o conhecermos conhecemos o Pai. E o Senhor deu-nos tudo o que precisamos nesta vida para O conhecer.

"a vida nos ultrapassa e não sabemos como a dominar", porque nos deixamos levar pelo mundo. Se nos colocar-mos verdadeiramente em Deus não nos domina e ultrapassa. Sabemos como a dominar e o que significa: Deus criou-nos por amor, para O amar e conhecer, é Ele o principio e meta da nossa existência.

"Não sei se têm ou não uma ligação especial com esse lado. Se têm explicações da fé para a vida.", não têm? Somos discípulos de Quem?

Tudo parece andar à volta de um sentimentalismo que coloca o «Eu» no centro de tudo.

O ser-se cristão compreende-se nestas palavras do Senhor: "Esta é a vida eterna: que te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem Tu enviaste" (Jn 17, 3). Portanto, o zelo da Igreja, por meio de seus sacerdotes e pastores em geral, foi e deve continuar a ser que os fiéis realmente desejem conhecer Jesus Cristo e Ele Crucificado, e que eles acreditem, piedosamente e com grande convicção, que não existe para os homens nenhum outro nome pelo qual nos podemos salvar.
O próprio Jesus Cristo é vítima da propiciação pelos nossos pecados, e sabemos que o conhecemos se guardarmos os Seus mandamentos, a fim de caminharmos pelo caminho que nos ensinou, e vivermos em Caridade, praticando a justiça, a piedade, a Fé e a humildade.

Nosso Senhor não só nos ensinou como mostrou pelo Seu exemplo, que a Lei e os Profetas se resumem na caridade, e este é o fim dos Mandamentos e o cumprimento da Lei, para o qual sua realização nos levará a amar a imensa bondade de Deus por nós, e a entender que a verdadeira felicidade consiste nestas palavras do Salmo (72, 25): "quem eu tenho no céu? Fora de Ti, eu não quero nada na terra". O Senhor quer que toda a nossa vida seja ordenada para a caridade. Mas, para isso é necessário conhecer a Lei do Senhor, os seus ensinamentos, as suas Palavras, os seus Mandamentos.

É esta a vida: amar e viver em Deus, colocando o próximo nesse amor de Deus.
No mundo quem reina é o princípe deste mundo, o que seduz, dá-nos dúvidas e tentações. Deus dá-nos confiança, certezas, a Verdade, e é ela que nos torna livres.

Anónimo disse...


Sr. Francisco, acabo de ler o seu comentário... Estou exasperada... O Sr. não fraqueja?

O próprio Jesus fraquejou por momentos...

SL

francisco disse...

Anónima, não no sentido de me considerar empregado do mundo, falar de Deus como se não O conhecessemos e Ele não nos tivesse revelado o que precisamos para esta vida, que a vida nos ultrapassa e domina sem um sentido ou explicação e de que a Igreja não tem explicações sobre a Fé e a vida. Como se o fraquejar fosse da revelação de Deus, em que tudo é subjectivo e dependente dos nossos sentimentos e intuições.
Quanto a fraquejar tendo questões a colocar, hesitar, desanimar, enfraquecer, sim também fraquejo. Mas para isso existem a Fé e a Esperança, a confiança em Cristo, na Sua Igreja e nos sacramentos que nos ajudam a prosseguir o caminho, a ter sempre no horizonte a meta que o Senhor nos alcançou.
Eu posso fraquejar como qualquer pessoa mas o que o Senhor nos ensina e alcançou não fraqueja, continua como uma luz acesa pronta para nos iluminar.
E a Igreja é a barca segura para nos ajudar quando fraquejamos e desorientamos, todavia se nos seus membros o sal perder o sabor e a luz enfraquecer resta-nos rezar por eles e por nós, recordando a todos que o Senhor continua na barca connosco.

Anónimo disse...

Olhe que a barca não é um todo vapor xpto. E até o Titanic se afundou...

Anónimo disse...

“ falar de Deus como se não O conhecessemos e Ele não nos tivesse revelado o que precisamos para esta vida” Permita-me discordar Francisco. Deus não se revela de uma só vez… Vai se revelando, tanto quanto o nosso coração deixar.
Os Sacerdotes não são Deus, são Seus instrumentos e também eles têm que fazer caminho para que Ele e a sua Vontade se faça revelar.
A dúvida não nos faz empregados do mundo, faz-nos escravos de um coração… o nosso, onde reside a esperança, a alegria, a caridade, mas também a compaixão, a dor pelo nosso sofrimento e pelo dos outros, por todo mal que vimos. Balançamos entre o bom e o mau, e Deus… vai-se revelando.
“..todavia se nos seus membros o sal perder o sabor e a luz enfraquecer resta-nos rezar por eles…” Pedro negou Jesus, Tomé teve que ver para crer… Os caminhos Dele são insondáveis.

SL

francisco disse...

