quinta-feira, maio 07, 2015

ando [poema 55]

Vou ao lado e não conduzo
Fico atrás, sempre para trás
O mudo vê e o cego fala
Ando um pouco acima, do degrau
Planando como ave, rara
Que não conta e não se vê
Tão só numa asa

4 comentários:

Anónimo disse...

"Vou ao lado" observo um pouco mais atentamente a paisagem "não conduzo" porque és Tu a conduzir.
"Fico atrás, sempre para trás" porque és Tu o que conduz e me conduz és Tu que estiveste na origem e me trouxeste a este preciso momento em que me encontro.
"O mudo vê" e eu não vejo porque falo e perco-me nas palavras, "e o cego fala" e como eu digo que vejo não falo porque para falar a Tua linguagem teria que tatear para poder então conhecer e reconhecer-Te em mim.

"Ando um pouco acima, do degrau
Planando como ave, rara
Que não conta e não se vê
Tão só numa asa"
Depois desta bloqueei porque me sinto muito em baixo, abaixo do próprio solo que um dia me há de acolher em si.

Anónimo disse...

ESCADA SEM CORRIMÃO

É uma escada em caracol
e que não tem corrimão.
Vai a caminho do Sol
mas nunca passa do chão.

Os degraus, quanto mais altos,
mais estragados estão.
Nem sustos, nem sobressaltos
servem sequer de lição.

Quem tem medo não a sobe
Quem tem sonhos também não.
Há quem chegue a deitar fora
o lastro do coração.

Sobe-se numa corrida.
Correm-se p'rigos em vão.
Adivinhaste: é a vida
a escada sem corrimão.

David Mourão-Ferreira

Anónimo disse...

Andaime

Eleva-se a atitude à altura provisória
Com a sorte suspensa no estrado da andança
Após a obra, avulta o prédio
Perdura a altitude no operário

(&?)

Confessionário disse...

(&?)

sempre é alguma coisa... heheheheh