SL, percebo o que quer dizer mas encontram-se aqui duas coisas distintas.

A Revelação de Deus terminou com a morte do último Apóstolo. Não existem novas revelações. A Verdade da Fé cristã foi revelada aí, desde Jesus até à morte do último Apóstolo e essa Verdade é a mesma e igual para cada um de nós. Não depende de nós nem dos nossos sentimentos e intuições e é a mesma pelos séculos fora.

O que será um caminho a percorrer é o que cada um de nós faz para conhecer e chegar até à Verdade. E aí sim podemos ter dúvidas e compreender melhor uns aspectos do que outros mas isso não faz com que existam diferentes verdades ou diferentes revelações faseadas de Deus para cada um. Nós é que vamos descobrindo aos poucos.

Não podemos confundir o nosso caminho e aprendizagem com Deus, como se pelo facto de eu não compreender a vida ou a Fé não existissem explicações para elas, Deus não nos o tivesse revelado e a Igreja não soubesse explicar.

A Igreja tem explicação para a vida, a Fé, tem até para o sofrimento inocente, tem uma explicação racional da confirmação da existência de Deus, etc. Pelo facto de eu não saber isto não quer dizer que Deus ainda se tenha de revelar e estejamos perdidos no mundo.

É como indiquei o problema do «Eu», andamos sempre à volta de nós e à procura das respostas dentro de nós quando essas respostas já nos foram dadas. É sentimentalismo, é o problema de partirmos do agnosticismo e da imanência vital para procurarmos Deus. Como não saimos de nós reduzimos Deus a nós mesmos e às nossas limitações, quando para O conhecermos devemos é conhecer o que nos revelou: Jesus.

Anónimo disse...

Não concordo com o Francisco.
Peço desculpa porque não o quero magoar e porque me parece bem intencionado.
Mas sempre que fala, parece que tem todas as certezas e está sempre a defender a ICAR como se a doutrina e a instituição fossem mais importante que Deus.
Posso estar enganada, mas é o que parece, sr Francisco.
Mais uma vez, as minhas desculpas.

francisco disse...

É como estar aqui a comentar e a ler o blogue. Cada um de nós vai ficar com uma ideia diferente do sr.padre Confessionário. Mas isso não faz com ele seja diferente para cada um de nós ou que o conhecimento dele dependa apenas "revelação" que vamos tendo aqui.
O sr.padre Confessionário é um só, igual para todos independente do que possamos ficar a conhecer e descobrir aqui.
Para realmente conhecermos o sr.padre Confessionário não podemos ficar apenas pelo que lêmos aqui e comentamos, isso é não sair de nós.
Para realmente conhecermos de verdade o sr.padre Confessionário temos de ir ter com ele, conhecê-lo pessoalmente, vê-lo e escutá-lo.

De forma semelhante é com Deus. Como não podemos ir ao Céu conhecê-Lo e voltar temos de ir onde Ele se revelou: com Jesus até à morte do último Apóstolo.
E esse é o encontro com a Verdade, está lá tudo o que precisamos de saber nesta vida para O conhecer, de forma plena será só no Céu. É o depósito da Fé que é transmitida de geração em geração ao longo dos séculos e do qual a Igreja é depositária.

francisco disse...

Anónima 11:41, não tem problema, faz bem em dar a sua opinião.
A Igreja e a doutrina não são mais importantes do que Deus mas são importantes para O conhecer. Sem elas conhecemo-nos apenas a nós mesmos, criamos um Deus à nossa maneira e salvamo-nos a nós mesmos.

Não sou eu quem tem certezas, é o que o Senhor nos diz. Por favor veja o Evangelho:
"Faz que eles sejam teus inteiramente, por meio da Verdade; a Verdade é a tua palavra." (João 17, 17)
"Não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer em mim, por meio da sua palavra, para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste." (João 17, 20-21)

Veja o que o catecismo indica o que é a Fé:
386. O que é a fé?
A fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos revelou e que a Igreja nos propõe para acreditarmos, porque Ele é a própria Verdade. Pela fé, o homem entrega-se a Deus livremente. Por isso, o crente procura conhecer e fazer a vontade de Deus, porque «a fé opera pela caridade» (Gal 5,6).

Por aqui se vê que existe apenas uma Verdade que é igual para todos, a qual devemos procurar conhecer para podermos ficar a conhecer Deus.

francisco disse...

Sobre a importância da Igreja isso vem das Sagradas Escrituras, o Senhor apresenta-nos a Igreja como a Sua Esposa, porque haviamos de os querer separar?

O Apóstolo São Paulo apresenta a Igreja e cada fiel, membro do seu Corpo, como uma esposa «desposada» com Cristo, para formar com Ele um só Espírito. Ela é a Esposa imaculada do Cordeiro imaculado que Cristo amou, pela qual Se entregou para a santificar.

"sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela."

"E o Senhor disse: «Simão, Simão, olha que Satanás pediu para vos joeirar como trigo. Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos."

Quem nos quer separar da Igreja é o principe deste mundo.

Certamente entre nós e todos os membros da Igreja temos defeitos, mas não deixa de ser a Esposa do Senhor, a que no Credo dizemos que é Una, Santa, Católica, Apostólica. E se por ventura existem defeitos ajudemos a corrigir.

Podemos ir-nos separando e deixando a Igreja, o Credo, a doutrina, etc. mas isso é ir deixando o Senhor para nos colocarmos a nós mesmos no centro de tudo. É o que o principe deste mundo quer.

Anónimo disse...


Francisco,

"A Igreja tem explicação para a vida, a Fé, tem até para o sofrimento inocente, tem uma explicação racional da confirmação da existência de Deus, etc"

Não, a Igreja não tem explicação para o sofrimento inocente... Tem misericórdia, isso sim tenho encontrado. A Fé não precisa de explicações racionais...

Não vou mais argumentar... dou-me por vencida :-). Temos posturas diferentes. Sim sou uma sentimentalista, sou intuitiva, como diz... Procuro amar a Deus nos outros, consciente das minhas limitações, da minha ignorância.

Tal como a anónima 11:41, não tenho dúvida da sua boa intenção. Agradeço-lhe as suas palavras, sem dúvida pertinentes e que me fizeram reflectir.

Desejo-lhe uma Santa Páscoa.

SL

Confessionário disse...

Boa tarde, Francisco
O problema da Igreja que muitas vezes defendes é que se põe a ela no centro do mundo e de tudo e não põe Deus no centro. Ela é um dos seus instrumentos privilegiados, mas não é Deus. Ela serve a Deus e não pode servir-se d'Ele. Mas o que tem acontecido muitas vezes é isso, quando se põe tudo o que a Igreja diz, do alto da sua autoridade, acima do próprio Deus. A Igreja deve conduzir a Deus e não a si mesma.
Mas isso também não nos deve levar a vivermos uma fé secularista, ou seja, em privado. Precisamos dos outros, e por conseguinte, da Igreja. E assim estamos a caminho... todos, leigos, padres, bispos, Papa, e até aqueles que não têm fé, mas que Deus ama.
E tudo isto não tem nada a ver com o texto que escrevi, um texto que fala do sem sentido da vida para muita gente que se limita viver, da ausência de Deus do qual até se pode falar, mas como uma entidade e não como é, do caminho que todos precisamos trilhar, com menos certezas que não seja o Amor de Deus. Às vezes dá a sensação de que alguns já sabem tanto de Deus que se limitam a falar d'Ele sem falar com Ele.
Era bom que todos os dias nos perguntássemos por Deus e pela vida que nos deu...

Anónimo disse...

Obrigada, padre, por esta clarificação que escreveste no comentário. Gostei mesmo...
bj

francisco disse...

Obrigado SL, uma Santa Páscoa também para você.
Pode acreditar que a Igreja tem resposta para essa situação difícil.
Um ponto importante é não confundirmos Igreja como sendo igual apenas à soma dos seus membros (leigos+padres+bispos+Papa+etc.). A Igreja é Santa e nós muitas vezes temos dificuldade em o ser, vamos tentando.
A Igreja tem as explicações e respostas, muitos dos seus membros infelizmente não têm.

Continue nesse bom caminho, é bom ter sentimento, intuição e entrega. Ao mesmo tempo é importante ter a certeza de que Deus nos deu a Verdade que podemos conhecer e onde podemos ir obter as respostas de que necessitamos. Onde podemos ver se estamos realmente a conhecê-Lo e a ser como Jesus: seguir a vontade do Pai.

francisco disse...

Boa tarde sr.padre, nos meus comentários indiquei isso mesmo, a Igreja conduz-nos a Deus, não indiquei que fosse mais importante ou que ela se colocasse como sendo mais importante. Pelo contrário, ela valoriza Deus porque conhece a Verdade que Ele revelou e segue fielmente a missão que recebeu: como Mãe e mestra de todos os povos, ao longo dos séculos, chama-nos para o seu seio e para o seu amor, de forma a que os Homens encontrem uma plenitude de vida mais elevada e o penhor seguro de salvação. A esta Igreja, "coluna e fundamento da verdade" (cf. 1 Tm 3, 15), o seu Fundador santíssimo confiou uma dupla missão: de gerar filhos, e de os educar e dirigir, orientando, com solicitude materna, a vida dos indivíduos e dos povos, cuja alta dignidade ela sempre desveladamente respeitou e defendeu. (Adapto aqui as belas palavras do Papa São João XXIII na Mater et Magistra).

Tem tudo a haver com o texto porque nele parece que tudo é subjectivo, não temos explicações, não se sabe e a Igreja pouco sabe, seguimos apenas pelo mundo. E por isso no primeiro comentário pedi "Por favor dê-nos o horizonte do Céu, do que Ele nos revelou e ensinou e de que temos a certeza porque n'Ele acreditamos.".

De que serve o caminho se não soubermos para onde vamos e se vamos como Deus nos pede? E ainda mais importante qual é o destino a que podemos chegar desconhecendo a Verdade?
E o que é o Amor de Deus sem saber o rumo nem qual o destino, não fará a Verdade e o conhecimento dela parte desse Amor?

Sem uma Fé firme, luminosa e a esperança na vida eterna, ficamos apenas pelo horizonte humano em busca da aprovação do mundo. Sem a Igreja como lugar da Esperança empobrecemos todos, desliga-se a luz e duvidamos.

Sobre "alguns já sabem tanto de Deus que se limitam a falar d'Ele sem falar com Ele" não sei, não vou julgar e não sei se falam ou não com Ele. Mas sei que a boca fala da abundância do coração.

Confessionário disse...

Francisco, não tenho mais nada a acrescentar para além do meu anterior comentário.

Um abraço amigo

Anónimo disse...

O nosso Deus pra quem crer esta em todas partes, esta vivo entre todas as coisas, deixe o céu para o infinito, os mistérios da vida somente ELE o grande sabedor, somos eternos aprendizes,
o transporte para trazer o homem a terra e uma mulher, então seremos gratos pela natureza DIVINA basta. Viver o hoje como se não houvesse o amanha, que esta nas mãos DELE.

francisco disse...

Obrigado sr.padre, um abraço amigo também para o sr.padre.

Vou só acrescentar dois pontos que ontem não tive tempo e podem ser úteis para quem quiser reflectir, dar um pouco de luz a este nosso caminhar.

O primeiro é o que poderá ser uma contradição, a mensagem não nos estar a chegar bem ou eu não estar a compreender. Indica-nos que o importante é caminhar na certeza do Amor de Deus e já nos tinha indicado que a Igreja é só o sacramento de salvação de Cristo, o importante é Cristo.
Não existe aqui uma contradição? Pois os sacramentos são uma expressão e dom do Amor de Deus, é como Deus querer dar-nos um abraço e dizermos que o abraço não é importante, é só um abraço, o importante é o Amor de Deus.

O segundo ponto é o que é caminhar na certeza do Amor de Deus sem outras certezas? Não se corre o risco de substituir o Amor de Deus pelo que considerarmos ser a nossa felicidade? De colocarmos o amor no lugar de Deus?

Para caminharmos na certeza do Amor de Deus devemos querer conhecê-Lo e saber como nos ama, o que nos deu por amor e para nos ajudar a amar, o que nos pede.

Por favor, leiam a 1ª Carta do Apóstolo São João que tão bem explica o que é caminhar na certeza do Amor de Deus:
http://www.capuchinhos.org/biblia/index.php/1Jo_1

Leiam-na do princípio ao fim, coloco aqui apenas alguns pontos:

"Sabemos que O conhecemos por isto: se guardamos os seus mandamentos. Quem diz: «Eu conheço-o», mas não guarda os seus mandamentos é um mentiroso e a verdade não está nele; ao passo que quem guarda a sua palavra, nesse é que o amor de Deus é verdadeiramente perfeito; por isto reconhecemos que estamos nele. Quem diz que permanece em Deus também deve caminhar como Ele caminhou." (1 Jo 2,3-6)

"Quanto a vós, procurai que em vós permaneça o que ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também vós permanecereis no Filho e no Pai. E esta é a promessa que Ele nos fez: a vida eterna." (1 Jo 2,24-25)

"Por isto conheceremos que somos da verdade e, na sua presença, sentir-se-á tranquilo o nosso coração, mesmo quando o coração nos acuse; pois Deus é maior que o nosso coração e conhece tudo. Caríssimos, se o coração não nos acusa, então temos plena confiança diante de Deus, e recebemos dele tudo o que pedirmos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que lhe é agradável.
E este é o seu mandamento: que acreditemos no Nome de seu Filho, Jesus Cristo e que nos amemos uns aos outros, conforme o mandamento que Ele nos deu. Aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele; e é por isto que reconhecemos que Ele permanece em nós: graças ao Espírito que nos deu." (1 Jo 3, 19-24)

"Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele.
É nisto que em nós o amor se mostra perfeito: em estarmos cheios de confiança no dia do juízo, pelo facto de sermos neste mundo como Ele foi." (1 Jo 4, 16-17)

"Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo nasceu de Deus; e todo aquele que ama quem o gerou ama também quem por Ele foi gerado.
É por isto que reconhecemos que amamos os filhos de Deus: se amamos a Deus e cumprimos os seus mandamentos; pois o amor de Deus consiste precisamente em que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são uma carga, porque todo aquele que nasceu de Deus vence o mundo. E este é o poder vitorioso que venceu o mundo: a nossa fé. E quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?" (1 Jo 5, 1-5)

Confessionário disse...

Francisco, está no seu direito de dar a sua opinião!

francisco disse...

Anónimo (20 março, 2018 23:40), pode olhar ainda mais longe pois o amor divino é ainda mais maravilhoso.

Deus ama-nos de muitas maneiras, através da sua providência: na vida natural, no ar que respiramos, no nosso próximo, etc. Deus nos dá tantas coisas, mas há um amor no qual Deus se dá a si mesmo, fazendo-nos participar da sua natureza divina: esse amor é chamado de "graça", e é um amor que transcende todos os outros amores.

Se ficarmos por "tudo é graça", se não fizermos as distinções apropriadas, corremos o risco de cair no panteísmo e naturalismo: porque, se tudo é graça, nada é graça: se não existe um primeiro plano (a ordem natural e o amor providencial), não existe o segundo (a ordem sobrenatural e a graça).

Além da Providência, existe um amor incomum, especial de Deus. E esse amor está contido na Eucaristia, é participação na Sua vida e no Seu amor, é o que nos conduz à verdadeira Caridade.

francisco disse...

Obrigado sr.padre pela generosidade de nos dar este espaço de partilha, podermos comentar e dar a nossa opinião.
Espero que mais do que a minha consiga mostra a d'Aquele sem o qual não teriamos direitos, liberdade, nem opinião:

"Naquele tempo, dizia Jesus aos judeus que tinham acreditado n’Ele: «Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará». Eles responderam-Lhe: «Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como é que Tu dizes: ‘Ficareis livres’?» Respondeu Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: Todo aquele que comete o pecado é escravo. Ora o escravo não fica para sempre em casa ; o filho é que fica para sempre. Mas se o Filho vos libertar, sereis realmente homens livres." (do Evangelho de hoje, Jo 8, 31-36)

Anónimo disse...


É caso para dizer...

Chuva volta estás perdoada!

Paulina Ramos disse...

Com base na minha humilde experiência diria que nada sabemos da vida mas julgamos saber tudo!
Paulina

francisco disse...

O catecismo confirma que não faz sentido indicar que a Igreja é só o Sacramento Universal de Salvação.

No ponto 776 onde explica o que é a Igreja como sendo Sacramento Universal de Salvação indica:
"Como sacramento, a Igreja é instrumento de Cristo...É o projecto visível do amor de Deus para com a humanidade, segundo o qual Deus quer «que todo o género humano forme um só povo de Deus, se una num só Corpo de Cristo e se edifique num só templo do Espírito Santo."

É dom de Deus, é na Igreja que Deus quer reunir o Seu povo para o trazer para mais próximo de Si.

O Papa Beato Paulo VI, na Ecclesiam Suam, dá a seguinte introdução que nos ajuda a perceber o que se passa:
"Tendo Jesus Cristo fundado a sua Igreja, para ser ao mesmo tempo mãe amorosa de todos os homens e medianeira de salvação, vê-se bem o motivo por que, no decurso dos séculos, lhe deram provas de especial amor e a ela dedicaram particular solicitude todos os que se interessaram pela glória de Deus e pela salvação eterna dos homens. Entre esses notabilizaram-se, como era natural, os Vigários na terra do mesmo Cristo, numerosíssimos bispos e sacerdotes, e multidão inumerável de bons cristãos."

O amor que se expressa pela Igreja deve-se ao amor dos Homens pela glória de Deus e pela salvação eterna de cada um de nós.
Quem não se interessa pela glória de Deus nem pela salvação eterna dos Homens é o principe deste mundo, que nos seduz com o mal disfarçado de bem:
A Igreja não é importante, Cristo é que é importante.
É Mal disfarçado de Bem, como se ao desvalorizarmos a Igreja não estivessemos a desvalorizar Cristo e a desvalorizar o que Deus nos dá por amor.

Por favor, escutem pelo menos o Papa Francisco:
"O Papa Francisco convidou hoje os católicos a combater o diabo com a “armadura” da verdade e da justiça, rejeitando que se esteja diante de um “mito”."
"Fizeram crer a esta geração - a tantas outras - que o diabo era um mito, uma figura, uma ideia, ideia do mal, mas o diabo existe e nós temos de lutar contra ele”

http://www.agencia.ecclesia.pt/noticias/vaticano/vaticano-diabo-nao-e-um-mito-diz-o-papa/

Desvalorizar a Igreja é desvalorizar Cristo e ter apenas «certeza no Amor de Deus» é criar um Amor tão genérico, sem saber como nem porquê, sem mais certezas, que na prática se traduz na adoração do Homem pelo próprio Homem.

É Mal disfarçado de Bem.

Deus indicou-nos como, porquê e para quê, deu-nos os meios e o Senhor com os Seus ensinamentos e exemplo nos mostrou como se pode amar a Deus e como podemos aprender a amar mais a Deus. Para que a partir daí sim possamos amar de verdade o próximo, nesse amor Deus e por amor de Deus.

Quando compreendermos isto seremos verdadeiramente livres, já não estaremos presos a esta incerteza sem rumo que o texto da postagem nos lembra.

Por favor, vinde para a Casa do Pai, a Igreja que é Una, Santa, Católica e Apostólica, coluna e fundamento da Verdade, Mãe amorosa de todos os Homens e penhor seguro de Salvação. Aquela que sabe, explica e ensina e que por isso mesmo sabe ser acolhedora, misericordiosa e paciente, como o Papa Francisco nos pede.

francisco disse...

"7. A melhor resposta à revelação de Deus é a « obediência da fé (Rom 1,5; cf. Rom 16,26; 2 Cor 10,5-6), com a qual o homem se entrega livre e totalmente a Deus, oferecendo a Deus “revelador a submissão plena da inteligência e da vontade” e dando voluntariamente assentimento à revelação feita por Ele ». A fé é um dom da graça: «Porque para professar esta fé, é necessária a graça de Deus que previne e ajuda, e os outros auxílios internos do Espírito Santo, o qual mova e converta para Deus os corações, abra os olhos da alma, e dê “a todos a suavidade no aderir e dar crédito à verdade” ».
A obediência da fé comporta a aceitação da verdade da revelação de Cristo, garantida por Deus, que é a própria Verdade: « A fé é, antes de mais, uma adesão pessoal do homem a Deus; ao mesmo tempo e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade que Deus revelou ». A fé, portanto, « dom de Deus » e « virtude sobrenatural por Ele infundida », comporta uma dupla adesão: a Deus, que revela, e à verdade revelada por Ele, pela confiança que se tem na pessoa que o afirma. Por isso « não se deve acreditar em mais ninguém, a não ser em Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo ».
Deve, portanto, manter-se firmemente a distinção entre a fé teologal e a crença nas outras religiões. Se fé é aceitar na graça a verdade revelada, « que permite penetrar no seio do mistério, favorecendo a sua inteligência coerente », a crença nas outras religiões é o conjunto de experiência e pensamento, que constitui os tesouros humanos de sabedoria e de religiosidade, que o homem na sua procura da verdade ideou e pôs em prática em referência ao Divino e ao Absoluto."

Congregação para a doutrina da Fé, Dominus Iesus, 6 de Agosto de 2000

Eis a explicação do magistério da Igreja:
Fé é aceitar na graça a verdade revelada enquanto o conjunto de experiência, pensamento e sentimentos é apenas crença religiosa. Não é Fé, é apenas uma busca do «Eu» que anda à volta de si mesmo à procura que Deus se revele.

Quanta falta fazem os discípulos do Senhor, que ensinem e expliquem, que nos ajudem a encontrar o que Deus nos revelou, não nos deixando perdidos em nós mesmos.

"Ora, como hão-de invocar aquele em quem não acreditaram? E como hão-de acreditar naquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, sem alguém que o anuncie? E como hão-de anunciar, se não forem enviados? Por isso está escrito: Que bem-vindos são os pés dos que anunciam as boas-novas!" (Rm 10, 14-15)

Paulina Ramos disse...

Francisco, desculpe a ousadia, mas felizes os que não sabem, não compreendem e desconhecem tudo o que atrás, tão demoradamente, explicou.. Creio que é desses o Reino do céu.

Confessionário disse...

Francisco, esta insistência desnecessária e persistente, de facto, dá a sensação que o seu objectivo pode não ser assim tão bem intencionado, como parecia à partida. Dá a sensação que vem aqui para me corrigir e ensinar, ou então para difundir as suas ideias como se os outros estivessem todos errados.
Aceitarei sempre opiniões e formas de ser Igreja diferentes da minha, assim como aceitarei que nem sempre terei a razão (como digo tantas vezes, eu tb estou a caminhar!), mas tenho alguma dificuldade em aceitar que use este espaço como se intui que o tem usado.
Parece que o seu interesse é exclusivamente preservar aquela que pensa que é a doutrina da verdade e por isso faz reparos constantes apenas em textos que possibilitam isso. Assim sendo, não estamos de facto em sintonia, mesmo sendo irmãos na mesma Igreja de Cristo.
E já agora, deixe-me dizer-lhe que, além da experiência de vida pastoral, tanto nas minhas paróquias como nos encargos diocesanos, possuo estudos suficientes para que as minhas afirmações sejam garantidamente fundamentadas.

Paulina Ramos disse...

Confessionário,
Concordo com esta última intervenção.
Desejo-te uma Santa Páscoa.
Um forte e terno abraço!

Anónimo disse...

Confessionário, estou de acordo com a Paulina e partilho da sua última intervenção.

Anónimo disse...

Uma Santa Páscoa conf.

SL

francisco disse...

Sr.padre, o que é certo é que não é correcto indicar-se que a Igreja é só o Sacramento Universal de Salvação.
Estando bem fundamentado poderia responder-me e indicar-me onde estão errados os meus comentários ou reconhecer o que estiver certo, seria mais proveitoso do que simplesmente julgar intenções e defeitos de forma.
Eu também não esperava que fosse necessário indicar o que a Igreja ensina. Pensava que a troca de opiniões neste espaço fosse como padre católico.
Não compreendo, o que tem contra a doutrina da Verdade?
"Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz." (Jo 18,37).

Desculpe-me a forma e intenção mas não posso ficar indiferente, uma coisa são formas diferentes de ser Igreja outra são formas contra a Igreja. O mandato evangélico de Jesus não é meramente acariciar as pessoas e fazê-las felizes. Por favor pense pelo menos naqueles que vivem afastados, longe da Casa que também é deles e para eles, pois apenas vêem banalização, humanismo, sentimentalismo, fraternidade humana quando deviam de ver Caridade sobrenatural. O que vêem no mundo é o que vêem na Casa que devia de ser de oração.
O mundo usa-os como objectos sem valor e os membros da Igreja em vez de os alertar, encaminhar, ensinar e ajudar ficam como Aarão a ajudar a construir um altar diante do ídolo.
O mundo passa mas a Verdade fica, e as novas gerações vão encontrá-la por mais que alguém a queira esquecer, construindo uma Igreja dos Homens.

Continuação de boa Semana Santa e uma Boa Páscoa para todos, desculpem-me então a insistência.

Confessionário disse...

Meu amigo,
1. a Verdade é Jesus.
2. a fé é a adesão a essa pessoa que é Jesus (não se adere a ele com assentimentos mas com amor)
3. a Igreja não é só sacramento universal de salvação
4. assim como não é o mesmo que o mundo, mas vive para construir o Reino nesse mundo
5. sou um padre católico com defeitos e virtudes, mas sou-o pela consagração e sacramento da Ordem
6. Não vivo para defender apologeticamente a Igreja, mas para anunciar a Boa Nova
7. Não ponho em causa a doutrina, mas sim a sua absolutização
8. o mandato de Jesus é a salvação das pessoas (por inteiro, e não apenas sacramentalmente ou moralmente)
9. Cristo não é um ídolo... é muito mais que isso
10. a Igreja não se pode idolatrar, nem pode substituir Deus
11. É Deus que salva, por Cristo, e não a Igreja
12. o mundo, esse mundo que parece assustá-lo, foi criado, com muito amor, por Deus
13. Peço-lhe que, em vez de me julgar (coisa que já fez várias vezes nos seus comentários indirectamente), reze por mim e pela minha santificação
14. Se o julguei, peço desculpa. Minha intenção não era essa. Minha intenção era esclarecê-lo sobre algumas coisas que acho relevantes relacionadas com este espaço e com seus comentários

Santa Páscoa

Confessionário disse...

Só mais um esclarecimento, que, neste caso, seria o 15:
15. eu amo esta Igreja, santa e pecadora (senão já não seria padre desta Igreja), mas recordo que o verdadeiro amor não deve ser obsessivo; o meu amor pela Igreja é livre e gratuito, tal como o amor de Deus é livre e gratuito (não a amo porque ela seja tudo, mas porque Cristo é tudo)

Anónimo disse...

Ó senhor Francisco, o senhor está mesmo muito confundido: a Igreja que o senhor defende é que é a igreja dos homens. Que tolice!
O senhor não vem aqui dar sua opinião, senão partilhar as suas certezas. Aconselho a leitura, que acabei de realizar, do texto acima, sobre Igreja Titanic.

Estou consigo, padre.
Gabo-lhe a paciência!

Anónimo disse...

adorei esta sua frase, padre
"não a amo porque ela seja tudo, mas porque Cristo é tudo"

Bem haja pelo dom da sua vida sacerdotal que é uma bênção

francisco disse...

Obrigado sr.padre por partilhar os seus pontos de vista. Também não tenho intenção de julgar, desculpe se alguma coisa possa ter parecido menos correcta.
No comentário acima quando indiquei «ídolo» não me referia a Cristo mas aos ídolos que o mundo criou.
O amor é fundamental e o principal, mas com o ponto 2 dito dessa forma não posso concordar, não está de acordo com o magistério da Igreja, como mostrei acima da Dominus Iesus. Para a Fé é necessário assentimentos, conhecimento e reconhecimento da Verdade (ponto 1), senão vamos aderir a quê se não O conheceremos e reconheceremos, «Este era verdadeiramente o Filho de Deus!». Não saimos da crença religiosa, de uma busca, olhando para nós mesmos. E os indiferentes não vêem nada que não encontrem noutro lado.
A partir daí sim, do encontro com a Verdade, na vivência da Fé o amor é fundamental.

Confessionário disse...

“não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma pessoa que dá um novo horizonte à vida, uma orientação decisiva” (Bento XVI, Deus Caritas Est 1).

francisco disse...

A citação da Deus Caritas Est confirma o que indiquei: "Para a Fé é necessário assentimentos, conhecimento e reconhecimento da Verdade"
O que o Papa Bento XVI indica não é o encontro apenas com uma pessoa numa relação de Amor, é também com tudo o que O envolve: encontro com um acontecimento, um novo horizonte, uma orientação decisiva, aqui está a Revelação de Deus.
E para isso para além do amor que sem dúvida é fundamental é necessário assentimentos, conhecimento e reconhecimento da Verdade.

Basicamente é o ponto 1 em vez de ser apenas "a Verdade é Jesus" é Jesus o Verbo de Deus, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, com tudo o que Lhe vem associado: o Deus único e verdadeiro, criador de todas as coisas visiveis e invisiveis...
Não é o encontro com Jesus como se fosse apenas um Homem extraordinário, Mestre que nos dá um filosofia, um modo de vida e o caminho do amor, paz e felicidade.
É também o reconhecimento de Deus, da Revelação, da origem e destino do Homem, do que quer de nós, do que nos dá, como nos ama e o que nos dá por amor, do que é a salvação, o pecado.

Se calhar até estamos próximos neste ponto, querendo chegar ao mesmo objectivo.

Confessionário disse...

Francisco, é claro que ninguém ama o que não conhece, e que amar significa mais do que ter sentimentos. Quem ama, vive para a outra pessoa, partilha com ela, e esta acaba por ser o centro da sua vida. Isso significa que o que diz respeito a essa pessoa conta imenso.
A chamada de atenção que te faço tem a ver com o facto de, muitas vezes, parecer que colocas a adesão a verdades (doutrina) à frente da adesão a Cristo. A doutrina serve a fé, como é óbvio, assim como os sacramentos, a comunidade cristã (sem a qual a fé não é propriamente possível), os valores morais, a caridade social, a santidade, e por aí fora. Mas tudo anda à volta da pessoa de Cristo e da relação com Ele. Tu podes perfeitamente admirar e anuir e saber muito de algumas personagens históricas que te marcam, sem que isso implique com a tua vida. A fé é muito mais que isso, e como tal exige uma relação de intimidade com Deus, através da pessoa de Jesus, com o ânimo do Espírito Santo, o que acaba transformando radicalmente a nossa vida.

Peço desculpa, mas não voltarei mais a este assunto, pois não tenho disponibilidade para estar sempre a dar respostas. As minhas respostas vão ocorrendo de vez em quando, e acima de tudo estão demarcadas em todos os textos que vou escrevendo. Se algum conselho me é permitido deixar-lhe: não se deixe incorrer no fenómeno doentio dos fanatismos ou numa Igreja apologética (é essa a tal Igreja autorreferencial de que o papa tanto fala).

Anónimo disse...

assim disse jhonn, pense nisso..

a vida e tudo aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro.
chm

francisco disse...

Obrigado sr.padre por responder e pelo conselho que dá que é bem importante para se encontrar o ponto de equilibrio, vou tê-lo em consideração.
Pelos vistos estamos de acordo. Estive a ler os textos de 2016 e vi que neles o sr.padre encontra o mesmo problema que eu vejo, do abandono e indiferença, deu para o compreender melhor.

A dificuldade principal é dos que estão do lado de fora, indiferentes, seduzidos pelos idolos do mundo. A eles a mensagem não está a chegar, sei que não chega porque também já lá estive. Se alguma vez a eles chega Cristo é apenas o Homem extraordinário que vem dar-nos um caminho de amor e de paz, um Deus reduzido apenas ao amor que se confunde com a nossa felicidade, à nossa maneira e que o objetivo final é apenas termos uma comunidade. E esta mensagem torna-se facilmente em algo dispensável, cujo fim pode ser alcançado de outras formas, em outros lugares.

Por isso a importância da Igreja em saída que vá às periferias, mas que leve a mensagem completa, o Cristo que é a Verdade, o Deus que faz parte da nossa vida, da origem e do nosso destino, a vida eterna, o Seu Reino, o Amor junto, o dever, a misericórdia e a justiça.
Não apenas algo que é bom e bonito e por isso pode ser dispensável, mas como a Verdade que explica a vida, o que nos rodeia, que tem a escolha mais importante que podemos fazer nesta vida.
Mal comparado, o que lhes chega (quando chega) é a sugestão de tomarem vitaminas e para isso não seria necessário Cristo vir ao mundo, morrer na Cruz e ressuscitar.

Obrigado novamente.

Anónimo disse...

A vida não é para ser entendida, apenas vivida, e dela devemos aproveitar cada dia ao máximo, pois não sabemos qual desses dias será o último.
chm